DOR TORácicA - Hospital Bandeirantes

Propaganda
Centro de Cardiologia
Dor Torácica
Nossa abordagem na emergência
Dor Torácica
Nossa abordagem na emergência
Dor Torácica
Nossa abordagem na emergência
Heron Rhydan Saad Rached
Alexandre Volney Villa
Autores
DR. HERON RHYDAN SAAD RACHED
Coordenador Médico do Centro de Cardiologia Clínica e Métodos Diagnósticos não Invasivos
Cardiovasculares do Hospital Bandeirantes
DR. ALEXANDRE VOLNEY VILLA
Médico do Centro de Cardiologia Clínica e Métodos Diagnósticos não Invasivos Cardiovasculares
do Hospital Bandeirantes
Colaboradores
DR. MÁRIO LÚCIO A. BAPTISTA FILHO
Diretor Clínico do Hospital Bandeirantes
DR. MIGUEL ANTÔNIO MORETTI
Gerente Médico e Médico-Chefe da Unidade Coronária do Hospital Bandeirantes
DR. MARCELO JOSÉ DE CARVALHO CANTARELLI
Coordenador do Serviço de Hemodinâmica do Hospital Bandeirantes
DR. HÉLIO JOSÉ CASTELLO JUNIOR
Coordenador do Serviço de Hemodinâmica do Hospital Bandeirantes
DR. JOÃO VICENTE DA SILVEIRA
Médico-Chefe da Equipe de Hemodinâmica do Hospital Bandeirantes
DR. LUIZ BORGES HARADA
Médico do Centro de Cardiologia Clínica e Métodos Diagnósticos não Invasivos Cardiovasculares
do Hospital Bandeirantes
DRA. ELIZANDRA TISO VINHAS GOULART COPOLA
Médica Assistente da Cardiologia do Hospital Bandeirantes
DR. FARES G. ABDULMASSIH
Médico Assistente da Cardiologia do Hospital Bandeirantes
DR. TÚLIO A. COSTA DE MEDEIROS
Médico Assistente da Cardiologia do Hospital Bandeirantes
ÍNDICE
FLUXOGRAMAS
Dor torácica no Pronto-Socorro...............................................................................................................................................10
IAM com Supradesnível de ST...................................................................................................................................................11
IAM com Supradesnível de ST com Δt de dor <12 horas........................................................................................12
SCA sem Supradesnível de ST...................................................................................................................................................13
Dor Torácica não Isquêmica........................................................................................................................................................14
Suspeita de Dissecção Aguda de Aorta..............................................................................................................................15
Suspeita de Tromboembolismo Pulmonar.......................................................................................................................16
Suspeita de Tromboembolismo Pulmonar de Não Alto Risco..............................................................................17
Tratamento do Tromboembolismo Pulmonar de Não Alto Risco......................................................................19
TABELAS – HOSPITAL BANDEIRANTES
Classificação da Dor Torácica Segundo o Estudo CASS.............................................................................................20
Probabilidade que os Sinais e Sintomas Representem uma Síndrome Coronária Aguda Secundária
à Doença Arterial Coronária........................................................................................................................................................21
Risco de Morte ou Infarto não Fatal a Curto Prazo nas Síndromes Coronárias Agudas sem
Supradesnível do Segmento ST...............................................................................................................................................22
Escore de Risco de TIMI para Morte, (Re)Infarto e Revascularização de Urgência em 14 Dias nas
Síndromes Coronárias Agudas sem Supradesnível do Segmento ST..............................................................24
Classificação de Standford das Dissecções da Aortas................................................................................................25
Estratificação do Risco de Morte Precoce no TEP.........................................................................................................26
Escores Clínicos para Avaliação da Probabilidade Pré-Teste em Pacientes com Suspeita de TEP..27
PRESCRIÇÕES
Algoritmos de Identificação do Paciente...........................................................................................................................30
IAM com Supradesnível de ST para Intervenção Coronária Percutânea (ICP) Primária.........................31
IAM Com Supradesnível de ST para Fibrinólise..............................................................................................................32
SCA Sem Supradesnível de ST...................................................................................................................................................33
TEP de Alto Risco...............................................................................................................................................................................34
POSOLOGIA DAS MEDICAÇÕES
Síndrome Coronária Aguda (SCA)...........................................................................................................................................35
Tromboembolismo Pulmonar...................................................................................................................................................42
Tromboembolismo Venoso........................................................................................................................................................43
GLOSSÁRIO..........................................................................................................................................................................................50
10
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
FLUXOGRAMAS
ABORDAGEM
DADor
DOR
TORÁCICA
NO PRONTO-SOCORRO
Abordagem da
Torácica
no Pronto-Socorro
FLUXOGRAMA
1: 1:
Dor
Torácica
FLUXOGRAMA
Dor
TorácicanonoPronto-Socorro
Pronto-Socorro
Dor Torácica no Pronto-Socorro
História Clínica + Exame Físico
EGG (∆t máximo: 10 min)
IAm Com
Supradesnível de ST ou
BRE presumivelmente
novo
SCA
Sem Supradesnível
de ST
Fluxogramas
2e3
Fluxograma
4
Angina Estável
Crônica
Fluxogramas
5a9
Medicação antianginosa
Acompanhamento
ambulatorial com
cardiologista
Legenda
EGG - Eletrocardiograma
BRE - Bloqueio do Ramo Esquerdo
SCA - Síndrome Coronária Aguda
Dor não
Isquêmica
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
11
ABORDAGEM
DA DOR
TORÁCICA
NO
PRONTO-SOCORRO
Abordagem
da Dor
Torácica no
Pronto-Socorro
FLUXOGRAMA
2: IAM 2:
com
de STde ST
FLUXOGRAMA
IAMSupradesnível
com Supradesnível
Supradesnível de ST ou BRE
presumivelmente novo
Nitrato SL e novo ECG
Reversão completa do
supradesnível de ST
Supradesnível de ST mantido
Iniciar Terapia Adjuvante
Tratar como SCA sem
supradesnível de ST de
alto risco (Fluxograma 4)
∆t de dor < 12 horas
∆t de dor > 12 horas
Fluxograma 3
Isquemia Persistente ou Recorrente?
Sinais de Insuficiência Cardíaca?
Choque Cardiogênico?
Instabilidade Hemodinâmica?
Taquicardia Ventricular Sustentada?
SIM
ICP Primária
NÃO
UCO
Terapia Adjuvante
Ecocardiografia
Cateterismo < 72 horas
Legenda
IAM - Infarto Agudo do Miocárdio
BRE- Bloqueio do Ramo Esquerdo
SL - Sublingual
ECG - Eletrocardiograma
SCA - Síndrome Coronária Aguda
ICP - Intervenção Coronária Percutânia
UCO - Unidade Coronária
12
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Abordagem
da Dor
no Pronto-Socorro
ABORDAGEM
DATorácica
DOR TORÁCICA
NO PRONTO-SOCORRO
FLUXOGRAMA
3: 3:
IAM
com
Supradesnível
de ST
∆t de
< 12<horas
FLUXOGRAMA
IAM
com
Supradesnível
de com
ST com
Δtdor
de dor
12 horas
Δt de dor < 12 horas
ICP Disponível ou
Fibrinólise Contraindicada
ICP Primária
(meta porta-balão: 90 min)
ICP não Disponível
Δt de dor < 3 horas
Δt de dor entre 3 e 12 horas
Avaliar Retardo
Relativo à ICP*
> 60 min
< 60 min
Fibrinólise
(meta porta-agulha: 30 min)
NÃO
Critérios de Reperfusão?
ATC de Resgate
Legenda
IAM - Infarto Agudo do Miocárdio
ICP - Intervenção Coronária Percutânia
ATC - Angioplastia
UCO - Unidade Coronária
Cate - Cateterismo Cardíaco (Cineangiocoronariografia)
Transferência Inter-Hospitalar
para ICP Primária
SIM
UCO
Terapia Adjuvante
Ecocardiografia
Cate em 3-24 horas
após a Fibrinólisae
*O Retardo Relativo à ICP refere-se à diferença
de tempo entre a ICP (tempo estimado
porta-balão) e a fibrinólise (tempos estimado
porta-agulha). Quando esse tempo é maior
que 60 minutos, perde-se o benefício da ICP
sobre a fibrinólise.
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
13
Abordagem da DA
DorDOR
Torácica
no Pronto-Socorro
ABORDAGEM
TORÁCICA
NO PRONTO-SOCORRO
FLUXOGRAMA 4: SCA sem Supradesnível de ST
FLUXOGRAMA 4: SCA sem Supradesnível de ST
SCA sem supradesnível
de ST
Terapia Adjuvante
ECG Seriados (0, 3, 6 a 9h)
MNM Seriados (0, 3, 6 a 9h)
Ecocardiografia
Estratificação de Risco
Escores de Risco: Braunwald (padrão Bandeirantes) e/ou TIMI
Avaliação da Cardiologia
ALTO RISCO
ECG: Infradesnível de ST
ou Alteração Dinâmica
MNM: Positivos
RISCO
INTERMEDIÁRIO
FE < 40%
ATC < 6 meses
RM Prévia
Isquemia Persistente ou Recorrente?
Sinais de Insuficiência Cardíaca?
Choque Cardiogênico?
Instabilidade Hemodinâmica?
Taquicardia Ventricular Sustentada?
SIM
SIM
Estratificação
Não Invasiva em 12-24h:
TE, ECO-Stress, MN, RMC
ou TC*
NÃO
NÃO
Cate em
24-72h
Cate
Imediato
BAIXO RISCO
Cate em
12-24h
Estratificação
Não Invasiva em 48-72h:
TE, ECO-Stress, MN, RMC
ou TC*
POSITIVO
Cate
Legenda
SCA - Síndrome Coronária Aguda
ECG - Eletrocardiograma
MNM - Marcadores de Necrose Miocárdica
FE - Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo
ATC - Angioplastia
RM - Cirurgia de Revascularização Miocárdica
TE - Teste Ergométrico
ECO-Stress - Ecocardiografia sob Estresse
MN - Medicina Nuclear (Cintilografia de Perfusão
Miocárdica)
RMC - Ressonância Magnética Cardiovascular (RMC de
Perfusão Miocárdica com Vasodilatadores ou RMC sob
Estresse com Dobutamina)
TC - Angiotomografia de Coronárias
Cate - Cateterismo Cardíaco (Cineangiocoronariografia)
NEGATIVO
POSITIVO
NEGATIVO
Considerar outras
causas de dor torácica
Cate
*A angiotomografia de coronárias não utiliza os estresses
físico e farmacológico, não necessitando de tempo
adicional após a estratificação de risco para ser realizada.
14
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
ABORDAGEM DA DOR TORÁCICA NO PRONTO-SOCORRO
Abordagem da Dor Torácica no Pronto-Socorro
FLUXOGRAMA
Dor Torácica
não Isquêmica
FLUXOGRAMA
5: Dor5:Torácica
não Isquêmica
Dor não Isquêmica
Suspeita de Etiologia
com Risco de Morte?
SIM
SIM
SIM
SIM
NÃO
Suspeita de
Dissecção
Aguda da Aorta
Suspeita de TEP
Suspeita de
Pneumotórax
Hipertensivo
Suspeita de
Ruptura
Esofágica
Espontânea e
Mediastinite
Investigação e
tratamento conforme
diagnóstico
Considerar alta e
acompanhamento
ambulatorial
Fluxograma 6
Fluxogramas
7a9
História Clínica
e Exame Físico
compatíveis
Toracocentese
com agulha
imediata
Drenagem
Torácica
Legenda
TEP - Tromboembolismo Pulmonar
VO - Via Oral
SNG - Sondagem Nasogástrica
NP - Nutrição Parenteral
Radiografia de
Tórax
Confirmação
Diagnóstica:
Esofagograma com
Contraste Hidrossolúvel
ou Tomografia
Computadorizada
Antibioticoterapia,
Jejum VO,
SNG e NP
Cirurgia de
Urgência
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
15
ABORDAGEM DA DOR TORÁCICA NO PRONTO-SOCORRO
FLUXOGRAMA
6: Suspeita de Dissecção Aguda de Aorta
Abordagem da Dor Torácica no Pronto-Socorro
FLUXOGRAMA 6: Suspeita de Dissecção Aguda de Aorta
Suspeita de Dissecção
Aguda da Aorta
Paciente com
Estabilidade
Hemodinâmica
Paciente com
Instabilidade
Hemodinâmica
TC, ECO TE,
RMC ou
Aortografia
Ecocardiografia
Transesofágica na sala
de emergência ou TC
Diagnóstico Confirmado
Iniciar terapia medicamentosa:
1. β-Bloqueador IV: meta de FC = 60 a 70 bpm
2. Nitroprussiato de Sódio IV: meta de PAS = 100 a 120 mmHg
Comunicar a Cirurgia Cardíaca, a Hemodinâmica e a Unidade de
Terapia Intensiva.
Stanford
Tipo A
Cirurgia de
Emergência
Stanford
Tipo B
Complicada
Não
Complicada
Cirurgia de
Emergência ou
Tratamento
Endovascular
em casos
selecionados
Tratamento
Clínico ou
Tratamento
Endovascular
em casos
selecionados
Legenda
TC - Tomografia Computadorizada
ECO TE - Ecocardiografia Transesofágica
RMC - Ressonância Magnética Cardiovascular
IV - Intravenosa
FC - Frequência Cardíaca
PAS - Pressão Arterial Sistólica
16
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
ABORDAGEM DA DOR TORÁCICA NO PRONTO-SOCORRO
Abordagem da Dor Torácica no Pronto-Socorro
FLUXOGRAMA
7: Suspeita
de Tromboembolismo
Pulmonar
FLUXOGRAMA
7: Suspeita
de Tromboembolismo
Pulmonar
Suspeita de TEP
Estratificação de Risco
Alto Risco
(considerar probabilidade alta)
• Choque
• Hipotensão (PAS < 90 mmHg)
Não Alto Risco
• Avaliar Probabilidade Pré-Teste
• Escores: Wells (padrão Bandeirantes),
Geneva Original ou Geneva Revisado
Iniciar HNF IV
TC disponível de imediato?
Fluxograma 8
NÃO
SIM
Ecocardiografia
NEGATIVO
Considerar outro
diagnóstico*
POSITIVO
Sinais Diretos:
Trombo em AD,
VD ou Artéria
Pulmonar
Sinais
Indiretos:
Sobrecarga
do VD
*Pacientes de alto risco e com instabilidade hemodinâmica que
apresentam ecocardiografia negativa possuem baixa probabilidade
de o quadro clínico ser devido ao TEP, devendo ser suspeitado de
outras etiologias. Porém, devido a resultados falso-negativos
relatados, pode-se considerar a realização da tomografia com
multidetectores em casos em que ainda há dúvida sobre o
diagnóstico.
#
Em pacientes de alto risco e com apenas sinais indiretos de TEP pela
ecocardiografia, outros exames como a ecocardiografia transesofágica
e a TC podem ser realizados para confirmação diagnóstica, porém, são
inapropriados se não houver melhora da instabilidade hemodinâmica
e, neste caso, o tratamento não deve ser postergado.
Legenda
TEP - Tromboembolismo Pulmonar
PAS - Pressão Arterial Sistólica
HNF - Heparina Não Fracionada
IV - Intravenosa
TC - Tomografia Computadorizada
AD - Átrio Direito
VD - Ventrículo Direito
Paciente
estável e TC
Disponível
Angiotomografia de Tórax
Protocolo TEP
Paciente instável ou
outros exames não
disponíveis#
POSITIVO
Fibrinólise
Contraindicada?
NEGATIVO
Considerar outro
diagnóstico
NÃO
SIM
Fibrinólise
Imediata
Considerar
• Embolectomia Cirúrgica
• Embolectomia por Cateter
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
17
ABORDAGEM
DA DORno
TORÁCICA
NO PRONTO-SOCORRO
Abordagem
da Dor Torácica
Pronto-Socorro
FLUXOGRAMA
8: Suspeita
de Tromboembolismo
Pulmonar
Não
Alto(Parte
Risco1)(Parte 1)
FLUXOGRAMA
8: Suspeita
de Tromboembolismo
Pulmonar
de Nãode
Alto
Risco
Suspeita de TEP de Não Alto Risco
• Avaliar Probabilidade Pré-Teste
• Escores: Wells (padrão Bandeirantes),
Geneva Original ou Geneva Revisado
Probabilidade Intermediária
Probabilidade Baixa
D-Dímero Látex
NEGATIVO
Iniciar Tratamento:
1. Enoxaparina SC
2. HNF IV¹
POSITIVO
TEP Excluído
RX de Tórax Normal
e
Insuficiência Renal?
SIM²
Cintilografia V/Q
Normal
Alta
Probabilidade
TEP
Excluído
TEP
Confirmado
(Fluxograma 9)
Probabilidade Alta
NÃO
Angiotomografia de Tórax
Protocolo TEP
Inconclusivo
Probabilidade
Pré-Teste
Alta³
Doppler de
MMII
NEGATIVO
POSITIVO
TEP
Excluído
TEP
Confirmado
(Fluxograma 9)
NEGATIVO
POSITIVO
Probabilidade Pré-Teste Baixa
ou Intermediária
Probabilidade
Pré-Teste Alta4
TEP
Excluído
Arteriografia
Pulmonar
TEP
Excluído
NEGATIVO
TEP
Confirmado
(Fluxograma 9)
POSITIVO
TEP
Confirmado
(Fluxograma 9)
18
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
ABORDAGEM DA DOR TORÁCICA NO PRONTO-SOCORRO
FLUXOGRAMA
8: Suspeita
Pulmonar de Não Alto Risco (Parte 2)
Abordagem da Dor
Torácicade
noTromboembolismo
Pronto-Socorro
FLUXOGRAMA 8: Suspeita de Tromboembolismo Pulmonar de Não Alto Risco (Parte 2)
1. A Heparina Não Fracionada é preferida em pacientes com insuficiência renal grave (clearance de
creatinina < 30 ml/min), já que não tem eliminação renal, e em pacientes com maior risco de
sangramento (exemplos: doença ulcerosa péptica, angiodisplasia intestinal, neurocirurgia recente,
retinopatia diabética e endocardite bacteriana), pois tem meia-vida curta e pode ser neutralizada pela
protamina.
2. Na presença de RX de tórax normal e de insuficiência renal crônica ou aguda, o método diagnóstico
mais apropriado é a cintilografia V/Q, porém, devido a sua menor acurácia em relação à TC com
multidetectores, esta última pode ser usada se o benefício da informação e da conduta subsequente
for maior que o risco de nefropatia induzida por contraste.
3. Em pacientes com probabilidade pré-teste alta e TC com multidetectores negativa pode ser
considerada investigação adicional devido a casos relatados de falso-negativos.
4. Deve-se considerar individualmente a solicitação de arteriografia pulmonar em pacientes com
probabilidade pré-teste alta, TC ou cintilografia inconclusivos e Doppler de MMII negativo.
Legenda
TEP - Tromboembolismo Pulmonar
SC - Subcutâneo
HNF - Heparina Não Fracionada
IV - Intravenosa
RX - Radiografia
V/Q - De Ventilação e Perfusão Pulmonar
TC - Tomografia Computadorizada
MMII - Membros Inferiores
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
19
ABORDAGEM
DORno
TORÁCICA
NO PRONTO-SOCORRO
Abordagem
da DorDA
Torácica
Pronto-Socorro
FLUXOGRAMA
9: Tratamento
do Tromboembolismo
Pulmonar
de Nãode
Alto
Risco
FLUXOGRAMA
9: Tratamento
do Tromboembolismo
Pulmonar
Não
Alto Risco
TEP Confirmado
(Não Alto Risco)
Ecocardiografia e
Troponina
Risco Intermediário:
Disfunção do VD e/ou
Troponina Positiva
Baixo Risco
Maior risco de óbito e
menor risco de
sangramento?
NÃO
SIM
Anticoagulação
Contraindicada?
Considerar Fibrinólise
(individualizar conduta)
SIM
NÃO
Filtro de veia cava inferior
(de preferência retrátil)
Se anticoagulação liberada,
considerar retirada do filtro
de veia cava
Legenda
TEP - Tromboembolismo Pulmonar
VD - Ventrículo Direito
SC - Subcutâneo
HNF - Heparina Não Fracionada
IV - Intravenosa
RNI - Razão Normalizada Internacional
Enoxaparina SC ou HNF IV:
no mínimo cinco dias e até
RNI entre 2 e 3 por dois dias
consecutivos
+
Anticoagulante oral (iniciar
de preferência no primeiro
dia da confirmação do
diagnóstico)
20
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
TABELAS – HOSPITAL BANDEIRANTES
Classificação da Dor Torácica segundo o estudo CASS
a) Classificação da dor
(b) Características da dor
Definitivamente Anginosa
Dor ou desconforto retroesternal, geralmente precipitada
pelo esforço físico, podendo ter irradiação para ombro,
mandíbula ou face interna do braço, com duração de
alguns minutos, e aliviada pelo repouso ou nitrato em
menos de 10 minutos
Provavelmente Anginosa
Tem a maioria, mas não todas as características da dor
definitivamente anginosa (pode ser inteiramente típica
sobre alguns aspectos)
Provavelmente não Anginosa
Tem poucas caracteríscas da dor definitivamente anginosa,
não apresentando as demais (principalmente a relação
com esforço)
Definitivamente não Anginosa
Não tem nenhuma das características da dor anginosa,
com aspectos evidentes de etiologia não cardíaca
Legenda: CASS - Coronary Artery Surgery Study
- Desvio do segmento ST (≤ 1 mm)
ou inversão da onda T novos ou
presumivelmente novos, transitórios e
em múltiplas derivações precordiais
- Elevação de Troponina I, Troponina T
ou CK-MB
Eletrocardiograma
Marcadores de
Necrose Miocárdica
Legenda: CASS - Coronary Artery Surgery Study
- Insuficiência mitral transitória,
hipotensão, diaforese, edema
pulmonar ou estertores pulmonares
- História conhecida de doença
arterial coronária, incluindo infarto do
miocárdio
- Dor ou desconforto torácico ou
no braço esquerdo como sintoma
principal reproduzindo angina
previamente documentada
Alta Probabilidade
(qualquer um dos seguintes)
Exame Físico
História
Variável
- Normais
- Depressão do segmento ST de 0,5 a
1 mm ou inversão da onda T maior
que 1 mm
- Ondas Q patológicas
- Doença vascular extracardíaca
- Dor ou desconforto torácico ou no
braço esquerdo como sintoma
principal
- Idade > 70 anos
- Sexo masculino
- Diabetes melito
Probabilidade Intermediária
(ausência de características de alta
probabilidade e presença de
qualquer um dos seguintes)
- Normais
- ECG normal
- Achatamento ou inversão das
ondas T em derivações com ondas R
predominantes
- Desconforto torácico reproduzido
pela palpação
- Uso recente de cocaína
- Sintomas provavelmente isquêmicos
na ausência de qualquer característica
de probabilidade intermediária
Baixa Probabilidade
(ausência de características de
probabilidades alta e intermediária,
podendo ter qualquer um dos
seguintes)
Probabilidade que os sinais e sintomas representem uma Síndrome Coronária Aguda Secundária à Doença Arterial Coronária
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
21
Alto Risco
(qualquer um dos seguintes)
- Sintomas isquêmicos progressivos
nas últimas 48 horas
- Dor em repouso persistente e
prolongada (> 20minutos)
Variável
História
Característica da dor
- Angina Classe III ou IV CCS de início
recente ou progressiva nas últimas
duas semanas, sem dor em repouso
prolongada (> 20 minutos), com
probabilidade intermediária ou alta
de DAC
- Angina noturna
- Angina em repouso (>20 minutos)
ou aliviada com repouso ou nitrato
Sublingual
- Dor em repouso prolongada (> 20
minutos) já resolvida, com
probabilidade intermediária ou alta
de DAC
- Uso prévio de AAS
- Antecedente de infarto do
miocárdio, cirurgia de RM, doença
vascular periférica ou doença
cerebrovascular
Risco Intermediário
(ausência de características de alto
risco e presença de qualquer um dos
seguintes)
- Angina de início recente, com início
2 semanas a dois meses antes da
apresentação
- Angina previamente diagnosticada
desencadeada por atividade menor
que a habitual
- Angina previamente diagnosticada
que se apresenta mais frequente,
mais intensa ou com maior duração
__
Baixo Risco
(ausência de características de risco
alto e intermediário, podendo ter
qualquer um dos seguintes)
Risco de morte ou infarto não fatal a curto prazo nas Síndromes Coronárias Agudas sem Supradesnível do Segmento ST
22
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
- Elevados (ex., Troponina T ou
Troponina I > 0,1 ng/ml)
- Taquicardia ventricular sustentada
- Bloqueio do ramo esquerdo novo ou
presumivelmente novo
- Angina em repouso com alterações
transitórias do segmento ST
(> 0,5 mm)
- Idade > 75 anos
- Hipotensão, braquicardia,
taquicardia
- B3 ou estertores pulmonares novos
ou com piora
- Discretamente elevados (ex.:
Troponina T > 0,01 e <0,1 ng/ml)
- Ondas Q patológicas ou depressão
do segmento ST em repouso menor
que 1 mm em múltiplos territórios
eletrocardiográficos (anterior, inferior
e lateral)
- Alteração da onda T
- Idade > 70 anos
- Normais
- ECG normal ou inalterado durante
um episódio de desconforto torácico
__
Legenda: B3 - Terceira Bulha Cardíaca; RM - Revascularização Miocárdica; AAS - Ácido Acetilsalicílico; DAC - Doença Arterial Coronária;
CCS - Canadian Cardiovascular Society; ECG - Eletrocardiograma
Marcadores de
Necrose Miocárdica
Eletrocardiograma
Dados Clínicos
- Sopro de insuficiência mitral novo
ou com piora
- Edema pulmonar, provavelmente
devido à isquemia
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
23
24
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Escore de risco de TIMI para morte, (Re)Infarto e Revascularização de Urgência em 14 dias nas
Síndromes Coronárias Agudas sem Supradesnível do Segmento ST
Variável
Pontos
Idade ≥ 65 anos
1
Presença de três ou mais fatores de risco para DAC¹
1
Antecedente de DAC (estenose coronária ≥ 50%)²
1
Uso de AAS nos últimos 7 dias
1
Dois ou mais episódios de angina em 24 horas
1
Desvio do segmento ST ≥ 0,5 mm
1
Elevação dos Marcadores de Necrose Miocárdica
1
Risco
Escore
% eventos Adversos
0/1
4,7%
2
8,3%
3
13,2%
4
19,9%
5
26,2%
6/7
40,9%
Baixo Risco
Risco Intermediário
Alto Risco
¹ Tabagismo, Hipertensão Arterial Sistêmica, Dislipidemia, Diabetes Melito e história familiar de
DAC Prematura.
² Em unidades de emergência, também podem ser considerados antecedentes de Infarto do
Miocárdio, Angioplastia ou Cirurgia de Revascularização Miocárdica.
Legenda: TIMI - Thrombolysis in Myocardial Ischemia Trial; DAC - Doença Arterial Coronária;
AAS - Ácido Acetilsalicílico
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
25
Classificação de Stanford das Dissecções da Aorta
Tipo A
Tipo B
26
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Estratificação do risco de morte precoce no TEP
Fatores de Risco
Risco de Morte
Precoce
Alto Risco (>15%)
Não
Alto
Risco
Risco
Intermediário
(3 a 15%)
Alto Risco
(<1%)
Implicações
Terapêuticas
Choque ou
Hipotensão
Disfunção
do
Ventrículo
Direito
Lesão
Miocárdica
(Troponina)
Presente
Presente
Indiferente
Ausente
Presente
Presente
Ausente
Presente
Ausente
Ausente
Ausente
Presente
Admissão
Hospitalar +
Anticoagulação
(Fibrinólise
em casos
selecionados)
Ausente
Ausente
Ausente
Anticoagulação
HNF IV +
Fibrinólise ou
Embolectomia
Legenda: TEP - Tromboembolismo Pulmonar; HNF - Heparina Não Fracionada; IV - Intravenosa
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
27
Escores clínicos para avaliação da Probabilidade Pré-Teste em pacientes com suspeita de TEP
Escore de Wells
Critérios
Pontos
Sinais e sintomas de TVP
3
TEP como diagnóstico mais provável
3
FC > 100 batimentos por minuto
1,5
TVP ou TEP prévios
1,5
Imobilização ou cirurgia nas últimas 4 semanas
1,5
Hemoptise
1,0
Câncer (em tratamento, tratado nos últimos 6 meses ou em
cuidados paliativos)
1,0
Probabilidade Clínica
Total
Baixa
0 a 1 (1,3%)
Intermediária
2 a 6 (16,2%)
Alta
≥ 7 (37,5%)
Dicotomização do escore de Wells
Total
TEP Improvável
0a4
TEP Provável
≥4
28
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Escore de Geneva Original
Critérios
Pontos
Idade entre 60 e 79 anos
1
Idade maior ou igual a 80 anos
2
TVP ou TEP prévios
2
Cirurgia recente
3
FC > 100 batimentos por minuto
1
Gasometria com PaCO₂ < 36,2 mmHg
2
Gasometria com PaCO₂ entre 36,2 e 38,9 mmHg
1
Gasometria com PaO₂ < 48,8 mmHg
4
Gasometria com PaO₂ entre 48,8 e 59,9 mmHg
3
Gasometria com PaO₂ entre 60 e 71,2 mmHg
2
Gasometria com PaO₂ entre 71,3 e 82,4 mmHg
1
Radiografia de tórax com atelectasia
1
Radiografia de tórax com elevação de uma cúpula diafragmática
1
Probabilidade Clínica
Total
Baixa
0 a 4 (10%)
Intermediária
5 a 8 (38%)
Alta
≥ 9 (81%)
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
29
Escore de Geneva Revisado
Critérios
Pontos
Idade maior que 65 anos
1
TVP ou TEP prévios
3
Cirurgia ou fratura de membro inferior no último mês
2
Câncer ativo
2
Dor em membro inferior unilateral (sintoma)
3
Hemoptise
2
FC entre 75 e 94 batimentos por minuto
3
FC ≥ 95 batimentos por minuto
5
Dor a palpação de membro inferior ou edema unilateral (sinal)
4
Probabilidade Clínica
Total
Baixa
0 a 3 (8%)
Intermediária
4 a 10 (28%)
Alta
≥ 11 (74%)
Legenda: TEP - Tromboembolismo Pulmonar; TVP - Trombose Venosa Profunda; FC - Frequência
Cardíaca; PaCO₂ - Pressão Parcial de Dióxido de Carbono no Sangue Arterial; PaO₂ - Pressão Parcial de
Oxigênio no Sangue Arterial
30
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
PRESCRIÇÃO
Algoritmos de Identificação do Paciente
s/ AVEi ou AIT (1)
≥ 60 kg
c/ AVEi ou AIT (1)
< 75 anos
< 60 Kg
kg (1)
ICP Primária
s/ AVEi ou AIT (2)
≥ 75 anos (1)
≥ 60 kg
IAM c/ supra
c/ AVEi ou AIT (2)
< 75 anos
< 60 kg (2)
Cl Cr ≥ 30
s/ AVEi ou AIT (2)
≥ 75 anos (2)
≥ 60 kg
Fibrinólise ou
não
c/ AVEi ou AIT (2)
< 75 anos
< 60 kg (2)
Cl Cr < 30
≥ 75 anos (2)
s/ AVEi ou AIT (3)
≥ 60 kg
c/ AVEi ou AIT (3)
< 75 anos
< 60 kg (3)
Cl Cr ≥ 30
≥ 75 anos (3)
s/ AVEi ou AIT (3)
SCA sem supra
≥ 60 kg
c/ AVEi ou AIT (3)
< 75 anos
< 60 kg (3)
Cl Cr < 30
≥ 75 anos (3)
TEP alto risco (4)
17. Cineangiocoronariografia + Angioplastia Primária agora
16. Colher agora: CK, CK-MB massa, Troponina, Hemograma, TP, TTPA, Ureia, Creatinina, Sódio e Potássio
15. Eletrocardiograma agora
14. Rosuvastatina 20 mg VO agora (2a opção = Atorvastatina 40 mg)
13. Metoprolol 5 mg IV ACM
12. Morfina 10 mg/ml 1 ml + água destilada 9 ml: 3 ml IV ACM
11. Nitroglicerina 1 amp + soro fisiológico 250 ml IV em BIC ACM
10. Dinitrato de Isossorbida 5 mg SL ACM
9. Prasugrel 60 mg ou Ticagrelor 180 mg (opção: Clopidogrel)* VO agora
8. AAS 300 mg VO mastigado agora
7. Dextro ACM
6. Cateter nasal de O₂ 3 L/min
5. Oximetria de pulso
4. Pressão arterial não invasiva
3. Monitor cardíaco
2. Repouso no leito
1. Jejum VO para Cineangiocoronariografia
1) IAM com Supradesnível de ST para ICP Primária:
CLOPIDOGREL
- Pacientes > 75 anos = dose 300 mg
- Pacientes < 75 anos = dose 600 mg
TICAGRELOR
- Considerar a não utilização em
pacientes com histórico de AVC/AIT
- Não utilizar em pacientes com
história de hemorragia intracraniana
ou insuficiência hepática moderada
a grave
PRASUGREL
Não deve ser administrado a
pacientes com:
- história prévia de AVC/ AIT
- mais de 75 anos
- peso < 60 kg
* Cuidados com os antiplaquetários
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
31
19. Ecocardiografia
18. Colher agora: CK, CK-MB massa, Troponina, Hemograma, TP, TTPA, Ureia, Cratinina, Sódio e Potássio
17. Eletrocardiograma agora
16. Rosuvastatina 20 mg VO agora (2a opção = Atorvastatina 40 mg)
15. Metoprolol 5 mg IV ACM
14. Morfina 10 mg/ml 1ml + água destilada 9 ml: 3 ml IV ACM
13. Nitroglicerina 1 amp + soro fisiológico 250 ml IV em BIC ACM
12. Dinitrato de Isossorbida 5 mg SL ACM
11. Enoxaparina***
10. Clopidogrel** VO agora
9. AAS 300 mg VO mastigado agora
8. Alteplase (t-PA) (2a opção = Estreptoquinase - SK)*
7. Dextro ACM
6. Cateter nasal de O2 3 L/min
5. Oximetria de pulso
4. Pressão arterial não invasiva
3. Monitor cardíaco
2. Repouso no leito
1. Jejum VO até segunda ordem
2) IAM com Supradesnível de ST para Fibrinólise:
- independente da idade, se Cl.Cr <30
ml/min, dose = 1 mg/kg a cada 24h
- se > 75 anos, não fazer bolus.
Administrar 0,75 mg/kg12/12h (máx
75 mg/dia)
*** ENOXAPARINA
- se < 75 anos, 30 mg IV bolus em 15 min
e após 1mg/kg 12/12h (máx 100 mg/
dia)
- se > 75kg não fazer ataque. Manter
75 mg ao dia
** CLOPIDOGREL
- se < 75kg 300 mg ataque
* ESTREPTOQUINASE (SK)
Posologia
Dose: 1.500.000 UI intravenoso em 30 a
60 minutos
ALTEPLASE (t-PA)
Posologia
1° Bolus: 15 mg intravenoso;
2° 0,75 mg/kg intravenoso em 30 min
(máximo de 50 mg);
3° 0,5 mg/kg intravenoso em 60 min
(máximo de 35mg).
32
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
18. Ecocardiografia
17. Colher agora: CK, CK-MB massa, Troponina, Hemograma, TP, TTPA, Ureia, Cratinina, Sódio e Potássio
16. Eletrocardiograma agora
15. Rosuvastatina 20 mg VO agora (2a opção = Atorvastatina 40 mg)
14. Metoprolol 5 mg IV ACM
13. Morfina 10 mg/ml 1 ml + água destilada 9 ml: 3 ml IV ACM
12. Nitroglicerina 1 amp + soro fisiológico 250 ml IV em BIC ACM
11. Dinitrato de Isossorbida 5 mg SL ACM
10. Enoxaparina 1mg/kg SC 12/12h (se cl de creatinina < 30 ml/min = dose única diária)
9. Ticagrelor 180 mg (2a opção Prasugrel 60mg)* **
8. AAS 300 mg VO mastigado agora
7. Dextro ACM
6. Cateter nasal de O2 3 L/min
5. Oximetria de pulso
4. Pressão arterial não invasiva
3. Monitor cardíaco
2. Repouso no leito
1. Jejum VO até segunda ordem
3) SCA sem Supradesnível de ST:
TICAGRELOL
- Considerar a não utilização em
pacientes com histórico de AVC/ AIT.
- Não utilizar em pacientes com
histórias de hemorragia intracraniana
ou insuficiência hepática moderada
a grave.
PRASUGREL
Não deve ser administrado a
pacientes com:
- história prévia de AVC/ AIT
- mais de 75 anos
- peso < 60 kg
** Cuidados com os antiplaquetários
*Alternativa:
1. Prasugrel 60 mg
2. Clopidogrel 300 mg (quando não
for possível utilizar o Ticagrelor ou
Prasugrel)
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
33
18. Ecocardiografia
17. Angiotomografia Computadorizada Protocolo para Tromboembolismo Pulmonar
16. Colher agora: CK, CK-MB massa, Troponina, Hemograma, TP, TTPA, Ureia, Cratinina, Sódio e Potássio
15. Gasometria arterial agora
14. RX de tórax AP no leito agora
13. Eletrocardiograma agora
12. Soro fisiológico 500 ml IV ACM
11. Noradrenalina 4 amp + soro fisiológico 234 ml: IV em BIC ACM
10. Dobutamina 2 amp + soro fisiológico 210 ml IV em BIC ACM
9. Heparina Não Fracionada 25.000 UI + soro fisiológico 500 ml (diluição 1 ml = 50UI): 18 UI/kg/h IV em BIC
8. Heparina Não Fracionada 80 UI/kg IV em bolus
7. Dextro ACM
6. Cateter nasal de O₂ 3 L/min
5. Oximetria de pulso
4. Pressão arterial não invasiva
3. Monitor cardíaco
2. Repouso no leito
1. Jejum VO até segunda ordem
4) TEP de alto risco:
34
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
35
POSOLOGIA DAS MEDICAÇÕES
SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA (SCA)
1) MEDIDAS GERAIS: repouso, monitorização contínua, oxigênio e acesso venoso.
Oxigenioterapia: indicado nos pacientes com SCA nas primeiras 3 a 6 horas da admissão e em
todos os pacientes com saturação arterial de oxigênio abaixo de 90% e/ou congestão pulmonar.
Posologia
Geralmente é usado o cateter nasal a 3 L/min com oxigênio a 100%.
2) TERAPIA ANTI-ISQUEMIA:
Nitratos: indicados como primeira escolha no alívio da angina, também podendo ser utilizados
no controle da hipertensão arterial e nos pacientes com disfunção ventricular esquerda. Se não
houver alívio da dor com a formulação Sublingual, podem ser usadas as formulações Intravenosas.
São contraindicados na presença de hipotensão, bradicardia, suspeita de infarto do Ventrículo
Direito e em pacientes que fizeram uso de inibidores da fosfodiesterase nas últimas 24 (sildenafil
ou vardenafil) a 48 horas (tadalafil).
Posologia do Dinitrato de Isossorbida
Dose: 5 mg por via Sublingual a cada 5 minutos, no total de 3 doses.
Posologia da Nitroglicerina
Dose: 10 a 200 microgramas/min intravenoso em infusão contínua.
Posologia do Mononitrato de Isossorbida
Dose: 2,5 mg/kg/dia intravenoso em infusão contínua.
Sulfato de Morfina: indicado quando não houver alívio da angina com o uso de nitrato
Sublingual e nos casos de recorrência da dor apesar de terapia anti-isquêmica apropriada.
Posologia
Dose: 2 a 5 mg intravenoso, podendo ser repetida a cada 5 a 15 minutos.
36
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Betabloqueadores: indicados por Via Oral nas primeiras 24 horas em todos os pacientes com
SCA, e por via Intravenosa nos pacientes com angina persistente, especialmente se associada à
taquicardia ou hipertensão. São contraindicados na presença de sinais de insuficiência cardíaca
ou baixo débito cardíaco, risco aumentado de choque cardiogênico (idade > 70 anos, Pressão
Arterial Sistólica <120 mmHg, ritmo sinusal com Frequência Cardíaca < 60 bpm ou > 110 bpm,
e tempo prolongado desde o início dos sintomas), intervalo PR > 0,24 segundos, bloqueio
atrioventricular de 2° ou 3° grau, história de asma, doença pulmonar obstrutiva grave e doença
arterial periférica grave. Existem vários esquemas terapêuticos com sugestão de posologia, mas
de forma geral, a dose deve ser ajustada para que a Frequência Cardíaca de repouso se situe entre
50 e 60 bpm.
Via Intravenosa
Posologia do Metoprolol
Dose: 5 mg intravenoso (em 1-2 min), podendo ser repetida a cada 5 minutos até a dose total de
15 mg.
Via Oral
Posologia do Atenolol (apenas em pacientes sem disfunção ventricular)
Dose: 100 mg por Via Oral, 1 vez ao dia.
Posologia do Bisoprolol (em pacientes sem e com disfunção ventricular)
Dose: 1,25 a 20 mg por Via Oral, 1 vez ao dia.
Posologia do Carvedilol (em pacientes sem e com disfunção ventricular)
Dose: 3,125 a 50 mg por Via Oral, de 12h/12h.
Antagonistas dos canais de cálcio: indicados em pacientes sem disfunção ventricular e sem
bloqueio atrioventricular quando há contraindicação ao uso de betabloqueadores (preferência
aos não diidropiridínicos como verapamil e diltiazem), em pacientes com angina variante
de Prinzmetal (não diidropiridínicos ou diidropiridínicos de ação prolongada), e nos casos de
angina recorrente ou persistente apesar do uso adequado de betabloqueadores e nitratos (não
diidropiridínicos ou diidropiridínicos de ação prolongada).
Posologia do Diltiazem (apenas em pacientes sem disfunção ventricular)
Dose: 30 a 90 mg por Via Oral, 3 a 4 vezes ao dia.
Posologia da Anlodipina (em pacientes sem e com disfunção ventricular)
Dose: 5 a 10 mg por Via Oral, 1 vez ao dia.
3) ANTIPLAQUETÁRIOS:
Ácido Acetilsalicílico (AAS): indicado em todos os pacientes com suspeita de SCA imediatamente
após a chegada na sala de emergência, com exceção dos casos em que houver contraindicação
(alergia ou intolerância ao medicamento, sangramento ativo, hemofilia e úlcera péptica ativa).
Posologia
Dose de ataque: 300 mg por Via Oral mastigado;
Dose de manutenção: 100 mg por Via Oral, 1 vez por dia, por tempo indefinido.
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
37
Inibidores do receptor de ADP (Clopidogrel, Prasugrel e Ticagrelor): indicados em substituição
ao AAS no caso de alergia ou intolerância a ele (por tempo indefinido), em associação ao AAS nas
síndromes coronárias agudas (por no mínimo um mês e idealmente por 1 ano), e nos pacientes
submetidos à Intervenção Coronária Percutânea com stents não farmacológico ou farmacológico
(por no mínimo 1 ano).
Posologia do Clopidogrel
• Em pacientes com SCA sem supradesnível do segmento ST:
Dose de ataque: 300 a 600 mg por Via Oral;
Dose de manutenção: 75 mg por Via Oral, 1 vez ao dia.
• Em pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST submetidos à Intervenção Coronária
Percutânea (primária e não primária):
Dose de ataque: 300 a 600 mg por Via Oral;
Dose de manutenção: 75 mg por Via Oral, 1 vez ao dia.
• Em pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST não submetidos à Intervenção
Coronária Percutânea (submetidos à fibrinólise ou sem terapia de reperfusão) e idade ≤ 75 anos:
Dose de ataque: 300 mg por Via Oral;
Dose de manutenção: 75 mg por Via Oral, 1 vez ao dia.
• Em pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST não submetidos à Intervenção
Coronária Percutânea (submetidos à fibrinólise ou sem terapia de reperfusão) e idade > 75 anos:
Dose de manutenção: 75 mg por Via Oral, 1 vez ao dia (sem dose de ataque).
Posologia do Prasugrel
Usar apenas na Hemodinâmica com a anatomia coronariana conhecida (contraindicado em
pacientes com história de acidente vascular encefálico ou ataque isquêmico transitório).
• Em pacientes com idade < 75 anos e peso ≥ 60 kg:
Dose de ataque: 60 mg por Via Oral;
Dose de manutenção: 10 mg por Via Oral, 1 vez ao dia.
• Não usar em pacientes com idade > 75 anos e peso ≤ 60kg.
Posologia do Ticagrelor (contraindicado em pacientes com história de hemorragia intracraniana
e insuficiência hepática moderada a grave):
Dose de ataque: 180 mg por Via Oral;
Dose de manutenção: 90 mg por Via Oral, de 12h/12h.
38
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Inibidores do receptor llb-llla (Tirofiban, Abciximab): indicados na SCA sem supradesnível
do segmento ST em que se opta por estratégia invasiva precoce nos pacientes: (1) de risco
intermediário e alto antes ou no momento do procedimento, junto ao AAS e quando não estão
em uso de um inibidor do receptor de ADP; (2) de risco alto junto ao AAS e ao inibidor do receptor
ADP na presença de isquemia recorrente ou (3) naqueles com troponina elevada, alterações
significativas do segmento ST e/ou diabetes.
Indicados na SCA sem supradesnível de ST em que se opta inicialmente por estratégia conservadora
nos pacientes: (1) que evoluem com isquemia refratária e nova decisão por estratégia invasiva em
uso apenas AAS ou (2) de AAS e inibidor do receptor de ADP; (3) de alto risco que estão em uso
apenas de AAS e foi optado por não administrar inibidor do receptor de ADP (neste caso não usar
Abciximab).
Indicados no IAM com supradesnível de ST submetidos à Intervenção Coronária Percutânea
primária com balão ou com stent em lesões de alto risco de trombose.
Posologia do Tirofiban
Dose de ataque: 0,4 mcg/kg/min intravenoso, durante 30 minutos;
Dose de manutenção: 0,1 mcg/kg/min intravenoso, durante 48 a 96 horas ou até 12 a 24 horas
após a Intervenção Coronária Percutânea.
Posologia do Abciximab
Dose de ataque: 0,25 mg/kg intravenoso em bolus; (*)
Dose de manutenção: 0,125 mcg/kg/min (máximo de 10 mcg/min) intravenoso, até 12 horas
após a Intervenção Coronária Percutânea.
(*) Podendo optar pela via intracoronária, a critério da equipe de Hemodinâmica.
4) ANTITROMBÍNICOS:
Indicados em todos os pacientes com suspeita de SCA.
Posologia da Heparina Não Fracionada (HNF)
• Em pacientes com SCA sem supradesnível do segmento ST:
Dose de ataque: 60 UI/kg (máximo de 4000 UI) intravenoso em bolus;
Dose de manutenção: 12 UI/kg/hora (máximo de 1000 UI) intravenoso, com objetivo de manter
o TTPA entre 50 a 70 segundos (R entre 1,5 a 2,0), por 48 horas.
• Em pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST submetidos à Intervenção Coronária
Percutânea primária sem uso de inibidor do receptor llb-llla:
Dose de ataque: 100 UI/kg intravenoso em bolus;
Dose de manutenção: manter o TCA entre 250 a 350 segundos até o fim do procedimento.
• Em pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST submetidos à Intervenção Coronária
Percutânea primária com uso de inibidor do receptor llb-llla:
Dose de ataque: 60 UI/kg intravenoso em bolus;
Dose de manutenção: manter o TCA entre 200 a 250 segundos até o fim do procedimento.
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
39
• Em pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST não submetidos à Intervenção
Coronária Percutânea (submetidos à fibrinólise ou sem terapia de reperfusão):
Dose de ataque: 60 UI/kg (máximo de 4000 UI) intravenoso em bolus;
Dose de manutenção: 12 UI/ kg/ hora (máximo de 1000 UI) intravenoso, com objetivo de manter
o TTPA entre 50 a 70 segundos (R entre 1,5 a 2,0), por 48 horas.
Posologia da Enoxaparina
• Em pacientes com SCA sem supradesnível do segmento ST com clearance ≥ 30 ml/min e idade
< 75 anos:
Dose: 1mg/kg Subcutâneo, de 12h/12h, durante a internação ou até 8 dias.
• Em pacientes com SCA sem supradesnível do segmento ST com clearance ≥ 30 ml/min e idade
≥ 75 anos:
Dose: 0,75 mg/ kg Subcutâneo, de 12h/12h, durante a internação ou até 8 dias.
• Em pacientes com SCA sem supradesnível do segmento ST com clearance < 30 ml/min:
Dose: 1 mg/kg Subcutâneo, 1 vez ao dia, durante a internação ou até 8 dias.
• Em pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST submetidos à Intervenção Coronária
Percutânea primária:
Dose: 0,5 mg/kg intravenoso em bolus.
• Em pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST não submetidos à Intervenção
Coronária Percutânea (submetidos à fibrinólise ou sem terapia de reperfusão) com clearance ≥
30 ml/min e idade < 75 anos:
Dose de ataque: 30 mg intravenoso em bolus;
Dose de manutenção: 1 mg/kg Subcutâneo (máximo de 100 mg), de 12h/12h, durante a
internação ou até 8 dias.
• Em pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST não submetidos à Intervenção
Coronária Percutânea (submetidos à fibrinólise ou sem terapia de reperfusão) com clearance ≥
30 ml/min e idade ≥ 75 anos:
Dose: 0,75mg/kg Subcutâneo (máximo de 75 mg), de 12h/12h, durante a internação ou até
8 dias.
• Em pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST não submetidos à Intervenção
Coronária Percutânea (submetidos à fibrinólise ou sem terapia de reperfusão) com clearance <
30 ml/min:
Dose: 1 mg/kg Subcutâneo, 1 vez ao dia, durante a internação ou até 8 dias.
40
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
5) OUTRAS MEDICAÇÕES
Inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA): indicados nas primeiras 24 horas
e por tempo indefinido nos pacientes com SCA e FEVE < 40%, hipertensão arterial sistêmica,
diabetes e/ou insuficiência renal crônica, sem contraindicação a essa classe.
Posologia do Enalapril
Dose: 2,5 a 20 mg por Via Oral, de 12h/12h.
Posologia do Ramipril
Dose: 2,5 a 20 mg por dia por Via Oral, 1 a 2 vezes por dia.
Bloqueadores do receptor da angiotensina II (BRA): indicados no lugar dos iECA nos casos de
intolerância a estes, principalmente nos pacientes com insuficiência cardíaca e FEVE < 40% e/ou
hipertensão arterial sistêmica.
Posologia da Valsartana
Dose: 40 a 320 mg por dia por Via Oral, divididos em 1 a 2 vezes por dia.
Posologia da Losartana
Dose: 12,5 a 100 mg por dia por Via Oral, divididos em 1 a 2 vezes por dia.
Espironolactona: indicada nos pacientes com SCA já em uso de iECA ou BRA com FEVE < 40%
associada a insuficiência cardíaca ou diabetes, sem contraindicações (clearance de creatinina <
30 ml/min e/ou hipercalemia).
Posologia
Dose: 12,5 a 25 mg por Via Oral, 1 vez ao dia.
Estatinas: indicadas em todos pacientes com SCA na ausência de contraindicações, devendo ser
iniciada o mais breve possível com a meta terapêutica de LDL colesterol < 70 mg/dl (um perfil
lipídico deve ser colhido nas primeiras 24 horas de internação).
Posologia da Rosuvastatina
Dose: 10 a 40 mg por Via Oral, 1 vez por dia.
Posologia da Atorvastatina
Dose: 10 a 80 mg por Via Oral, 1 vez por dia.
Posologia da Sinvastatina
Dose: 10 a 40 mg por Via Oral, 1 vez ao dia à noite.
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
41
6) FIBRINOLÍTICOS NO IAM COM SUPRADESNÍVEL DE ST
Contraindicações à Fibrinólise no IAM com Supradesnível de ST
Contraindicações Absolutas
Qualquer hemorragia intracraniana prévia
Lesão cerebral vascular estrutural conhecida (ex.: má-formação arteriovenosa)
Neoplasia intracraniana maligna conhecida (primária ou metastática)
AVE isquêmico nos últimos 3 meses, exceto AVEi agudo das últimas 4,5 horas
Suspeita de dissecção da aorta
Sangramento ativo ou diátese hemorrágica (exceto menstruação)
TCE ou trauma facial nos últimos 3 meses
Contraindicações relativas
História de hipertensão crônica, grave e mal controlada
Hipertensão grave não controlada na apresentação (PAS > 180 mmHg ou PAD > 110 mmHg)
História de AVEi prévio há mais de 3 meses, demência ou patologia intracraniana conhecida
não mencionada nas contraindicações
Ressuscitação cardiopulmonar traumática ou prolongada (mais que 10 minutos) ou cirurgia
de grande porte nas últimas 3 semanas
Sangramento interno recente (nas últimas 2 a 4 semanas)
Punções vasculares não compressíveis
Exposição prévia a estreptoquinase (mais de 5 dias) ou reação alérgica prévia
Gravidez
Úlcera péptica ativa
Uso atual de anticoagulantes: quanto maior o RNI, maior o risco de sangramento
Posologia da Alteplase (t-PA)
1° Bolus: 15 mg intravenoso;
2° 0,75 mg/kg intravenoso em 30 minutos (máximo de 50 mg);
3° 0,5 mg/kg intravenoso em 60 minutos (máximo de 35 mg).
Posologia da Estreptoquinase (SK)
Dose: 1.500.000 UI intravenoso em 30 a 60 minutos.
42
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
1) ANTITROMBÍNICOS
Posologia da Heparina Não Fracionada (HNF)
Dose de ataque: 80 UI/kg intravenoso, em bolus;
Dose de manutenção: 18 UI/kg/h intravenoso, com objetivo de manter o R (TTPA) entre 1,5 e 2,5.
Posologia da Enoxaparina
Dose: 1 mg/kg Subcutâneo, de 12h/12h;
Dose (opcional): 1,5 mg/kg, Subcutâneo, 1 vez ao dia.
2) FIBRINOLÍTICOS NO TEP
Contraindicações à Fibrinólise no TEP
Contraindicações Absolutas*
AVE hemorrágico ou AVE de etiologia desconhecida em qualquer tempo
AVE isquêmico nos últimos 6 meses
Lesão vascular ou neoplasia do SNC
TCE/cirurgia/trauma extenso nas últimas 3 semanas
Sangramento gastrointestinal no último mês
Sangramento ativo
Contraindicações Relativas
Ataque isquêmico transitório nos últimos 6 meses
Terapia de anticoagulação oral
Gravidez ou parto na última semana
Punção em sítio não compressível
Ressuscitação cardiopulmonar traumática
Hipertensão refratária (PAS > 180 mmHg)
Doença hepática avançada
Endocardite infecciosa
Úlcera péptica ativa
*Contraindicações à fibrinólise que são consideradas absolutas podem se tornar relativas em
pacientes com TEP de alto risco com risco imediato de morte.
Posologia da Alteplase (t-PA)
Dose: 100 mg intravenoso em 2 horas (associado à HNF em bomba de infusão).
Posologia da Estreptoquinase (SK)
Dose: 250.000 UI intravenoso em 30 minutos, e após, 100.000 UI/h intravenoso durante 24 horas;
Dose (opcional): 1.500.000 UI intravenoso em 2 horas.
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
43
TROMBOEMBOLISMO VENOSO
FATORES DE RISCO
Estima-se que 80% dos pacientes que desenvolvem TEV possuem algum fator de risco identificável
que poderia ser abordado precocemente.
A importância do reconhecimento dos fatores de risco se relaciona à possibilidade da realização
da tromboprofilaxia. Consensos e diretrizes recentes sugerem que a forma e a intensidade da
tromboprofilaxia seja modulada pela avaliação cumulativa de fatores de risco pró-trombóticos.
Quadro 1 - Fatores de risco para TEV
Idade > 40 anos
Fatores de maior risco
Cirúrgicos
- Cirurgia abdominal ou pélvica de grande porte
- Prótese de quadril ou joelho
- Necessidade de UTI no pós-operatório
- Politraumatismo/trauma medular
- Queimaduras
Obstétricos
- Gravidez a termo
- Parto cesáreo
- Paralisia dos membros inferiores
- Fratura de pelve, fêmur e tíbia
- AVC com paralisia de membros
- Neoplasia abdominal ou pélvica
- Doença avançada/ metastática
- Quimioterapia
- Imobilidade > 3 dias
- Hospitalização
- Institucionalização
Trombofilias
- Deficiência de antitrombina
- Deficiência de proteína C
- Deficiência de proteína S
- Homozigose para fator V Leiden
- Homozigose para mutação do gene da
protrombiana
- Evento embólico prévio; TVP/TEP
Idade > 40 anos
- Cardiovasculares
-Doenças cardíacas
congênitas
- Insuficiência cardíaca
- Idade
-Tromboflebite
superficial/varizes
- Cateter venoso central
- Anticoncepcional oral
- Terapia de reposição
hormonal
- Heterozigose para fator
V Leiden
- Heterozigose para
mutação do gene da
protrombina
- Hiper-homocisteinemia
- Exacerbação da DPOC
- Deficiências
neurológicas
- Doença maligna oculta
- Viagens prolongadas
- Obesidade IMC >30
- Cirurgia por
laparoscopia
- Doença inflamatória
intestinal
-Tabagismo
44
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Tabela 3 - Modelo clínico para predição da probabilidade e trombose venosa profunda *
Idade > 40 anos
Características clínicas
Escore
Câncer em atividade (paciente recebendo tratamento nos últimos 6
meses ou tratamento paliativo atual)
1
Paralisia, paresia ou imobilização recente de
extremidades inferiores
1
Paciente acamado recentemente por 3 dias ou mais, cirurgia de grande
porte nas últimas 12 semanas com anestesia geral ou regional
1
Sensibilidade localizada ao longo da distribuição
do sistema venoso profundo
1
Perna completamente edemaciada
1
Edema de panturrilha pelo menos 3 cm maior que o lado assintomático
(medido 10 cm abaixo da tuberosidade tibial)
1
Sinais de edema confinado à perna sintomática
1
Veias colaterais superficiais (não varicosas)
1
TVP prévia documentada
Diagnóstico alternativo pelo menos tão provável quanto TVP
-2
* Um escore de 2 pontos ou mais indica que a possibilidade de TVP é provável; um escore inferior
a 2 indica que a possibilidade de TVP é improvável. Em pacientes com sintomas em ambas as
pernas, a perna mais sintomática é a usada.
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
45
PREVENÇÃO E PROFILAXIA
Estratificação de risco, estratégia de profilaxia recomendada e duração da profilaxia por grupos de
pacientes.
Grupos de pacientes
Profilaxia
Duração
Baixo risco
Problemas médicos que
levem à imobilidade
ou a pequenos
procedimentos cirúrgicos
Baixo risco
Deambulação precoce
__
Moderado risco
Doença clínica aguda,
grandes cirurgias
gerais, urológicas ou
ginecológicas. Cirurgia
de tórax ou bariátrica
HBPM; baixa dose de HNF,
foundaparinux;
combinação de métodos
mecânicos com
anticoagulantes
Até a alta hospitalar para a
maioria
dos pacientes. Alguns
selecionados
poderão manter após a alta
Alto risco
Artroplastia do quadril ou
joelho
correção de fratura de quadril
HBPM foundaparinux;
rivaroxabana
ou dabigatrana; varfarina
Manter entre 10 e 35 dias
após a alta
Alto risco
Traumas graves (inclusive de
coluna)
HBPM; combinação de
métodos
mecânicos com
anticoagulantes
Até a alta hospitalar para a
maioria dos
pacientes. Manter durante o
período de
reabilitação
Alto risco de sangramento
Métodos mecânicos
Duração de acordo com o
risco dos pacientes
46
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Fluxograma 01
Risco de TEV em Paciente Cirúrgico
Cirurgia de porte médio e alto
Cirurgia de alto risco
Idade
- ATQ
- ATJ
- Fratura de Quadril
- Oncológica Curativa
- TRM
- Politrauma
60 anos
Cirurgia de pequeno porte
com duração < 60’
< 40 anos
internação < 2 dias
40 - 60 anos
Fatores de risco
para TEV?
Sim
RISCO
ALTO
Não
Fatores de risco
para TEV?
Sim
RISCO
INTERMEDIÁRIO
Não
- Endoscópica
- Laparoscópica
- Superficial (mama,
dermatológica, plástica)
- Oftalmológica Curativa
- Outra ____________
RISCO
BAIXO
Adaptado de Geerts et al. Chest 2008;133(6 Suppl):381S-453S.
Fluxograma 01
Profilaxia de TEV em Paciente Cirúrgico
Avaliação do risco
Idade
Baixo
Moderado
Alto
Movimentação no leito
Deambulação precoce
Fisioterapia, CPI, MECG
Heparina não indicada
Heparina em dose
“baixa”
Contraindicação: CPI,
MECG, Fisioterapia
Heparina em dose
“alta”
Contraindicação: CPI,
MECG, Fisioterapia
Risco Baixo
__
__
__
__
Deambulação precoce
HNF
HBPM
Rivaroxabana
(apenas cirurgia ortopédica:
artroplastia e fratura de quadril)
Dabigatrana
(apenas cirurgia ortopédica:
artroplastia e fratura de quadril)
Métodos mecânicos
Avaliação de Risco
__
__
Meia elástica de
compressão gradual
(MECG) /Compressão
Pneumática Intermitente
(CPI)
Primeiro dia: Dabigatrana
110 mg VO 1 vez ao dia;
a partir do segundo dia:
220 mg VO 1 vez ao dia
Rivaroxabana 10 mg,
1 vez ao dia
Enoxaparina 40 mg, SC,
1 vez ao dia
Enoxaparina 20 mg, SC
1 vez ao dia
__
HNF 5.000U, SC, 8/8h
Risco Alto
HNF 5.000U, SC, 12/12h
Risco Intermediário
Protocolo de prevenção de TEV – Paciente Cirúrgico
Profilaxia farmacológia
e/ou mecânica
Quadro 03
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
47
48
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Quadro 04
Profilaxia de TEV no paciente cirúrgico
Tempo de Profilaxia no pós-operatório
Cirurgia Geral
7 a 10 dias
Cirurgia Oncológica
3 a 4 semanas
ATJ
pelo menos 10 dias
ATQ
4 a 5 semanas
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
Quadro 05
Artroplastia de Joelho e Quadril
Tempo de Profilaxia
Rivaroxabana 10 mg em dose única, administrado entre 6 a 8
horas após cirurgia
Dabigatrana 150 mg ou 220 mg (1a dose 1/2) uma vez dia
49
50
Dor Torácica | Nossa abordagem na emergência
GLOSSÁRIO
AD – Átrio Direito
ATC – Angioplastia
BIC - Bomba de Infusão Contínua
BRE – Bloqueio de Ramo Esquerdo
Cate – Cateterismo Cardíaco (Cineangiocoronariografia)
ECG – Eletrocardiograma
ECO-stress – Ecocardiografia sob Estresse
ECO TE – Ecocardiografia Transesofágica
FC – Frequência Cardíaca
FE – Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo
HNF – Heparina Não Fracionada
IAM – Infarto Agudo do Miocárdio
ICP – Intervenção Coronária Percutânea
IV – Intravenosa
MMII – Membros Inferiores
MNM – Marcadores de Necrose Miocárdica
MN – Medicina Nuclear (Cintilografia de Perfusão Miocárdica)
NP – Nutrição Parenteral
PAS – Pressão Arterial Sistólica
RM – Cirurgia de Revascularização Miocárdica
RMC – Ressonância Magnética Cardiovascular
RNI – Razão Normalizada Internacional
RX – Radiografia
SC – Subcutâneo
SCA – Síndrome Coronária Aguda
SL – Sublingual
SNG – Sondagem Nasogástrica
TC – Tomografia Computadorizada
TE – Teste Ergométrico
TEP – Tromboembolismo Pulmonar
UCO – Unidade Coronária
VD – Ventrículo Direito
VE – Ventrículo Esquerdo
VO – Via Oral
V/Q – de Ventilação e Perfusão Pulmonar
“A padronização de condutas nas emergências tem sido uma preocupação
universal. O objetivo é oferecer ao paciente mais segurança e resolutividade.
Assim, reunimos nesta segunda edição, de forma prática e simples, as mais
recentes diretrizes com algumas adaptações aplicadas ao nosso serviço.
Desejamos uma boa leitura com a certeza de que o livro Dor Torácica - Nossa
abordagem na emergência será o seu grande aliado no dia a dia.”
Dr. Heron R. S. Rached
Coordenador Médico do Setor de Cardiologia Clínica e Métodos Diagnósticos não Invasivos Cardiovasculares
Hospital Bandeirantes
Rua Galvão Bueno, 257 - Liberdade - 3345 2000
São Paulo - SP
Download