14.02.16 / DOMINGO / DIÁRIO DO MINHO 03 www.diariodominho.pt Braga Perguntas ao ministro foram previamente selecionadas. Lição sobre Orçamento do Estado lotou a sala da Federação do PS. Avelino Lima Ministro da Economia não exclui necessidade de corte de um subsídio joaquim martins fernandes O O ministro da Economia reforçou ontem a ideia que «o mudar da página da austeridade» não vai ser feito contra a consolidação orçamental nem à custa do aumento da dívida pública. O alívio da carga fiscal sobre os cidadãos «mais desfavorecidos» e sobre Ministro da Economia esteve ontem em Braga a explicar Orçamento do Estado para 2016 sidade de acompanhar e de monitorizar a necessidade de mais medidas até abril é o que é normal no quadro europeu», disse Caldeira Cabral, antecipando que, em abril, poderá haverá dados mais concretos, quando o Governo apresentar à Comissão Europeia «as medidas Necessidade de receita ditou aumento dos combustíveis O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, assumiu ontem que foi a necessidade de aumentar a receita do Estado que ditou a subida imediata do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP), que era apenas expectável que ocorresse após a aprovação do Orçamento do Estado para 2016. O governante desdramatiza a subida dos combustíveis, em 7,5 cêntimos por litro só por conta do imposto cobrado pelo Estado e defende que o agrava- para o orçamento de 2017, que será, depois, apresentado em setembro. O governante, que falava à margem da sessão de esclarecimento sobre o Orçamento do Estado para 2016, deixou a ideia de que só no início do segundo trimestre é que haverá dados mais con- mento não tem efeitos recessivos na economia, por se tratarem de produtos importados. Questionado pelo DM sobre as críticas que foram feitas ao Governo pelo aumento inesperado do ISP, o governante disse que as empresas «fazem o seu papel». «O aumento foi moderado e apenas pôs os preços ao nível de dezembro de 2015», disse, acrescentando que os preços da gasolina e do gasóleo «continuam muito mais baixos do que há um ano atrás». «Em grande parte, o que o aumento do ISP fez foi repor o que se tinha cretos. «Em abril e em maio, vamos ter que estar muito atentos à execução orçamental, para ver se as metas que estamos a propor vão permitir o nível de equilíbrio das contas públicas que nos propomos atingir no fim do ano», sublinhou, vincando que «os avisos» que a Comissão Europeia fez a Portugal «também foram feitos a outros países». Manuel Caldeira Cabral considerou que a “luz verde” que Bruxelas atribuiu ao orçamento português foi positivo, apesar de «manter sempre um pé atrás». diminuído, em termos de carga fiscal, com a redução do IVA. Não há aqui um efeito de enorme agravamento. Há um aumento de imposto, que é necessário por razões de receita», sublinhou. Caldeira Cabral assumiu o aumento do ISP como contrapartida à redução de outros impostos. «Lá está: é o equilíbrio deste orçamento. Há uma redução dos impostos sobre o trabalho, uma redução do IVA da restauração, mas há um agravamento de impostos sobre produtos que são, essencialmente, importados, e que não terão um impacto recessi- os funcionários públicos tem como contrapartida o aumento de outros impostos. As contas de Caldeira Cabral preveem «uma forte redução» do défice, num ano que ficará marcado pelo «acelerar do crescimento económico e do emprego».. Avelino Lima ministro da Economia não excluiu a necessidade de o Governo ter de cortar, este ano, um subsídio ao rendimento dos portugueses, no quadro de um agravamento das contas públicas. Manuel Caldeira Cabral considera que o “Plano B” que Bruxelas exigiu ao ministro das Finanças para aplicar num cenário de derrapagem orçamental «é um procedimento normal» e assegura que, no quadro atual, «não há previsão de mais medidas» de austeridade. Questionado pelo Diário do Minho sobre a eventualidade de os portugueses perderem um subsídio, no cenário negativo de descrontolo orçamental, o governante não declinou essa possibilidade. «Há uma abertura [do Governo], no quadro da negociação com a União Europeia e do semestre europeu. O que se falou sobre a neces- Destaque Combustíveis subiram 7,5 cêntimos/litro vo ou de destruição de emprego como tiveram aumentos de imposto sobre produtos produzidos localmente».