Testes de Força e Encurtamento Segundo KENDALL & KENDALL (1995), as provas de comprimento muscular são realizadas com o objetivo de determinarmos como está à amplitude de comprimento muscular, ou seja, se ela está normal, limitada ou excessiva. “Os músculos que apresentam comprimento excessivo são geralmente fracos e permitem encurtamento adaptativo dos músculos opositores; já os músculos que são curtos demais são geralmente fortes e mantêm os músculos opositores em posição alongada. Esta prova consiste de movimentos que aumentam a distância entre origem e inserção, alongando os músculos em direções opostas às ações musculares.” O teste bem realizado geralmente exige que o osso de origem do músculo fique em posição fixa enquanto o osso de inserção se move em direção do músculo em alongamento. As provas de comprimento empregam em movimentos de teste, usando movimentos passivos ou ativos-assistidos para determinar quanto o músculo pode ser alongado. Exemplo: Teste de comprimento dos isquiotibiais uniarticulares – São os músculos Bíceps crural, cabeça curta e poplíteo. Têm como ação a extensão do joelho com o quadril em extensão. Movimento: coloque o indivíduo em decúbito ventral com o quadril em extensão para afrouxar os dois isquiotibiais biarticulares (semimembranoso, semitendinoso e cabeça longa do bíceps) sobre a articulação do quadril, para permitir que sejam alongados sobre a articulação do joelho. O pé deve ficar relaxado em flexão plantar. Caso o joelho possa ser completamente estendido nessa posição, não há retração nos flexores de joelho uniarticulares. Temos também as provas de força muscular que são realizadas com o objetivo de determinar como está a força muscular, podendo ser considerada normal, fraca ou muito forte. Esta prova é realizada fazendo-se uma resistência no paciente resistindo o movimento natural do músculo que se deseja testar. Mas, nem tudo é tão simples assim, pois vários fatores devem ser levados em consideração, pois a força muscular do paciente pode estar alterada no dia por motivos patológicos como emocionais, bem como a força do examinador. O teste manual é um instrumento importante para diagnóstico e prognóstico de distúrbios musculoesqueléticos, exigindo a melhor diferenciação possível das ações dos músculos, pois raramente um músculo realiza uma ação sozinho, sendo que outros fazem a mesma função. Além disso, isolar um músculo é uma tarefa difícil e o que pode ocorrer no momento é uma substituição, ou seja, quando um grupo muscular tenta compensar a falta de função de um músculo fraco ou paralisado. Para anular a substituição, existe a posição correta para o posicionamento do músculo para anular a ação do outro. Além disso, muitos músculos apresentam o que chamamos de multiarticularidade, isto é, um músculo passa por uma ou mais articulações. Este também é um fator que interfere nas provas de força muscular. A graduação correta da força de um músculo também é outro fator importante, pois esta se baseia na habilidade do examinador em resistir à força por determinado período de tempo e do paciente em manter o músculo em uma posição contra a gravidade também por um tempo determinado. A essas graduações são atribuídos valores numéricos ou pode se considerar a convenção de péssimoregular-médio-bom-excelente. Não podemos esquecer que, para essas convenções de graduação, a idade do paciente deve ser levada em consideração. Exemplo: Teste de Força do Músculo Braquiorradial – Este músculo começa no osso úmero e termina no final do osso rádio (processo estilóide) e tem por função a flexão do cotovelo e auxiliar na pronação e supinação do antebraço quando estes movimentos são contrariados por uma contra-força. Seu teste consiste em posicionar o paciente sentado, o examinador coloca uma mão debaixo do cotovelo do paciente para acolchoá-lo quanto à pressão em apoios. Flexiona-se o cotovelo do paciente com o antebraço neutro entre a pronação e a supinação. O ventre do braquiorradial precisa ser visto e sentido durante a prova, pois o movimento pode ser produzido por outros músculos que fletem o cotovelo. A pressão é feita contra o antebraço inferior, na direção da extensão. Solicita-se ao paciente que realize a flexão do cotovelo, enquanto o examinador resistente ao movimento fazendo força contrária. A fraqueza deste músculo diminui a força da flexão do cotovelo e da prono-supinação resistidas até a linha média. Músculo braquiorradial. Fonte: Acervo pessoal, 2009.