Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RELATO DE CASO Paraganglioma de glomo jugular secretor de dopamina: revisão e relato de caso Glomus jugulare dopamine secreting paraganglioma: review and case report Irai Luis Giacomelli1, William Costa Baia Junior2, Wuilker Knoper Campos3, Daniel Santos Souza3, Humberto Kluge Schroeder3, Antônio César de Melo Mussi3 Resumo tion and subtotal resection and achieved symptom control by a second resection. Paragangliomas de glomo jugular são tumores primários, raros, em sua maioria benignos e não secretores de catecolaminas. Quando secretores, associam-se a apresentação clínica de hipertensão arterial refratária e paroxismo adrenérgico. Predisposição hereditária pode ser encontrada em até um terço dos casos. Exames de imagem e dosagem de catecolaminas urinárias e séricas são ferramentas diagnósticas importantes. Cintilografia com octreotide é promissora. Tratamento cirúrgico se faz escolha para tumores secretores. Relata-se o caso de uma paciente com tumor secretor de dopamina que apresentou recidiva após realizar embolização arterial e ressecção subtotal e atingiu controle dos sintomas através de segunda ressecção. Keywords: Paraganglioma. Glomus jugulare. Dopamine. Introdução Parangangliomas (PGL) são tumores raros de paragânglios, compostos de células da crista neural especializadas, que surgem em associação com gânglios simpáticos. Podem ser encontrados no forâmen jugular e envolver estruturas neurovasculares importantes da base do crânio.1,2 PGL secretores de catecolaminas respondem por 1 a 3% da incidência de PGL de cabeça e pescoço. Podem apresentar clínica semelhante ao feocromocitoma como sudorese, palpitações, flushing facial e hipertensão.3 Descritores: Paraganglioma. Glomo jugular. Dopamina. Os autores apresentam um relato de caso de PGL de glomo jugular secretor de dopamina recidivado assistido pelo serviço de neurocirurgia do Hospital Governador Celso Ramos e revisão da literatura associada. Abstract Glomus jugular paragangliomas are rare primary tumors in its most benign and non-secreting catecholamines. Secretory tumors correlate with clinical presentation of refractory hypertension and adrenergic paroxysm. Hereditary predisposition can be found in up to one third of cases. Imaging and catecholamines serum and urinary measurement are important diagnostic tools. Octreotide scintigraphy is promising. Surgery is the indicated treatment for secreting tumors. We report the case of a patient with dopamine-secreting tumor that had recurrence after performing arterial emboliza- Relato do caso Paciente feminina, 38 anos, branca, sem história familiar de neoplasias, apresentou otalgia, dor retroauricular e paresia facial periférica à direita, vertigem e paroxismos com sudorese, palpitações, palidez facial e hipertensão arterial sistêmica refratária ao tratamento clínico. Após 6 meses, foi realizado diagnóstico de lesão expansiva em glomo jugular através de ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio e pescoço (fig 1), que revelou volumosa lesão expansiva, extra-axial, centrada no osso petroso à direita, envolvendo a topografia do forâmen jugular e cisternas do ângulo ponto-cerebelar. 1. Acadêmico de medicina. Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - Florianópolis (SC) Brasil. 2. Residente em neurocirurgia. Hospital Governador Celso ramos – HGCR – Florianópolis (SC) Brasil. 3. Neurocirurgião. Hospital Governador Celso ramos – HGCR – Florianópolis (SC) Brasil. 65 Arq Catarin Med. 2014 out-dez; 43(4): 65-69 Paraganglioma de glomo jugular secretor de dopamina: revisão e relato de caso Figura 1. RNM de Crânio e pescoço anterior à primeira ressecção Realizado embolização arterial e ressecção subtotal da neoplasia. Avaliação histopatológica revelou grupamentos de células de médio porte com núcleos hipercromáticos, levemente irregulares e citoplasma escasso, por vezes, células vacuoladas com núcleos ovalados, algumas pleomórficas, vasos irregulares, apresentando aspecto em fenda - tumor de glomo jugular. No pós-operatório paciente apresentou paresia facial periférica e hipoestesia de ramo de V2 à direita. Obteve também ausência de crises adrenérgicas e metanefrinas e catecolaminas urinárias dentro do valor de normalidade. Três anos após, as crises adrenérgicas reapareceram, nova RNM de crânio e pescoço evidenciou lesão expansiva residual sólida envolvendo a porção direita do clivus e do ápice petroso, encarcerando a artéria carótida interna nas suas porções cervical e petrosa e estendendo-se anteriormente para cavum de Meckel com aumento de seus limites, em relação ao controle pós-operatório. Figura 2. RNM de Crânio e pescoço após primeira ressecção Figura 3. RNM de crânio e pescoço antes segunda ressecção Catecolaminas e metanefrinas urinárias (tabela 1) revelaram tratar-se de PGL secretor de dopamina. Figura 4. RNM de crânio e pescoço após segunda ressecção Tabela 1. Metanefrinas e Catecolaminas prévias à primeira ressecção Metanefrinas totais e frações em urina de 24 horas Metanefrinas totais (ug/24h) 13123 inferior a 1000,0 ug/24h 12 inferior a 320,0 ug/24h 13111 inferior a 390,0 ug/24h Metanefrina (ug/24h) Normetanefrina (ug/24h) Catecolaminas livres em urina de 24 horas Noradrenalina (ug/24h) Valor de Referência 95 inferior a 97 ug/24h Adrenalina (ug/24h) 1 inferior a 27 ug/24h Dopamina (ug/24h) 6195 inferior a 500 ug/24h Arq Catarin Med. 2014 out-dez; 43(4): 65-69 66 Paraganglioma de glomo jugular secretor de dopamina: revisão e relato de caso Exérese subtotal foi realizada, após preparo pré-anestésico, paciente foi submetida à ressecção microcirúrgica da lesão através de incisão crânio-cervical direita com exposição de tumor hipervascularizado e aderido à artéria carótida interna. Foi realizado sacrifício do nervo facial e parotidectomia direitos. Apresentou no pós-operatório acometimento permanente de quinto (V2 e V3), sexto e sétimo nervos cranianos à direita. famílias em risco e poderão permitir realização de diagnóstico mais precoce e talvez prevenção. 13 Young afirma que pacientes com múltiplos tumores ou jovens devem receber suspeição maior quanto a síndromes familiares, reitera também que a chance de localizar uma mutação em casos esporádicos é menor que 10% e pacientes em busca de análise genética devem ser aconselhados quanto as taxas incertas de detecção e as implicações de um resultado negativo.6 Após 1 ano de acompanhamento, manteve-se sem crises adrenérgicas, hipertensão arterial sistêmica controlada com uso de somente um anti-hipertensivo, com metanefrinas e catecolaminas urinárias dentro do valor de normalidade. Em relação aos PGL de cabeça e pescoço, 1-3% deles são secretores.3,14 Estes apresentam como clínica hipertensão, podendo ser de difícil controle e flushing facial. Segundo Groblewski, se há dúvida quanto ao comportamento funcional, testes como catecolaminas séricas e metabólitos de catecolaminas urinárias de 24h devem ser realizados, se testes positivos, estudos de imagem devem ser realizados para identificar tais tumores.3 Revisão da Literatura Nesse relato de caso apresentou-se a descrição de PGL de glomo jugular. Um estudo demonstrou que os tumores de glomo jugular são mais comuns em mulheres (3:1), se apresentam com a idade média de 42,5 ±12 anos e possuem como principal etiologia o paraganglioma.2 A secreção da norepinefrina predomina nos PGL funcionais3. Na localização do glomo jugular, há somente 4 casos relatados de secreção de dopamina como metabólito principal.15-17 Em relação à pesquisa da catecolamina principal, Cohen recomenda adicionar a pesquisa de ácido homovanílico urinário (devido ser um produto do metabolismo da dopamina) à rotina de metanefrinas e ácido vanilmandélico.18 PGL são tumores raros, com incidência estimada de 1 em 1,3 milhões de pessoas.4,5 Quando localizados em cabeça e pescoço são menos comuns. Podem ocorrer em corpo carotídeo (principal localização), glomo jugular, vago proximal e glomo timpânico.3 Pacientes com tumores de glomo jugular geralmente apresentam massas cervicais assintomáticas e sem neuropatias cranianas. Em uma série de casos, tumores de glomo jugular apresentaram mais comumente sintomas como tinitus pulsátil e perda auditiva.2 Somente 10% dos PGL são malignos.6 RNM e tomografia computadorizada (TC) de crânio e pescoço são utilizados para diagnóstico e planejamento cirúrgico.19 Angiografia da artéria carótida pode identificar tumores múltiplos e permitir embolização pré-operatória, levando a diminuição do risco cirúrgico.20 Ramina demonstrou que a embolização pré-operatória realizada em tumores de glomo jugular com vascularização aumentada é útil para reduzir sangramento e tempo cirúrgico.2 Grobleswsky advoga angiografia por TC não invasiva, ao invés de angiografia, quando não há embolização planejada.3 De forma promissora, cintilografia com octreotide pode adequadamente detectar PGL, além de avaliar a presença de múltiplas lesões ou metástases, uma vez que tumores neuroendócrinos expressam receptores para somatostatina, foi também observado que cintilografia com octreotide é mais sensível que cintilogragia-IMBG.21 Predisposição hereditária foi encontrada em 35% dos pacientes com PGL de cabeça e pescoço,7 tais pacientes possuem uma síndrome familiar (10-50% dos casos) ou uma herança genética específica responsável por aumentar o risco de desenvolver tais tumores.8-10 Herança autossômica dominante foi encontrada nas síndromes familiares, caracterizada por penetrância incompleta. Outros estudos demonstram padrão de transmissão por imprinting genômico materno, portanto, os tumores com herança familiar são encontrados em pacientes que herdaram tal característica por via paterna.10,11 Os genes PGL-1 e PGL-2 são envolvidos nas síndromes familiares. PGL-1 é um gene SDHD, que codifica uma succinatodesidrogenase, a qual participa do complexo mitocondrial.12 O tratamento de escolha para PGL secretores é cirúrgico, embora o mesmo seja potencialmente difícil e não ausente de riscos, é um tratamento definitivo e se associa a baixa taxa de recorrência.9 Estudos demonstraram que PGL secretores não parecem responder à radioterapia, uma vez que em tais casos a hipertensão arterial sistêmica persistiu e metanefrinas urinárias continuaram elevadas, apesar da melhora dos sintomas, PGL familiares acometem pacientes mais jovens e tem maior tendência a serem múltiplos e bilaterais. Testes genéticos podem ser realizados para identificar 67 Arq Catarin Med. 2014 out-dez; 43(4): 65-69 Paraganglioma de glomo jugular secretor de dopamina: revisão e relato de caso acredita-se que isso se deva a persistência das células principais produtoras de catecolamina no tumor após a radioterapia.22-25 3. Groblewski JC, Thekdi A, Carrau RL. Secreting vagal paraganglioma. Am J Otolaryngol. 2004 JulAug;25(4):295-300 Apesar de o tratamento cirúrgico ser curativo, lesões de nervos cranianos são sequelas possíveis e aumentam consideravelmente a morbidade pós-operatória. A complicação mais temida do tratamento cirúrgico de tumores de glomo jugular é a lesão de nervos cranianos inferiores levando a anormalidades aspirativas e de deglutição. Extubação tardia, traqueostomia em casos selecionados e reabilitação precoce são de grande valor no tratamento pós-operatório.2 4. Batsakis JG. Paragangliomas of the head and neck. In: Batsakis JG, ed. 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Proportion of heritable paraganglioma cases and associated clinical characteristics Laryngoscope, 111 (2001), pp. 1822–1827 Tratamento expectante pode ser indicado para idosos, cuja reabilitação quanto aos déficits por lesão de nervos cranianos é mais dificultosa.3 Vale ressaltar que PGL funcionais apresentam manejo pré-operatório e anestésico essenciais, uma vez que tais tumores podem secretar grandes quantidades de catecolaminas durante o tempo cirúrgico, levando a alterações de pressão sanguínea ameaçadoras a vida. Portanto, é necessária terapia seqüencial com bloqueio alfa adrenérgico e hidratação agressiva seguida por bloqueio beta adrenérgico antes do tratamento cirúrgico para diminuir o risco de crises hipertensivas durante o procedimento, ainda assim os pacientes podem apresentar labilidades hemodinâmicas extremas.27 8. A.C Urquhart, J.T Johnson, E.N Myers et al. . Glomus vagaleParaganglioma of the vagus nerve. Laryngoscope, 104 (1994), pp. 440–445 9. 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