03/02/2014 SEMENTE MORFOLOGIA E ANATOMIA DA SEMENTE Anna Frida Hatsue Modro É o óvulo desenvolvido após a fecundação, contendo o embrião, com ou sem reservas nutritivas, protegido pelo tegumento Origem: Tem origem a partir do desenvolvimento de um óvulo fertilizado. CONSTITUIÇÃO DA SEMENTE SEMENTE Tegumento ou casca: protege a semente. Testa (camada mais externa) Tégmen ou tegma (camada mais interna) Amêndoa: há casos em que não há o endosperma. Embrião Radícula Cotilédones Caulículo Gêmula Reservas: albume ou endosperma ou perispermas. Desenvolvimento da semente DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE I. Formação do embrião: O zigoto diplóide (proveniente da fusão do microgameta com a oosfera) divide-se em duas células. A mais externa, encostada à micrópila, por divisões sucessivas, forma um cordão, o suspensor, ligado por um lado ao saco embrionário, por onde recebe substâncias nutritivas; o suspensor tem vida efêmera. A mais interna, concomitantemente, por divisões sucessivas, forma o embrião, que é a futura planta. II. Formação de reservas: O núcleo triplóide (proveniente da fusão do microgameta com o mesocisto), por divisões sucessivas, formará um tecido de reserva, o albume. Desenvolvimento da semente Formação do embrião e do albume III. Formação do tegumento: Os integumentos dos óvulos, geralmente, vão originar o tegumento, que é o revestimento protetor da semente. 1 03/02/2014 Tegumento Tegumento TEGUMENTO Tegumento suplementar Função: proteção e consistência. Coloração – preta ou diversos tons de marrom, bicolores (olhade-cabra). Tipos de sementes quanto ao número de tegumentos: • Bitegumentadas: constituídas de testa (externa) e tegma (interno). Ex. Angiospermae. • Unitegumentadas: constituída de um tegumento. Ex. Gymnospermae. • Ategumentadas: sem tegumento, estando a amêndoa protegida diretamente pelo pericardo do fruto. Ex. Loranthaceae. • Arilo: excrescência carnosa que se forma no funículo ou no hilo, cobrindo a semente total ou parcialmente. Ex. maracujá. • Arilóide: Excrescência que se origina do tegumento em torno da micrópila. Ex. noz-moscada. • Carúncula: excrescência do tegumento, de pequenas dimensões, junto à micrópila. Ex. mamona. Tegumento Cicatrizes da testa Tegumento PLEUROGRAMA – Linha bem definida localizada lateralmente em algumas sementes – auxilia na identificação por ser raro. Ex. Leguminosas (menos Fabaceas) e Cucurbitáceas (Abóbora, Melancia, Moranga...) • Micrópila: pequena abertura proveniente da micrópila do óvulo. • Hilo: proveniente da separação do óvulo com a placenta apresenta diversos tamanhos e formatos. • Rafe: saliência correspondente á cicatriz que atravessa o funículo. RESERVAS DA SEMENTE Tipos de reservas: • Albume ou endosperma secundário: é posterior à fecundação. Pode ocorrer na semente ou desaparecer durante a formação do embrião. Ex. milho. • Perisperma: tecido originado pela parte da nucela, persistente, durante a formação do albume. O perisperma pode ser a única reserva da semente (Cannaceae) ou ocorre juntamente com o albume (Piperaceae). • Endosperma ou endosperma primário: tecido originado do macrósporo e, portanto, haplóide. É anterior à fecundação. Ex. Gymnospermae. RESERVAS DA SEMENTE Sementes quanto à presença de albume: Exalbuminadas: sem tecidos de reservas. Ex. ervilha. Albuminadas: com tecidos de reservas Oleaginoso: rico em óleos. Ex. mamona e soja. Córneo: células muito espessas: Jarina/Marfim-vegetal Amiláceo: formado principalmente por amido: trigo, milho. 2 03/02/2014 EMBRIÃO NOTA Número de cotilédones Um cotilédone: caracteriza as Monocotyledoneae Dois cotilédones: caracterizam as Dicotyledoneae Vários cotilédones: em muitas Gymnospermae. Ex. Pinus sp. Partes constituintes Radícula: raiz rudimentar Gêmula ou plúmula: é o cone vegetativo apical, com os primórdios das primeiras folhas propriamente ditas. Cotilédones: é a primeira ou são as primeiras folhas. Caulículo: é a porção caulinar do embrião. • Plântula: embrião já desenvolvido em conseqüência da germinação; plantinha recém-nascida • Hipocótilo: eixo do embrião ou de uma plântula, abaixo da inserção dos cotilédones (entre raiz e caule). • Epicótilo: primeiro entrenó da plântula, acima da inserção dos cotilédones. • Coleóptila: bainha fechada do embrião das Poaceae e de outras Monocotyledoneae que representa a primeira folha da plântula (excluindo o escutelo), dentro da qual está a plúmula. • Coleorriza: bainha fechada do embrião das Poaceae, dentro da qual está a radícula • Escutelo: é o cotilédone das Poaceae. Síndromes de disseminação DISSEMINAÇÃO DAS SEMENTES E DOS FRUTOS (DIÁSPOROS) Processo pelo qual os diásporos são dispersados, isto é, são transportados ou lançados a maior ou menor distância da planta que os originou. Os diásporos são as unidades orgânicas (sementes, frutos ou propágulos) destinadas à propagação das plantas. Antropocoria e zoocoria Quando feita com auxílio do homem ou dos animais. Caracteres: frutos e sementes com pêlos e espinhos que aderem ao corpo dos animais Ex. carrapicho, picão e carrapicho. Outras vezes, são ingeridas por aves, macacos ou outros animais, sendo as sementes disseminadas junto com as fezes. Ex. erva-de-passarinho. Sarcotesta: Testa formada por material suculento. Ex. Sementes de Romã e Mamão. Síndromes de disseminação Anemocoria Síndromes de disseminação Hidrocoria Quando feita com auxílio do vento. Quando feito com auxílio da água. Caracteres: sementes e frutos leves ou minúsculos. Ex. sementes de orquídea. Outras podem ter expansões aliformes: pente de macaco, ou pêlos com aspecto de para-quedas: paineira, oficial de sala e língua de vaca. Caracteres: sementes e frutos com cutícula impermeável. Ex. coco. É comum apresentarem flutuadores especiais, como tecido esponjoso ou sacos aeríferos. Pêlos ou tricomas Asas: Expansão da testa total ou não 3 03/02/2014 Síndromes de disseminação Autocoria Síndromes de disseminação Barocoria Quando feita pela ação da gravidade. Quando feita pelo próprio vegetal. Caracteres: sementes ou frutos pesados. Ex. abacate. Caracteres: frutos que se abrem com grande pressão, lançando as sementes a distância. Ex. beijo-de-frade. Síndromes de disseminação GERMINAÇÃO DAS SEMENTES Geocarpia Caracteres: quando os pedúnculos, após a fecundação, enterram no solo os próprios frutos, onde amadurecem. Ex. amendoim. Consiste na retomada do processo de desenvolvimento do embrião e da conseqüente saída da plântula do interior da semente. Caracteres: 1. O alimento para a plântula crescer e desenvolver-se é, na primeira fase da germinação, retirado das reservas contidas na própria semente. 2. Esgotadas as reservas alimentares da semente, a plântula, nesta segunda fase da germinação, já possui pêlos radiculares e parênquima aclorofiliano nas folhas, de tal modo que já pode retirar do solo água e princípios minerais e transformá-los em matérias orgânicas. Tipos de germinação Eventos fisiológicos na germinação • • • • • • • Absorção de água; Início da mitose; Digestão das substâncias de reserva; Transporte do alimento para as regiões de crescimento; Aumento da respiração e da assimilação; Aceleração da mitose; Diferenciação celular. I. Germinação epígea Quando os cotilédones saem da semente e se elevam acima do solo. Ex. feijão, mamona. A semente começa a amolecer e intumescer-se, em virtude da hidratação, o que provoca a ruptura do tegumento. A radícula exterioriza-se em direção geotrópica positiva; o caulículo expõe-se num geotropismo negativo, elevando os cotilédones acima do solo. Aparecem, na raiz jovem, pêlos absorventes e radicelas, permanecendo a raiz principal axial, típica das Dicotyledoneae. Á gêmula desenvolve-se, formando as folhas permanentes; a radícula transforma-se em raiz; o caulículo, em hipocótilo e, a seguir, na base do caule; os cotilédones, após serem consumidas as reservas, atrofiam-se e caem, como se fossem folhas. 4 03/02/2014 Tipos de germinação Tipos de germinação Germinação hipógea Quando os cotilédones permanecem sob a terra. Ex. milho, ervilha. A semente começa a amolecer e intumescer-se, por causa da hidratação, o que provoca a ruptura do tegumento. A radícula perfura a coleorriza e, aprofundando-se no solo, cobre-se de pêlos absorventes; após um pequeno período funcional, atrofia-se, sendo substituída por novas e definitivas raízes, que irão formar as raízes fasciculadas, típicas das Monocotyledoneae. Há o alongamento do epicótilo, acima da inserção do cotilédone, de modo que este permanece soterrado. A coleóptila, desenvolve-se em direção à luz, para cima, deixando, posteriormente, as primeiras folhas aparecerem. Tipos de germinação DORMÊNCIA É uma adaptação das espécies ao hábitat e ao estágio sucessional. 2/3 das espécies apresentam dormência; A dormência auxilia o armazenamento, o potencial germinativo imediato dificulta o armazenamento; O controle do armazenamento e germinação depende de fatores internos e externos. Origem da dormência: Exógena: tegumento impermeável / rígido Endógena: embrião imaturo / inibido Dupla dormência: ambos. Tipos de dormência Física: impermeabilidade do tegumento a água e gases, superada através de escarificação Química: devida à fatores inibidores no pericarpo, supera-se removendo o pericarpo Mecânica: causada por resistência do tegumento ao crescimento do embrião, supera-se removendo o tegumento 5