História - CCV/UFC

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Solução Comentada da Prova de História
21. No final do século passado, a falência do socialismo real na Europa, o fim da Guerra Fria e a emergência
dos blocos econômicos internacionais (NAFTA, UE etc.) principiaram uma nova ordem mundial que
ficou conhecida como globalização. Sobre esta nova ordem mundial, é correto afirmar que:
A) foi bloqueada pelo imperialismo associado ao capital financeiro.
B) esgotou-se na revolução comercial mercantilista durante o Antigo Regime.
C) trouxe uma nova dinâmica para a economia, tornando mais fluida a circulação do capital financeiro.
D) acabou com as fronteiras nacionais, dando total liberdade de locomoção às pessoas e mercadorias.
E) tornou-se inevitável em decorrência do avanço de novas tecnologias de armazenamento e veiculação
da informação.
Questão 21 – Alternativa C
O processo de globalização, que se instalou no final do século XX, trouxe uma nova dinâmica para a
economia mundial, favorecendo o aumento dos lucros dos setores ligados ao mercado financeiro, ao
mesmo tempo que ocasionou grandes dificuldades para setores mais tradicionais da economia, em
especial para empresas e governos dos países do terceiro mundo. Exemplos disso são os bancos, que
elevaram seus lucros, e a privatização de empresas estatais lucrativas. Desta forma, a alternativa C está
correta, porque a globalização trouxe, para a economia mundial, uma nova dinâmica caracterizada por
uma maior volatilidade do capital financeiro. A alternativa A, por seu turno, está errada porque o
imperialismo não se opunha a um processo de mundialização da economia. A proposição contida na
alternativa B está errada porque a globalização é um fenômeno do século XX e o modelo de Estado e
sociedade, denominado de Antigo Regime, foi desarticulado entre fins do século XVIII e início do
século XIX. Ao contrário do que afirma a alternativa D, a globalização não criou liberdade irrestrita de
circulação de pessoas e mercadorias, o que é facilmente evidenciado pelas barreiras comerciais e de
imigração que dificultam o acesso de indivíduos e produtos de países pobres a países ricos. O avanço
de novas tecnologias no campo da informação favoreceu a instalação da globalização, contudo, não
pode ser tomado como uma causa de sua inevitabilidade, como propõe a alternativa E, pois, na história
da humanidade, nada é predeterminado.
22. Leia o texto a seguir.
(...) estava o terreno coalhado de moribundos e feridos inimigos. Vários dos nossos soldados, ébrios
da pólvora e do fogo, queriam acabá-los. Horrorizados, debalde esforçavam-se nossos oficiais em lhes
arrancar as vítimas às mãos, exprobrando-lhes a indignidade de semelhante chacina.
TAUNAY, Alfredo d’Escragnolle. A retirada da Laguna: episódio da Guerra do Paraguai. São Paulo: Melhoramentos, 1929, pp. 90-91
Ocorrida no período de 1864 a 1870, a Guerra do Paraguai foi o primeiro grande conflito protagonizado
pelo exército brasileiro. Com base no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa que
melhor define a participação do Brasil naquela conflagração.
A) O Brasil entrou no conflito para se defender de ataques infligidos contra seu litoral pela marinha
paraguaia.
B) A capacidade de comando dos oficiais brasileiros impôs, ao Paraguai, uma derrota rápida e
devastadora.
C) A participação do Brasil no conflito atendeu a uma imposição do governo inglês, que tinha interesse
político na região.
D) A participação do Brasil foi caracterizada pela improvisação de um exército nacional, no qual
atuaram prisioneiros, escravos, índios, mulheres e crianças.
E) A Guerra do Paraguai contribuiu para a elaboração da primeira legislação militar da época, que
vetava a convocação compulsória de civis.
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Questão 22 – Alternativa D
A questão traz como referência um texto clássico sobre a Guerra do Paraguai, publicado originalmente
na França, em 1871. Nele, o autor narra a dificuldade dos oficiais do exército brasileiro em manter a
disciplina da tropa. A causa maior da indisciplina dos soldados brasileiros ante as ordens de seus
superiores reside no fato de que a imensa maioria desses soldados não era profissional. É consenso
entre os estudiosos da participação brasileira na Guerra do Paraguai o entendimento de que, quando se
iniciou o conflito, o Brasil não possuía um exército regular profissional, com um efetivo em quantidade
necessária para o embate. Assim, foi ordenada pelo governo imperial uma ampla convocação da
população civil. Essa convocação se deu por meios voluntários e compulsórios. Aos escravos que se
alistassem, por exemplo, seria concedida a alforria. Algumas mulheres e crianças se apresentaram em
substituição aos maridos e pais que não podiam atender à convocação compulsória. Essa situação fez
que as tropas fossem compostas, em sua maioria, por soldados sem o adequado treinamento militar e
com pouco, ou nenhum, conhecimento das regras e normas que, então, presidiam um campo de batalha,
agindo segundo seus próprios instintos, o que muitas vezes entrava em choque com a disciplina militar.
Ainda que tenha obtido ganhos significativos com o conflito, a Inglaterra não foi sua motivadora;
induziram-no disputas comerciais e políticas entre os países beligerantes. Neste sentido, a alternativa D
está correta. Ainda com base nos argumentos acima expostos, a alternativa A está errada porque o
conflito foi motivado por disputas comerciais e políticas e não por ataques da marinha paraguaia ao
litoral brasileiro; a alternativa B está errada porque a guerra, ao contrário do que fora inicialmente
previsto pelos oficiais brasileiros, foi longa: durou seis anos; a alternativa C está errada porque a
participação do Brasil no conflito não se deu em função de imposição inglesa, embora tenha a
Inglaterra obtido lucros com o conflito, conforme já mencionado; a alternativa E está errada porque a
convocação compulsória de civis foi uma das principais fontes de soldados para o exército brasileiro.
23. A partir de 1989, a América Latina incorpora o neoliberalismo. Este modelo, contestado por diferentes
grupos e movimentos sociais, caracterizou-se, neste continente, por:
A) atenuar as diferenças sociais e a dependência em relação ao capital internacional, ofertando o pleno
emprego.
B) estimular o desenvolvimento do campo social e político e implementar uma sociedade mais justa e
igualitária.
C) diminuir o poder da iniciativa privada transnacional, mediante a intervenção do Estado a favor da
burguesia nacional.
D) ter uma base econômica formada por empresas públicas que regularam a oferta e a demanda, assim
como o mercado de trabalho.
E) instaurar um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defendeu a diminuição da
ingerência do Estado na economia.
Questão 23– Alternativa E
O neoliberalismo significou, para o continente latino-americano, a diminuição do poder do Estado,
convertendo-o num "Estado mínimo", que deveria interferir o menos possível na liberdade individual e
nas atividades econômicas da iniciativa privada nacional e internacional. A debilidade do Estado
significou que este já não mais velava pelo bem-estar social; acreditava-se, portanto, que a iniciativa
privada, por meio da globalização da economia, proporcionaria o desenvolvimento social. Este
dispensaria a intervenção do Estado, assim o neoliberalismo acabaria solucionando todos os problemas
sociais. Neste sentido, a alternativa E está correta. A alternativa A é falsa porque o neoliberalismo
latino-americano não se caracterizou pelo pleno emprego, uma vez que as empresas internacionais
asfixiaram as nacionais que despediram milhares de funcionários. A existência massiva de
desempregados, entre outros fatores, provocou a redução dos salários e o acirramento das diferenças
sociais. A alternativa B é falsa porque o neoliberalismo na América Latina não representou
desenvolvimento do campo social e político e não implantou uma sociedade mais justa e igualitária. A
alternativa C é falsa porque o neoliberalismo, na América Latina, não enfraqueceu a iniciativa privada
internacional.A alternativa D é falsa porque a base do neoliberalismo latino-americano foi a empresa
privada que regulava a oferta e a demanda, assim como o mercado de trabalho.
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24. Leia o texto a seguir:
(...) Fortaleza é, como todo espaço urbano, uma cidade histórica e que possui um passado,
consubstanciado nos bens culturais materiais e imateriais, digno de preservação para as atuais e futuras
gerações. Conhecer e preservar esse patrimônio histórico – que é de todos os cearenses – constitui
condição indispensável à formação da cidadania (...)
ORIÁ, Ricardo. “Fortaleza: os lugares da memória”. In: SOUZA, Simone de (org).
Uma nova História do Ceará. Fortaleza: Edições D. Rocha, 2000, p. 238.
Sobre o patrimônio histórico de Fortaleza, é verdadeiro dizer que:
A) seus monumentos históricos celebram, em grande medida, a monarquia e o nacionalismo, este
mediante a figura de José de Alencar.
B) é desprovido de Mestres da Cultura Tradicional, dada à restrição legal da inclusão de Fortaleza no
decreto que instituiu o registro dos Mestres.
C) os esforços tradicionalmente envidados pelo poder público para preservá-lo salientaram a memória
popular em detrimento daquela das elites.
D) foi, imediatamente após a fundação do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional), em 1937, alvo de políticas preservacionistas.
E) seu ecletismo arquitetônico ainda não foi oficialmente reconhecido, pois o IPHAN (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) elegeu o barroco colonial como matriz da nacionalidade.
Questão 24 – Alternativa A
Os monumentos históricos de Fortaleza tendem a difundir um imaginário monárquico e nacionalista.
Quanto ao primeiro, pode-se citar o monumento ao Imperador Pedro II (1913) e o monumento ao
Cristo Redentor (inaugurado em 1922, na comemoração do centenário da Independência), afora a
denominação de ruas (Princesa Isabel, Conde D’Eu) e avenidas (do Imperador, Duque de Caxias). Já no
que concerne ao segundo, efetivado por meio da elegia ao escritor José de Alencar, ressalta-se o teatro
que leva o nome do escritor supracitado, o monumento art-déco de 1929 (centenário do nascimento de
José de Alencar), o tombamento da casa onde nascera, a Estátua de Iracema (erigida em 1965, no
centenário do romance Iracema), além de nomes de ruas e praias. A alternativa A é, portanto,
verdadeira. A partir do decreto-lei nº 13.351, de 2003, institui-se o registro dos Mestres da Cultura
Tradicional Popular do Estado do Ceará. Por meio de um salário mínimo vitalício conferido aos “mestres”,
visa-se preservar a memória cultural cearense, por meio do repasse de saberes das velhas para as novas
gerações. A titulação de Juca do Balaio, com suas atividades em torno do maracatu, em 2004, é prova da
inclusão de Fortaleza nessa política cultural. Invalida-se, em conseqüência, a alternativa B. Historicamente,
os bens públicos tombados na capital serviram à monumentalização da memória oficial, de que são
exemplares o Prédio da Assembléia Provincial, onde se situa atualmente o Museu do Ceará, e o Palácio da
Luz, ex-sede do governo estadual, ocupado hoje pela Academia Cearense de Letras. É falsa, por
conseguinte, a alternativa C. O SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), atual
IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), criado no contexto do Estado Novo,
privilegiou, durante a sua fase “heróica” (1937-1968), além do patrimônio edificado do Rio de Janeiro,
antiga sede da capital federal, aquele presente nas cidades coloniais de Minas Gerais, Bahia e
Pernambuco. Tinha-se o estilo barroco como matricial nas formulações então encetadas em torno de
uma identidade nacional. Dado o predomínio em Fortaleza de uma arquitetura eclética, constituída na
passagem do século XIX para o XX, no contexto da Belle Époque, renegou-se-a até os anos de 1960,
quando o Theatro José de Alencar (1910) e o Passeio Público (1880) são, enfim, tombados pelo órgão.
A alternativas D e E são, logo, incorretas.
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25. Na sociedade medieval, vigorava uma ideologia que considerava as mulheres inferiores aos homens,
resultando em um cotidiano marcado pela hegemonia da autoridade masculina. Ainda que a Igreja
pregasse que homens e mulheres eram objetos do amor de Deus, não eram poucos os religiosos que
percebiam as mulheres como agentes do demônio.
Com base nas informações acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre a cultura
e a sociedade européias, no período classicamente conhecido como Idade Média.
A) As mulheres eram consideradas inferiores aos homens por serem incapazes de trabalhar com as
técnicas tradicionais de cura por meio do uso de plantas medicinais.
B) A mentalidade era profundamente marcada pelo ideário católico, que preconizava, inclusive, o papel
que homens e mulheres deveriam desempenhar na sociedade.
C) A submissão feminina à autoridade masculina caracterizou a sociedade daquele tempo como uma
organização tipicamente matriarcal.
D) A mulher, ainda que posta em uma condição submissa em relação ao homem, tinha grande poder e
influência sobre a Igreja Católica.
E) A condição feminina era fruto da grande influência que o racionalismo científico exercia sobre a
cultura daquele período.
Questão 25 – Alternativa B
A Igreja Católica exerceu uma influência marcante sobre a sociedade européia medieval. Sua atuação
naquele período ultrapassou, em muito, a função religiosa e espiritual, manifestando-se nos setores
assistencial, pedagógico, econômico, político e intelectual. A Igreja se tornou o principal centro
formador e difusor de práticas e costumes, que orientavam a organização social. Neste sentido, as
condições, bem como as possibilidades e os limites de ser homem e de ser mulher sofriam grande
influência do pensamento católico (calcado na filosofia escolástica), que preconizava a superioridade
masculina. Na sociedade medieval, a preservação e o aperfeiçoamento das técnicas de manipulação de
plantas, para produção de medicamentos, foram feitos, prioritariamente, por iniciativa de mulheres. O
domínio dessas técnicas foi o motivo de muitas delas terem sido perseguidas pela Igreja Católica e
condenadas à morte, sob acusação de praticarem bruxaria. Desta forma, a alternativa B está correta. A
alternativa A está errada porque eram as mulheres, e não os homens, que dominavam as técnicas
tradicionais de cura por meios de plantas medicinais. A alternativa C está errada porque trata-se de uma
sociedade caracterizada pelo patriarcalismo. A alternativa D, por seu turno, está errada porque a mulher
não tinha poder, nem influência sobre a Igreja Católica. Ao contrário do que afirma a alternativa E, a
condição feminina na Idade Média não era influenciada pelo racionalismo científico e, sim, pela
filosofia Escolástica.
26. Leia o texto a seguir.
Permita Va. Excia. que uma pobre e humilde funcionária postal suba, diretamente, à presença de Va.
Excia. para solicitar sua decisiva protecção para um acto que é também de justiça. (...)Aliás, não faço
senão cumprir os desejos de Va. Excia. que já declarou que no Estado Novo não existem intermediários
entre o governo e o povo.
Citado em FERREIRA, Jorge. Trabalhadores do Brasil: o imaginário popular (1930-1945). Rio de Janeiro: FGV, 1997, p. 26.
Na carta supracitada, enviada em 1938 ao Presidente da República, Amerida de Mattos Diniz, uma
agente postal, solicita audiência, a fim de obter nomeação para cargo concursado. A partir do trecho
reproduzido, é correto afirmar que:
A) os trabalhadores foram co-construtores do trabalhismo, obtendo, assim, parte de suas reinvidicações.
B) a completa subordinação ideológica das massas, fenômeno típico do populismo, fazia-se notar no
Estado Novo.
C) a remetente se mostra possuidora de uma cultura política em tudo oposta à do restante dos
trabalhadores.
D) o governo e os trabalhadores não eram cúmplices, o que obrigava o primeiro a recorrer a pelegos
para controlar os segundos.
E) a ideologia do Estado Novo relevava o papel do Congresso Nacional e dos partidos, instrumentos
fundamentais numa democracia.
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Questão 26 – Alternativa A
A carta demonstra a apropriação que os trabalhadores faziam do discurso oficial do Estado Novo,
visando com isso a atender às suas necessidades mais imediatas. Diferentemente do que o conceito de
populismo deixava entender, ao ressaltar os mecanismos de cooptação, repressão e propaganda massiva
do regime, o conceito de trabalhismo é mais flexível por visibilizar a relativa autonomia dos
trabalhadores, o que lhes permitiu construir uma identidade política, forjada a partir mais da negociação
e do pacto com o poder que do confronto direto. Um diálogo desigual, mas de mútua adaptação ou
acomodação. A alternativa A é, pois, correta. Inexistindo, logo, total subordinação ideológica das
massas, evidenciando-se, ao contrário, a cumplicidade existente entre governo e trabalhadores,
invalidam-se as alternativas B e D. A cultura política da remetente não contrariava a da maioria dos
trabalhadores, o que torna incorreta a alternativa C. Em 10 de outubro de 1937, o Congresso Nacional
foi fechado, com os partidos políticos sendo, em seguida, extintos. A alternativa E é, logo, falsa.
27. Entre 1792 e 1815, a Europa esteve em guerra quase permanente. No final, os exércitos napoleônicos
foram derrotados. Em seguida, as potências vencedoras, Rússia, Prússia, Grã-Bretanha e Áustria,
conjuntamente com a França, reuniram-se no Congresso de Viena, que teve como conseqüência política
a formação da Santa Aliança.
A partir do comentário acima, marque a alternativa que contenha duas decisões geopolíticas aprovadas
pelo citado Congresso:
A) defesa do liberalismo e auxílio aos movimentos socialistas na Europa.
B) restabelecimento das fronteiras anteriores a 1789 e isolamento da França do cenário político
europeu.
C) valorização das aristocracias em toda a Europa continental e ascensão dos girondinos no governo da
França a partir de 1815.
D) reentronização das casas reais destituídas pelos exércitos napoleônicos e criação de um pacto
político de equilíbrio entre as potências européias.
E) apoio aos movimentos republicanos e concentração de poderes na coroa britânica, permitindo a esta
a utilização da sua marinha de guerra como instrumento contra-revolucionário.
Questão 27 – Alternativa D
Após a derrota dos exércitos napoleônicos, as monarquias vencedoras e os grupos políticos
aristocráticos resolveram redesenhar o mapa político da Europa, tendo como ideário a contra-revolução.
Dessa forma, as ideologias liberais, oriundas, principalmente, da Revolução Francesa, deveriam ser
reprimidas. Procurou-se recolocar no poder as casas reais destronadas pelos exércitos napoleônicos,
retomar as fronteiras anteriores a 1789 e manter vigilância em relação a novas insurreições. Ao mesmo
tempo, buscou-se não isolar politicamente a França do cenário político europeu. Tudo isso em prol de
um equilíbrio entre os reinos, evitando-se, assim, novos conflitos entre as coroas na Europa. A
alternativa D, está, portanto, correta. A alternativa A é falsa porque o Congresso de Viena não defendeu
os movimentos liberais e socialistas. A França não foi isolada do cenário político europeu, chegando
inclusive a participar do Congresso de Viena, o que invalida a alternativa B. A alternativa C é incorreta,
uma vez que os Bourbons foram recolocados no poder, na França. Na alternativa E, incorre-se em erro,
já que o Congresso de Viena não apoiava o republicanismo.
28. Sobre o Brasil colonial, é correto afirmar que:
A) a integração social, política, econômica e cultural era plena.
B) o nacionalismo era o que motivava os rebelados, colocando-se acima dos interesses locais e
regionais.
C) a fidelidade dos colonos aos prepostos da metrópole era inconteste, não obstante alguns malentendidos.
D) as chamadas rebeliões nativistas comprovavam o sólido sentimento de brasilidade então
prevalecente.
E) a consciência regional é tão ou mais forte que a nacional, a construção desta se devendo
especialmente aos anseios de centralização do 2º reinado.
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Questão 28 – Alternativa E
A criação de uma memória nacional remete aos propósitos de centralização imperial, aguçados no 2º
reinado (1840-1889), quando as elites cafeicultoras procuravam estabilizar o país, cuja unidade política
se vira ameaçada durante o período regencial (1831-1840). A fundação do IHGB (Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro) e do Imperial Colégio Pedro II, em 1838, o vigor da Academia Imperial de
Belas Artes, o mecenato do Imperador junto ao indigenismo literário, entre outras medidas,
demonstram que o intuito de submeter as províncias ao jugo do poder central mobilizou elementos
simbólicos. A alternativa E é, logo, correta, e a alternativa A, falsa. As rebeliões coloniais nasceram, na
verdade, de problemas localizados, como a avidez do fisco metropolitano em certas áreas. As
alternativas D e B são, pois, incorretas. Muitas vezes, os revoltosos recorriam ao rei contra o que
achavam abusivo na ação dos seus prepostos na colônia, o que invalida a alternativa C.
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