prevalência e fatores de risco da diarréia viral

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
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PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO DA DIARRÉIA VIRAL BOVINA NA
MICRORREGIÃO DE TERESINA-PI
Pryscyla Silva Lucena (ICV/UFPI), Taciana Galba da Silva Tenório (Orientadora, Depto de
Clínica e Cirurgia Veterinária – UFPI
Introdução
A bovinocultura é uma atividade em efetiva expansão, no país. Segundo dados oficiais divulgados em 2009, a quantidade nacional de bovinos é de 205,292 milhões de cabeças, um acréscimo significativo em
relação anos anteriores. Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina e o primeiro
classificado como exportador deste produto (IBGE, 2010).
Este vírus é considerado um dos principais patógenos de bovinos que acarreta perdas econômicas
significativas nas explorações bovinas de corte e leite. Apesar de produzir, no hospedeiro, diversos efeitos
deletérios nos diferentes sistemas do organismo, as perdas reprodutivas são notadamente, as mais evidentes
(GROOMS, 2004). Tradicionalmente, as manifestações da infecção pelo BVDV são apresentadas em três
categorias: infecção pós-natal ou BVD, infecção fetal e doença das mucosas (POTGIETER, 2004). A infecção
natural pelo BVDV pode ocorrer em bovinos, como também em outras espécies (HOUE, 1995; POTGIETER,
2004).
Fatores ambientais tais como aptidão do gado (leite ou carne), a densidade da população, vacinação,
tipo de exploração e as práticas de biossegurança influenciam a gravidade e a prevalência da doença em
determinados rebanhos (CANÁRIO et al. 2009). Em vista disso o objetivo desse trabalho é estudar a Prevalência
e Fatores de Risco da Diarréia Viral Bovina em rebanhos bovinos da Microrregião de Teresina-Pi.
Metodologia
A pesquisa foi realizada em 13 rebanhos, identificada pelas letras do alfabeto: A, B, C, D, E, F, G, H, I,
J, K, N, O. Nos animais eram realizados vermifugações periódicas, o controle de ectoparasitas e vacinações
contra febre aftosa, raiva e as principais clostridioses. Em nenhum dos rebanhos era realizada a vacinação das
bezerras contra, Diarreia Viral Bovina e Brucelose.
Foram realizados exames clínicos dos bovinos a campo e a coleta de sangue destes animais e levadas ao
Laboratório da Clínica de Grandes Animais da UFPI, onde foram protocolados e processados para o envio ao
Laboratório de Viroses de Bovídeos do Instituto Biológico de São Paulo, onde foi realizado o teste sorológico de
soroneutralização (SN). O cálculo das prevalências foi utilizado para estimar a doença no rebanho e sua
distribuição.
Resultados e Discussão
A prevalência da infecção pelo BVDV para as amostras examinadas foi de 24,18% (89/368)
de animais reagentes e 75,82% (279/368) não reagentes, distribuídos em 100% (13/13) dos rebanhos
estudados, conforme demonstrados na Tabela 1, que enfatiza o número percentual de bovinos
reagentes e não reagentes do total de amostras.
Tabela 1 – Resultados obtidos da Diarreia Viral Bovina em rebanhos da
Microrregião de Teresina no Estado do Piauí. Teresina – 2015
Sorologia (RIFI)
Número de Animais
Frequência Relativa
(%)
75,82%
Reagentes
279
Não Reagentes
89
24,18%
TOTAL
368
100
VN: Vírus Neutralização
Foram analisadas um total de 368 amostras de soro sanguíneo de bovinos e conforme evidenciado na
Tabela 2 verificou-se oscilações nos percentuais de animais reagentes nos diferentes municípios estudados,
indicando uma prevalência globalizada de 24,18%. Segundo Ribeiro et al. (1987) o estado da Bahia foi
detectado, uma amostragem de 1.618 soros, 237(14,64%) soropositivos. No estado de Pernambuco, após
realização da soro neutralização para BVD em288 soros bovinos, obtiveram uma prevalência de 72,6 %
(CASTRO et al.,1993).
Tabela 2 – Distribuição das taxas de prevalência de bovinos reagentes segundo a técnica de Vírus
Neutralização para BVDV em rebanhos mestiços criados nos municípios da Microrregião de Teresina,
Estado do Piauí. Teresina – 2015
Rebanho
Municípios
A
B
Teresina
Lagoa
Alegre
José de
Freitas
União
Nazária
Beneditinos
Demerval
Lobão
Miguel Leão
Altos
Monsenhor
Gil
Pau d’arco
Lagoa do
Piaui
Curralinhos
C
D
E
F
G
H
I
J
K
N
O
TOTAL
13
Reagentes
(%)
3
2
10%
6,5%
17
56,7%
27
26
4
0
Não
Reagentes
27
29
(%)
Total
90%
93,5%
30
31
13
43,3%
30
90,0%
86,7%
13,8%
0%
3
4
25
30
10%
13,3%
86,2%
100%
30
30
29
30
0
0
5
0%
0%
20%
27
30
20
100%
100%
80%
27
30
25
1
4
3,3%
16%
20
21
66,7%
84%
30
25
0
0%
30
100%
30
279
-
89
-
368
A variação dos resultados se deve aos diferentes sistemas de criação empregado nas fazendas, bem
como o manejo e a origem desses animais, reflete uma pré-exposição ao BVDV em algum momento de sua vida.
Segundo Houe, 1999, o sistema de criação extensivo não favorece a transição do vírus quando comparado aos
sistemas intensivos e semi-intensivos já que nestes o contato direto é mais provável que aconteça, sendo esta a
forma mais comum de transmissão do BVDV. Em algumas propriedades com sistema de criação extensivo
apresentaram alta prevalência de animais reagentes, podendo ser explicada pela introdução de um animal no
rebanho ou mesmo pela origem dos bovinos desconhecida.
Diante dos estudos de Quincozes et al., (2007) e por Frandolozo et al., (2008) realizados, no estado do
Rio Grande do Sul e na região de Goiás utilizando a soro prevalência realizados com bovinos adultos e por
Samara et al., (2004), afirmam que a maioria dos animais analisados apontam soro reatividade contra o BVDV, é
possível inferir que a prevalência da Diarreia Viral Bovina rebanho da Microrregião de Teresina no Estado do
Piauí está um pouco abaixo do esperado, quanto comparado a prevalência dos demais estados e regiões deste
país.
Conclusão
De acordo com os resultados obtidos, é possível concluir que o Vírus da Diarréia Viral Bovina está
presente na população de bovinos da microrregião de Teresina, pois alguns animais foram reagentes frente ao
teste sorológico de vírus neutralização, embora algumas propriedades não possuísse pelo menos um animal
reagente, essa diferença de resultados se deve ao manejo, e a procedência dos bezerros comprados, é necessário
executar medidas sanitárias, evitando assim a disseminação do vírus e o avanço epidemiológico da Diarréia Viral
Bovina e perdas na cadeia produtiva da bovinocultura piauiense.
Referências
IBGE. Censo Agropecuário, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2009. Disponível em:
<http://www.ibge.gov. br/home>. Acesso em: 15, de julho de 2015.
CANÁRIO, R., SIMÕES, J., MONTEIRO, M.H., MIRA, J.C. Diarreia Viral Bovina: uma afecção multifacetada.
Veterinaria.com. pt, Vol. 1 Nº 2: e6. Acedido em http://www.veterinaria.com.pt, em (data de acesso: 21.02.15)
2009.
CASTRO, R. S., MELO, L. E. H., ABREU, S. R. O., MUNIZ, A. M. M., ALBUQUERQUE, A. P. S. Anticorpos
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Palavras-chaves: bovino, diarréia, viral.
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