Fidelidade - Romanos: justificação pela fé 13

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O plano de salvação segundo o evangelho de Cristo exposto por
Paulo na Carta aos Romanos pode ser resumido em quatro aspectos: justificação, regeneração, santificação e glorificação. No presente estudo focalizamos apenas o aspecto “justificação pela fé sem as obras da lei” (sem
pretendidos méritos pelo cumprimento de preceitos), com a finalidade de
nos levar a fazermos uma avaliação sincera dos fundamentos doutrinários
em que nossa fé e, portanto, nossa prática de vida se assentam; e para
avaliarmos nossa consagração no esforço de divulgarmos o evangelho de
Cristo.
Os homens são tentados a pensar que a justificação seja alcançada
mediante a guarda de mandamentos e da prática de atos meritórios perante
Deus e os homens. Essa tentação tem desviado multidões da confiança nos
méritos da justiça que vem de Deus para a falsa ideia de alcançar a salvação pelo próprio esforço. Esta tentação tem levado muitos grupos religiosos à adoção de uma religiosidade enganosa que consiste na observância
de ritos e preceitos. Por isto, precisamos entender e anunciar a justiça verdadeira que vem de Deus pela fé em Jesus e em seu sacrifício para nossa
salvação.
A justiça de Deus é alcançada somente por meio da fé
Romanos 3.21-24 – Nos tempos do Novo Testamento esta verdade era algo de revolucionário: a justiça de Deus acessível pela fé em
contraste com a busca da justiça mediante as obras. Deus requer justiça,
mas é ele mesmo quem a providencia. Para tanto, enviou ao mundo o seu
Filho Unigênito, o Verbo que se fez carne, e que recebeu o nome de Jesus,
o Cristo. A lei só serve para revelar ao homem o seu pecado, para conduzilo ao sentimento de incapacidade e consciência de que precisa de Cristo,
única esperança de salvação.
Em Cristo se manifesta a justiça de Deus sem a lei. O evangelho
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não contradiz a lei de Deus e nem os profetas; ao contrário, testifica da
necessidade dessa justiça de Deus, porque as exigências da lei revelam
as imperfeições do homem; quanto aos profetas anunciaram a justificação
gratuita pelo evangelho: “mas o justo pela sua fé viverá” (Habacuque 2.4).
A justiça de Deus é oferecida aos homens pecadores, que nada merecem,
como uma dádiva, cuja única esperança está na graça de Deus que nos justifica (redime da culpa e declara-nos justos mediante a fé em Cristo).
Justiça de Deus é realizada na expiação feita
por Jesus em seu sacrifício
Romanos 3.25,26 – Para satisfação das exigências da justiça de
Deus, era necessário fazer uma oferta pelo pecado, dada a sua ira justa
contra toda a impiedade e injustiça dos homens. Para agir de acordo com
as exigências de sua própria natureza moral, Deus entregou o seu Filho
Unigênito como o meio de expiação do
pecado da humanidade. O Cristo cru- Para agir de acordo com as exicificado é a dádiva do amor de Deus gências de sua própria naturepara a salvação dos homens (Jo 3.16). za moral, Deus entregou o seu
Portanto, Deus cobrou em Jesus Cristo Filho Unigênito como o meio de
o preço da redenção da humanidade e expiação do pecado da humaassim satisfez plenamente a necessida- nidade. O Cristo crucificado é a
de máxima dos homens como também dádiva do amor de Deus para a
a exigência de sua justiça que requer salvação dos homens.
derramamento de sangue pelo pecado:
“sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22); “Por seu próprio sangue (...) havendo efetuado uma eterna redenção” (Hb 9.12); “Temos a redenção pelo sangue, a remissão das ofensas segundo as riquezas
da sua graça” (Ef 1.7); “e o sangue de Jesus Cristo, seu filho, nos purifica
de todo o pecado” (1Jo 1.7).
A morte de Jesus Cristo na cruz do Calvário foi a oferta propiciatória (que torna o homem propício, aceitável aos olhos de Deus) pelo
pecado diante de Deus e diante do universo, oferecida uma vez por todas.
Esta bênção torna-se disponível a todos os homens sem distinção de raça
ou classe, mediante a fé. Assim Deus é “justo e justificador daquele que
tem fé em Jesus” (3.26). A justiça de Deus exigia que o pecado fosse castigado, enquanto a misericórdia de Deus não permitia que ele abandonasse
o homem à sua sorte de condenação. Tanto a justiça quanto a misericórdia
de Deus foram satisfeitas na morte de Cristo em substituição ao pecador.
Por esta razão a cruz de Cristo (não cruz objeto, mas a morte de Cristo na
cruz é central no evangelho). Foi na cruz que a justiça e a misericórdia de
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Deus se juntaram para realizar a obra de reconciliação do homem com
Ele.
Justiça de Deus exclui a jactância
Romanos 3.27 – Jactância é orgulho, vaidade, ostentação, contar
vantagem. Visto que nenhum homem tem mérito diante de Deus, que o
justifique, e visto que Deus enviou o seu Filho como oferta pelo pecado do
homem, segue-se que ninguém tem como jactar-se. Os judeus, entretanto,
não entendiam isto. Eles se jactavam
por serem descendentes de Abraão, A justificação é somente pela
por serem circuncidados, e porque se fé. A jactância é excluída porconsideravam cumpridores da lei. In- que ninguém merece nada. A
felizmente ainda hoje existem os que misericórdia e a justiça de Deus
confiam em sua própria justiça ou nas
não comportam qualquer ideia
regras de algum sistema a que pertende mérito humano.
çam.
O pecador não pode ser justificado pela lei, nem pelo procedimento que adota, por melhor que seja.
A justificação é somente pela fé. A jactância é excluída porque ninguém
merece nada. A misericórdia e a justiça de Deus não comportam qualquer
ideia de mérito humano.
Ao concluir que “o homem é justificado pela fé sem as obras da
lei”, o apóstolo Paulo derrubou o muro de separação que havia entre judeus
e gentios, mostrando que Deus é o Salvador de todos os que criam em Jesus, sejam judeus, sejam gentios. Isto cancela toda a possibilidade de manifestação de orgulho por parte de qualquer pessoa que professe ser cristão.
Sendo Deus de todos os homens, Ele se interessa por todos. Mas Ele não
tem um meio de salvação para os que conhecem o evangelho e outro para
os que não conhecem. Daí a necessidade de pregarmos a salvação pela fé
em Cristo a toda a criatura.
Abraão foi justificado pela fé
Romanos 4.1-25 – Para ilustrar a fé salvadora sem as obras da
lei, Paulo citou o exemplo de Abraão, o maior representante do povo hebreu. Paulo mostrou que, ao contrário do que pensavam os judeus, Abraão
não era um exemplo de justiça mediante cumprimento da lei, mas sim um
exemplo de justificação pela fé (4.4). A fé é que lhe foi imputada como
justiça, e não suas obras. Aliás, Abraão viveu séculos antes da doação da
lei a Moisés.
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O exemplo de Abraão é colocado na galeria dos heróis da fé no
capítulo 11 da Carta aos Hebreus: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu
sem saber aonde ia. Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra
alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual
Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.8-10).
PARA
APLICAR À VIDA
1. Qualquer ideia de mérito por parte do pecador está fora do significado do evangelho. E as obras, visto que temos que viver uma nova vida
em Cristo? As obras ou feitos, procedimentos justos dos crentes, não são a
causa de sua salvação, mas são resultantes dela. Justificados pela fé, nós
somos novas criaturas, e passamos a praticar os atos de justiça conforme o
caráter de Deus.
2. Visto que alcançamos a salvação pelo amor de Deus sem nada
merecermos, devemos viver de modo humilde diante de Deus e dos homens, com o coração cheio de gratidão, e devemos nos consagrar ao serviço de Deus como suas testemunhas. Cada crente é uma testemunha de
Cristo, é uma testemunha da eficácia do evangelho da graça, que transforma as pessoas. Olhando para nossa maneira de viver, os pecadores devem
valorizar o evangelho que pregamos. Estará nossa vida ajudando a levar
pessoas perdidas a se interessarem pela justiça de Deus que vem pela fé?
3. Para Meditar − Rm 3.28 − Nenhum homem tem nada de bom em
sua natureza que possa torná-lo justo diante de Deus. Somente Jesus Cristo, o Filho de Deus é justo. Quando o pecador, pela fé (crença, confiança
e submissão) crê em Jesus como o Filho de Deus, Salvador e Senhor, a
justiça de Jesus lhe é atribuída e, então, o pecador é transformado em nova
criatura e alcança a salvação. Esta verdade destrói a ideia de salvação pelas
obras, pela religiosidade, pela reencarnação, por passar por purgatório, ou
qualquer ideia de outro meio imaginado e criado pelos homens. Esta verdade deve nos incentivar a pregarmos cada vez mais o verdadeiro evangelho
de Jesus Cristo.
O homem nunca pode obter a salvação por aquilo que faça.
A salvação é favor de Deus ao homem dada exclusivamente
mediante a fé em Cristo Jesus.
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