FABRÍCIO SOARES DE SOUZA A ADESÃO DA PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS NA CONDUÇÃO DO TRATAMENTO DE DOR LOMBAR AGUDA E SUBAGUDA POR FISIOTERAPEUTAS BRASILEIROS: UM ESTUDO TRANSVERSAL UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2016 FABRÍCIO SOARES DE SOUZA A ADESÃO DA PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS NA CONDUÇÃO DO TRATAMENTO DE DOR LOMBAR AGUDA E SUBAGUDA POR FISIOTERAPEUTAS BRASILEIROS: UM ESTUDO TRANSVERSAL Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito para obtenção do título de Mestre, sob orientação do Prof. Dr. Leonardo Oliveira Pena Costa e co-orientação do Prof. Dr. Carlos Emílio Ladeira UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2016 ii Ficha elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID S729a Souza, Fabrício Soares de. A adesão da prática baseada em evidências na condução do tratamento de dor lombar aguda e subaguda por fisioterapeutas brasileiras: um estudo transversal / Fabrício Soares de Souza -- São Paulo, 2016. 45 p. Bibliografia Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de São Paulo. Orientador Prof. Leonardo Oliveira Pena Costa e co-orientação Prof. Dr. Carlos Emílio Ladeira 1. Dor lombar. 2. Tratamento. 3. Fisioterapia. I. Costa, Leonardo Oliveira Pena, orient. II. Título. CDD 615.8 iii Banca Examinadora Prof. Dr. Leonardo Oliveira Pena Costa___________________________ Universidade Cidade de São Paulo Profa. Dra. Cristina Maria Nunes Cabral__________________________ Universidade Cidade de São Paulo Prof. Dr. Paulo Roberto Garcia Lucarelli __________________________ Universidade Nove de Julho iv DEDICATÓRIA Dedico esta dissertação aos meu pais, Adão Alves de Souza (em memória) e Vilma de Fátima Soares de Souza (em memória). Estas duas pessoas excepcionais dedicaram suas vidas em prol da felicidade e educação da família. São eles os meus grandes incentivadores no propósito de acordar todos os dias tentando ser uma pessoa melhor. v AGRADECIMENTOS A Deus, por ser a bússola e fonte inesgotável de energia em minhas jornadas. A minha estimável família, principalmente minha querida Josiane, pela paciência, incentivo e apoio incondicional. Aos meus orientadores e amigos de longa data Leonardo Costa e Lucíola Costa, pela confiança, suporte e aprendizado. Foi uma grande satisfação conviver com vocês novamente. Ao meu co orientador Carlos Ladeira, pela parceria neste trabalho. Aos amigos Alessandra Narciso, Flávia Medeiros, Geórgia Freschi, Amanda Costa e Rafael Pimenta, pelo apoio diário e parceria durante toda jornada. Vocês foram fundamentais. Aos amigos da turma de mestrado, pelo companheirismo e descontração. Aos professores do programa de mestrado da UNICID, pelo suporte e ensinamentos. A todos os componentes do Brazilian Back Pain Research Group (BBPRG), pela parceria em todo processo de desenvolvimento deste trabalho. vi SUMÁRIO Páginas Sumário vii Resumo 2 Abstract 4 Introdução Contextualização sobre dor lombar 5 Prática Baseada em Evidências na dor lombar 5 Recomendações das Diretrizes da APTA 6 Identificação das Bandeiras Vermelhas e Amarelas 10 Justificativa 11 Objetivos 12 Métodos Desenho do estudo 12 Amostra 12 Instrumento de coleta de dados 13 Coleta de dados 18 Análise dos dados 19 Resultados 20 Discussão Principais resultados do estudo 25 Significado dos principais resultados do estudo e comparação com outros estudos sobre adesão das diretrizes de prática clínica 25 Intervenções mandatórias 27 Intervenções que não deveriam ter sido escolhidas 27 Reconhecimento das bandeiras amarelas e vermelhas 28 vii Pontos fortes e limitações do estudo 29 Sugestões para estudos futuros 29 Implicações para a prática clínica 30 Conclusão 31 Referencias Bibliográficas 32 Anexo 1 – Termo de Consentimento 37 Anexo 2 – Enquete Dados Demográficos 38 Caso clínico 1 39 Caso clínico 2 40 Caso clínico 3 41 Caso clínico 4 42 Caso clínico 5 43 Caso clínico 6 44 Anexo 3 – E-mail enviado aos participantes viii 45 A Adesão da Prática Baseada em Evidências na Condução do Tratamento de Dor Lombar aguda e subaguda por Fisioterapeutas Brasileiros: um estudo transversal Autores: Fabrício Soares de Souza1, Carlos Emílio Ladeira2, Leonardo Oliveira Pena Costa1,3 • 1 Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia, Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, Brasil • 2 College of Allied Health and Nursing, Nova Southeastern University, Fort Lauderdale, Florida, United States of America • 3 Musculoskeletal Division, The George Institute for Global Health, Sydney, Australia 1 Resumo Introdução: A adesão precoce do diagnóstico, diagnóstico diferencial e tratamentos de fisioterapia baseados em evidência pode acelerar a recuperação do paciente, o que pode impactar na redução dos custos relacionados a dor lombar. Não se sabe se fisioterapeutas brasileiros seguem as diretrizes de prática clínica no atendimento de pacientes com dor lombar. Objetivos: 1) Investigar se fisioterapeutas brasileiros se orientam por diretrizes de prática baseada em evidências quando tomam decisões clínicas para o tratamento de dor lombar aguda e subaguda. 2) Identificar se os fisioterapeutas são capazes de reconhecer diagnósticos diferenciais de dor lombar associado a bandeiras vermelhas ou amarelas. Métodos: A amostra foi composta por fisioterapeutas de duas associações brasileiras de fisioterapia. Os dados foram coletados através de uma enquete eletrônica e de forma presencial. A enquete foi composta de seis casos clínicos hipotéticos de dor lombar, que serviram como base para avaliar as decisões clínicas e adesão as diretrizes de prática baseada em evidências para dor lombar. Os profissionais tinham 27 possíveis opções de resposta para cada caso clínico e poderiam escolher até cinco opções de tratamento. Os resultados foram analisados de três formas: percentual de adesão total, adesão parcial e não adesão das recomendações das diretrizes. Resultados: Foram convidados 530 fisioterapeutas e 189 participaram do estudo (taxa de resposta= 35,6%). Para todos os seis casos clínicos, a adesão completa as diretrizes foi baixa (com taxas de acerto variando entre 5 e 24%). A taxa de adesão parcial as diretrizes foi maior quando comparada a adesão completa (com taxas de acerto variando entre 32 e 75%). Os fisioterapeutas foram capazes de identificar melhor os diagnósticos diferenciais relacionados a bandeiras amarelas, do que bandeiras vermelhas. 2 Conclusões: Fisioterapeutas brasileiros não estão utilizando a melhor evidência disponível na tomada de decisão para pacientes com dor lombar. Uma maior divulgação das diretrizes de prática clínica deve ser urgentemente realizada. Palavras-chave: Enquete, Dor lombar aguda, Fisioterapia, Diretrizes de prática clínica 3 Abstract Background: Early adherence of evidence-based practice to physiotherapy decisions (diagnosis, differential diagnosis and interventions) can be associated with a higher recovery for patients, which may result in the reduction of costs of low back pain. It is unknown whether Brazilian physiotherapists follow clinical practice guidelines to make their clinical decisions for patients with low back pain. Objectives: 1) To investigate whether Brazilians physiotherapists make clinical decisions for patients with low back pain based upon clinical practice guidelines. 2) To identify whether the physiotherapists are able to recognize low back pain associated with differential diagnosis, red or yellow flags. Methods: The sample consisted of physiotherapists from two Brazilian physiotherapy associations. The data were collected through an electronic survey as well as on face to face meetings. The survey was composed of six hypothetical clinical cases of low back pain, which served as a basis to evaluate clinical decisions and adherence to clinical practice guidelines for low back pain. Participants from the study had 27 possible response options for each clinical case and could choose up to five options. The results were analysed in two ways: full adherence or partial adherences of the recommendations from clinical practice guidelines. Results: A total of 530 physiotherapists were invited and 189 participated in the study (response rate = 35.6%). A complete adherence to the guidelines was low for all six cases (with success rates ranging from 5 to 24%). The partial adherence to the guidelines was higher when compared to full adherence (with success rates ranging from 32 and 75%). The participants were more likely to identify yellow flags than red flags. Conclusion: Brazilian physiotherapists are not using the best available evidence in their clinical decision-making for patients with low back pain. A wider dissemination of clinical practice guidelines should be urgently undertaken. Keywords: Survey, Acute low back pain, Physiotherapy, Clinical practice guideline 4 Introdução Contextualização sobre dor lombar A dor lombar é uma das condições musculoesqueléticas mais comuns na prática clínica dos fisioterapeutas. Cerca de 39% das pessoas tem pelo menos um episódio de dor lombar durante a vida1. O curso clínico da dor lombar é marcado por melhora significativa da dor nas primeiras seis semanas, melhora moderada da dor persistente além de seis semanas e pequena redução na média de dor e incapacidade até o período de um ano2. Dentre todas as condições de saúde não fatais, a dor lombar se destaca como a maior colaboradora de anos vividos com incapacidade pela população mundial3. Devido as questões socioeconômicas relacionadas com a dor lombar, é importante o envolvimento dos fisioterapeutas com formas de tratamento mais eficientes. A adesão precoce aos tratamentos de fisioterapia mais eficientes pode acelerar a recuperação do paciente e reduzir incapacidade, o que pode impactar na redução dos custos relacionados a dor lombar4. Prática Baseada em Evidências na dor lombar A prática baseada em evidências tem sido definida como padrão ouro no auxílio dos fisioterapeutas e outros profissionais de saúde durante tomadas de decisões clínicas mais eficientes, promovendo melhores resultados para os pacientes com menor custo57 . A prática baseada em evidências consiste em uma tríade que leva em conta a síntese da melhor evidência de pesquisa clínica, a experiência do profissional e os valores e preferências dos pacientes5, 7. Para facilitar o uso da prática baseada em evidências no tratamento de dor lombar, pesquisadores estão agrupando de forma resumida as informações de ensaios clínicos relacionados a dor lombar em diretrizes de prática 5 clínica para dor lombar 8, 9. Diretrizes de prática clínica são desenvolvidas de forma sistematizada com a intenção de auxiliar tanto os terapeutas quanto os pacientes no entendimento sobre a escolha da intervenção clínica para casos específicos. A intenção é fazer recomendações baseadas em evidências de forma clara e direta para influenciar as decisões dos terapeutas10-12. Existem publicações de várias diretrizes de pratica clínica para o tratamento de dor lombar9, 13-15. A diretriz de prática clínica publicada pela Associação Americana de Fisioterapia (APTA)9 é de livre acesso, e tem como proposta: (1) orientar avaliações e combinações de tratamentos para atender casos específicos de dor lombar, e ou encaminhamento dos casos de diagnóstico diferencial para especialistas (2) propor tratamentos que tenham evidência na prevenção de recorrência e cronificação de dor lombar e (3) demonstrar evidências de tratamentos que contribuem para transição de uma condição de dor lombar aguda para crônica. As recomendações das diretrizes da APTA não diferem das demais existentes como as diretriz européias para o gerenciamento de pacientes com dor lombar16 ou o NICE guidelines do Reino Unido17, por exemplo. Recomendações das Diretrizes da APTA Utilizando da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), as diretrizes da APTA classificam casos específicos de dor lombar e determinam para cada um, estratégias de intervenções primarias baseadas em evidências. Com isso, o fisioterapeuta consegue se orientar para atingir o principal objetivo do processo de diagnóstico, que consiste em tomar decisões clínicas mais eficientes de acordo com os casos específicos de dor lombar9. 6 Além da classificação baseada nos princípios da CIF, o curso clínico da dor lombar também influencia nas tomadas de decisões dos fisioterapeutas. Segundo as diretrizes de pratica clínica da APTA, o curso clínico da dor lombar pode ser classificado como agudo (menos de 1 mês), subagudo (entre 2 e 3 meses) e crônico (mais de 3 meses)9. Diante da alta prevalência de recorrência e cronificação da dor lombar, que colabora com o aumentos dos custos de tratamento, os fisioterapeutas deveriam focar na prevenção da recorrência e transição para cronificação de dor lombar9. Baseado nestes sistemas de classificação, segue abaixo as recomendações das diretrizes da APTA para dor lombar aguda e subaguda (Tabela1). As diretrizes de prática clínica para dor lombar deixam claro que mesmo diante desta estrutura de classificação, o paciente com dor lombar muitas vezes pode se apresentar ou mudar de mais de uma categoria relacionado a estrutura e função corporal durante o processo de tratamento. 7 Tabela 1. Recomendações para dor lombar aguda e subaguda (APTA) Classificação (Curso Clínico) Sintomas Alteração de estrutura e função corporal Intervenção primária Dor lombar aguda com hipomobilidade - Dor lombar podendo referir para o glúteo ou coxa (duração de 1 mês ou menos). - Dor unilateral. - Início dos sintomas frequentemente relacionado um movimento ou posição desleixada. - Amplitude de movimento limitada da coluna lombar e torácica baixa. - Sintomas na coluna lombar e extremidades são reproduzidos com provocações dos segmentos na coluna torácica baixa, coluna lombar e/ou articulação sacroilíaca. - Terapia Manual (com ou sem thrust) para melhorar dor e mobilidade do(s) segmento(s) hipomóvel (eis). - Exercícios terapêuticos para melhorar ou manter a mobilidade. - Educação para manter ou aumentar atividade física. Dor lombar subaguda com hipomobilidade - Dor lombar, unilateral, podendo referir para glúteo ou coxa (com duração de 2 a 3 meses). - Pacientes podem relatar sensação de rigidez nas costas. - Sintomas reproduzidos no final da amplitude de movimento. - Sintomas reproduzidos com a provocação dos seguimentos da coluna torácica baixa, lombar e articulação sacroilíaca. - Presença de uma ou mais das seguintes alterações: + Restrição da amplitude de movimento da coluna torácico associado a mobilidade segmentar. + Restrição da amplitude de movimento da coluna lombar associado a mobilidade segmentar. + Restrição da amplitude de movimento da coluna lombo-pélvico ou articulação do quadril associado com a mobilidade segmentar. - Terapia Manual para melhorar mobilidade dos seguimentos da coluna, lombo-pélvico e quadril. - Exercícios terapêuticos para manter ou aumentar a mobilidade da coluna e quadril. - Foco na prevenção de recorrência do episódio associado (1) exercícios terapêuticos de coordenação força e resistência e (2) educação para mantar ou aumentar atividade física. Dor lombar aguda com instabilidade lombar - Dor lombar (duração de 1 mês ou menos) comumente associada a dor referida para extremidades. - Sintomas frequentes de dor lombar com ou sem referência para extremidades inferiores, ocorridos em vários episódios anteriores nos últimos anos. - Dor lombar com ou sem referência para as extremidades, desencadeados no repouso ou amplitude de movimentos iniciais da coluna. - Dor lombar com ou sem referência para extremidades, reproduzida com provocação do seguimento lombar. - Instabilidade da coluna lombar nos movimentos de flexão e extensão. - Exercícios: coordenação, resistência e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização). - Educação para manter ou aumentar atividade física. 8 Dor lombar subaguda com instabilidade lombar - Dor lombar com duração entre 2 e 3 meses, recorrente, comumente referida para extremidades inferiores. - Sintomas frequentes de dor lombar com ou sem referência para extremidades inferiores, ocorridos em vários episódios anteriores nos últimos anos. - Dor lombo-sacra que piora do meio da amplitude de movimento para o final. - Dor lombar com ou sem referência para as extremidades inferiores, reproduzidas com a provocação dos segmentos lombares. - Hipermobilidade da coluna lombar pode estar presente na avaliação da mobilidade segmentar. - Hipomobilidade da coluna torácica, coluna lombo-pélvica ou articulação do quadril. - Diminuição de força e resistência dos músculos do tronco e pelve. - Instabilidade na execução de atividades diárias. - Exercícios: coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização). - Terapia manual para os seguimentos que apresentam hipomobilidade. - Educação para manter ou aumentar atividade física. Dor lombar aguda com dor referida para extremidades inferiores e preferência direcional - Dor lombar com duração inferior a um mês, geralmente associada com dor referida para o glúteo, coxa ou perna. - Os sintomas geralmente pioram durante movimento de flexão de coluna ou sentado (mas podem ocorrer em outras posições/posturas). - Dor lombar e periférica tendem a diminuir com posturas e movimentos específicos. - Extensão lombar limitada. - Desvio lateral do tronco pode estar presente. - Estes achados clínicos podem ser compatíveis com dor lombar subaguda ou crônica associado a instabilidade. - Exercícios de centralização e preferência direcional. - Educação para manter ou aumentar os níveis de atividade física. - Educação de programa de exercício domiciliar. - Educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos biomecânicos. Dor lombar aguda com dor irradiada - Dor lombar com duração inferior a um mês associada a irradiação (segue um dermátomo específico) para extremidades inferiores. - Parestesia da extremidades inferiores, podendo ser acompanhado de dormência ou fraqueza. - Sintomas radiculares estão presentes em: repouso e amplitude de movimentos iniciais da coluna, assim como nos testes de Lasegue e Slump. - Estes sintomas podem ser parecidos com dor lombar aguda com dor referida para extremidades inferiores. - Exercícios de centralização e preferência direcional. - Educação para manter ou aumentar atividade física. - Mobilização neural. (Evidência conflitante) 9 Dor lombar aguda e subaguda associada com alterações biopsicossociais - Dor lombar com duração de 1 a 3 meses com ou sem dor referida para extremidades inferiores. - Presença de uma ou mais das seguintes alterações: + Duas respostas positivas no questionário de avaliação de desordem mental, compatível com depressão. + Alta pontuação no questionário FABQ. + Alta pontuação na escala de dor e Catastrofisação. - Educação relacionada com a classificação específica apresentada pelo paciente nos testes anteriores. - Encaminhar os casos mais graves para o psicólogo. FABQ: Fear Avoidance Beliefs Questionnaire Identificação de Bandeiras Vermelhas e Amarelas Um componente das decisões clínicas do fisioterapeuta é determinar se o caso do paciente é apropriado para ser tratado com fisioterapia ou necessita de encaminhamento para outro profissional, como médicos ou psicólogos, por exemplo. De acordo com as diretrizes da APTA, o fisioterapeuta pode considerar como diagnóstico diferencial os casos em que os pacientes apresentam sinais e sintomas (Bandeiras vermelha ou amarela) condizentes com um quadro clínico que não compete com a sua atuação. Bandeiras vermelhas são sinais e sintomas (exemplo: perda de peso, recente infecção, dor ininterrupta, febre ou outros sinais de alterações sistêmicas) compatíveis com a interrupção da conduta fisioterápica e encaminhamento para avaliação do médico para confirmar ou descartar uma patologia grave (como por exemplo câncer, infecções ou fratura), que também são causas de dor nas costas 18. Nos casos em que os pacientes apresentam dor lombar associado com sinais e sintomas condizentes com alterações biopsicossociais graves, deve ser considerado como Bandeira Amarela, e, portanto, recomenda-se encaminhar para uma avaliação com o psicólogo. 10 Justificativa Até o presente momento, não há estudos que avaliam como os fisioterapeutas brasileiros tratam dor lombar. Em outros países, estudos vem sendo desenvolvidos para mensurar as decisões clínicas dos fisioterapeutas para o tratamento de dor lombar19-23. Destes estudos, quatro20-23 foram realizados nos anos 90, quando a prática baseada em evidências não era ainda amplamente difundida na prática clínica. O quinto estudo19 foi publicado recentemente e descreveu sobre os tratamentos utilizados para dor lombar e a adesão da prática baseada em evidências. A coleta de dados neste quinto estudo foi realizada em 2007, quando não havia ainda nenhuma diretriz de prática baseada em evidências para tratamento de dor lombar nos Estados Unidos da América. Alguns estudos demonstraram a capacidade dos fisioterapeutas em identificar o melhor tratamento de dor lombar não específica19, 24 assim como identificar dor lombar com bandeira vermelha25 (quando é necessário encaminhar o paciente para avaliação médica), porém, nenhum estudo avaliou se os fisioterapeutas foram eficientes no diagnóstico e tratamento de pacientes com radiculopatia lombar9, 26 e dor lombar associado a bandeira amarela27-29 (quando é necessário encaminhar o paciente para avaliação psicológica). O diagnóstico e tratamento adequado de pacientes com dor lombar associado a radiculopatia e ou o encaminhamento de pacientes com bandeira amarela para o psicólogo são muito importantes porque geralmente estes pacientes são responsáveis pelo aumento dos gastos com cirurgia (no caso de pacientes com dor lombar associada a radiculopatia)9 ou pelo desenvolvimento de dor crônica, aumentando os gastos com incapacidade (frequentemente associado com depressão)28, 30 . Um eficiente tratamento de dor lombar com radiculopatia pode prevenir gastos com 11 cirurgias31 e, um eficiente tratamento de pacientes com bandeira amarela para depressão pode prevenir o desenvolvimento de dor lombar crônica e incapacidade32, 33. Objetivos Ainda não se sabe se os fisioterapeutas brasileiros utilizam as diretrizes de prática clínica para tomar suas decisões clínicas. Portanto, os objetivos deste estudo são: 1) Investigar se os fisioterapeutas brasileiros aderem as diretrizes de prática clínica para tratamento de dor lombar publicada pela Associação Americana de Fisioterapia (American Physical Therapy Association - APTA)9. 2) Entender se os fisioterapeutas são capazes de reconhecer diagnósticos diferenciais de dor lombar associado a bandeiras vermelhas ou dor lombar associado a bandeiras amarelas. Métodos Desenho do Estudo Este é um estudo observacional de característica transversal e faz parte de um estudo multicêntrico com coletas de dados também sendo realizadas nos Estados Unidos da América. Amostra Um total de 530 fisioterapeutas filiados a duas associações brasileiras relacionadas com a área de fisioterapia musculoesquelética foram convidados para participar deste estudo. Para serem considerados elegíveis, esses fisioterapeutas deveriam ser filiados as associações e atender pelo menos um caso de dor lombar por semana. Todos os 12 participantes do estudo leram e concordaram com um termo de consentimento eletrônico (anexo 1) aprovado Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID / CAAE 44667915.9.0000.0064 e pelos dirigentes das duas associações. Por motivos éticos (num acordo de confidencialidade), os nomes das duas associações não serão divulgados nesse manuscrito. Instrumento de coleta de dados Os fisioterapeutas foram convidados a responder uma enquete (anexo 2) que foi adaptada a partir de outros instrumentos que investigam a forma de tratamento de dor lombar aguda e subaguda, elaboradas por Li e Bombardier24, Jette et al25 e Ladeira et al19. Ferramentas como esta são validadas e aceitáveis para mensurar decisões clínicas e análise relacionada as diretrizes de prática baseada em evidências25, 34, 35. Nesta enquete, além de coletar dados demográficos (idade, gênero, experiência clínica, número de pacientes atendidos e número de pacientes com dor lombar atendidos, especialização clínica e etc.), os participantes foram solicitados a responder seis casos clínicos elaborados a partir das diretrizes de prática clínica da APTA (anexo 2): 1. Caso clínico 1: dor lombar não específica aguda com hipomobilidade, 2. Caso clínico 2: dor lombar subaguda com cinesiofobia, 3. Caso clínico 3: dor lombar aguda com radiculopatia e preferência direcional, 4. Caso clínico 4: dor lombar subaguda com bandeira vermelha, 5. Caso clínico 5: dor lombar aguda com instabilidade lombar, 6. Caso clínico 6: dor lombar subaguda com bandeira amarela. Os participantes foram instruídos a selecionar no mínimo um e no máximo cinco opções de tratamento que eles utilizariam para cada caso clínico, na primeira semana 13 de tratamento. As opções foram selecionadas dentre 27 disponíveis em um quadro abaixo de cada caso clínico. Uma dessas opções é uma caixa de texto, em que o profissional poderia escrever outra modalidade de tratamento, não presente dentre as anteriores. A partir das técnicas de tratamento selecionadas foi analisada a adesão das diretrizes de prática baseada em evidências. Três fisioterapeutas especializados avaliaram a coerência das técnicas de tratamento específicas selecionadas na enquete com as diretrizes de prática clínica da APTA. Todos os três possuem experiência clínica no tratamento de dor lombar, assim como doutorado e publicações revisadas por pares em fisioterapia musculoesquelética. A interpretação relacionada a escolha das terapias e ou diagnóstico diferencial (bandeiras vermelha e amarela) para cada caso clínico foi baseada nas diretrizes de prática clínica para dor lombar publicada pela APTA em 20129. As intervenções que fazem mais diferença no tratamento de cada caso específico de dor lombar, foram consideradas como mandatórias (deveriam ser escolhidas). As intervenções que ajudam no processo de recuperação ou prevenção de cronificação, mas não fazem tanta diferença quanto as mandatórias para o tratamento de dor lombar, foram consideradas intervenções que poderiam estar em conjunto com as mandatórias (não serviram como critério de adesão as diretrizes). As intervenções que possuem evidências que não contribuem para o tratamento de dor lombar, foram consideradas como intervenções que não deveriam ser escolhidas. De acordo com esta referência, as terapias de escolha para os casos clínicos da enquete deveriam ser as seguintes: 14 1. Caso clínico 1: dor lombar aguda não específica com hipomobilidade: Intervenções mandatórias: a) Manipulação e/ou mobilização. b) Educação para que o paciente mantenha ou aumente atividade física. Intervenções que poderiam estar cm conjunto com as mandatórias: Educação de programa de exercício para casa, ou exercícios de resistência e fitness, ou exercícios de coordenação, resistência e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização), ou educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseados na biomecânica. Intervenções que não deveriam ser escolhidas: a) Repouso na cama, cinta ou colete lombar e exames de imagem. b) Tratamentos passivos na clínica (TENS, interferencial, ultrassom, laser). 2. Caso clínico 2: dor lombar subaguda com cinesiofobia: Intervenções mandatórias: a) Educação e estratégias para combater tendências cinesiofóbicas. b) Educação para que o paciente mantenha ou aumente atividade física. Intervenções que poderiam estar em conjunto com as mandatórias: Educação de programa de exercício para casa, ou exercícios de resistência e fitness, ou exercícios de coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização), ou educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseados na biomecânica. Intervenções que não deveriam ser escolhidas: a) Repouso na cama, cinta ou colete lombar e exames de imagem. b) Tratamentos passivos na clínica (TENS, interferencial, ultrassom, laser). 15 3. Caso clínico 3: dor lombar aguda com radiculopatia e preferência direcional: Intervenções mandatórias: a) Exercícios de centralização ou de preferência direcional. b) Educação para que o paciente mantenha ou aumente atividade física. Intervenções que poderiam estar em conjunto com as mandatórias: Educação de programa de exercício para casa, ou exercícios de resistência e fitness, ou exercícios de coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização), ou educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseados na biomecânica. Intervenções que não deveriam ser escolhidas: a) Repouso na cama , cinta ou colete lombar e exames de imagem. b) Tratamentos passivos na clínica (TENS, interferencial, ultrassom, laser). 4. Caso clínico 4: dor lombar subaguda com bandeira vermelha: Intervenções mandatórias: Apenas encaminhamento médico é aceitável. Nenhum tratamento fisioterápico é aceitável (problema grave, possível emergência médica). A escolha da intervenção “Encaminhar para o médico, mantendo o tratamento de fisioterapia”, foi considerada para adesão parcial. 5. Caso Clínico 5: dor lombar aguda com instabilidade lombar: Intervenções mandatórias: a) Exercícios de coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização). 16 b) Educação para que o paciente mantenha ou aumente atividade física. Intervenções que poderiam estar em conjunto com as mandatórias: Educação de programa de exercício para casa, ou exercícios de resistência e fitness, ou educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseados na biomecânica. Intervenções que não deveriam ser escolhidas: a) Repouso na cama , cinta ou colete lombar e exames de imagem. b) Tratamentos passivos na clínica (TENS, interferencial, ultrassom, laser). 6. Caso Clínico 6: dor lombar subaguda com bandeira amarela: Intervenções mandatórias: Duas opções aceitáveis Primeira opção: a) Apenas encaminhamento ao psicólogo. Segunda opção: a) Encaminhamento ao psicólogo com tratamento fisioterápico. b) Educação para que o paciente mantenha ou aumente atividade física. Intervenções que poderiam estar em conjunto com as mandatórias: c) Educação de programa de exercício para casa, ou exercícios resistência e fitness, ou educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseados na biomecânica, ou educação e estratégias para combater tendências cinesiofóbicas. Intervenções que não deveriam ser escolhidas: a) Repouso na cama, cinta ou colete lombar e exames de imagem. b) Tratamentos passivos na clínica (TENS, interferencial, ultrassom, laser). 17 Os fisioterapeutas da amostra não foram informados previamente sobre os critérios usados para análise das resoluções dos casos clínicos utilizadas neste estudo. Estudos anteriores sobre análise da adesão de terapeutas a prática baseada em evidências para tratamento de dor lombar, realizados nos EUA36 e Canadá24, também realizaram procedimentos similares a este. Mas o objetivo desses estudos não foi de investigar se os terapeutas estavam cientes ou treinados na utilização das diretrizes de prática clínica. A proposta desses estudos era estudar se os terapeutas faziam recomendações coerentes com as diretrizes de prática clínica. Coleta de dados Inicialmente os dados foram coletados a partir de uma enquete eletrônica através da plataforma Survey Monkey (pt.surveymonkey.com). O pesquisador principal enviou um e-mail convite (anexo 3), juntamente com o link de acesso para as secretarias das associações. Obedecendo as regras de confidencialidade previstas nos estatutos internos das associações, o secretário de cada associação enviou o e-mail para os integrantes das mesmas. Este procedimento foi repetido por três vezes para cada participante, com o objetivo de garantir o maior número de recebimentos e atingir o a maior taxa de resposta possível. Os sujeitos tiveram seis semanas para responder a enquete online. Caso contrário, os pesquisadores consideraram o convidado como excluído do estudo. Para maximizar as taxas de respostas, dados também foram coletados de forma presencial com enquetes impressas, em eventos organizados por essas associações no ano de 2015. 18 Análise dos Dados Inicialmente foi realizada uma análise descritiva dos dados: os pesquisadores descreveram (por número e porcentagem) as escolhas das intervenções para os casos clínicos. Conforme mencionado anteriormente, os fisioterapeutas poderiam escolher no mínimo uma e no máximo cinco intervenções para cada caso clínico. As respostas foram interpretados da seguinte forma: 1) Adesão completa às diretrizes, quando os fisioterapeutas acertaram todas as opções mandatórias (sendo as mandatórias no máximo duas para cada caso); 2) Adesão parcial, quando os fisioterapeutas marcaram pelo menos uma opção mandatória; e 3) Não adesão, quando os fisioterapeutas não marcaram nenhuma das opções mandatórias. Considerando os princípios de Prática Baseada em Evidências, as opções mandatórias correspondem o melhor da evidência de pesquisa clínica, e por isso foi critério para interpretação de adesão as diretrizes. As outras opções não foram interpretadas com rigidez porque consideramos que poderia ter influência da experiência clínica dos profissionais e ou relacionar com as escolhas dos pacientes. Como o caso clínico quatro havia apenas uma intervenção mandatória, consideramos a intervenção “encaminhar para o médico mantendo o tratamento de fisioterapia” como adesão parcial. Também foi realizado o teste do qui-quadrado (em cada um dos seis casos clínicos) para analisar possíveis associações entre adesão das diretrizes de prática clínica com as variáveis: tempo de formado, maior titulação, número de pacientes atendidos por mês, universidade de formação e local de trabalho. 19 Resultados O período de coleta de dados foi de julho a novembro de 2015. Foram convidados para participar deste estudo 530 fisioterapeutas e destes, 158 fisioterapeutas responderam a enquete eletrônica e 31 responderam presencialmente nos eventos promovidos pelas associações nacionais, totalizando 189 participantes (taxa de resposta=35,6%). Nem todos os participantes que aceitaram o termo de consentimento responderam os casos clínicos. Portanto ajustamos o número de respondentes para cada caso clínico, que variou de n=180 para o caso clínico 1 a n= 162 para o caso clínico 6 (Figura 1). A maioria dos participantes tem formação em universidade privada (73%), são do sexo masculino e tem uma média de idade de 36 anos. Nota-se que a amostra tem alto nível de titulação acadêmica, com um grande percentual de especialistas e mestres (Tabela 2). n = 530 Convidados n = 189 (35,6%) Participantes Caso 1 n = 180 Caso 2 n = 171 Caso3 n = 167 Caso 4 n = 165 n = 158 SurveyMonkey n = 31 Eventos Caso 5 n = 165 Caso 6 n = 162 Figura 1. Fluxograma do recrutamento e participantes do estudo 20 Tabela 2. Características dos Participantes (n=189) Variável Gênero Masculino Feminino Idade (em anos) Tempo de formado (em anos) Nº Pacientes com dor lombar atendidos por mês 1a5 5 a 10 10 ou mais Universidade de formação Pública Privada Maior titulação Bacharel Especialista Mestre Doutor Utilização de linha específica de tratamento Sim Não Principal local de trabalho Consultório privado (convênio) Consultório privado (particular) Clínica privada de fisioterapia (convênio) Clínica privada de fisioterapia (particular) Clínica privada multidisciplinar (convênio) Clínica privada multidisciplinar (particular) Clínica pública de fisioterapia Hospital público Hospital privado Atendimento domiciliar Academia Outros 142 (75,1) 47 (24,9) 35,6 (7,77) 11,8 (6,8) 60 (31,7) 59 (31,2) 70 (37) 51 (27) 138 (73) 7 (3,7) 93 (49,2) 67 (35,4) 22 (11,6) 84 (44,4) 105 (55,6) 7 (3,7) 51 (27) 14 (7,4) 36 (19) 4 (2,1) 12 (6,3) 19 (10,1) 9 (4,8) 1 (0,5) 8 (4,2) 3 (1,6) 25 (13,2) Variáveis categóricas estão expressas em números e percentuais. Variáveis continuas estão expressas em média e desvio-padrão. 21 A tabela 3 apresenta o número e percentual de escolha das opções de tratamento para cada caso clínico. As respostas foram agrupadas em três categorias: (a) respostas mandatórias para cada caso clínico, (b) respostas que poderiam estar em conjunto com as mandatórias, e (c) respostas que não deveriam ser escolhidas. Dentre as opções mandatórias a serem selecionadas, a intervenção “Educação para que o paciente mantenha ou aumente as atividades físicas”, teve uma taxa de escolha abaixo de 20% para todos os casos. Dentre as terapias que não deveriam ser escolhidas, “Repouso na cama” e “Cinta ou Colete lombar” foram as opções com menor taxa de escolha, ficando abaixo de 2% em todos os casos, o que representa boa adesão as recomendações das diretrizes. Similarmente, “Correntes interferências e TENS” obteve uma taxa de escolha abaixo de 40% e “Laser e ultrassom” abaixo de 15%, assim como a opção “Radiografia ou Ressonância magnética” também apresentou uma taxa de escolha baixa, menor que 20%. A intervenção “Educação para alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseado na biomecânica”, considerada uma opção que poderia estar em conjunto com as terapias mandatórias, foi a opção de tratamento que no geral apresentou uma boa taxa de escolha, ficando acima de 40% nos casos 1, 2 e 3, e acima de 24% nos casos 5 e 6. A técnica de “mobilização da coluna” também ficou acima de 40% nos casos 1, 2, 3, e 5. 22 23 Acupuntura ou Agulhamento seco (Dry needling) Back school /Escola de postura Repouso na cama Educação para que o paciente mantenha ou aumente as atividades físicas Educação: programa de exercícios para casa Educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseado na biomecânica Educação e estratégias para combater tendências cinesiofóbicas Exercícios de centralização ou de preferência direcional Exercícios: coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização) Exercícios: resistência e fitness Exercícios: flexão lombar Correntes interferenciais ou TENS Gelo ou calor Laser ou ultrassom Cinta ou colete lombar Tração mecânica Mobilização neural Radiografia ou Ressonância magnética Encaminhar para o médico mantendo o tratamento de fisioterapia Encaminhar para o médico sem realizar nenhuma intervenção Encaminhar para o psicólogo mantendo o tratamento de fisioterapia Encaminhar para o psicólogo sem realizar nenhuma intervenção Mobilização da coluna (sem thrust) Manipulação da coluna (thrust) Condicionamento específico para o trabalho Modificações no trabalho Outros (a) Respostas mandatórias para cada caso clínico. (b) Respostas que poderiam estar em conjunto com as mandatórias. (c) Respostas que não deveriam ser escolhidas. Terapias Tabela 3. Percentual de escolha das opções de tratamento para cada caso clínico (n=189) Caso 1 (n=180) 35 (19,4) 13 (7,2) 5 (2,8)c 27 (15)a 41 (22,8)b 89 (49,4)b 43 (23,9) 37 (20,6) 56 (31,1)b 0 (0)b 0 (0) 62 (34,4)c 35 (19,4) 21 (11,7)c 1 (0,6)c 7 (3,9) 15 (8,3) 9 (5)c 27 (15) 0 (0) 1 (0,6) 0 (0) 101 (56,1)a 54 (30)a 6 (3,3) 34 (18,9) 38 (21,1) Caso 2 (n=171) 29 (17) 11 (6,4) 1 (0,6)c 19 (11,1)a 28 (16,4)b 75 (43,9)b 75 (43,9)a 63 (36,8) 48 (28,1)b 0 (0)b 4 (2,3) 65 (38)c 29 (17) 24 (14)c 2 (1,2)c 15 (8,8) 50 (29,2) 28 (16,4)c 50 (29,2) 3 (1,8) 8 (4,7) 1 (0,6) 81 (47,4) 12 (7) 8 (4,7) 13 (7,6) 27 (15,8) Caso 3 (n=167) 28 (16,8) 10 (6) 3 (1,8)c 12 (7,2)a 34 (20,4)b 72 (43,1)b 21 (12,6) 85 (50,9)a 42 (25,1)b 1 (0,6)b 1 (0,6) 49 (29,3)c 28 (16,8) 15 (9)c 3 (1,8)c 27 (16,2) 78 (46,7) 28 (16,8)c 47 (28,1) 3 (1,8) 1 (0,6) 0 (0) 87 (52,1) 17 (10,2) 11 (6,6) 15 (9) 29 (17,4) Caso 4 (n=165) 20 (12,1) 12 (7,3) 6 (3,6) 19 (11,5) 26 (15,8) 43 (26,1) 11 (6,7) 16 (9,7) 49 (29,7) 0 (0) 1 (0,6) 31 (18,8)c 12 (7,3) 11 (6,7)c 0 (0)c 9 (5,5) 17 (10,3) 12 (7,3)c 54 (32,7) 41 (24,8)a 12 (7,3) 1 (0,6) 58 (35,2) 24 (14,5) 8 (4,8) 18 (10,9) 24 (14,5) Caso 5 (n=165) 25 (15,2) 31 (18,8) 0 (0)c 32 (19,4)a 48 (29,1)b 65 (39,4)b 27 (16,4) 24 (14,5) 101 (61,2)a 15 (9,1)b 10 (6,1) 26 (15,8)c 19 (11,5) 11 (6,7)c 1 (0,6)c 11 (6,7) 15 (9,1) 16 (9,7)c 18 (10,9) 0 (0) 8 (4,8) 1 (0,6) 66 (40) 32 (19,4) 32 (19,4) 29 (17,6) 26 (15,8) Caso 6 (n=162) 39 (24,1) 9 (5,6) 0 (0)c 17 (10,5)a 25 (15,4)b 39 (24,1)b 35 (21,6)b 21 (13) 36 (22,2) 7 (4,3)b 6 (3,7) 45 (27,8)c 37 (22,8) 10 (6,2)c 1 (0,6)c 7 (4,3) 15 (9,3) 12 (7,4)c 31 (19,1) 6 (3,7) 130 (80,2)a 7 (4,3)a 46 (28,4) 13 (8) 9 (5,6) 10 (6,2) 34 (21) A tabela 4 apresenta a proporção de fisioterapeutas que aderiram completamente (isto é, responderam todas as opções mandatórias), parcialmente (responderam pelo menos uma das opções mandatórias) ou não aderiram as diretrizes. Para todos os seis casos clínicos, a adesão completa as diretrizes foi baixa. Além disso, na Adesão parcial, os fisioterapeutas demonstraram reconhecer melhor dor lombar associada a bandeira amarela (75,3%) do que dor lombar associada a bandeira vermelha (32,7%). Tabela 4. Número e proporção de fisioterapeutas que aderem às Diretrizes de Prática Clínica Caso 1 n = 180 (DL não específica com hipomobilidade) Caso 2 n = 171 (DL com cinesiofobia) Caso 3 n = 167 (DL com radiculopatia) Caso 4 n = 165 (DL com Bandeira vermelha) Caso 5 n = 165 (DL com instabilidade lombar) Caso 6 n = 162 (DL com bandeiras amarelas) DL = Dor Lombar Adesão Completa às Diretrizes 20 (11,1) Adesão Parcial às Diretrizes 114 (63,3) Não Adesão às Diretrizes 46 (25,5) 11 (6,4) 72 (42,1) 88 (51,5) 9 (5,3) 79 (47,3) 79 (47,3) 41 (24,8) 54 (32,7) 70 (42,4) 24 (14,5) 85 (51,5) 56 (33,9) 16 (9,9) 122 (75,3) 24 (14,8) Foi realizado o teste do qui-quadrado para verificar a associação da adesão as diretrizes de prática clínica com tempo de formado (p= 0,29), titulação (p= 0,09), número de pacientes atendidos por mês (p= 0,83), universidade de formação (p= 0,32) e local de trabalho (p= 0,54). Nenhuma variável demonstrou associação com a adesão as diretrizes. 24 Discussão Principais resultados do estudo Esse estudo teve como objetivos: 1) Investigar se os fisioterapeutas brasileiros aderem às diretrizes de prática clínica para tratamento de dor lombar publicada pela Associação Americana de Fisioterapia, 2) Entender se os fisioterapeutas são capazes de reconhecer dor lombar associado a bandeiras vermelhas ou dor lombar associado a bandeiras amarelas. De modo geral, a taxa de adesão completa as diretrizes de prática clínica foi baixa para todos os casos (com taxas variando entre 5 e 24%). Já a taxa de adesão parcial as diretrizes foi maior quando comparada a adesão completa (com taxas de acerto variando entre 32 e 75%). Também observamos que os fisioterapeutas demonstraram reconhecer melhor as bandeiras amarelas (75,3%) do que as vermelhas (32,7%). Significado dos principais resultados do estudo e comparação com outros estudos sobre a adesão das diretrizes de prática clínica A baixa adesão completa às diretrizes de prática clínica pode ser explicada em parte pelas barreiras que os fisioterapeutas encontram na implementação da evidência na prática clínica. Uma revisão sistemática37 conduzida com o intuito de entender o que os fisioterapeutas pensam sobre a prática baseada em evidências, mostrou que apesar dos profissionais terem uma visão positiva sobre o assunto, há diversas barreiras reportadas por eles que limitam a adesão e implementação da evidência na prática clínica. As principais barreiras encontradas pelos autores foram: falta de tempo, incapacidade de compreender os dados estatísticos, falta de apoio do empregador, a falta de recursos, falta de interesse e dificuldades na generalização dos resultados. 25 Além dessas barreiras, um outro estudo38 identificou que fisioterapeutas brasileiros identificam a língua de publicação dos artigos (predominantemente em inglês) como uma das principais barreiras para a utilização da evidência na tomada de decisão clínica. Essa informação é preocupante, uma vez que a maior parte da evidência com maior qualidade metodológica está publicada na língua inglesa39. Um estudo realizado na Suécia40 com delinamento similar a esse, conduziu a aplicação de uma enquete para investigar melhor as atitudes e conhecimento dos fisioterapeutas com relação à importância das diretrizes de prática clínica. Praticamente todos os entrevistados (96%) relataram reconhecer a importância das diretrizes de prática clínica, no entanto, apenas 9% declararam ter fácil acesso a essas diretrizes, o que também limita a adesão na prática clínica. Sendo assim, é importante que as diretrizes de prática clínica sejam amplamente divulgadas e que sejam de livre acesso. Associações, conselhos e universidades tem um papel fundamental na disseminação dessas diretrizes para os profissionais. Esta lacuna entre atitudes positivas em relação as diretrizes e o seu uso na prática, contribui para que a evidência científica demore cerca de 17 anos para sua devida implementação na prática clínica41-43. Infelizmente essa demora interfere diretamente na escolha de intervenções mais eficientes e consequentemente nos gastos em saúde43. Esforços devem ser realizados para que esse período de tempo seja reduzido ao mínimo possível. 26 Intervenções mandatórias Com relação às escolhas das intervenções mandatórias para cada um dos casos, observamos que a educação para que o paciente se mantenha ativo (considerada obrigatória para a maioria dos casos), apresentou uma taxa de escolha menor que intervenções passivas (ex. terapia manual) ou educação baseada em princípios biomecânicos. O problema desse achado é que há evidências que as intervenções passivas para dor lombar subaguda podem favorecer a cronificação dos sintomas16. Além disso, é sabido que o modelo de educação biomecânica demonstra eficiência limitada, favorece o aumento de cinesiofobia e contribui com um prognóstico desfavorável44, 45. Os fisioterapeutas brasileiros parecem não fazer distinção entre educação biomecânica e educação para manutenção das atividades. Keating et al46, encontraram resultados semelhantes em um estudo realizado na Austrália. Os autores concluíram que os fisioterapeutas parecem não fazer distinção entre orientações para que o paciente se mantenha ativo e orientações de exercícios para coluna. Entretanto, esses autores recomendam que mais estudos como este são necessários para confirmar esta interpretação. Intervenções que não deveriam ter sido escolhidas Algumas das intervenções que não deveriam ser escolhidas como “Repouso na cama” e “Cinta ou colete lombar”, apresentaram uma taxa de resposta abaixo de 3%, demonstrando que os fisioterapeutas não apoiam a inatividade. A opção relacionada com exames de imagem, também apresentou um baixo percentual de escolha (abaixo de 17%) para todos os casos. Não sabemos se o baixo percentual de escolha está relacionado com a adesão às diretrizes ou a outros artigos que consistentemente 27 apontam que exames por imagens não são úteis para pacientes com dor lombar47. No entanto a intervenção passiva “Correntes interferenciais ou TENS” (taxa de escolha de até 38%), mesmo sem serem recomendadas pelas diretrizes para tratamento de dor lombar da APTA, ainda possuem um percentual de escolha importante para o tratamento de pacientes com dor lombar. Uma das hipóteses é que culturalmente os fisioterapeutas estão habituados a utilizar técnicas de analgesia no início ou ao final das sessões em pacientes com dor lombar, apesar de haver um longo histórico de evidências que agentes eletrofísicos não são recomendados para esses pacientes16, 48. Reconhecimento das bandeiras amarelas e vermelhas Nosso estudo mostrou que maior parte dos fisioterapeutas brasileiros foram capazes de identificar os fatores de risco psicossociais ao escolherem a opção de resposta “Encaminhar para o psicólogo mantendo o tratamento de fisioterapia” (80,2%) no caso que se refere a dor lombar associado a bandeira amarela. Entretanto, para as opções de tratamento em fisioterapia no mesmo caso, privilegiaram terapias passivas (Mobilização da coluna 28,4%, Correntes interferenciais ou TENS 27,8%, e Acupuntura 24,1%), desfavorecendo uma adesão completa as diretrizes de prática clínica (14,2%). Em relação ao caso de dor lombar associado a bandeira vermelha, observamos uma taxa extremamente baixa na adesão completa (24,8%), que não mudou muito na análise da adesão parcial (32,7%). De acordo com as diretrizes da APTA9, a condição de saúde apresentada no caso 4 é classificada como diagnóstico diferencial de dor lombar, que baseado em fortes evidências, deveria ser encaminhada exclusivamente para uma avaliação médica. A interpretação da baixa taxa de acertos nesse caso evidenciou que os fisioterapeutas não estavam preparados para identificar 28 precocemente as bandeiras vermelhas. Apesar de uma menor parte dos casos de dor lombar ser associado a uma condição grave (bandeira vermelha)9, a identificação precoce destas condições é muito importante. Os dados indicam que os fisioterapeutas devem ser melhor treinados a identificarem casos com suspeita de doença grave para que sejam encaminhados a serviços especializados. Pontos fortes e limitações do estudo O presente estudo apresentou uma boa taxa de resposta (35,6%). Estudos similares costumam apresentar taxas de respostas inferiores a 20%19, 49. A amostra desse estudo parece não ser totalmente generalizável para a população de fisioterapeutas do Brasil uma vez que esse amostra possui alto nível de formação e especialidade (sendo 49.2% de especialistas e 35,4% de mestres). Isso é preocupante, porque mesmo diante de uma população com um alto nível de formação, a adesão completa as diretrizes foi baixa. Isso é um indicativo que os resultados poderiam ser ainda piores na população geral de fisioterapeutas do Brasil. Novos estudos devem ser realizados com fisioterapeutas que não pertencem a essas associações para que essa hipótese seja confirmada. Sugestões para estudos futuros O aumento da consciência que os resultados de pesquisa não estão sendo utilizados na prática vem estimulando o interesse em elaborar maneiras de minimizar esta realidade50, 51. Segundo Graham et al50, a implementação de novas evidências na prática depende da troca de conhecimento entre as partes interessadas (pesquisador, clínico, paciente e outros), para superar os aspectos limitantes do uso na prática. Portanto, novos estudos abordando aspectos específicos: avaliação das barreiras, adaptação do conhecimento ao contexto local, seleção e adaptação de estratégias de implementação, monitorar e sustentar o uso de evidências e avaliar os resultados, são 29 necessários para ajustar a prática clínica, utilizando as novas evidências no tratamento dos pacientes41, 50. Implicações para a prática clínica O resultado de baixa adesão as diretrizes de prática clínica encontrados neste estudo indica que devem ser elaboradas estratégias para melhorar este cenário. Seguem algumas sugestões que podem ajudar neste processo: 1) Melhorar o entendimento dos clínicos, docentes e estudantes de fisioterapia sobre a importância do uso de evidências na prática clínica, a partir de uma mobilização perante conselhos regionais, associações e universidades. Por influenciar tanto os clínicos (em processos de educação continuada) quanto os estudantes de graduação, os docentes e instituições de ensino de fisioterapia tem maior responsabilidade de se inteirarem mais sobre este tema e promover discussões no ambiente de ensino. 2) Baseado em outro estudo, que identificou a principal barreira para adesão as diretrizes encontrada pelos fisioterapeutas brasileiros é a língua38, o ideal seria incentivar a capacitação dos profissionais em língua inglesa (pelo menos na leitura). Como esta estratégia demanda longo prazo, a curto prazo poderíamos solucionar esta barreira firmando parceria com instituições de ensino ou associações para traduzir para o português brasileiro as diretrizes disponíveis em língua inglesa, tornando-as públicas, com ampla divulgação e fácil acesso. Criar diretrizes de prática clínica nacionais é outra possibilidade, mas com certeza requereria mais tempo e recursos para produção de um material que provavelmente chegaria as mesmas conclusões das diretrizes internacionais já existentes. 30 3) Fornecer treinamento para o uso das diretrizes de prática clínica (com resoluções de casos clínicos, discussões em grupo, palestras e etc.) para clínicos e universitários. 4) Avaliar periodicamente a adesão as diretrizes e os resultados de sua implementação. 5) Remunerar melhor os profissionais que seguem diretrizes de prática clínica através de auditorias de prática clínica, uma vez que os tratamentos de fisioterapia baseada em evidência, associado a boa adesão dos pacientes, reduzem os custos do sistema de saúde4. Conclusão Fisioterapeutas brasileiros não utilizam adequadamente as diretrizes de prática clínica para tomada de decisão na condução de pacientes com dor lombar. Além disso, os fisioterapeutas demonstraram reconhecer melhor dor lombar associado a bandeira amarela do que dor lombar associado a bandeira vermelha. Medidas para melhorar a adesão as diretrizes de prática clínica devem ser urgentemente realizadas. 31 Referências Bibliográficas 1. Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum. 2012;64(6):2028-37. 2. da CMCL, Maher CG, Hancock MJ, McAuley JH, Herbert RD, Costa LO. The prognosis of acute and persistent low-back pain: a meta-analysis. CMAJ. 2012;184(11):E61324. 3. Vos T, Flaxman AD, Naghavi M, Lozano R, Michaud C, Ezzati M, et al. Years lived with disability (YLDs) for 1160 sequelae of 289 diseases and injuries 1990-2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010. Lancet. 2012;380(9859):2163-96. 4. Childs JD, Fritz JM, Wu SS, Flynn TW, Wainner RS, Robertson EK, et al. 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Os resultados deste estudo vão contribuir para uma melhor orientação aos fisioterapeutas no processo de pesquisa e tratamento da dor lombar. Qualquer dúvida ou esclarecimento poderá ser dado pelo pesquisador responsável, Leonardo Oliveira Pena Costa, que pode ser encontrado na rua Cesário Galeno, 448 Tatuapé, SP, no telefone (11) 2178-1564 ou no email [email protected]. Declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste estudo. Recebi garantias de total sigilo e de obter novos esclarecimentos sempre que desejar. Assim, concordo em participar voluntariamente deste estudo e sei que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo. ___/___/____ ______________________________________________ Assinatura do sujeito da pesquisa 37 Anexo 2 Dados Demográficos Idade: _____ Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino Numero de pacientes com dor lombar atendidos por mês: _____ Você é afiliado a qual associação / sociedade? ___________________________________ Universidade de Formação: ( ) Pública Data da conclusão da graduação ____/____/_______ ( ) Privada Maior Titulação: ( ) Bacharel ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor Utilização de linha específica de tratamento: ( ) Sim ( ) Não Se Sim, qual? (exemplo: Pilates, RPG, Osteopatia)_________________________________ Principal local de trabalho: ( ) Consultório privado Se sim, por favor aponte é prioritariamente remunerado como ( ) particular ou ( )convênio ( ) Clínica privada de fisioterapia Se sim, por favor aponte é prioritariamente remunerado como ( ) particular ou ( )convênio ( ) Clínica privada multidisciplinar Se sim, por favor aponte é prioritariamente remunerado como ( ) particular ou ( )convênio ( ) Clínica pública de fisioterapia ( ) Hospital público ( ) Hospital privado ( ) Atendimento domiciliar ( ) Academia ( ) Outros Qual?___________________________________ 38 Caso clínico 1 História: Uma mulher de 31 anos iniciou com quadro de dor lombar após levantar uma caixa de 9 kg na última semana durante o trabalho. Desde então, devido a dor, ela se sente incapaz de realizar o seu trabalho em uma cafeteria. Ela consegue sentar por cerca de 10 minutos e caminha uma quadra até não conseguir mais devido a dor. Ela consegue dormir durante a noite mas apresenta uma rigidez na coluna pela manhã, que permanece por 10 minutos. Não há história de trauma. A dor está localizada na região lombar, sem irradiação. Exame físico: Sinais vitais: PA 120/80 mmHg , FC 70bpm. Amplitude de movimento da coluna lombar dentro dos limites considerados normais, apresentado dor no lado direito durante o final dos movimentos de flexão lombar e inclinação lateral para direita. Testes neurológicos dentro dos limites normais. Teste de Lasegue apresenta alongamento de ísquios tibiais dos dois lados, mas sem reproduzir a dor lombar. Teste de movimentos acessórios provoca sintomas do lado direito da lombar e identifica rigidez entre L4 e L5. Caso clínico 1– Escolha dentre as opções abaixo no mínimo de 1 e no máximo de 5 terapias que você usaria para a primeira semana de tratamento do paciente em questão. Acupuntura ou Agulhamento seco (Dry needling) Educação e estratégias para combater tendências cinesiofóbicas. Correntes interferenciais ou TENS Mobilização neural Encaminhar para o psicólogo sem realizar nenhuma intervenção Back school /Escola de postura Exercícios de centralização ou de preferência direcional Gelo ou calor Radiografia ou Ressonância magnética. Mobilização da coluna (sem thrust) Repouso na cama Exercícios: coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização) Laser ou ultrassom Encaminhar para o médico mantendo o tratamento de fisioterapia Manipulação da coluna (thrust) Educação para que o paciente mantenha ou aumente as atividades físicas Exercícios: resistência e fitness Cinta ou colete lombar Encaminhar para o médico sem realizar nenhuma intervenção Condicionamento específico para o trabalho Educação: programa de exercícios para casa Exercícios: flexão lombar Tração mecânica Encaminhar para o psicólogo mantendo o tratamento de fisioterapia Modificações no trabalho Educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseado na biomecânica OUTROS (escreva a frente) è 39 Caso clínico 2 História: Um senhor de 50 anos vem sofrendo com dor lombar nas últimas 6 semanas. Seu quadro álgico iniciou após ajudar seu filho de 25 anos a reformar uma casa. Ele não levantou nenhum objeto pesado. A dor é contínua e irradia para o glúteo esquerdo. Ele trabalha como eletricista em uma loja de equipamentos, e devido a dor não conseguiu voltar ao trabalho. Mesmo deitando a maior parte do dia, a dor não aliviou nas últimas seis semanas. Ele adora jogar golfe, mas não tentou jogar desde que iniciou a dor lombar, porque acredita que o esporte pode piorar seu problema. Toma Tylenol para aliviar a dor quando necessário, variando de 0 a 5 comprimidos por dia. Exame físico: Sinais vitais: PA 110/70 mmHg , FC 60bpm. Na avaliação da amplitude de movimento, apresentou pouca dor durante extensão e inclinação lateral para direita (sem limitação destes movimentos). Flexão de coluna foi quase impossível. O teste de Lasegue, do lado esquerdo, provocou dor na lombar em 80 graus de flexão. Ele não se prontifica a levantar um peso de 9 kg do chão com receio de danificar mais sua coluna. Segundo ele, seu auto controle sobre a dor é baixo e acredita que não pode fazer isso. Testes de palpação e movimentos acessórios não reproduziram a dor lombar, mas apresentou um dolorimento difuso, bilateral de L1 a L5. Caso clínico 2– Escolha dentre as opções abaixo no mínimo de 1 e no máximo de 5 terapias que você usaria para a primeira semana de tratamento do paciente em questão. Acupuntura ou Agulhamento seco (Dry needling) Educação e estratégias para combater tendências cinesiofóbicas. Correntes interferenciais ou TENS Mobilização neural Encaminhar para o psicólogo sem realizar nenhuma intervenção Back school /Escola de postura Exercícios de centralização ou de preferência direcional Gelo ou calor Radiografia ou Ressonância magnética. Mobilização da coluna (sem thrust) Repouso na cama Exercícios: coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização) Laser ou ultrassom Encaminhar para o médico mantendo o tratamento de fisioterapia Manipulação da coluna (thrust) Educação para que o paciente mantenha ou aumente as atividades físicas Exercícios: resistência e fitness Cinta ou colete lombar Encaminhar para o médico sem realizar nenhuma intervenção Condicionamento específico para o trabalho Educação: programa de exercícios para casa Exercícios: flexão lombar Tração mecânica Encaminhar para o psicólogo mantendo o tratamento de fisioterapia Modificações no trabalho Educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseado na biomecânica OUTROS (escreva a frente) è 40 Caso clínico 3 História: Um homem de 30 anos iniciou com quadro de dor lombar após levantar uma caixa 14 kg no trabalho, duas semanas atrás, quando ajudava a descarregar um caminhão. Desde então ele esta incapacitado de realizar seu trabalho de gerente de supermercado devido a dor. Com relação as atividades de vida diária, ele consegue permanecer sentado por até 15 minutos, quando levanta para aliviar a dor. Os sintomas são piores sentado do que em ortostatismo. Ele consegue caminhar por três quadras até não conseguir mais devido a dor. Consegue dormir durante a noite, mas apresenta rigidez na coluna de manhã que permanece por cerca de 15 a 30 minutos. Não há história de trauma. A dor irradia da lombar em direção ao membro inferior direito: parte posterior da coxa e panturrilha. Ele não tem história de outras patologias, Internações ou cirurgias. Exame físico: Sinais vitais: PA 120/80 mmHg , FC 75bpm. Amplitude de movimento apresentado restrição de 50% da flexão lombar, com relato de aumento de dor lombar acompanhada de periferização dos sintomas para o membro inferior direito. Extensão da coluna reduz a dor lombar. Teste de Lasegue positivo com 60 graus de flexão do quadril direito (reproduzindo os sintomas na perna direita e lombar). Palpação e teste de movimentos acessórios provoca os sintomas do lado direito da lombar e identifica presença de rigidez entre L4 e L5. Caso clínico 3– Escolha dentre as opções abaixo no mínimo de 1 e no máximo de 5 terapias que você usaria para a primeira semana de tratamento do paciente em questão. Acupuntura ou Agulhamento seco (Dry needling) Educação e estratégias para combater tendências cinesiofóbicas. Correntes interferenciais ou TENS Mobilização neural Encaminhar para o psicólogo sem realizar nenhuma intervenção Back school /Escola de postura Exercícios de centralização ou de preferência direcional Gelo ou calor Radiografia ou Ressonância magnética. Mobilização da coluna (sem thrust) Repouso na cama Exercícios: coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização) Laser ou ultrassom Encaminhar para o médico mantendo o tratamento de fisioterapia Manipulação da coluna (thrust) Educação para que o paciente mantenha ou aumente as atividades físicas Exercícios: resistência e fitness Cinta ou colete lombar Encaminhar para o médico sem realizar nenhuma intervenção Condicionamento específico para o trabalho Educação: programa de exercícios para casa Exercícios: flexão lombar Tração mecânica Encaminhar para o psicólogo mantendo o tratamento de fisioterapia Modificações no trabalho Educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseado na biomecânica OUTROS (escreva a frente) è 41 Caso clínico 4 História: Uma mulher de 28 anos vem sofrendo com dor lombar intermitente há 45 dias. A dor lombar iniciou de forma insidiosa e não apresenta mudanças com atividade física e postura. Ela trabalha como professora, sentada na maior parte do dia. Sua dor é localizada na região lombar e glúteo esquerdo, sem irradiação para a pernas. Piora no fim do dia e a noite. Ela tem cinco anos de casamento e está tentando engravidar pela primeira vez. Tem um histórico médico saudável, mas apresenta um atraso do seu período menstrual associado com a presença de um corrimento vaginal de coloração rosada. Ela esta tomando 200mg Ibuprofeno 4 x ao dia para a dor lombar. Exame físico: Sinais vitais: PA 90/60 mmHg , FC 102bpm. Amplitude de movimento completa da coluna, apresentado dor no final do movimento de flexão. Testes de Lasegue com 80º de flexão do quadril, alongando os Isquiotibiais. Testes neurológicos dentro da normalidade. Testes palpatórios e de movimentos acessórios não reproduzem os sintomas de dor lombar, entretanto testes de pressão vertebral póstero anterior central entre L3 e L5 demonstraram a presença de um dolorimento local. Caso clínico 4– Escolha dentre as opções abaixo no mínimo de 1 e no máximo de 5 terapias que você usaria para a primeira semana de tratamento do paciente em questão. Acupuntura ou Agulhamento seco (Dry needling) Educação e estratégias para combater tendências cinesiofóbicas. Correntes interferenciais ou TENS Mobilização neural Encaminhar para o psicólogo sem realizar nenhuma intervenção Back school /Escola de postura Exercícios de centralização ou de preferência direcional Gelo ou calor Radiografia ou Ressonância magnética. Mobilização da coluna (sem thrust) Repouso na cama Exercícios: coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização) Laser ou ultrassom Encaminhar para o médico mantendo o tratamento de fisioterapia Manipulação da coluna (thrust) Educação para que o paciente mantenha ou aumente as atividades físicas Exercícios: resistência e fitness Cinta ou colete lombar Encaminhar para o médico sem realizar nenhuma intervenção Condicionamento específico para o trabalho Educação: programa de exercícios para casa Exercícios: flexão lombar Tração mecânica Encaminhar para o psicólogo mantendo o tratamento de fisioterapia Modificações no trabalho Educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseado na biomecânica OUTROS (escreva a frente) è 42 Caso clínico 5 História: Um homem de 40 anos vem sofrendo com dor lombar no ultimo ano. Em 12 meses, é a terceira vez que ele é encaminhado para a fisioterapia. Nas duas primeiras vezes, ele foi tratado com manipulação da coluna e exercícios gerais. Seus sintomas melhoraram com este tratamento, mas não foram totalmente extintos. Nos último fim de semana ele estava descarregando um caminhão quando desencadeou os sintomas na coluna. Ele trabalha o tempo todo com desconforto e dor. Consegue dormir por toda noite. Seus sintomas são melhores de manhã e vão piorando com o passar do dia. Ele não pode ficar parado em uma mesma posição por muito tempo senão a dor lombar piora. A dor está localizada na região lombar, sem irradiação. Histórico médico não apresenta problemas. Toma Tylenol para aliviar a dor. Exame físico: Sinais vitais: PA 130/80 mmHg , FC 80bpm. Ele possui amplitude de movimento completa da coluna, entretanto sente uma fisgada no final da ADM de flexão lombar a partir da posição ortostática, utilizando do apoio das mãos nos joelhos para retornar a posição a posição inicial. Testes de Lasegue e neurais são negativos. Palpação e testes de movimentos acessórios foram negativos em relação a rigidez, entretanto estes testes reproduziram dor lombar no nível de L4-L5. Caso clínico 5– Escolha dentre as opções abaixo no mínimo de 1 e no máximo de 5 terapias que você usaria para a primeira semana de tratamento do paciente em questão. Acupuntura ou Agulhamento seco (Dry needling) Educação e estratégias para combater tendências cinesiofóbicas. Correntes interferenciais ou TENS Mobilização neural Encaminhar para o psicólogo sem realizar nenhuma intervenção Back school /Escola de postura Exercícios de centralização ou de preferência direcional Gelo ou calor Radiografia ou Ressonância magnética. Mobilização da coluna (sem thrust) Repouso na cama Exercícios: coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização) Laser ou ultrassom Encaminhar para o médico mantendo o tratamento de fisioterapia Manipulação da coluna (thrust) Educação para que o paciente mantenha ou aumente as atividades físicas Exercícios: resistência e fitness Cinta ou colete lombar Encaminhar para o médico sem realizar nenhuma intervenção Condicionamento específico para o trabalho Educação: programa de exercícios para casa Exercícios: flexão lombar Tração mecânica Encaminhar para o psicólogo mantendo o tratamento de fisioterapia Modificações no trabalho Educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseado na biomecânica OUTROS (escreva a frente) è 43 Caso clínico 6 História: Um homem de 42 anos vem sofrendo com dor lombar nas últimas 8 semanas. Ele procura você diretamente, sem antes passar pelo médico. Seus sintomas iniciaram insidiosamente após a reforma de sua cozinha. Ele trabalha em um deposito de construção civil, como trabalhador braçal. Apesar de deitar regularmente para tentar aliviar seus sintomas, sua dor não melhorou no decorrer das últimas 8 semanas. Atualmente ele sente uma rigidez nas costas e evita o movimento de flexão devido a dor. Não tem histórico de problemas médicos. Em sua história social, ele revela que seu filho de 5 anos morreu afogado em uma piscina 6 semanas atrás. Ele fica triste e chega a lacrimejar quando fala sobre como a família está lidando com a morte do seu filho. Relata que não está dormindo e perdeu alguns quilos depois da morte de seu filho. Ele faltou pelo menos 15 dias de trabalho por causa da dor. Ele nega tomar qualquer medicação até o momento. Exame físico: Sinais vitais: 130/85 mmHg, FC 78 bpm. Durante a avaliação dos movimentos da coluna, relatou um pouco de dor durante a extensão e inclinação lateral lombar para direita. Estes movimentos não são visivelmente limitados. A partir do ortostatismo, a flexão na lombar quase impossível. O teste de Lasegue no membro inferior esquerdo provoca dor apenas na lombar, em torno de 80º de flexão do quadril. Palpação lombar e os testes de movimentos acessórios não provocaram ou reproduziram os sintomas, entretanto, a palpação lombar indicou que os músculos paravertebrais estavam doloridos bilateralmente. Caso clínico 6– Escolha dentre as opções abaixo no mínimo de 1 e no máximo de 5 terapias que você usaria para a primeira semana de tratamento do paciente em questão. Acupuntura ou Agulhamento seco (Dry needling) Educação e estratégias para combater tendências cinesiofóbicas. Correntes interferenciais ou TENS Mobilização neural Encaminhar para o psicólogo sem realizar nenhuma intervenção Back school /Escola de postura Exercícios de centralização ou de preferência direcional Gelo ou calor Radiografia ou Ressonância magnética. Mobilização da coluna (sem thrust) Repouso na cama Exercícios: coordenação, resistência, e força (Ex: exercícios de controle motor e ou estabilização) Laser ou ultrassom Encaminhar para o médico mantendo o tratamento de fisioterapia Manipulação da coluna (thrust) Educação para que o paciente mantenha ou aumente as atividades físicas Exercícios: resistência e fitness Cinta ou colete lombar Encaminhar para o médico sem realizar nenhuma intervenção Condicionamento específico para o trabalho Educação: programa de exercícios para casa Exercícios: flexão lombar Tração mecânica Encaminhar para o psicólogo mantendo o tratamento de fisioterapia Modificações no trabalho 44 Educação sobre alívio dos sintomas através de posturas e movimentos baseado na biomecânica OUTROS (escreva a frente) è Anexo 3 E-mail a ser enviado aos participantes Prezado Fisioterapeuta: Conseguimos o seu nome e e-mail com a colaboração da ___________________________________________. Você foi selecionado para participar de uma pesquisa sobre decisões na condução de tratamento de pacientes com dor lombar. Sua colaboração consiste em fornecer alguns dados demográficos e responder uma enquete com 6 casos clínicos relacionados a dor lombar. Cada caso clínico possui um quadro abaixo com 27 opções de tratamento onde você deverá escolher no mínimo 1 e no máximo 5 opções, de acordo com os seus conhecimentos práticos para tratamento de dor lombar. Antes da enquete você deve ler e concordar com um termo de consentimento livre e esclarecido, onde asseguramos que seus dados serão utilizados apenas para os fins desta pesquisa, mantendo você em um completo anonimato. Todo o processo dura no máximo 20 minutos. Você pode acessar a enquete a partir deste link: https://pt.surveymonkey.com/r/ZD6FR2B Desde já agradecemos pela sua participação. 45