Bahia Flores da Foto: Ângelo Figueiredo Andréa Mendes Sampaio Scherer* Shampoo (Zingiber Spectabina) Antúrio (Anthurium sp.) Foto: Ângelo Figueiredo O Foto: Ângelo Figueiredo Estado da Bahia pode ser considerado como um berço natural para a produção de flores e plantas ornamentais, desde que, sejam observadas as condições de cultivo, espécies utilizadas e nível tecnológico empregado, pois é grande a disponibilização de recursos naturais, como clima, solo e recursos hídricos, tanto para espécies de clima tropical como para as de clima temperado. A grande diversidade natural de clima e solo existente nos 2 567.000 km de extensão territorial, compreendida por domínios ecológicos caracterizados em microclimas propícios a atividade da floricultura, variando desde o semi-árido e o cerrado, até o úmido e o sub-úmido, apresentando-se como um leque de opções para inúmeros cultivos das mais exóticas às nativas espécies de flores e plantas ornamentais. Outro fator facilitador é a possibilidade de aquisição de terras produtivas, dotadas de infra-estrutura rodoviária e portuária, onde se tem preços acessíveis e elevado potencial de produção e produtividade. O Estado da Bahia, com os seus 13 milhões de habitantes, dos quais 2,44 milhões residindo somente na capital, Salvador, constitui-se, num excepcional mercado consumidor, por outro lado, dada à sua estratégica posição geográfica, incorpora outros mercados consumidores importantes como os do Sudeste e Nordeste. Bihay (ifelicônia bihai) *Engenheira Agrônoma e Coordenadora do Programa de Desenvolvimento da Floricultura Baiana. e-mail: [email protected] Bahia Agric., v.5, n.1, set. 2002 Comunicações 17 A produção de flores em franca expansão na Bahia, tem se desenvolvido atualmente nos municípios de Ituberá, Maracás, Ilhéus, Camaçari, Amélia Rodrigues e Morro do Chapéu, dentre outros, como por exemplo Vitória da Conquista e Mata de São João. Percebe-se, claramente, o forte interesse que produtores de diversas regiões têm demonstrado em resgatar ou iniciar as atividades de produção e comercialização de flores de corte e plantas ornamentais, face às grandes oportunidades existentes. A organização de produtores tem merecido destaque no que se refere às suas demandas no setor da floricultura, seja na criação de incentivos, no apoio governamental e principalmente na produção comercial de flores e plantas ornamentais, o que levou o Governo do Estado da Bahia tomar uma série de providências no sentido de alavancar este segmento, com vistas a beneficiar toda a cadeia produtiva. Dentre essas providências, pode ser destacada a implementação do Programa de Desenvolvimento da Floricultura, que objetiva elevar o padrão do nível tecnológico para o desenvolvimento racional da floricultura, além de definir a localização geográfica, segundo as exigências de cada espécie explorada, a identificação de mercado e a melhoria da comercialização. Foi constituído através do apoio da 18 Comunicações 28/12/1999; financiamento através de bancos oficiais, por meio de protocolo de intenção; assistência técnica através da EBDA e CEPLAC e treinamento e capacitação de produtores e técnicos. Além de todos estes incentivos, os produtores poderão contar também com o AGRINVEST - Programa de Investimento para Modernização da Agricultura Baiana, Programa inédito no Brasil, que garante financiamentos mais atrativos, através da redução de encargos financeiros, deixando o setor agropecuário estadual mais competitivo para responder aos desafios do mercado globalizado. Para a floricultura é um grande incentivo financeiro, pois, o Governo do Estado assume o pagamento de 50% dos custos financeiros, limitados a 6% ao ano, durante o período de carência do empreendimento. Com a grande mobilização dos produtores em desenvolver a floricultura, aliada aos interesses do segmento produtivo e da potencialidade do Estado, a SEAGRI criou em 2001, o Cen tro de Pro fis sio nal iza ção de Produtores de Flores, na Estação Experimental da EBDA, no município de Amélia Rodrigues, onde foi realizado em abril de 2002 o Curso de Formação de Monitores em Floricultura do Estado da Bahia, tendo a participação de técnicos da SEAGRI, EBDA, ADAB, SEBRAE e Prefeituras Municipais. Foto: Domingos Luis Foto: Ângelo Figueiredo Orquídea (Cattleya labiola) Secretaria da Agricultura, Irrigação e Ref orm a Agr ári a, o Co mi tê Ba ia no de Floricultura e Plantas Ornamentais e a Associação Baiana de Produtores de Flores e Plantas Ornamentais AS BA FL OR , te nd o como principal finalidade, coordenar e incentivar ações relacionadas com o desenvolvimento da floricultura no Estado, por meio da congregação de entidades representativas da atividade, instituições finance iras, órgãos e empresas públicas e privadas ligadas ao setor. Objetiva-se também, a implantação de um centro de comercialização de flores e plantas ornamentais, servindo como órgão gerador de informações e difusor de tecnologias, agente institucional de fomento ao consumo, bem como articulador de ações estratégicas, de forma a atender as expectativas tanto dos produtores e distribuidores como dos consumidores finais, atingindo assim, toda a cadeia produtiva da atividade. Compõem o programa os seguintes incentivos e serviços: isenção total de ICMS, através do Decreto 7.725 de Abacaxi Ornamental (Ananas bracteatus) Bahia Agric., v.5, n.1, set. 2002