MERCADO DE PLANTAS ORNAMENTAIS: PERSPECTIVAS SOB A ÓTICA DOS PRODUTORES1. Fernanda Schmitt2 A Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais (CPFPO) é hoje, uma das melhores alternativas para quem visa investir em um ramo do agronegócio que proporcione rápido retorno do capital investido, produção em áreas relativamente pequenas, e alto valor agregado aos produtos. Segundo o SEBRAE as áreas de produção giram em torno de três ha. Além disso, o setor apresenta alta demanda por mão-de-obra, quando comparado a outros ramos de atividade agrícola. Na média nacional, gera-se 3,8 empregos diretos por hectare. As vendas externas do segmento chegaram a US$ 35,28 milhões. Contudo, a sustentação econômica essencial da atividade é garantida pelo vigor do mercado interno que movimentou em 2007 US$ 1,3 bilhão. Em termos de faturamento, as flores em vaso representam 50% da movimentação na cadeia produtiva, as flores de corte, 40% e as plantas verdes, 10% (não incluídos palmeiras, árvores e arbustos para paisagismo). A comercialização das flores e plantas ornamentais brasileiras, com base no comportamento dos principais mercados atacadistas e empresas exportadoras, em 2007, pode ser distribuída na seguinte composição: Região Sudeste: 78,0%; Região Sul: 13,1%; Região Centro-Oeste: 3,6%; Regiões Norte e Nordeste: 2,6% e exportações: 2,7%. O mercado interno de flores e plantas ornamentais no Brasil deve ser entendido no contexto dos padrões de consumo dos países em desenvolvimento, nos quais predominam: baixo índice de consumo per capita; mercado com pequeno número relativo de compradores freqüentes; compras centradas em produtos bastante tradicionais e forte concentração sazonal da demanda em datas especiais e comemorativas (Dia das Mães, Finados e Namorados). Vários segmentos da CPFPO, além de entidades de fomento e pesquisa, apontam como desafios: uma maior articulação com o governo; profissionalização da base produtiva; aumento da oferta de insumos específicos para o setor; organização de uma central de comercialização; padronização de produtos. O consumo atual de produtos desta cadeia no Brasil é cerca de US$ 7/capita. Acredita-se que o potencial seja pelo menos equivalente ao dobro do atual, desde que superadas as restrições geradas por aspectos econômicos e culturais de amplas parcelas da população, além da superação de entraves logísticos ao longo da cadeia produtiva. Os governos estaduais e entidades de apoio vêm fomentando as iniciativas produtivas, especialmente aquelas que, como na floricultura, se viabilizam em espaços exíguos de terra, gerando boa rentabilidade e empregos. Objetiva-se principalmente a capacitação, profissionalização e qualificação técnica de gerência dos produtores e demais agentes da CPFPO. 1 Seminário apresentado na disciplina (FIT0001). 2 Mestranda do PPG Fitotecnia. Orientador: Prof. Renar João Bender (Depto. de Horticultura e Silvicultura) e co-orientação: Prof. Valmir Duarte (Depto. Fitossanidade).