BLG 011VN- ANATOMIA DA SEMENTE

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BLG O11
ANATOMIA DA SEMENTE
É bom saber ...
Garantido um suprimento adequado de água, oxigênio e calor, as sementes
germinam e se desenvolvem em plantas adultas. As sementes variam no seu aspecto
externo e interno.
Uma semente madura possui um envoltório denominado de Tegumento,
Endosperma ou Albúmen (material de reserva nutritiva) e um Embrião, composto de
três partes: gêmula , caulículo e radícula e preso a este encontramos um ou mais
cotilédones. Alguns autores definem a semente como formada por Tegumento e
Amêndoa. Na amêndoa, distinguem-se, o embrião e o endosperma (albúmen). Nas
sementes em que não há albúmen, a amêndoa é, praticamente, o próprio embrião.
Quando ocorre a germinação, a gêmula dará origem ao epicótilo – região
compreendida acima dos cotilédones e abaixo das primeiras folhas; o caulículo dará
origem ao hipocótilo – região situada entre os cotilédones e a raiz; e finalmente, a
radícula dará origem à raiz.
Além do endosperma o embrião possui uma folha especial chamada cotilédone.
De acordo com o número de cotilédones, as angiospermas dividem-se em dois grandes
grupos: as monocotiledôneas e as dicotiledôneas.
As monocotiledôneas, como o milho, o arroz, o trigo e as palmeiras, possuem
um só cotilédone. As dicotiledôneas, porém, que são a maioria das árvores e muitas
plantas de flores vistosas, apresentam dois cotilédones.
Nas dicotiledôneas, os cotilédones são bastante desenvolvidos e apresentam a
função de armazenamento dos nutrientes necessários ao desenvolvimento do embrião.
Em contrapartida, nestes vegetais o endosperma é reduzido ou inexistente como no
feijão (figura 01). No caso da mamona, no entanto, os dois cotilédones embora se
apresentem em toda a extensão da semente e muito largos, são pouco espessos; não
podendo, portanto, conter muitas substâncias nutritivas em reserva, que realmente se
faz no endosperma ou albúmen.
Nas monocotiledôneas, como no milho (gramínea) (figura 02), existe apenas um
cotilédone bastante reduzido. A reserva nutritiva se acumula no endosperma sendo
este desenvolvido. Na verdade, o milho é um pequenino fruto seco cuja semente ocupa
quase todo o seu volume. O pericarpo (parte comestível na maioria dos frutos) está
reduzido ao envoltório do grão. Abaixo deste é que se localiza o tegumento.
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Figura 01- Semente de feijão
Figura 02 – Cariopse de milho
Figura 01 – O feijão apresenta externamente o Hilo, ponto de ligação do óvulo (do qual
surgiu a semente) ao funículo (pedúnculo do óvulo). Nesta semente, logo abaixo do
hilo, pode-se perceber a olho nu, embora com certo esforço, a existência de um
pequeno poro, a Mícróplia, local por onde penetrou o tubo polínico no óvulo
transportando o elemento masculino que o fecundou. Uma cicatriz alongada, a Rafe,
acima do hilo em oposição à micrópila, representa a zona de contato que existia entre o
óvulo e seu funículo curvo (haste delgada que liga o óvulo à parede do ovário).
Internamente, a semente apresenta dois cotilédones, responsável pela reserva
nutritiva do embrião, constituída basicamente por amido. E o embrião apresenta:
radícula, hipocótilo (região do caule compreendida entre os cotilédones e a raiz
primária), e epicótilo ou gêmula ou plúmula (de onde surgem o primeiro com folhas).
Figura 02 – Representa uma semente de milho, na verdade uma cariopse, nome dado
ao fruto seco indeiscentes, minúsculo, que se desenvolve em infrutescências do tipo
espiga como também é o caso do arroz e do trigo. Pode-se distinguir o pericarpo,
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intimamente ligado á única semente. Ela, por sua vez, exibe o embrião com um
cotilédone único, pouco desenvolvido. A este cotilédone chamamos de escutelo; as
reservas estão no endosperma ou albúmen.
Abaixo do escutelo temos o Coleoptile ou Coleóptilo, ( do grego koleos,
“estojo”; ptillon, “pena”), bainha protetora que envolve o meristema apical com seus
primórdios foliares (plúmula) – primeiras folhas em desenvolvimento. Após a
germinação, cresce de 4 a 6 cm, recobrindo a extremidade livre ou distal do caule.
Depois se rompe, permitindo o crescimento das folhas e do caule.’
O embrião é formado pela plúmula – primórdios foliares, caulículo e radícula.
Qualquer destas sementes, encontrando-se em meio favorável, úmido, absorve água e
germina. A primeira fase da germinação é caracterizada por um grande aumento de
volume da semente, denominado de embebição. A casca não acompanha todo o
aumento do volume interno. Por isso, rompe-se e, logo depois, o embrião, que começa
a crescer no interior da semente, aparece para o exterior.
A germinação de uma semente, tantas vezes considerada como o começo da
vida vegetal, na realidade significa para a planta apenas a retomada do crescimento.
A semente contém um embrião ou planta incipiente, que se desenvolveu na
planta-mãe. Depois de separar-se dela, terá de aguardar muitas vezes durante um
longo período de vida latente, até que as condições do meio externo sejam exatamente
adequadas ao início do seu crescimento autônomo.
Material
o 06 sementes de feijão
o
01 lupa
o
01 vidro (tipo frasco de coleta)
o
01 bisturi
o
Água destilada
o
folha de papel
o
Papel filtro ou papel toalha
o lápis
Como fazer ...
A. Coloque 06 sementes de feijão dentro do frasco e adicione água destilada até
2/3 do seu volume.
B. Coloque os frascos na geladeira para reduzir a contaminação bacteriana.
C. Deixe as sementes serem embebidas por água durante 24 hs.
D. Remova as sementes do vidro e coloque-as sobre o papel filtro para absorver o
excesso de água.
E. Observe as sementes e identifique a região da micrópila e hilo. Desenhe numa
folha o que você observou.
F. Usando uma lupa, segure a semente
cuidadosamente, o tegumento (casca).
e
com
uma
pinça,
remova,
G. Muito cuidadosamente, abra os dois cotilédones por toda sua extensão,
conforme figura 01.
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H. Usando a lupa, identifique as partes internas da semente: cotilédone, embrião
(epicótilo, hipocótilo e radícula).
I. Abra as demais sementes e compare as mesmas regiões.
J. A semente de monocotiledônea é muito mais difícil de ser aberta, em função
disso, para a observação de suas partes, utilize a lâmina preparada de semente
de monocotiledônea presente na caixa de coleção de lâminas. Desenhe a
estrutura e identifique suas partes.
Observação: Se você se interessar, poderá também realizar o mesmo procedimento para
observação da semente de MAMONA e ERVILHA. Neste caso, utilize as figuras a seguir como
orientação.
Figura 3 - Sementes de mamona
Figura 4 – Semente de ervilha
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Pensando a respeito ...
1. Compare os dois desenhos e descreva as diferenças observadas.
2. Para germinar, as sementes necessitam de umidade (água). Por que razão você
acha que a água é importante no processo de germinação ?
3. Faça um quadro comparando as características entre as sementes de feijão e
milho.
4. Um vegetal saudável formará sementes saudáveis. Uma vez que essas
sementes amadureçem, cairão no solo e germinarão, o que é uma vantagem
para a planta. Analisando mais precisamente, observa-se que numa mata existe
normalmente um bom espalhamento de vegetais da mesma espécie, o que
indica ser isso uma vantagem adaptativa. Por que isso acontece? Se numerosos
indivíduos da mesma espécie sempre nascessem ao redor da planta-mãe,
competiriam entre si por apresentarem as mesmas exigências nutritivas e
físicas. Isso determinaria o desaparecimento de um grande número dos jovens
vegetais.
Na natureza, as sementes precisam ser disseminadas para outros locais com o
objetivo de evitar uma competição, bem como povoar outros ambientes.
Pesquise as mais variadas adaptações do tegumento, que têm como objetivo,
facilitar a dispersão das sementes pelos animais, pelo vento e pela água. Se
possível, trazer algumas dessas para a aula e discutir com alunos a
interpretação das características envolvidas.
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