Reovirose

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Ano 02 | n.19 | 2004
1.74.18.2877-2
ECT / DR / SPI
LAB. BIOVET
Reovirose
A doença e suas implicações na avicultura industrial
O reovírus também tem sido associado a rupturas do tendão gastrocnêmio, pericardites e miocardites,
hidropericárdio, quadros respiratórios e quadros entéricos.
O vírus difunde-se amplamente no
organismo. É possível isolá-lo nas
articulações, fígado, coração, intestino e pulmões.
INCIDÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
A artrite viral foi encontrada primariamente em linhagens de corte,
mas também tem sido reportada em
aves de postura comercial. Esta
patologia foi descrita pela primeira
vez por Olson et al. (1957), em um
caso onde também foi isolado o
Mycoplasma synoviae.
Page et al. (1982) fez o primeiro
relato do envolvimento do reovírus
com tenosinovites em perus jovens.
Van der Heide et al (1981) associou
o reovírus à síndrome da má
absorção.
As reoviroses têm prevalência
mundial, sendo reportados casos
em aves comerciais, perus, entre
outras aves. As
reoviroses em
aves são antigenicamente diferentes das encontradas em
humanos e outros
mamíferos.
por etanol a 70% (Jackson e
Muldoon, 1973) e iodo orgânico a
0,5% (Taylor et al, 1966).
Para o isolamento do reovírus deve
ser preferida a cultura primária de
fígado de embriões (Guneratne et.
al 1982)
Divulgação Biovet
A artrite viral e a síndrome da má
absorção de etiologia viral são
enfermidades causadas pelo
reovirus. Estas patologias têm
grande importância econômica na
avicultura industrial mundial. Lotes
acometidos pelas doenças podem
apresentar mortalidade, refugagem,
baixa conversão alimentar e condenações de carcaças, além do fator
imunodepressor que o reovírus
apresenta, o que causa susceptibilidade a outros agentes.
ETIOLOGIA
O reovírus pertence à família
Reoviridae. Onde
REO quer dizer Respiratory Enteric
Orphan. Trata-se de um RNA vírus
não envelopado. Não possui atividade hemaglutinante ou de hemabsorção (Taylor et al, 1966).
São resistentes ao calor (60ºC pelo
período de 8 a 10 horas). Também
são resistentes ao pH 3; peróxido
de hidrogênio quando incubado por
uma hora a temperatura ambiente;
lisoforme a 2%; formalina a 3%,
entre outros. O reovírus é inativado
TRANSMISSÃO E PERÍODO DE
INCUBAÇÃO
A transmissão horizontal ocorre
entre as aves de forma direta ou
indireta. Existem consideráveis
diferenças entre as cepas do
reovírus quanto à habilidade de disseminação, que pode ser mensurada por AGP ou virusneutralização
(Sahu e Olson, 1975).
A artrite viral pode ser reproduzida por inoculação oral ou nasal em aves de um dia de
idade, verificando atividade viral no intestino no
período de uma semana após a infecção. A
maioria das aves está livre do vírus entre três e
quatro semanas da infecção. Entretanto, Jones
e Onunko (1978) isolaram o vírus de swabs de
cloaca após 13 - 14 semanas da infecção.
A transmissão vertical foi descrita pela primeira
vez por Menendez et al (1975). Quando da inoculação oral, traqueal e nasal de matrizes com
15 meses de idade, o vírus foi detectado em
órgãos reprodutivos. A taxa de transmissão via
vertical foi baixa, quatro em 266 ovos (1,7%).
SINAlS CLÍNICOS DA ARTRITE VIRAL E
SÍNDROME DA MÁ ABSORÇÃO
- A artrite se manifesta pela infecção da articulação tarsocrural com inchaço e edema das
bainhas dos tendões.
- Algo que deve ser considerado é o fato de o
reovírus ser um fator imunodepressor, podendo
exacerbar quadros clínicos em infecção concomitante com os vírus da doença infecciosa da
bolsa (Doença de Gumboro), anemia das galinhas e outros. Deve-se, portanto, realizar uma
minuciosa investigação para que se possa adotar a estratégia para os problemas enfrentados
da forma mais acertada.
- Vale lembrar que a principal forma de transmissão horizontal é a fecal, já que o vírus persiste por mais tempo nas tonsilas cecais, sendo
excretado pelas fezes.
Divulgação Biovet
Segundo Olson e Solomon (1968) o período de
incubação quando da inoculação em aves com
duas semanas de idade varia de um dia
(punção plantar), 11 dias (intramuscular ou intravenosa) e até 13 dias (contato).
- A transmissão vertical ocorre em 1 a 2% da
progênie de matrizes infectadas e a difusão lateral ocorre pelo menos 10 dias a partir de fezes
e secreções respiratórias.
- Esta doença afeta principalmente frangos de
corte com aproximadamente quatro a oito semanas de idade.
- A morbidade é variável e a mortalidade é de 1
a 2%, apesar de chegar até 10% em alguns
casos.
- Em matriz pesada atinge principalmente a
articulação tibiotarso-tarsometatarso, tendão do
gastrocnêmio e flexor digital. Os machos são
acometidos entre 12 e 16 semanas de idade.
- A artrite pode causar claudicação, imobilização
da articulação e redução no desempenho (devido à dificuldade da chegada ao comedouro).
- A inflamação causada pela artrite força as
aves a tentar se movimentar e apoiar no tarso a
sua força, impedindo assim a locomoção, fazendo com que as aves "percam as pernas".
- A síndrome da má absorção (SMA) se caracteriza pela lentidão no crescimento, baixa taxa
de conversão de ração e problemas relacionados aos ossos, a partir das duas semanas de
idade.
DIAGNÓSTICO
Quando se fala em diagnóstico, deve-se ter em
mente o tipo de sintoma que as aves apresentam. Quando for uma artrite viral, deve-se ter
como histórico o tipo de ave (por exemplo,
reprodutores de corte-macho) com rupturas dos
tendões.
Já na SMA apresenta-se como uma desuniformidade, crescimento retardado e empenamento tardio. Sempre lembrar que se deve
diferenciar de outros problemas que ocasionam
imunodepressão, como micotoxinas.
Além dos sintomas clínicos, deve-se dispor de
exames laboratoriais que auxiliem no diagnóstico, como soroneutralização, isolamento viral,
Elisa, histolopatologia e PCR.
- A refugagem inicial é considerada quando a
mortalidade na primeira semana superar 1,5%
em frango de corte, com observação de passagem de ração, um sintoma conhecido como
"pinto helicóptero".
SOROLOGIA
Atualmente existem programas de monitoria
para verificação de lotes vacinados, seguindo o
seguinte protocolo:
- A SMA pode causar também algumas proventriculites, bem como aves mal emplumadas,
diarréia e necrose da cabeça do fêmur ou fraturas do colo do fêmur.
- Para verificação da vacina viva de reovírus
poderá ser colhido amostras (soro) 21 dias após
a vacinação e analisado pelo método de Elisa
ou soro-neutralização.
- A morbidade gira em torno de 20%, mas pode
chegar até 45%.
-Já para lotes vacinados com a vacina oleosa, a
coleta deverá ser realizada 42 dias após a vacinação.
- Em frangos são sugeridos duas coletas no
lote, a primeira com um dia de idade e a segunda próxima ao abate. Também poderá ser utilizado o teste de Elisa ou soroneutralização.
PREVENÇÃO
Lembrando que o reovírus é resistente ao meio
ambiente (vírus não envelopado), a biosseguridade é uma ferramenta que não pode ser
desprezada, visto que atualmente a reutilização
da cama por vários lotes é comum no meio avícola, dificultando a eliminação do vírus.
Dessa forma, a cada lote deve-se intensificar a
desinfecção e a boa limpeza. O vazio sanitário
deverá ser de no mínimo 12 dias.
Deve-se ficar atento para não comprar pintos
infectados por transmissão vertical da matriz,
adquirindo pintos de
matrizes livres da doença
ou vacinados.
Quanto à vacina, ela será
uma ferramenta importante
principalmente em regiões
com alta pressão viral, utilizando um protocolo que
contenha vacinas (viva e
inativada).
Em reprodutoras é sugerida
a vacinação (viva) na
primeira semana de vida,
com revacinação próxima à
décima semana. Além disso,
uma vacina inativada antes
da produção (entre 17 e 20 semanas) podendo
ser associada a outras vacinas oleosas.
A matriz vacinada vai gerar progênie com imunidade passiva (sorotipo específico).
Aliado a uma boa limpeza e desinfecção dos
lotes de frango de corte e matrizes, e com uma
vacinação quando necessário, é possível
diminuir a pressão viral de campo por reovírus.
Levantamento em lotes de matrizes pesadas,
frangos de corte e postura comercial, realizado
pelo departamento técnico de avicultura do
Laboratório Biovet, verificou que a prevalência
do reovírus nestes é alta. Quando da adoção de
estratégias para controle de enfermidades
infecciosas na avicultura, não podemos deixar
de lembrar das reoviroses.
Autor: Alexandre T. Zocche - assistente técnico
de avicultura do Laboratório Biovet (RS e SC).
Responsabilidade
social
Macedo "abre" horizontes para portadores de deficiência
Preencher as cotas destinadas a portadores de
necessidades especiais virou um desafio para
os empresários brasileiros. Pela lei, aprovada
em 1999, empresas privadas têm até 2005 para
destinar de 2% a 5% das vagas a deficientes.
Seria uma forma de dar oportunidade aos 24,5
milhões de brasileiros que possuem algum tipo
Foto de Cid Junkes
Toda a comunidade foi envolvida, através de
entidades de apoio aos portadores de deficiência e prefeituras municipais. O protocolo foi
assinado no dia 02 de março. A partir daí, associações, o instituto e a Macedo formaram uma
rede, incentivando os deficientes e fazendo um
trabalho de esclarecimento junto às famílias. A
meta: lembrar que os portadores de necessidades especiais são capazes, e que eles
podem ter uma vida melhor quando se sentem
produtivos.
Em paralelo, a Macedo preparou a "casa" para
receber bem os portadores de deficiência. Foi
desenvolvido um estudo amplo sobre a planta
industrial e as instalações da empresa, avaliando a rotina de trabalho, o sistema de transporte
etc.
Os deficientes cadastrados receberam treinamento. A primeira turma a se formar, no dia 27
de abril, recebeu mais que um certificado: ganhou emprego. O mesmo pode acontecer com
integrantes de outras três turmas, de deficientes
auditivos, mentais e físicos.
de deficiência (segundo o IBGE). Cinco anos
após a aprovação da lei, há empregos de sobra
e poucos interessados. É o que está acontecendo, por exemplo, nas indústrias da Grande
Florianópolis, onde 1200 postos de trabalho não
foram preenchidos por falta de candidatos.
A possibilidade de simplesmente justificar o
não-preenchimento das cotas ao Ministério
Público foi descartada pela direção da
agroindústria. A Macedo decidiu então investir
num programa que pode virar referência para
empregadores de todo o país. Buscou a ajuda
do Instituto Habilitare, empresa especializada
em recrutamento e treinamento de pessoal,
que, a pedido da agroindústria, elaborou o projeto Horizontes.
RECONHECIMENTO
A Macedo é reconhecida como uma
das melhores empresas do Sul do
país em Gestão Social. A agroindústria catarinense mereceu destaque numa pesquisa que
envolveu as 300 maiores empresas da região
sul. O levantamento inédito foi realizado pelo
Instituto Ethos, autoridade em responsabilidade
social no Brasil. A Macedo obteve a 13ª
posição, com grau máximo de práticas sociais,
recebendo o certificado de Mérito
de Excelência em
Gestão de
Responsabilidade
Social.
A Macedo foi fundada há 31 anos, com sete funcionários. Hoje emprega 1450 pessoas, abate
101 mil frangos por dia, é líder de mercado em
Santa Catarina e exporta para 19 países.
Divulgação Macedo
A diretora corporativa da Macedo, uma das
maiores indústrias da região, explica: "Não é
fácil encontrar este tipo de mão-de-obra. E
várias são as razões. Há, inclusive, uma
resistência por parte dos pais em proteger
demais seus filhos. E esta não é uma dificuldade exclusiva da Macedo", afirma Fabrizia
Zucherato. (A Frangos Macedo foi fundada há
31 anos, com sete funcionários. Hoje emprega
1450 pessoas, abate 101 mil frangos por dia, é
líder de mercado em Santa Catarina e exporta
para 19 países.)
As informações são de Ana Luiza Coelho e
Claudia Marçal, da assessoria de imprensa da
empresa.
Foto de Cid Junkes
Jóster Macedo, superintendente da empresa
Com o Projeto Horizontes, a Macedo
já preencheu, até agora, 80 vagas
destinadas a portadores de necessidades especiais. A empresa emprega
portadores de deficiência auditiva
desde 2002. Na época, um grupo de
profissionais aprendeu a linguagem
dos sinais, a LIBRAS, para receber
bem os novos colaboradores.
Os critérios de escolha foram os indicadores do
Instituto Ethos: valores e transparência; público
interno; meio ambiente; fornecedores; consumidores e clientes; comunidade e governo e
sociedade. Para o Instituto, uma empresa é
socialmente responsável quando vai além da
obrigação de respeitar as leis e pagar impostos,
e faz isso por acreditar que, assim, será uma
empresa melhor e contribuirá para a
construção da sociedade. E é essa a finalidade
da Macedo, promovendo ações como o Projeto
Horizontes; Estuda Macedo (incentivo para que
funcionários retomem os estudos) e Oficinas do
Saber (para filhos de funcionários). A constante
busca de aprimoramento da qualidade de produtos e serviços, a valorização dos fornecedores e produtores integrados e o atendimento
a clientes e consumidores também são exemplos de responsabilidade social reconhecidos
pelo Instituto Ethos.
Mercados & Afins
I.E.P.
COMPARATIVO 2002/2003/2004
IEP
335,00
328,38
328,46
330,00
325,00
320,00
312,00
312,24
315,00
309,48
310,00
301,67
302,03
308,86
305,00
300,26
300,07
300,00 295,72
295,58
298,04
295,00
297,22
296,95
294,54 295,65
290,00
286,23
288,00
285,00
280,21
283,78
287,00
280,00
275,00
270,00
266,27
271,89
265,00
260,58
267,58
260,00 251,61
258,32
255,00
255,54
250,00
245,00
245,31
240,00
235,00
230,00
JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
2002
2003
2004
MESES
ITABOM: Índice estimado de produção médio
A Itabom, integração de Itapuí (SP), vem se destacando novamente em 2004 no ranking das integrações paulistas e nacionais. Veja no gráfico o comparativo de desempenho de seus integrados
entre 2002 e 2004. Para obter mais informações, consulte o InformTécnico Avícola Biovet n. 16.
Olho nos números
13 milhões de unidades de ovos férteis são
exportados por ano pelo Brasil, atualmente.
Área plantada de milho safrinha diminui 17% e
produtores devem colher 35% menos este ano
no PR.
Entre janeiro e junho, o agronegócio registrou
superávit inédito de US$ 16,1 bilhões.
Estados Unidos - também valorizou o frango
brasileiro na exportação. Entre janeiro e
junho deste ano, o preço médio ficou em
US$ 1.084 por tonelada FOB, um ganho de
28,07% em relação ao mesmo período de
2003.
Expediente
O Informativo Técnico Biovet/Avicultura é uma publicação mensal
dirigida aos clientes, fornecedores e colaboradores do Laboratório. O
compromisso de qualidade da publicação é o mesmo firmado diariamente na nossa planta de produção e repassado a todos os nossos
produtos e lançamentos. Os interessados em receber o informativo
devem enviar seus dados postais por meio do site www.biovet.com.br
Laboratório Bio-Vet S/A (Rua Coronel José Nunes dos Santos, 639 Centro - CEP 06730.000 - Vargem Grande Paulista - SP - Tel.
11.4158.8200). Supervisão: Médico Veterinário Hugo Scanavini Neto.
Editora responsável: EiraCom - Registro especial conforme art. 1º do
Decreto-lei nº 1.593, de 21 de dezembro de 1977, concedido pela
ARF/Itu sob nº de identificação 13876.000763/2001-92
(Senapro/Ministério da Fazenda/Serpro). Jornalista responsável:
Alessandro Mancio de Camargo (MTb 24.440). Diagramação: André
Chiodo Silva
Impresso em papel reciclado
New-Bronk-Gumbor-Reo
Vacina contra as doenças de
Newcastle, bronquite infecciosa das
aves, Gumboro amostras standard
GBV-8 e variante 1084-E, cultivados
em ovos embrionados de galinhas
SPF (Specific Pathogen Free) e contra a artrite viral - amostras S 1133,
1733 e 2408, cultivadas em cultura
celular de embriões de galinhas SPF. Inativada e
micro emulsionada. É indicada para reprodutoras,
na dose de 0,5 mL via intramuscular no músculo do
peito. Apresentada em frascos plásticos com 500
mL, correpondentes à 1.000 doses.
Exportação de Frango
No primeiro semestre de 2004 foram embarcadas 1,110 milhão de toneladas de carne
de frango, um aumento de 21,67% sobre
igual intervalo de 2003. A receita com as
vendas totalizou US$ 1,175 bilhão, alta de
58,31%. As informações foram divulgadas
pela Abef (Associação Brasileira dos
Produtores e Exportadores de Frango).
Valor recorde para o setor, o excelente
desempenho deve-se principalmente à ocorrência de problemas sanitários em países
concorrentes. A menor oferta de produto no
mercado - por conta das epidemias de
influenza em países como Tailândia, China e
Foto de Cid Junkes
Segundo semestre
O forte crescimento das exportações de carne de
frango não deve persistir no segundo semestre,
declarou o diretor-executivo da Abef, Cláudio Martins,
ao jornal Valor Econômico. Um dos principais motivos
é que a influenza aviária, que dizimou o plantel de
outros países, acabou afetando negativamente a
imagem da carne de frango. Como efeito colateral,
fez diminuir o consumo no Japão e UE, mercados
importantes para o Brasil. "O segundo semestre deve
ter algumas 'nuvens'. Já se detecta queda de consumo no Japão e na Europa por causa da gripe",
disse Martins ao Valor. No primeiro semestre, o Brasil
ficou com a maior parte do mercado japonês, 77%, já
que seus concorrentes - EUA, China e Tailândia registraram casos de influenza e deixaram de exportar frango ao país. Em 2003, a participação brasileira
no mercado japonês ficava ao redor de 40%.
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