INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE ATIVIDADES FISIOTERAPÊUTICAS MODERADAS COM HIPERTENSOS EM DUAS COMUNIDADES DE SANTA MARIA-RS 1 2 2 2 2 ILHA, Aparecida ; COSTA, Juliana Duarte BANDEIRA, Luciele ,FOCHESSATTO, Talissa , 3 3 3 FLECK, Caren ,VENDRUSCULO, Alecsandra ,BRAZ, Melissa . 1 Trabalho de Ensino _UNIFRA 2 Acadêmicas do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 3 Orientadoras, docentes do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: Segundo o Ministério da Saúde, a Hipertensão Arterial(HAS), caracteriza um dos principais problemas de saúde pública do Brasil, por ser uma patologia silenciosa e com diversas consequências importantes como acidente vascular cerebral e infarto, podendo ser prevenida ou minimizada com medidas simples como diminuir consumo de sal, e exercícios físicos regulares.Materiais e Métodos: Foi aplicado um protocolo de atividades fisicas moderadas, que consistia na pauta de um tema semanal, acolhimento do grupo, dinâmicas e exercícios fisicos moderados, posteriormente uma sessão de relaxamento e verificado a pressão arterial antes e depois das atividades, os encontros eram semanais e duravam uma hora.Discussão: De uma maneira geral constatamos que os resultados foram positivos, pois a explicação para o efeito redutor do exercício sobre a pressão arterial de indivíduos hipertensos está relacionada a fatores hemodinâmicos, humorais e neurais (Monteiro e Filho, 2004)Conclusão:O protocolo teve ação benéfica no quadro hipertensivo dos participantes. Palavras-chave: Hipertensão Arterial, comunidade, atividades físicas, moderadas. 1. INTRODUÇÃO A hipertensão arterial é a patologia que mais acomete a população brasileira dos 30 aos 80 anos, também é a principal causa das doenças cardiovasculares segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2004). A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença que ataca os vasos sanguíneos, coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins. Conforme o Ministério da Saúde (2010), a crise hipertensiva apresenta sinais e 1 sintomas agudos de intensidade severa e grave, agindo de maneira silenciosa, com possibilidades de deterioração rápida dos órgãos alvo. Podendo haver risco de vida potencial e imediato, pois os níveis tensionais estarão além do normal. Ocorre quando a medida da pressão se mantém frequentemente acima de 140 por 90 mmHg. As consequências são: nos rins ocorre hematúria, proteinúria e edema; no sistema cardiovascular ocorre falta de ar, dor no peito, angina, infarto, arritmias e edema agudo de pulmão; no sistema nervoso, AVE isquêmico ou hemorrágico, podendo ser fatal neste último, na visão, ocorre embaçamento, hemorragia e edema (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2010). A Pressão Arterial (PA) diastólica tem sido tradicionalmente incriminada como fator de risco, pois se tem constatado que a incidência de complicações cardiovasculares é proporcional ao nível da pressão diastólica. Entretanto, a hipertensão sistólica isolada também se correlaciona com maior incidência de cardiopatias, ICC e AVE. Constatou-se também que entre os hipertensos idosos há grupos de indivíduos que apresentam maior risco de complicações, como por exemplo, os negros, os portadores de comprometimento aterosclerótico em órgãos vitais e os pacientes que apresentam retinopatia hipertensiva Quando não tratada adequadamente, a hipertensão arterial pode acarretar graves consequências a alguns órgãos alvos vitais, e como entidade isolada está entre as mais frequentes morbidades do adulto (GUS et al., 2004). Desse modo, a doença hipertensiva tem se constituído num dos mais graves problemas de saúde pública. Alguns fatores contribuem para o desenvolvimento da hipertensão, tais como: fumo, consumo de bebida alcoólica, obesidade, estresse, consumo excessivo de sal, níveis altos de colesterol e triglicerídeo, sedentarismo, consumo de hormônios, no caso das mulheres. Além desses fatores de risco, sabe-se que sua incidência é maior na raça negra, aumenta com a idade, é maior entre homens com até 50 anos,entre mulheres acima de 50 anos, e em diabéticos. segundo ( Ministério da Saúde,2010). A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada, além do tratamento farmacológico prescrito pelo médico é imprescindível adotar medidas para uma vida saudável como: evitar o sobrepeso, se necessário, mudando hábitos alimentares, diminuir o uso do sal, consumir alimentos saudáveis, praticando atividade física regular, evitando fumo, moderar o consumo de álcool, evitar alimentos gordurosos, controlar o diabetes. Mas infelizmente a maior dificuldade encontrada no tratamento da hipertensão arterial é a aderência dos pacientes ao tratamento, pois todas as medidas necessárias para isso são preventivas, e boa parte dos acometidos são idosos, e modificar hábitos de vida 2 envolve grandes mudanças e na própria concepção de saúde que o individuo possui (SARQUIS et al., 1998). 2. MATERIAIS E METODOS Foi realizada por acadêmicas do quarto semestre do curso de fisioterapia da UNIFRA, na disciplina de Fisioterapia e Promoção em Saúde II, atividades integradas nas comunidades dos Bairros Urlândia e Alto da Boa Vista no período de setembro até novembro de 2010. Objetivando promover esta integração e a promoção da saúde, foram desenvolvidas atividades como o acolhimento do grupo participante, aferição de sinais vitais no inicio e fim dos encontros. Além destas, foram realizadas dinâmicas em grupo, exercícios físicos com o objetivo de promover condicionamento e funcionalidade, e também relaxamento físico e mental. A programação dos encontros é preparada de acordo com o tema escolhido pelos próprios componentes do grupo. Sendo realizada uma pauta semanalmente promovendo a saúde e bem estar, sanando possíveis dúvidas e preocupações de todos. Foram incluídos nesta pesquisa indivíduos hipertensos, sedentários pertencentes aos grupos de acompanhamento da Estratégia Saúde da Família pela fisioterapia( ESF). E como caráter de exclusão ser normotenso, não pertencer ao grupo, já citados, e praticar atividade física regularmente. O grupo da comunidade do Alto da Boa Vista é composto por em média dez pessoas e o da Urlândia por, em média, 20 pessoas de ambos os sexos, sendo a maioria mulheres que tem como principal atividade laboral os afazeres do lar. A faixa etária é de 40 a 80 anos. Todos os componentes pertencem ao grupo de hipertensos das Unidades Básicas locais, fazendo uso de medicação anti- hipertensiva.Os encontros aconteciam simultâneamente nos mesmos dias e horários, em ambas comunidades, o grupo de acadêmicos desta pesquisa se dividia e realizava os encontros, seguindo os protocolos e aferição das Pressões Arteriais(PAs). 3. RESULTADOS Considerando o objetivo deste estudo de avaliar a influência das atividades fisicas moderadas nas comunidades Alto da Boa Vista e Urlândia verificando seus efeitos no quadro hipertensivo dos componentes dos grupos, percebemos que seus resultados foram 3 satisfatórios, como podemos perceber no gráfico a seguir: 120% 100% 80% 60% Baixou Subiu 40% Manteve 20% 0% Foi comparada a pressão arterial inicial com a final de cada paciente, em cada visita semanal, com o valor de referência 130/80, segundo a American Heart Association(2010) , e calculada em porcentagens das médias totais semanais de cada grupo, evidenciando que o programa de atividades teve um resultado positivo e efetivo. Embora houvesse pequenas variações no número de comparecentes ao longo do tempo, sendo este sempre positivo a cada visita realizada. É importante salientar que a pressão arterial de cada paciente era verificada pelos mesmos acadêmicos, considerando a veracidade dos fatos narrados na pesquisa. 4. DISCUSSÃO Esta pesquisa teve como objetivo principal comprovar a eficácia das atividades físicas, técnicas de relaxamento e explanação de temas na prevenção e promoção da saúde de indivíduos que apresentam hipertensão arterial. De uma maneira geral constatamos que os resultados foram positivos, pois a explicação para o efeito redutor do exercício sobre a pressão arterial de indivíduos hipertensos está relacionada a fatores hemodinâmicos, humorais e neurais. Segundo Maria de Fátima o exercício físico de baixa intensidade diminui a pressão arterial porque provoca redução no débito cardíaco, o que pode ser explicado pela diminuição na freqüência cardíaca de repouso e diminuição do tônus simpático no coração, em decorrência de menor intensificação simpática e maior retirada vagal (Monteiro e Filho, 2004). 4 Segundo Fagard (2001, p.484) o treinamento de três a cinco vezes por semana durante 30-60 minutos por sessão, a uma intensidade moderada parece ser eficaz no que diz respeito à redução da pressão arterial. Os temas pautados nos grupos tiveram por objetivo promover a saúde e este foi alcançado, como demonstram os resultados na tabela1, pois orientações como: tipo de alimentação, hábitos de vida saudável e prejudiciais são fundamentais no controle da hipertensão arterial e resultados positivos na prevenção e controle de patologias como a hipertensão arterial são alcançados com várias medidas conjuntas e nunca com medidas isoladas. O último fator e não menos importante destaca-se pela redução da pressão arterial, que pode ser alcançada através da prática do relaxamento e da meditação. Segundo Benson et al. estudaram indivíduos hipertensos leves ou moderados não medicados, submetidos ao treinamento em relaxamento, observaram reduções significantes tanto na pressão sistólica quanto diastólica, pois promove o aumento da atividade parassimpática no sistema cardiovascular sendo mais evidente em indivíduos hipertensos do que normotensos(BENSON et al.,1974). 5. CONCLUSÃO Esta pesquisa nos permitiu concluir que as atividades propostas pelo protocolo de atividades físicas dos acadêmicos do quartosemestre do curso de Fisioterapia da UNIFRA, tiveram ação benéfica no quadro hipertensivo dos componentes dos grupos das comunidades Urlândia e Alto da Boa Vista. Mas fica aberta a possibilidade de outros estudos neste campo considerando pesquisas mais minunciosas com uma maior coleta de dados permitindo uma melhor abrangência e compreensão do assunto. REFERÊNCIAS AMERICAN HEART ASSOCIATION, Variabilidade da pressão arterial: Um objectivo adicional para o tratamento anti-hipertensivo.,vol.58,2010.Disponível em: <http://hyper.ahajournals.org/>. Acesso em 14 de Nov. de 2010. BENSON, H.; ROSNER, B.A; MARZETTA, B.R. Decreased blood pressure in borderline hypertensive subjects who practiced meditation. J Chronic Dis 27: 163-9, 1974. 5 CARDILOGIA, SOCIEDADE BRASILEIRA.Exercicio e Hipertensão.Revista Brasileira de Hipertensão., vol.10, Nº2, São Paulo,2004. Disponível em:< http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/10-2.asp>. Acesso em: 14 de Nov. de 2010. FAGARD, R.H. Exercise characteristics and the blood pressure response to dynamic physical training. MED. Sci. Sports Exerc.,vol. 33, No. 6, Supl., P. S484-S492, 2001. Disponível em:< http://journals.lww.com/acsm- msse/Abstract/2001/06001/Exercise_characteristics_and_the_blood_pressure.18.aspx>. Acesso em: 14 de Nov. de 2010. GUS, I. et al. Prevalência, Reconhecimento e Controle da Hipertensão Arterial Sistêmica no Estado do Rio Grande do Sul. Artigo Original. Rio Grande do Sul, 2004. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/abc/v83n5/22137.pdf>. Acesso em: 14 de Nov, 2010. MEDICINA, SOCIEDADE BRASILEIRA.; Idosas Ativas Precisam de Menos Drogas do que as Sedentárias. NOTÍCIAS - S.B.M.E. São Paulo, 2010. Disponível em:< http://www.medicinadoesporte.org.br/>. Acesso em: 14 de Nov. 2010. MONTEIRO, M.F.;FILHO,D.C.S. Exercício físico e o controle da pressão arterial. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. São Paulo, 2004. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922004000600008>. Acesso em: 14 de Nov. 2010. SAÚDE, MINISTÉRIO DA. Pratique Saúde contra a Hipertensão Arterial, 2010.Disponível em < http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=23616&janela=1>. Acesso em:14 de Nov. de 2010. SARQUIS, L.M.M. et al. A adesão ao tratamento na hipertensão arterial: análise da produção científica. Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo, 1998. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S008062341998000400007&lng =en&nrm=iso>. Acesso em: 14 de Nov. 2010. . 6 7