Orientando o Paciente

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Orientando o Paciente
Orientando o Paciente
O papel da osteoporose na Odontologia
The role of osteoporosis in Dentistry
À esquerda osso normal. À direita osso com osteoporose
1. Como pode ser definida a osteoporose?
A osteoporose é uma doença osteometabólica
caracterizada por perda de massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo com
consequente fragilidade óssea e maior suscetibilidade a fraturas.
Sérgio Spezzia –
Cirurgião-Dentista e
especialista em Saúde
da Mulher no Climatério
pela Faculdade de Saúde
Pública da Universidade
de São Paulo, membro da
Liga de Osteoporose da
Faculdade de Medicina da
USP em 2009
Recebido em: ago/2013
Aprovado em: mar/2014
Autor para
correspondência:
Sérgio Spezzia
Rua Silva Bueno, 1001
Ipiranga - São Paulo – SP
04208-050
Brasil
[email protected]
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2. Quais os sinais mais comuns causados
por essa doença no sistema maxilofacial?
A osteoporose em âmbito bucal irá se manifestar, partindo de um quadro sistêmico de comprometimento do paciente. O osso osteoporótico pode
ser encontrado na maxila e mandíbula, influenciando diversos procedimentos odontológicos,
tais como: nas circunstâncias clínicas em que se
procede ao tratamento, utilizando-se de implantes
osseointegrados, a osseointegração pode ser prejudicada, podendo representar a osteoporose um fator de risco para o paciente em algumas situações;
nos pacientes edêntulos e portadores de osteoporose, a reabsorção óssea alveolar pós-exodontia
pode ser aumentada e tornar-se severa, advindo de
fatores sistêmicos, tal como ocorre quando existe
a presença da osteoporose, esta que irá interagir,
possivelmente para aumentar a reabsorção do rebordo residual; além disso, a doença pode causar
alterações periodontais ou o agravamento de problemas periodontais preexistentes, podendo levar
ao aparecimento de mobilidade dentária e a perdas
dentárias, portanto, o Cirurgião-Dentista no ato
da terapia e da instrumentação periodontal deve
permanecer atento. A perda óssea bucal pode es-
tar relacionada com a perda óssea sistêmica. Pode
ocorrer a reabsorção óssea do rebordo alveolar e
a redução óssea alveolar, sem que haja evidência
local para causá-las. Em contrapartida, para comparação do fato, uma evidência clínica comumente encontrada após exodontias é a ocorrência de
reabsorção óssea, independentemente do paciente
possuir ou não osteoporose.
3. Qual é o exame mais utilizado para detecção da osteoporose em âmbito bucal?
O osso osteoporótico mostra-se muito mais poroso do que o osso normal, resultado do processo
aumentado de reabsorção óssea, que é proveniente de atividade predominantemente osteoclástica
e ocorrem modificações na arquitetura trabecular
óssea. A doença causa redução do trabeculado ósseo e do osso cortical, fato que pode ser visualizado
pelo exame radiográfico. Geralmente emprega-se a
radiografia panorâmica para tal, já que o trabeculado ósseo é facilmente visualizado nessas radiografias. Esta técnica é de fácil realização e pode
ser executada na rotina odontológica sem maiores
problemas. Sabe-se que dentre as técnicas disponíveis para uso, esta é a menos custosa.
4. Qual o papel do Cirurgião-Dentista no
diagnóstico da doença?
Muitas vezes o paciente desconhece a existência da doença e é o Cirurgião-Dentista que ao
intervir, realizando sua conduta clínica, levanta a
suspeita diagnóstica através de exame radiográfico
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odontológico. Posteriormente, a confirmação desse diagnóstico radiográfico deverá ser complementada através do encaminhamento do paciente para atendimento médico, no intuito de
possibilitar o feitio de exames e a realização da densitometria
óssea, recurso diagnóstico que é considerado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), desde 1994, como padrão ouro para
a detecção da osteoporose.
5. Qual é a importância da suspeita diagnóstica levan-
tada pelo Cirurgião-Dentista e confirmada posteriormente pelo médico, quais implicações essa prática acarretará
para a prática clínica odontológica?
Uma vez reconhecida a doença pelo Cirurgião-Dentista e feito o encaminhamento para tratamento médico numa fase em
que não existe muita perda óssea, pode-se ter menos repercussões ou sequelas nos ossos do complexo maxilofacial, reduzindo-se eventuais complicações que poderiam interferir desfavoravelmente nas condutas clínicas odontológicas, dificultando-as.
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