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MEIO AMBIENTE
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
2013-05-12
11:39:24
Brasil está na luta para evitar extinção da onça-pintada
Ações do governo e de entidades de preservação buscam retirar o maior felino das Américas da lista das
627 espécies da fauna ameaçadas de extinção. Conscientização ambiental é um desafio para o trabalho.
11/05/2013 - 14:35
PRESERVAÇÃO
Terra
Na lista dos animais ameaçados de extinção, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, a
onça-pintada se transformou em símbolo de ações de preservação. Considerado o maior felino do
continente americano, a espécie se concentra principalmente no Brasil. O país busca trabalhar num
programa internacional de conservação da espécie que abrange todos os países onde ela ocorre.
A intenção é elaborar uma estratégia de ação em conjunto com pesquisadores para envolver toda a
sociedade num programa de proteção da espécie. Não é possível estimar a quantidade de indivíduos de
onça-pintada no país, segundo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros
(Cenap). O tamanho da Amazônia e da população do Pantanal dificultam o trabalho. Na Mata Atlântica e
na Caatinga, a espécie está criticamente ameaçada. Há uma população muito pequena do animal e a
necessidade de ações urgentes para conservação.
Se não forem tomadas medidas imediatas, em 80 anos, a espécie deve estar extinta em algumas
regiões da Mata Atlântica, alerta o chefe do Cenap, Ronaldo Morato. Para evitar que isso ocorra, há
diferentes ações e grupos voltados à preservação da onça-pintada no Brasil. A identificação de áreas
prioritárias para conservação do animal é uma das ações iniciais. O Plano de Ação Nacional para a
Conservação da Onça-Pintada inclui 25 áreas de conservação. Apesar do trabalho, "a espécie continua
na categoria ameaçada de extinção. Ainda não conseguimos modificar esse status", lamenta Morato.
Proteger a espécie e diminuir os impactos sobre ela é um dos objetivos do Cenap, órgão vinculado ao
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Segundo especialistas, um dos principais desafios da preservação da espécie é a perda de território e o
comprometimento do habitat natural da onça-pintada, já que muitas das áreas foram afetadas pelo
desmatamento. A transformação do ambiente natural da espécie em atividades agropecuárias ou
pastagens nativas é crítica para o animal.
A caça predatória também se configura como um desafio a ser superado. Fatores econômicos e culturais
envolvem a perseguição à onça-pintada, já que, entre os peões, a caça ao animal é vista como um ato
de bravura. A educação ambiental sobre a importância da espécie torna-se um aliado do trabalho de
preservação. A intenção é atingir as comunidades próximas de onde o animal ocorre. Em locais onde há
criação de gado, o animal entra em conflito com produtores rurais.
"A onça acaba matando o gado para se alimentar. Muitas vezes esse conflito termina na morte do
animal", alerta. A falta de informação torna a relação com o animal conflituosa, daí a necessidade de um
trabalho ambiental que mostre a importância de mantê-lo: "É um animal que ao mesmo tempo é adorado
como um deus e odiado como um diabo. As pessoas têm medo, acham que ele pode atacar." Um
trabalho muito forte nesse sentido é feito pela ONG Escola da Amazônia, que trabalha para promover a
relação entre homem e onças.
Equilíbrio dos ecossistemas
Os grandes predadores, no caso dos felinos, desempenham um papel ecológico considerado
fundamental no equilíbrio dos ecossistemas. Eles são os chamados "topo de cadeia alimentar", agem
como "reguladores". Esses animais atuam na regulação do tamanho populacional de outras espécies.
Por isso, a ameaça de extinção da onça-pintada pode contribuir para um crescimento desenfreado da
população de outros animais, como veados e porcos-do-mato por exemplo.
Em algumas regiões, são observados casos típicos de explosões da população de capivara e de
doenças relacionadas a esse aumento populacional, como febre maculosa, que pode afetar humanos.
Uma alternativa de quem pesquisa o tema é usar a onça como atrativo para turistas, a exemplo do que
fazem países na África, onde esta é a principal fonte de renda para diferentes comunidades. "Pregamos
que o animal vale mais vivo do que morto", define Ronaldo. Para ele, o turismo de avistamento de
animais pode ser implementado no país. No Pantanal, há um projeto piloto de transformação de uma
propriedade em ponto de referência para turismo de avistamento de animais. A ideia é expandir para
todo o Pantanal e mostrar para os proprietários da região que se pode ter retorno econômico com a
presença da onça.
Sobre o animal
A onça-pintada é considerada um símbolo da biodiversidade brasileira. O mamífero exerce fascínio
sobre a população desde os tempos pré-colombianos. A cultura dos povos ancestrais esteve vinculada
ao animal. Os grande felinos são símbolos onde eles ocorrem. "Os tigres na Índia e na China; os leões
na África; os leopardos na África e na Ásia; A onça-pintada, em toda a extensão onde ela ocorre. São
animais esteticamente muito bonitos, símbolos de força e beleza", explica Morato.
A onça é o maior carnívoro da América do Sul. Pode medir mais de dois metros e pesar quase 160
quilos. No Brasil, é encontrada principalmente na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e
Pantanal. Além do Brasil, também está presente em praticamente toda a América do Sul, do norte da
Argentina ao sul dos Estados Unidos. Em cada uma das áreas, o animal está ameaçado em algum grau
de intensidade. O predador está no topo da cadeia alimentar e é exclusivamente carnívoro. É
responsável por importante função ecológica, por regular espécies presas, como capivaras e jacarés. A
onça é uma das 627 espécies da fauna ameaçada de extinção, segundo oLivro Vermelho da Fauna
Brasileira Ameaçada de Extinção.
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