UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PROJETO: A VEZ DO MESTRE DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR TURMA - 672 Uma abordagem específica da Disciplina de Farmacologia nas diferentes áreas de conhecimento (Enfermagem, Nutrição) Rio de Janeiro, 12 de abril de 2005. Aluno: Valério Antonio Ávila Orientadora: Maria Esther Araújo RESUMO O conhecimento da farmacologia pelos profissionais de saúde é de grande importância devido sua abrangência na prática clínica. A utilização da farmacologia pelo Enfermeiro é muito freqüente uma vez que este profissional é responsável pela preparação de soluções medicamentosas e sua administração. Já para o Nutricionista, a farmacologia é um instrumento de conhecimento da história clínica do paciente o qual normalmente faz uso de drogas medicamentosas que podem sofrer interferência da prescrição nutricional. A interação entre o medicamento e determinados alimentos pode resultar em perda da eficácia do tratamento, para que isso não ocorra é necessária prescrição de uma dieta específica para determinado tratamento. Devido a grande importância do tema é necessário aplicar, nos cursos de graduação, uma didática de ensino com aulas específicas e seu direcionamento para cada área de conhecimento. Neste trabalho está sendo abordada a necessidade de uma adaptação da didática de ensino da farmacologia sendo aplicado a diferentes áreas. A abordagem de cada tema será apresentada de acordo com a influência deste nas áreas de atuação específica dentro da vivência prática da enfermagem e da nutrição. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Para se fornecer substrato teórico para a discussão do tema “Uma abordagem específica da Disciplina de Farmacologia nas diferentes áreas de conhecimento (Enfermagem, Nutrição)”, foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica, que permitiu a cessar e manipular dados relativos ao assunto em questão. Foi feito um levantamento bibliográfico com o objetivo de determinar a necessidade do conhecimento específico da farmacologia na atividade profissional de Enfermeiros e Nutricionistas. As fontes de informação e de pesquisa compreenderam as bibliotecas da UNIFOA (Centro Universitário Oswaldo Aranha - Volta Redonda – RJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A pesquisa bibliográfica é a realizada através da identificação, localização e compilação dos dados escritos em livros, artigos de revistas especializadas, publicações de órgãos oficiais, etc, sendo necessária a qualquer trabalho de pesquisa. Segundo Lakatos e Marconi (1989) este tipo de fichamento é definido como resumo do conteúdo, não possuindo julgamentos pessoais ou de valor. Uma vez fichado e organizado tematicamente, o material foi utilizado para a redação da monografia, onde se pode cruzar e explorar as idéias dos diversos autores em função do tema (Severino, 1991). Durante o desenvolvimento do tema foi realizado uma analise interpretativa do material coletado sendo associado à descrição da atividade desenvolvida pelo autor na área proposta ao estudo. De acordo com Marconi e Lakatos (1988), a análise e interpretação dos dados são duas atividades distintas, mas estreitamente relacionadas. “A análise é a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores”. Já, a interpretação é a atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a outros conhecimentos, que em geral, significam a exposição. Os resultados aqui discutidos foram experiências vivenciadas em sala de aula, na qual foi aplicada uma didática de ensino direcionada a cada área de atuação. Devido ao melhor aproveitamento dos alunos com esta didática, surgiu-se a oportunidade de desenvolver e confeccionar o tema apresentado. Ao término desta monografia, procurou-se, na interpretação, estabelecer um vínculo entre os principais fenômenos estudados, aos questionamentos e aos interesses específicos das áreas de atuação para que este conteúdo sirva como base crescente de informações. 3 Sumário Resumo 2 Materiais e Métodos 3 Introdução 5 CAPÍTULO 1 - A FARMACOLOGIA NA VISÃO DO NUTRICIONISTA 1.1 - Interação Fármaco-Nutriente 7 1.2 - Interferência do Estado Nutricional na Biodisponibilidade dos Fármacos 8 1.3 - Interferência do Fármaco no Estado Nutricional 9 CAPÍTULO 2 - A FARMACOLOGIA NA VISÃO DO ENFERMEIRO 2.1 – Enfermagem e prescrição de drogas 11 2.2 – Aspectos Legais da Prescrição de Medicamentos pelo Enfermeiro no Brasil 12 2.3 – Cuidados de Enfermagem na Administração de Medicamentos 13 2.4 – Reações Orgânicas ao uso de Drogas 13 2.5 – O Papel Educativo do Enfermeiro na Prescrição e na Administração de medicamentos 13 CAPÍTULO 3 - MÉTODOS E RESULTADOS 3.1.- Adaptação das Aulas com Abordagem Específica 16 3.2 - Metodologia aplicada 17 CAPÍTULO 4 - DISCUSSÃO DOS MÉTODOS 4.1 – Apresentação Oral de Situação Problema 19 4.2. – Aulas Expositivas 19 4.3 - Seminários com discussão 20 CONCLUSÃO 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22 4 INTRODUÇÃO A farmacologia é a ciência que estuda os fármacos e os medicamentos sob todos os aspectos, absorção, o destino no organismo, o mecanismo de ação e os seus efeitos. O conhecimento dos fármacos e o domínio de suas propriedades terapêuticas e tóxicas transformaram o uso da farmacologia através dos séculos. A drogas foram aos poucos ganhando importância e se transformando na principal arma dos médicos. Em sua totalidade, a farmacologia abrange o conhecimento da história, da origem, das propriedades físico-químicas, da composição, dos efeitos bioquímicos e fisiológicos, dos mecanismos de ação, absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos que serão posteriormente utilizados em vários estudos terapêuticos com o intuito de beneficiar o ser humano. A aplicação dos conceitos da farmacologia nas diferentes áreas se torna muito importante tanto para o conhecimento como para a aplicação na vida profissional. A utilização destes conceitos farmacológica para o enfermeiro vem em acordo como a própria regulamentação da profissão de enfermagem, pois uma das especialidades deste profissional é justamente de aplicação de medicamentos, orientação quanto ao uso dos fármacos. Para o Nutricionista, o conhecimento destes conceitos é importante faz parte de um entendimento da vida e condutas, o que serve de ferramenta para uma escolha de uma dieta equilibrada. Este trabalho esta baseado em criar e discutir ações em que possa abordar uma melhor conduta diante das aulas teóricas e experimentais para um melhor desempenho dos alunos. 5 CAPÍTULO 1 A FARMACOLOGIA NA VISÃO DO NUTRICIONISTA 6 A farmacologia para os nutricionistas deve ressaltar as interações fármaconutriente, levando-se em consideração que este é o principal fator estudado pelos mesmos. Como a principal via de administração é a via oral, essas interações são facilitadas. Devemos, dessa forma, considerar as mesmas que podem surgir antes ou durante a absorção gastrintestinal, no processo de biotransformação ou mesmo durante a excreção. Uma das razões para a ocorrência de tais interações é o fato de que tanto a absorção dos nutrientes como os dos fármacos ocorrem por mecanismos semelhantes e muitas das vezes, competitiva. Para tal profissional, o conhecimento dos fármacos que têm sua velocidade de absorção e quantidade absorvida alteradas com a ingestão concomitante de alimentos, bem como aqueles que não são afetados, é de suma importância. Esta medida favorece a escolha de terapias mais eficazes. 1.1 - Interação fármaco-nutriente: Essas interações alteram a disponibilidade, a ação ou a toxicidade de uma das substâncias ou de ambas. Estas podem ser fisiológicas, físico-químicas ou patofisiológicas. ( Penildon, 2002 ) A ingestão concomitante dos alimentos com os medicamentos pode ter efeito marcante na sua velocidade de absorção. Podendo diminuir sua biodisponibilidade e ocorrendo alterações na sua farmacodinâmica e terapêutica. Alguns fármacos são administrados juntamente com alimentos para, por exemplo, diminuírem a irritação da mucosa gástrica que causam. Podemos exemplificar diferentes naturezas de interações: - Alguns nutrientes alteram o processo de absorção dos fármacos; - Alguns nutrientes alteram o processo de biotransformação das certas substâncias; - Alguns nutrientes alteram a excreção de certos fármacos; - Certos fármacos podem alterar o estado nutricional dos pacientes; - O estado nutricional pode interferi sobre o metabolismo de certos fármacos, influenciando sue efeito terapêutico. (Rang, 2001) A influência dos nutrientes sobre a absorção dos fármacos depende do tipo do alimento, intervalo do tempo da ingestão do alimento e da administração, formulação farmacêutica e volume de líquido com o qual ele é ingerido. 7 A ingestão de alimentos juntamente com o fármaco pode influenciar a biodisponibilidade do mesmo devido a diversos fatores. Os seguintes exemplos demonstram tais fatores. · Modificação do pH do conteúdo gastrintestinal, e dessa forma alterar a velocidade e extensão da absorção do fármaco; · Velocidade do esvaziamento gástrico, que aumenta o tempo de permanência do fármaco no trato digestivo, aumentando ou diminuindo sua absorção; · Aumento da atividade peristáltica do intestino, que aumenta a motilidade e secreção do intestino delgado, aumentando a dissolução do medicamento e com isso teremos uma maior superfície de contato, aumentando sua absorção; · Competição pelos sítios de absorção. Aquele que tiver maior afinidade pelo sítio terá maior absorção; · Fluxo sangüíneo esplâncnico que aumenta a biodisponibilidade sistêmica por diminuir o efeito de primeira passagem; · Ligação do fármaco com componentes dos alimentos, podendo ocorrer pelo mecanismo de quelação e com isso temos compostos não absorvíveis (quelatos). 1.2 - Interferência do estado nutricional na biodisponibilidade dos fármacos: A ação dos fármacos pode ser alterada devido a deficiências nutricionais, resultando em uma queda da resposta terapêutica. A proteína é um dos componentes essenciais para termos uma boa velocidade no metabolismo do fármaco. Proteínas em grande quantidade e carboidratos reduzidos aumentam a velocidade do metabolismo de diversos fármacos. Isso se deve ao fato de as proteínas influenciar a atividade do citocromo P450 que altera a meia vida plasmática dos fármacos, aumentando-a ou reduzindo. ( Penildon, 2002 ). 8 1.3 - Interferência do fármaco no estado nutricional: Certos fármacos podem alterar o metabolismo dos nutrientes. Essas alterações desencadeiam disfunções no estado nutricional dos pacientes. Alguns medicamentos provocam a perda de nutrientes e então se faz necessária à complementação dos mesmos na dieta. A má absorção induzida por certos fármacos pode ser uma conseqüência dos efeitos dos agentes farmacológicos sobre a mucosa gastrintestinal ou pode ser ainda, causada pelo pobre estado fisiológico ou pela interferência do fármaco sobre o metabolismo de um nutriente. 9 CAPÍTULO 2 A FARMACOLOGIA NA VISÃO DO ENFERMEIRO 10 Em seu cotidiano, o enfermeiro sempre lida com medicamentos. Tradicionalmente, a administração de drogas foi atribuída a esse profissional. No entanto, a partir de 1986, o enfermeiro passou também a poder prescrever medicamentos em algumas situações específicas, que estão previstas na lei do exercício – Lei número 7498. Prescrever ou administrar são tarefas que exigem desse profissional não só o conhecimento de algumas ciências como farmacologia e matemática, mas também no aspecto éticos e legais. Na farmacologia, é imprescindível conhecer não só os efeitos terapêuticos das drogas, mas também os efeitos colaterais, interações medicamentosas e alimentares, mecanismos de ação, posologia, via de administração, entre outros. A matemática é essencial, pois o enfermeiro muitas vezes precisa adequar as doses a ser administrado, calcular o gotejamento, diluir medicamentos, preparar soluções, etc. Além desses conhecimentos, o enfermeiro deve ter habilidade para lidar com as questões individuais que envolvem aspectos biológicos e psicológicos dos seus pacientes. Do ponto de vista biológico, deve-se considerar que indivíduos semelhantes podem responder de diferentes formas aos fármacos. É também necessária uma adesão pessoal do paciente à terapêutica indicada. O enfermeiro deve reconhecer que o medicamento não é útil apenas por sua ação química no organismo, mas também pela importância psicológica e emocional. (Lullmann, 2004). 2.1 – Enfermagem e prescrição de drogas: Em alguns países desenvolvidos, o papel da enfermagem abrange não somente a avaliação diagnóstica de determinadas doenças, como também permite que esses profissionais prescrevam determinados grupos de medicações. O domínio do conhecimento da farmacologia das drogas empregadas é essencial. Alguns profissionais atuam como especialistas reconhecidos em área como anestesia (CRNA – Certified Registered Nurse Anesthesists) e obstetrícia ou em atendimento especializados de doenças específicas como epilepsia, doença de Parkinson, esquizofrenia. Programas padronizados nas instituições, como contracepção e os de saúde pública (hanseníase, tuberculose, etc) também permitem prescrição de medicamentos. 11 2.2 – Aspectos legais da prescrição de medicamentos pelo enfermeiro no Brasil: A partir de 1986, a Lei nº 7.498, que regulamenta o exercício profissional de enfermagem, determina a prescrição, pelo enfermeiro, de medicações estabelecidas em programas de saúde pública e em rotina aprovada pelas instituições de saúde, tanto pública como privada. Tal determinação deu ao enfermeiro a autonomia de prescrever os medicamentos aos pacientes inscritos nos programas do Ministério da Saúde, como assistência aos pacientes portadores de tuberculose, hanseníase, doenças sexualmente transmissíveis, hipertensão, leishmaniose, entre outros. Além desses, o enfermeiro passou a prescrever nas instituições hospitalares que tivessem como rotina da instituição o uso de medicamento para situações preestabelecidas. (Penildon, 2002). Com o processo de municipalização da saúde no país, o enfermeiro, pela sua formação generalista, foi fazendo-se necessário nos serviços municipais de saúde, para execução de atividades inerentes à atenção primária, secundária e terciária. 2.3 – Cuidados de enfermagem na administração de medicamentos: Existem várias vias para administração de medicamentos. A escolha da via depende da apresentação do medicamento, da indicação clínica e das condições dos pacientes, porém qualquer que seja a via escolhida, o enfermeiro deve observar um princípio básico de seis certos: medir a dose certa, usar o medicamento certo, administrar o medicamento certo, administrar na hora certa, no paciente certo e na via certa. (Kaye, 2004). O medicamento nunca deve ser administrado quando não preparado pela própria pessoa. Jamais o profissional deve utilizar medicamentos que estejam em recipientes sem rótulos, ou com nome ilegível. O enfermeiro nunca deve executar uma prescrição com dose excessiva ou apenas com o código da droga, ou ainda sem explicar o nome ou sem antes discutir com quem prescreveu, pois o enfermeiro pode ser também responsabilizado pelos danos causados aos doentes nessas situações. 2.4 – Reações orgânicas ao uso de drogas: Manifestações clínicas da toxicidade dos fármacos e suas reações adversas apresentam-se diferentes formas. Alguns estados patológicos podem ocorrer e devem 12 estar sempre em mente dos profissionais da saúde para que sejam prontamente reconhecidos. · Hipoglicemia – tremores, pele fria e pegajosa, confusão mental, fadiga, respiração rápida e superficial, ansiedade, cefaléia, incordenação motora, parestesia na língua. · Hiperglicemias – pele quentes, secas e com hiperemia, poliúria, polidpsia, fadiga aguda, respirações profundas, alterações mentais e náuseas, polifagia. · Hipocalemia – fraqueza, parestesia das extremidades, câimbras, náuseas, vômitos, diarréias, diminuição dos ruídos intestinais, íleos paralíticos, distensão abdominal, pulso fraco e irregular. · Hipercalemia – dores abdominais, pele fria e pegajosa com turgor diminuídos, tremores e fraqueza muscular. · Depressão medular – febre, calafrios, dor na garganta, taquiesfigma, urgência miccional, leucócito na urina, eritema e irritação da mucosa oral. · Insuficiência cardíaca congestiva – dispnéia, tosse, distensão das veias cervicais, fadiga, cianose dos leitos ungueais. · Estomatite – eritema e queimação e ulceração da mucosa bucal. · Desidratação – turgor cutâneo diminuído, mucoso ressecadas, sede pele seca, olhos encovados e hipotensão postural. 2.5 – O papel educativo do enfermeiro na prescrição e na administração de medicamentos: A questão básica é como estruturar uma prática de educação em saúde comprometida com interesses e necessidades do paciente, capacitando-o a participar plenamente do tratamento medicamentoso, ao qual será submetido. É importante utilizar a educação em saúde como forma de democratizar a informações científicas sobre saúde, conscientizando o paciente do seu papel de sujeito ativo na evolução do processo terapêutico. (Giovani, 2001). Para que alguém siga um tratamento, modifique seus hábitos, altere seu modo de vida ou adote novas condutas, é preciso muito mais que receber orientações, é preciso um entendimento do contexto em que as coisas ocorrem, por que ocorrem e o que pode ser feito para ser mudado. 13 Alguns aspectos devem ser destacados pelo enfermeiro durante o processo educativo, visando à adesão do paciente ao tratamento. · Sobre a doença – é importante procurar saber se o paciente entendeu o diagnóstico, o que é a doença, as possibilidades de cura, os fatores de riscos. · Sobre o tratamento – conhecer cada medicamento a ser utilizados, a dose, o horário, a via, os possíveis efeitos colaterais e o que fazer se ocorrerem, a duração do tratamento, as datas do retorno às consultas, a importância da assiduidade ao tratamento e as possíveis melhoras imediatas que não significam cura. · Sobre o seu modo de vida: se necessário evitar o álcool ou algum tipo de alimento por risco de interação com drogas utilizadas e possíveis riscos para o paciente; a importância do repouso diário e do uso de uma dieta saudável equilibrada, como coadjuvante do tratamento; se há necessidade de mudança de hábitos sexuais ou na rotina de seu trabalho profissional. · Sobre a sua família: algumas vezes o uso do medicamento requer a participação dos familiares que deverão estar a par da situação caso seja necessário algum tipo de ajuda ou interferência. · Sobre efeitos adversos: mesmo que não sejam freqüentes estes devem ser explicados ao pacientes, para que ele procure ajuda profissional imediatamente, caso ocorram. · Ser compreendido é a condição sine qua non para o sucesso ou não de um processo educativo. Certamente as causas do fracasso de um tratamento devem-se a fatores distintos, individuais e complexos, mas, pautando-se na prática, pode-se afirmar que, de maneira geral, a compreensão sobre o tratamento e a doença parece contribuir significativamente para o logrado êxito. O enfermeiro deve estar familiarizado com o manejo e conseqüentemente do uso dos fármacos. Dessa maneira, poderá obedecer aos cuidados devidos, reconhecer as principais manifestações adversas das medicações e orientar adequadamente o paciente e os familiares. 14 CAPÍTULO 3 MÉTODOS E RESULTADOS 15 3.0 – MÉTODOS E RESULTADOS O projeto de uma aplicabilidade da farmacologia em uma abordagem mais próxima da realidade da formação do profissional em questão. Para um nutricionista que para o completo conhecimento e avaliação de todos os níveis hematológicos, perfil patológico e também o conhecimento das condutas terapêuticas por ele utilizadas, faz com que este profissional possa ter um melhor entendimento e desenvolvimento desta atividade. O grande desafio de conhecimento para o nutricionista e exatamente o conhecimento antes de qualquer parte o conhecimento das interações fármaco-nutriente. O fundamento teórico importante para o conhecimento pelo nutricionista é uma formação inicial dos processos cinéticos e dinâmicos dos fármacos e bem como conhecer as vias e os efeitos nos processos de absorção dos fármacos e alimentos pelo trato gastro intestinal. Como parte dos conhecimentos cinéticos, ou seja, o conhecimento na velocidade de absorção, e os fatores interferentes como solubilidade, efeito do pH, o tamanho da molécula, a capacidade de interação com as membranas biológicas. Os fatores importantes relacionados à distribuição dos fármacos pela corrente sanguínea, onde ocorrem uma grande interação das moléculas do fármaco com as proteínas plasmáticas, e esse efeito é um ponto de grande importância nas interações entre os fármacos e os nutrientes, pois tanto os fármacos como os nutrientes têm grande afinidade pelas proteínas plasmáticas, e esta disputa competitiva, pode intensificar o efeito farmacológico de uma determinada droga ou mesmo em determinados casos ter uma intoxicação alimentar provocada pela utilização de determinadas drogas. Quando se abordar os conhecimentos dinâmicos dos fármacos, é de grande relevância observar os fatores que alteram a meia vida de uma droga, ou seja, o tempo que esta droga demora em perder sua concentração plasmática. Geralmente determinado alimento pode fazer com que o fármaco possa ser mais ou menos efeito devido a uma redução de sua meia vida. Mecanismo também envolvido na ação da droga, ou seja, a própria interação entre o fármaco com seu receptor específico, e sabe-se que esta interação ligada à concentração do mesmo no organismo pode alterar esta função. 16 3.1 - Adaptação das aulas com abordagem específica: De acordo com que foi discutido anteriormente, baseado nas descrições anteriores, as abordagens das aulas devem ser com aplicação e discussões voltadas para este tipo de conhecimento em que o aluno possa sempre fazer uma relação do assunto em questão. As aulas devem ser sempre mostradas a importância do conhecimento e em possa ser aplicado para uma melhor resolução de uma problemática aplicada a sua atividade fim. Cabe ao mestre sempre demonstrar a aplicabilidade do assunto diante de seus alunos. 3.2 - Metodologia aplicada: O conteúdo programático deve ser elaborado sempre com esta questão de aplicação. As dinâmicas com a turma devem sempre voltadas para mostrar o conteúdo relacionado com a atividade. · Apresentação de situação problema ou casos clínicos é uma forma muito saudável de fazer este relacionamento. Esta situação faz com que o aluno vivencie uma problemática real. Esta dinâmica aplicada se torna importante porque o aluno discute a aplicação e ao mesmo tempo fixa mais o conteúdo teórico, é fundamental para este entendimento. · Apresentação e pesquisa bibliográfica e seminário com apresentação oral e resumos de trabalho escrito com a abordagem específica: Neste tópico podemos sempre exercitar com que o aluno faça uma pesquisa bibliográfica do conteúdo básico e necessário para fixar o conteúdo fundamental. Em uma segunda etapa o aluno terá uma oportunidade de exercitar a capacidade de colocar todos este conteúdo de aprendizado em forma textual, evidenciado já uma aplicação deste conteúdo na sua atividade profissional. · Apresentação Oral e discussão da apresentação junto com a turma: Nesta etapa de aplicação, quando o aluno depois de ter feito uma pesquisa bibliográfica em conteúdo básico e também abordou este conteúdo aplicado ao desenvolvimento da atividade. · A discussão em sala de aula no momento da apresentação dos seminários junto com a turma é de grande importância, pois faz com que a turma como um todo, participe da discussão do tema. É de grande importância é também os alunos colocarem experiências do dia, ou experiências do cotidiano voltado para o tema. Gera muita discussão e uma solidificação dos fundamentos básicos do tema 17 CAPÍTULO 4 DISCUSSÃO 18 4.0 – DISCUSSÃO DOS MÉTODOS 4.1 – Apresentação oral de situação problema: Dentre as dinâmicas e artifícios didáticos aplicado e conhecidos, o estudo de casos clínicos ou situação problema torna o aprendizado mais consistente e uma maior fixação dos conceitos aplicados. A situação problema mostra uma realidade profissional e as possíveis dificuldades enfrentadas pelo profissional diante das situações. Com esta dinâmica o aluno visualiza e dificuldades e também se percebe uma avaliação do seu próprio conhecimento adquirido. Descobrem-se os tema nos quais deve ser reforçado. 4.2. – Aulas expositivas: As aulas expositivas servem para iniciar o primeiro contato do aluno com o tema, este apesar de ser uma dinâmica convencional na metodologia de ensino atual, o enfoque da disciplina de farmacologia para o enfermeiro e nutricionista deve ter um caráter não apenas de uma formação básica, e sim de uma visão aplicativo do conhecimento. A farmacologia é uma disciplina que não deve ter como característica principal, não apenas uma visão básica e sim de uma formação profissional. Baseado neste argumento, as aulas devem ser sempre abordadas, a aplicabilidade do conceito, demonstrando a importância na vida profissional do aluno. A utilização de exemplos reais faz como o mestre que lecionar esta disciplina tenha que se interagir com profissionais da área para que o mesmo possa dar esta noção para o aluno. 19 4.3 – Seminários com discussão: Dentre as atividades do enfermeiro a aplicação de situações problemas ou casos clínicos específicos, que demonstre uma condição em que o aluno possa estar em contato com uma situação típica de sua futura vivência profissional. Em muitos casos o próprio profissional tem uma sensação muito próxima do ele irá vivenciar. A importância da escolha de um tema específica da atividade, bem como algum tema em que o aluno já tenha vivenciado ou mesmo tenha afinidade, faz com que a pesquisa e o estudo tenham grande êxito. Aliado a uma apresentação do grupo ou aluno, também é de grande importância o mestre provocar questionamento e simular situações mais complicada dentro do assunto abordado, com isso o aluno se torna obrigado a dar uma solução coerente diante do fato declarado ou mesmo ao assunto discutido. Esta técnica tem como resultado uma melhor fixação do assunto e também uma pequena vivencia teórica. A escolha dos temas para apresentação do seminário deve seguir a um critério de aplicabilidade do tema. · Os temas para área de enfermagem devem englobar assunto relacionado à aplicação e administração dos fármacos, atenção ao paciente que faz uso de medicamento, cuidados na preparação, conservação dos medicamentos, as incompatibilidades entre os medicamentos, e entre as soluções diluentes ou veículos de infusão. O conhecimento sobre os mecanismos de ação dos fármacos relacionando com isto uma provável ordem de infusão. · Os temas para área dos nutricionistas devem ser de escolha prático teórica, abordando temas como sendo, interações entre drogas e alimentos, droga com álcool, drogas com drogas, condições fisiológicas dos pacientes, como função gástrica, renal, hepáticas, todos são conceitos nos quais o aluno tenha uma noção exata de sua aplicação. 20 CONCLUSÃO · Baseado nos objetivos propostos por este trabalho, pode-se concluir que as atividades desenvolvidas em sala de aula, despertam no aluno um maior interesse pelos temas apresentados. · O despertar do interesse do aluno em desenvolver um aprofundamento do tema, pois a mesmo esta vivenciando uma realidade bem próxima daquela prevista na atividade profissional. · Foi observado que os resultados obtidos com a prática aplicada da disciplina de farmacologia gerou-se um ambiente de discussão, onde pode constatar que houve um reforço do aprendizado. · Observou-se que houve uma grande procura pelos alunos, dos profissionais atuando em cada tema proposto, ocorrendo visitas em locais da própria atuação do futuro profissional. · Com as visitas em locais de atuação do profissional, o aluno passa ter um contato e familiarizar com o ambiente profissional, e suas realidades. · Para o discente de enfermagem, esta visitação é muito importante, pois o conhecimento de um ambiente hospitalar, e seu contato com as várias realidades de um hospital proporcionam um conhecimento e contato prévio das rotinas básicas profissionais. · Esta abordagem de assuntos aplicados a cada área de conhecimento, faz com que o docente atualize seus conhecimentos, e desenvolva aulas específicas para curso nas quais irá atuar. 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. SOARES, R, Nelma, Administração medicamentos na enfermagem, editora EPUB, 2001, Rio de Janeiro, RJ 1ª edição. 2. GIOVANI, M.M, Arlete, Cálculo e administração de medicamentos, editora Legnar LTDA, 4ª edição, 2001, São Paulo, SP. 3. UTYAMA, A, K. IWA, Matemática aplicada à enfermagem, editora Atheneu, 1ª edição, 2003, São Paulo – SP. 4. RANG, H.P, DALE, M.M, RITTER, J.M, Farmacologia, 4ª edição, editora Guanabara Koogan, 2001, Rio de Janeiro, RJ. 5. SILVA, Penildon, Farmacologia, 6ª edição, editora Guanabara Koogan, 2002, Rio de janeiro, RJ. 6. SGARBIERI, Valdemiro, Alimentação e Nutrição, editora ALMED, 1987, São Paulo, SP. 7. KAYE, A. Mary, Farmacologia para enfermagem, 9ª edição, 2004, editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, RJ. 8. LULLMANN, H, Farmacologia, texto e Atlas, 4ª edição, editora ARTMED, 2004, Porto Alegre, RS. 9. LAKATOS, E.M., Marconi, m. ª Metodologia científica. São Paulo: Atlas. 1989p238 10. SEVERINO, A.J. Metodologia do trabalho científico. 17ed. São Paulo: Córtex& Moraes. 1991.p252 11. MARCONI, M. ª,LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa. São Paulo.Atlas. 1988.p205 22