ORDENS MUNDIAIS: ANTIGA ORDEM BIPOLAR DA GUERRA FRIA CONTEÚDOS Antiga Ordem Bipolar da Guerra Fria Ascensão das potências e formação dos blocos capitalista e socialista Disputas de poder: Plano Marshall, OTAN, COMECON e Pacto de Varsóvia Muro de Berlim Corrida armamentista e aeroespacial Outras formas de disputa: meios de comunicação, cultura e esporte Conflitos indiretos Crise da URSS e fim da ordem bipolar AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS Os países do mundo, embora soberanos de suas leis e fronteiras, estabelecem relações, acordos e alianças; além de manterem um arranjo político e econômico fundamentado no respeito ao direito internacional de cada um. Embora haja um equilíbrio, os países não são política e economicamente iguais e, nesse contexto, as potências tendem a estabelecer vínculos e compromissos que as beneficiem. Sendo assim, as ordens mundiais são instituídas, em um cenário em que potências e aliados dividem-se em áreas de influência. Durante a vigência da ordem mundial do Imperialismo, as potências europeias mantiveram um certo equilíbrio de suas forças ao dividirem arbitrariamente os continentes africano e asiático de modo a sustentar suas revoluções industriais. Com o tempo, o equilíbrio (que nunca representou uma igualdade de força) transformou-se em disputas territoriais e nacionalistas, levando as potências a conflitos que culminaram nas duas guerras mundiais. Com a eclosão e o desenrolar desses conflitos, a Europa se viu diante de uma imensa crise, tornando os países do continente incapazes de sustentar suas forças e seus domínios. Como resultado direto da Segunda Guerra Mundial, o mundo presenciou o surgimento de dois novos atores hegemônicos, os Estados Unidos e a União Soviética. Consequentemente, o equilíbrio de poder entre as nações se reestruturou e o mundo entrou em uma nova ordem mundial, conhecida como Guerra Fria. Esse período também é chamado de antiga ordem bipolar, pois foi um momento em que as nações se organizavam em torno de dois polos de poder, isto é, alinhavam-se às duas superpotências da época: Estados Unidos, que exercia influência e liderava as nações alinhadas ao Capitalismo; e a União Soviética, que exercia influência e liderava as nações alinhadas ao Socialismo. Antiga Ordem Bipolar da Guerra Fria Guerra Fria é a designação de um período de disputas entre Estados Unidos e União Soviética, compreendendo o intervalo entre o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e a extinção da União Soviética em 1991. Essa guerra é chamada de “fria” porque, de fato, nunca ocorreu uma guerra direta entre as duas superpotências. Tratava-se, portanto, de uma disputa ideológica, em que nenhum dos lados admitia estar em uma posição inferior. Durante esse período, as disputas entre os dois blocos foram acirradas nas mais diversas esferas. Por esse motivo, as duas superpotências fizeram grandes esforços de propaganda política com o objetivo de conquistar apoio de outras nações. Tanto Estados Unidos quanto União Soviética concentravam seus esforços em duas frentes: desacreditar a ideologia e as ações do adversário e, ao mesmo tempo, convencer a opinião internacional de que seu sistema político, econômico e sociocultural era superior. Setores como tecnologia, entretenimento em massa (cinema, televisão, rádio) e mesmo as competições esportivas eram usadas para fins de propaganda. Ao longo dos quase 50 anos de vigência da ordem bipolar, Estados Unidos e União Soviética mantiveram a hegemonia em seus blocos aliados e áreas de influência, havendo um claro equilíbrio de poder entre elas, por meio da corrida armamentista e aeroespacial. Intimidação e hostilidade eram as palavras de ordem do período. Tal fato, levou o cientista político Raymond Aron a afirmar que nos anos de Guerra Fria “a paz era impossível; e a guerra, improvável”. Impossível, porque tratavam-se de potências rivais e com ideologias incompatíveis. Improvável, pois em uma possível batalha não haveriam vencedores. Isso porque, o poderio bélico e nuclear de ambas era tão grande que seria capaz de destruir a humanidade. Isto é, por trás da intimidação e da hostilidade, todos conviviam com o medo de um ataque nuclear de alguma das partes. Ascensão das potências e formação dos blocos capitalista e socialista Desde o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1919, a Europa começava demonstrar sinais de crise. Ao mesmo tempo, outras nações intensificavam sua expansão industrial e, com isso, cresciam política e economicamente. É o caso dos Estados Unidos. Enquanto os países europeus conquistavam colônias, no século 19, para atender suas necessidades, os americanos trataram de expandir seu próprio território em direção à costa oeste. Isso garantia ao país a existência de recursos e mão de obra interna para seu desenvolvimento econômico. A barreira física que distanciava os Estados Unidos da Europa também foi um fator determinante para a sequência de seu desenvolvimento. Enquanto os europeus guerreavam, destruíam seus territórios e perdiam vidas de militares e civis, os americanos davam continuidade à ascensão econômica do país. Nenhuma fábrica ou infraestrutura foi destruída por bombas e ataques inimigos. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos promoveram uma revolução no processo produtivo industrial. Enquanto os ingleses inventaram a indústria, os americanos desenvolveram o modelo fordista de produção, fundamentado na inserção da esteira rolante à linha de montagem. Tal dado garantiu ao país um aumento exponencial de sua produtividade, estimulando consumo interno e escoando o excedente. (Para saber mais sobre o Fordismo, consulte o Tema de Estudo de Geografia do EM: Espaço Industrial: o processo de industrialização no mundo). Tanto na Primeira, como na Segunda Guerra, os Estados Unidos foram fundamentais para a vitória de seus aliados. Em 1917, a entrada dos americanos no conflito e o fornecimento de soldados, tanques, navios e aviões de guerras determinaram a rendição alemã. Até então, o país apenas oferecia armamentos e produtos industrializados, inclusive de alimentos e vestimentas. O mesmo ocorreu na Segunda Guerra, quando o envio de suprimentos, armas e tropas americanas para a Europa, em 1941 e nos anos seguintes, determinou a vitória dos Aliados (Inglaterra, França e Rússia). Em 1945, o lançamento de bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki praticamente selou o fim do conflito e a rendição dos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Estava consolidada a hegemonia norte-americana no bloco capitalista. Paralelamente à ascensão dos Estados Unidos, a União Soviética também prosperava e, para compreender esse processo é preciso novamente voltar ao tempo, mais precisamente em 1917, e resgatar a Revolução Russa. Antes mesmo da entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, em 1917, o então Império Russo, governado por um czar (uma espécie de monarca) já havia se retirado do conflito e iniciado sua revolução. O império, até então, era praticamente agrícola, com alguma produção artesanal. A revolução pôs fim a esse sistema de governo e colocou no poder camadas mais populares, que representavam os interesses dos trabalhadores. Nos primeiros anos da revolução, as propriedades foram estatizadas, e uma ampla reforma agrária foi realizada. O novo governo também investiu na industrialização e na modernização da infraestrutura russa. Ao mesmo tempo, os bancos e as fábricas passaram ao controle do Estado; ao contrário dos Estados Unidos, em que esses setores ficaram praticamente nas mãos da iniciativa privada. (Para saber mais sobre essa revolução, consulte o Tema de Estudo de História do EM: Idade Contemporânea: Revolução Russa). Em 1922, os russos expandiram seus domínios, anexaram outros 14 países1 do leste europeu ao seu território e, oficialmente, formaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Figura 1 – Território da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas entre 1956 e 1989 Fonte: Fundação Bradesco 1 Ucrânia, Bielorrússia, Estônia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguistão e Tadjiquistão. Nessa época, o desenvolvimento da União Soviética foi marcado pela forte presença do Estado, em que as atividades econômicas ficavam centralizadas em suas mãos. Por esse motivo, fala-se em economia planificada2. Essas medidas estavam na base do modo de produção socialista. Socialismo: os teóricos dessa corrente, defendiam que as transformações sociais, políticas e econômicas viriam por meio de uma revolução operária e pelo fim do Capitalismo, das desigualdades e da divisão da sociedade em classes. Figura 2 – Símbolo socialista que representa a luta dos trabalhadores urbanos (martelo) e rurais (foice) Fonte: Wikimedia Commons Essa nova perspectiva apontava que o caminho para um mundo mais justo e igualitário só seria conquistado por meio da luta do proletariado unido (tendo em vista que, para eles, a luta de classes era o motor que movimentava a história) e a criação de um governo de transição (forte e autoritário), que concentrasse todas as propriedades e promovesse o desenvolvimento. Segundo os teóricos do Socialismo, quando a sociedade estivesse preparada e o Capitalismo estivesse totalmente superado, esse estado transitório não seria mais necessário, sendo suprimido pelo Comunismo (formado por uma sociedade sem Estado e sem propriedade). (Para aprofundar seus estudos sobre o Socialismo, consulte o Tema de Estudo de História do EM: Idade Contemporânea: Revoluções Industriais e Lutas Operárias). 2 Em uma economia planificada, as empresas (bancos, indústrias, fazendas) e as atividades econômicas são controladas pelo Estado, eliminando-se a livre-concorrência. Com a planificação, o Estado é responsável pelos preços, pela produção, pela determinação dos salários etc. Em poucos anos, os soviéticos (como ficaram conhecidos) promoveram um acelerado processo de industrialização, facilitado pela existência de uma mão de obra numerosa e de um território dotado de grandes reservas de recursos naturais (como o carvão). O país mudou sua aparência e ficou coberto de grandes obras, ferrovias, canais, barragens, grandes fábricas, indústrias pesadas, arranha-céus, etc. Em meados em 1940, a União Soviética já encontrava-se no terceiro lugar na escala de industrialização mundial, tornando-se uma via alternativa ao modelo norte-americano de desenvolvimento. Os Estados Unidos defendiam o capitalismo, a livre iniciativa e um governo internamente democrático. Ao passo que a União Soviética defendia um governo centralizador. O curioso é que as duas potências lutaram lado a lado na Segunda Guerra Mundial e saíram vitoriosas na batalha contra as forças nazifascistas do Eixo. Ao fim da guerra, no entanto, as diferenças entre elas tornaram-se maiores e, ao passo que as novas alianças iam se constituindo, o mundo bipolar foi se estabelecendo. Disputas de poder: Plano Marshall, OTAN, COMECON e Pacto de Varsóvia Com o término da Segunda Guerra Mundial, as duas potências trataram de estreitar laços com seus aliados e consolidar os blocos capitalista e socialista. Além do poderio militar, político e econômico, essas duas potências passaram a dominar as relações internacionais. Com a Europa e parte do Ásia devastada, era necessário recuperar esses países e transformá-los em aliados, antes que a outra potência os fizessem. Os Estados Unidos ampliaram sua influência na América Latina e trataram de deixar de lado as diferenças com o Japão, a Alemanha e os demais países europeus. Em 1947, lançaram mão do Plano Marshall, que fornecia empréstimos financeiros e assistência tecnológica aos países derrotados no conflito – a Alemanha foi a principal beneficiada desse plano. Em 1951, foi a vez do Japão receber empréstimos similares, por meio do Plano Colombo. Do ponto de vista político e militar, os Estados Unidos firmavam sua hegemonia e consolidavam sua área de influência com a instituição da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que reunia uma força-tarefa de oposição aos soviéticos. Da mesma forma, a União Soviética concentrava seus esforços no projeto de desenvolvimento e expansão de seu modelo socialista. O COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua), fundada em 1949, visava a integração econômica dos países do bloco soviético socialista, enquanto o Pacto de Varsóvia, firmado em 1955, agrupava o mesmo bloco em um compromisso político-militar de ajuda mútua, em caso de agressões contra os membros. Nesse sentido, eram os contrapontos do Plano Marshall e da OTAN. Após a Segunda Guerra Mundial, o Socialismo se difundiu pela Alemanha Oriental, Polônia, Bulgária, Romênia, Hungria, antiga Iugoslávia, antiga Tchecoslováquia, Mongólia, Coreia do Norte, China, Vietnã do Norte, Camboja, Laos e Cuba. Desta forma, praticamente, não havia espaço para neutralidade e as nações precisavam se posicionar como aliadas ou inimigas. Em alguns casos, esse posicionamento era afirmado, dividindo fisicamente territórios, de acordo com o sistema adotado, como foi o caso da Alemanha que se dividiu em Ocidental (capitalista) e Oriental (socialista), ou da Coreia que se dividiu em Norte (aocialista) e Sul (capitalista). Saiba mais: Em 1946, o então primeiro-ministro britânico, Wiston Churchill, afirmou em um discurso nos Estados Unidos, “uma cortina de ferro desceu sobre a Europa”. Naquele momento, a “cortina de ferro” fazia referência à expansão e ao domínio soviético no leste europeu. É neste cenário que os Estados Unidos, de fato, abrem mão de sua política de neutralidade (mesmo participando das guerras mundiais) e iniciam um projeto de contenção do socialismo soviético, passando a interferir diretamente sobre seus aliados e sua área de influência capitalista. A partir de então, a expressão passou a ser usada para sinalizar uma divisão do continente europeu entre os blocos capitalista e socialista, iniciando uma separação e uma disputa política, econômica e ideológica entre as potências. Assim, o discurso, de ambos os lados era conter a expansão da potência inimiga, evitando a difusão de informações, sobretudo, de experiências positivas do sistema antagônico. Oficialmente, uma barreira física só foi construída em 1961, com a construção do muro de Berlim. Muro de Berlim Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, vários tratados e acordos foram assinados. O Tratado de Potsdam reuniu os países vencedores, definindo a divisão e a administração da Alemanha (derrotada no conflito) entre eles. Desta forma, o território alemão foi recortado em quatro partes, entre a Inglaterra, França, Estados Unidos e União Soviética. Da mesma forma, a capital Berlim também foi dividida. Essa separação determinou a criação, em 1949, da República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), nas zonas ocupadas por Inglaterra, França e Estados Unidos; e da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), na área ocupada pela União Soviética. No contexto da Guerra Fria, a Alemanha Ocidental passou a ser influenciada pelo modo de produção capitalista, enquanto a Alemanha Oriental, tornou-se uma área de influência socialista soviética. Figura 3 – Divisão da Alemanha no contexto do pós-Segunda Guerra Fonte: Fundação Bradesco Figura 4 – Divisão da cidade de Berlim no contexto do pós-Segunda Guerra Fonte: Fundação Bradesco Com o acirramento da Guerra Fria, os soviéticos iniciaram, em 1961, a construção de um muro, em Berlim, ao redor da área que estava sob controle da Alemanha Ocidental, a fim de isolar e evitar que as pessoas tivessem acesso à área capitalista da cidade. Figura 5 – Construção do muro de Berlim, em 1961 Fonte: Wikimedia Commons Ao final da construção, o muro, com mais de 60 km de extensão, passou a ser patrulhado para evitar fugas e tentativas de ultrapassagem para o lado comandado por Estados Unidos, Inglaterra e França. A edificação foi bastante arbitrária e não respeitou bairros, ruas, praças, prédios ou mesmo residências. Muitas famílias, vizinhos e amigos foram separados e proibidos de manter contato. Mesmo com o isolamento, uma vez que Berlim estava localizada na Alemanha Oriental, os norte-americanos mantiveram uma política de investimentos em infraestrutura e modernização da cidade, como uma forma de propaganda do sistema capitalista; enquanto que, do outro lado do muro, os soviéticos, aos poucos, perdiam a capacidade de investir na área. Essa situação, já em um cenário de crise da União Soviética, em 1989, levou a queda do muro e à reunificação alemã em 1990. Figuras 6 e 7 – Muro de Berlim, que foi derrubado em novembro de 1989 Fonte: Wikimedia Commons Ao longo de 28 anos de existência o muro foi o maior símbolo da Guerra Fria, uma vez que representou a divisão e a bipolarização do mundo pelas duas superpotências da época. Sua queda também é considerada um dos ícones do fim dessa ordem mundial. Corrida armamentista e aeroespacial A corrida armamentista e aeroespacial, por meio do desenvolvimento de um imenso arsenal de armas, tanques e outros artefatos de guerra, foi uma das características mais marcantes da Guerra Fria. Para tentar intimidar o inimigo, Estados Unidos e União Soviética travaram uma verdadeira corrida no setor bélico-industrial, especialmente, no desenvolvimento de bombas e armas nucleares e mísseis intercontinentais, capazes de atingir o inimigo a longas distâncias. A capacidade de destruição dessas armas era imensurável. Assim, apesar do medo de uma possível guerra nuclear, ficava claro que dificilmente haveria um confronto direto entre Estados Unidos e União Soviética, uma vez que ele poderia representar a destruição de toda, ou pelo menos, boa parte, da humanidade. No entanto, a necessidade de mostrar superioridade e equilibrar as forças militares, levou a formação de um arsenal bélico que, ainda hoje, é um problema de segurança mundial. Com o tempo, outros países passaram a dominar a tecnologia e a desenvolver armamentos pesados de guerra, estimulando a ação de governos ditatoriais, guerrilhas e grupos terroristas. Durante a Guerra Fria, além da corrida armamentista, as duas potências passaram a disputar o controle dos mais variados setores e campos do conhecimento. Nesse contexto, Estados Unidos e União Soviética tomaram o controle do desenvolvimento tecnológico e aeroespacial, iniciando o projeto de construção de foguetes, satélites e exploração do espaço. Foi nesse contexto que, em 1957, os soviéticos lançaram um foguete com a cadela Laika a bordo, tornando a viagem da nave Sputinik 2, a primeira missão tripulada por um ser vivo para a órbita da Terra. Figura 8 – A cadela Laika se tornou o primeiro ser vivo a ser lançado para o espaço Fonte: Wikimedia Commons Em 1961, foi a vez do astronauta soviético, Yuri Gagarin, se tornar o primeiro homem a circundar a órbita do planeta, a bordo da nave Vostok I. No mesmo ano, os Estados Unidos enviaram Neil Armstrong, a bordo da nave Apollo 11, fazendo do astronauta, o primeiro homem a pisar em solo lunar. Figura 9 – Neil Armstrong na superfície da Lua Fonte: Wikimedia Commons Outras formas de disputa: meios de comunicação, cultura e esporte A Guerra Fria exerceu forte influência nos campos cultural e desportivo. A produção cinematográfica, especialmente norte-americana, tornou-se uma verdadeira máquina de propaganda capitalista e deste modo de vida. Assim, os meios de comunicação em massa, serviram como o meio mais rápido de espalhar os feitos das superpotências e, ao mesmo tempo, desmoralizar o inimigo. Nessa época, os famosos filmes do bem contra o mal, transformaram-se, explícita ou implicitamente, em Estados Unidos versus União Soviética ou Capitalismo versus Socialismo. Da mesma forma, os esportes foram usados como propaganda nos dois sistemas. Vencer uma competição ou conquistar uma medalha de ouro olímpica simbolizava a força e o poder de um dos lados e, consequentemente, a vitória do Capitalismo sobre o Socialismo, e vice-versa. Apesar dos Jogos Olímpicos difundirem os preceitos do “Movimento Olímpico” e do fair play entre as nações, isto é, um momento de celebração da paz e integração dos povos, por diversas vezes, os jogos foram usados para justificar e demonstrar a força de um país sobre os demais. Em 1980, o então presidente norte-americano Jimmy Carter liderou um boicote internacional de 61 delegações que não compareceram aos Jogos Olímpicos de Moscou. Na edição seguinte, disputada em Los Angeles, no ano de 1984, foi a vez da União Soviética revidar e liderar outro boicote aos jogos, desta vez em solo norte-americano. Figura 10 – Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 1980, na cidade Moscou. Os jogos foram boicotados por 61 nações, lideradas pelos Estados Unidos Fonte: Enciclopédia Britânica Conflitos indiretos Mesmo sem travar uma guerra direta, Estados Unidos e União Soviética, durante os anos da Guerra Fria, estimularam inúmeros confrontos entre outros países. Assim, ambos afirmavam poder e hegemonia estimulando grupos rivais em suas áreas de influência. É o caso da Guerra da Coreia (1950-1953), que teve como resultado a divisão da Coreia do Norte, socialista, e a Coreia do Sul, capitalista, e a Guerra do Vietnã (1955-1975). Isto é, indiretamente, as duas potências se enfrentavam. Saiba mais: Na década de 1950, por resoluções de guerras, o território do Vietnã foi dividido entre Vietnã do Norte, de regime socialista, e Vietnã do Sul, de regime capitalista. Dentre essas resoluções, também havia a possibilidade de existência de um plebiscito, nos anos seguintes, para decidir se o país seria novamente reunificado. Essa medida foi vista com maus olhos pelas nações capitalistas, que temiam que uma reunificação significasse um avanço do socialismo sobre o Vietnã do Sul. No contexto da Guerra Fria, os norte-americanos começaram a armar e a treinar soldados sulvietnamitas. O conflito entre os dois países se iniciou em meados da década de 1950 e contou com forte influência norte-americana e soviética. Apesar de todo o arsenal bélico e aparato tecnológico, as tropas americanas tiveram inúmeras dificuldades para enfrentar os vietcongues (soldados apoiados pelos soviéticos) e desbravar o território vietnamita, coberto por florestas tropicais. As perdas humanas foram imensas para ambos os lados. Em 1973, derrotados em diversos frontes de batalha e com uma forte opinião pública contrária aos gastos com essa guerra, os americanos se retiraram do Vietnã de forma vergonhosa. As mortes no Vietnã provocaram uma série de manifestações contrárias ao envio de tropas americanas para a guerra. Dentre elas, estava o movimento Hippie, que tinha como lema a expressão “paz e amor”. Muitos jovens que aderiram esse movimento, na década de 1970, queimavam suas identidades para não serem convocados pelas forças armadas e viverem de forma livre. Figura 11 – Manifestação hippie contrária à guerra, em 1967 Fonte: Wikimedia Commons Os resultados da Guerra do Vietnã mancharam o prestígio das forças armadas norteamericanas. Como resultado desse conflito, o Vietnã foi unificado em 1976 e passou a se chamar de República Socialista do Vietnã, sob forte influência soviética e chinesa. Na África, os conflitos indiretos ocorriam por meio das disputas pela independência de boa parte dos países do continente. Influenciados por Estados Unidos e União Soviética, os africanos travaram inúmeros conflitos e guerras civis para alcançar suas autonomias políticas. Nas décadas de 1950 e 1960, com o enfraquecimento das potências europeias, a influência soviética e norte-americana só cresceu no continente. Enquanto grupos rivais recebiam armas e dinheiro, as elites locais garantiam a manutenção de seus poderes políticos e econômicos, estreitando os vínculos com as duas superpotências. Esse cenário complexo foi palco de disputas que, certa forma, perduram até hoje. A independência dos países africanos, nem de longe, resolveu os inúmeros problemas do continente. Como as fronteiras estipuladas pelos europeus no século 19, foram mantidas, muitas disputas permaneceram, aumentando ainda mais os conflitos e a instabilidade política. Atualmente, a África possui 54 países independentes, que pouco refletem a realidade cultural do continente, com mais de 800 etnias distintas. Crise da URSS e fim da ordem bipolar Durante a Guerra Fria, para concorrer e fazer frente ao desenvolvimento aeroespacial e militar norte-americano, os soviéticos abriram mão da produção de bens de consumo, deixando de fornecer bens de primeira necessidade à população, como alimentos. Embora a União Soviética tenha conseguido certo êxito nas áreas sociais (saúde e educação), aos poucos, as indústrias do país se tornaram atrasadas e a produtividade de alimentos diminuiu. Com a diminuição da produção industrial e agrícola, vários problemas sociais surgiram, dentre eles o desemprego. Ao contrário dos Estados Unidos, que contavam com a livre concorrência e com a iniciativa privada para produzir os bens de consumo duráveis e não duráveis para atender à população, a União Soviética, por conta da planificação, dependia exclusivamente dos investimentos estatais. Em um contexto de guerra e concorrência declarada com os norteamericanos, os setores estratégicos foram privilegiados, colocando o abastecimento das pessoas em segundo plano. Somado à crise de abastecimento, à baixa qualidade dos produtos industrializados e ao aumento dos gastos estatais, o regime totalitário soviético começou a ser pressionado pela população, que passou a exigir melhores condições de vida, e pela oposição ao governo, que reivindicava uma maior abertura política. Na segunda metade da década de 1980, a insatisfação atingiu a toda a União Soviética, fazendo eclodir uma série de manifestações separatistas nas repúblicas controladas pelos russos. Aos poucos, a população começou a perceber que as promessas de igualdade e prosperidade, veiculadas pelo estado soviético, não haviam saído do papel e que grande parte da população permanecia na pobreza, enquanto uma pequena elite, ligada ao governo enriquecia. A derrocada do bloco socialista, e com ela o fim da ordem bipolar da Guerra Fria, ocorreu em 1991 com a desintegração da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e o surgimento de 15 países independentes. Dica: Para entender aprofundar seus estudos sobre ordens mundiais, ouça no Portal EJ@, na seção Biblioteca Digital do Ensino Médio, ao podcast: Ordens Mundiais ATIVIDADES 1. A Guerra Fria (1945-1991) representou um período de tensão e medo entre os cidadãos comuns de diferentes partes do globo, isso por porque, a existência de armas nucleares e uma provável guerra entre as potências poderiam representar a destruição de parte da humanidade. Nesse sentido, muitos questionavam que suas próprias vidas “estavam nas mãos” dos Estados Unidos e da União Soviética e da decisão de se lançar uma bomba nuclear contra o inimigo. A partir dessa reflexão, comente a corrida armamentista e aeroespacial do período. 2. (VUNESP – 2014) Coreia do Norte anuncia “estado de guerra” com a Coreia do Sul A Coreia do Norte anunciou nesta sexta-feira [29.03.2013] o “estado de guerra” com a Coreia do Sul e que negociará qualquer questão entre os dois países sob esta base. “A partir de agora, as relações intercoreanas estão em estado de guerra e todas as questões entre as duas Coreias serão tratadas sob o protocolo de guerra”, declara um comunicado atribuído a todos os órgãos do governo norte-coreano. (http://noticias.uol.com.br. Adaptado.) A tensão observada entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul está associada a a) divergências políticas e comerciais, sendo que sua origem se deu após a emergência da Nova Ordem Mundial. b) divergências comerciais e econômicas, sendo que sua origem remete ao período da Guerra Fria. c) divergências políticas e ideológicas, sendo que sua origem se deu após a emergência da Nova Ordem Mundial. d) divergências políticas e ideológicas, sendo que sua origem remete ao período da Guerra Fria. e) um incidente diplomático ocasional, que não corresponde à grande tradição pacifista existente entre as Coreias. 3. (ENEM – 2009) Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar que, na formação da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se refletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista. Essa divisão europeia ficou conhecida como a) Cortina de Ferro. b) Muro de Berlim. c) União Europeia. d) Convenção de Ramsar. e) Conferência de Estocolmo. 4. (UNICAMP – 2014 – 2ª Fase) O cartaz abaixo foi usado pela propaganda soviética contra o capitalismo ocidental, durante o período da Guerra Fria. O texto diz: “Duas infâncias. Na URSS (parte superior) crianças são apoiadas pelo amor da nação! Nos países capitalistas (figura inferior), milhões de crianças vivem sem comida ou abrigo.” a) Como o cartaz descreve a sociedade capitalista ocidental? b) Cite dois conflitos bélicos do período da Guerra Fria. LEITURA COMPLEMENTAR Guerra Fria e os países não alinhados A chamada Guerra Fria constituiu-se como uma relação de tensão constante entre URSS e EUA, após a II Guerra Mundial, em que havia a iminência de um novo conflito de dimensões mundiais, só que muito mais letal, em decorrência da existência da bomba atômica e um patamar armamentista muito maior. Com o objetivo de não se inserirem nesse conflito e não adotarem um dos lados da contenda, algumas nações resolveram criar uma política de cooperação, que ficou conhecida como Movimento dos Países Não Alinhados. O primeiro encontro ocorreu na Conferência de Bandung, em 1955, na Indonésia. Participaram da Conferência 23 países asiáticos e seis africanos, como Índia, Egito, Indonésia e Paquistão, todos tendo como ponto em comum uma independência política recém-conquistada e uma economia fraca. Além do distanciamento das duas superpotências, tais países buscaram criar um bloco de países de âmbito global com o interesse de encontrar caminhos para o desenvolvimento econômico, de forma a superar as imensas desigualdades sociais existentes entre a população. Esse bloco de países deu origem ainda ao termo Terceiro Mundo, que passaria a caracterizar também os países da América Latina. Porém, a oficialização do grupo aconteceria seis anos depois, em 1961, quando na cidade de Belgrado, na Iugoslávia, uma nova conferência foi realizada. Uma das consequências dessa iniciativa foi o fato de a Organização das Nações Unidas (ONU) passar a exercer uma maior pressão sobre as antigas potências econômicas europeias e os EUA, no sentido de garantir o reconhecimento da autonomia dos países afro-asiáticos. Essas medidas garantiram aos Países Não Alinhados uma popularidade considerável durante as décadas de 60 e 70. Entretanto, sua importância diminuiu a partir do momento em que o bloco soviético foi se desmanchando, no final da década de 1980. PINTO, Tales. Guerra Fria e os países não alinhados. Brasil Escola. Disponível em: <http://guerras.brasilescola.uol.com.br/seculo-xx/guerra-fria-os-paises-nao-alinhados.htm>. Acesso em: 16 set. 2016. 14h50min. INDICAÇÃO FUNDAÇÃO BRADESCO. Podcast: Ordens Mundiais. Disponível em: <http://www.eja.educacao.org.br/bibliotecadigital/cienciashumanas/podcasts/Lists/Podcast /DispForm.aspx?ID=27&Source=http%3A%2F%2Fwww%2Eeja%2Eeducacao%2Eorg%2 Ebr%2Fbibliotecadigital%2Fcienciashumanas%2Fpodcasts%2FPaginas%2FPodcastEM% 2Easpx>. Acesso em: 13 set. 2016. 16h20min. REFERÊNCIAS COMVEST/UNICAMP. Vestibular 2014 – 2ª Fase. Ciências Humanas e Artes | Língua Inglesa. Disponível em: <http://www.comvest.unicamp.br/vest2014/F2/provas/ciening.pdf>. Acesso em: 16 set. 2016. 16h30min. ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA. Abertura dos Jogos Olímpicos de Moscou. Disponível em: <https://global.britannica.com/event/Moscow-1980-Olympic-Games>. Acesso em: 16 set. 2016. 11h45min. INEP. Prova azul do ENEM de 2009. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2009/dia1_caderno1.pdf> Acesso em: 16 set. 2016. 15h45min. PINTO, Tales. Guerra Fria e os países não alinhados. Brasil Escola. Disponível em: <http://guerras.brasilescola.uol.com.br/seculo-xx/guerra-fria-os-paises-naoalinhados.htm>. Acesso em: 16 set. 2016. 14h50min. VUNESP. Vestibular 2014 – 1ª Fase. Prova de Conhecimentos Gerais. Disponível em: <http://www.vunesp.com.br/vnsp1308/VNSP1308_305_001.pdf>. Acesso em: 16 set. 2016. 11h40min. WIKIMEDIA COMMONS. A foice e o martelo. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Hammer_and_sickle.svg>. Acesso em: 15 set. 2016. 15h30min. WIKIMEDIA COMMONS. Cadela Laika. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/File:Laika_(Soviet_dog).jpg>. Acesso em: 16 set. 2016. 15h30min. WIKIMEDIA COMMONS. Manifestação hippie contrária à guerra, em 1967. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Vietnamdem.jpg>. Acesso em: 16 set. 2016. 12h30min. WIKIMEDIA COMMONS. Muro de Berlim. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Berlinermauer.jpg>. Acesso em: 16 set. 2016. 10h. WIKIMEDIA COMMONS. Neil Armstrong na superfície da Lua. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Neil_Armstrong#/media/File:As11-40-5886.jpg>. Acesso em: 16 set. 2016. 11h30min. WIKIMEDIA COMMONS. Queda do Muro de Berlim. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Muro_de_Berlim#/media/File:Thefalloftheberlinwall1989.JPG >. Acesso em: 16 set. 2016. 10h. GABARITO 1. Durante o período da Guerra Fria (1945-1991), o desenvolvimento de armas nucleares e a possibilidade de uso delas em uma guerra entre Estados Unidos e União Soviética apavoravam muitas pessoas. Nessa época, as duas potências disputavam o poder e a hegemonia, em conflitos indiretos e rivalidades nos campos político, econômico e cultural. Nesse contexto, mostrar o poder das forças armadas e intimidar o inimigo era fundamental. Por esse motivo, as duas potências travaram uma verdadeira corrida armamentista e aeroespacial, por meio do desenvolvimento de um imenso arsenal de armas, tanques e outros artefatos de guerra, especialmente, no desenvolvimento de bombas e armas nucleares e mísseis intercontinentais, capazes de atingir o inimigo a longas distâncias. A capacidade de destruição dessas armas era imensurável e, apesar de ser praticamente improvável uma guerra nuclear direta entre Estados Unidos e União Soviética, justamente pelo alto poder de destruição que ambas possuíam, o medo de um possível lançamento de uma bomba nuclear por uma das partes era recorrente e assombrava as pessoas de diferentes partes do mundo. 2. Alternativa D. A tensão observada entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul está associada a divergências políticas e ideológicas, sendo que sua origem remete ao período da Guerra Fria, e estão associadas à oposição entre Capitalismo (Coreia do Sul) e Socialismo (Coreia do Norte). O conflito, que resultou a divisão das Coreias foi um dos muitos que ocorreram durante o período da Guerra Fria e que, indiretamente, colocavam Estados Unidos e União Soviética em confronto. Nessa época, apesar de não entrarem em guerra, as duas potências estimularam inúmeros confrontos entre outros países e grupos inimigos em suas áreas de influência, oferecendo investimentos, armas e tropas, a fim de afirmar o poder e a hegemonia das ideologias capitalista e socialista. 3. Alternativa A. Comentário: Essa divisão mencionada no texto, conhecida como Cortina de Ferro, pode ser entendida no contexto da Guerra Fria (1945-1991) e atingiu igualmente os âmbitos político e econômico, refletindo a opção de cada país pelos modelos capitalista e socialista. Nessa época, os países europeus foram palco de disputas políticas, econômicas, ideológicas e formação de alianças e pactos. Isto é, na época, o discurso, de ambos os lados, era conter a expansão da potência inimiga, evitando a difusão de informações, sobretudo, de experiências positivas do sistema antagônico. Para tanto, as potências passaram a dominar as relações internacionais, tornando aliados o máximo possível de países. Do ponto de vista político e militar, os Estados Unidos firmavam sua hegemonia e consolidavam sua área de influência com a instituição da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que reunia uma força-tarefa de oposição aos soviéticos. Da mesma forma, o Pacto de Varsóvia, firmado em 1955, agrupava o mesmo bloco em um compromisso político-militar de ajuda mútua, em caso de agressões contra os membros. 4. a) Uma das marcas da Guerra Fria eram as mais inusitadas formas de disputas entre as potências. Na época, para mostrar a superioridade do modo de produção capitalista ou socialista e, de certa forma, denegrir a imagem do inimigo, Estados Unidos e União Soviética faziam uso de diferentes meios de comunicação e discursos. O cartaz em questão é uma propaganda oficial do Partido Comunista Soviético e mostra, segundo os soviéticos, a forma com que as duas sociedades cuidam das crianças. No topo, as crianças soviéticas brincam, são saudáveis e são “apoiadas pelo amor da nação”. Em contrapartida, na parte inferior da imagem, destaca-se um ambiente degradado, marcado pela pobreza e pela miséria, onde milhões de crianças vivem sem comida e abrigo. Para os soviéticos, essa situação é fruto das desigualdades sociais e econômicas do sistema capitalista. b) Inúmeros conflitos bélicos podem ser citados, dentre eles, destacam-se a Guerra das Coreias, a Guerra do Vietnã, além de disputas no Oriente Médio e guerras travadas por grupos rivais no processo de descolonização da África e da Ásia. Na América, também é possível citar a Crise dos Mísseis e Invasão da Baía dos Porcos em Cuba.