A formação dos Estados Nacionais Vamos lembrar um pouco a nossa aula sobre formação dos estados nacionais para podermos entender o processo que estas nações viveram para buscar a via marítima. No século XIV, Inglaterra e França estavam envolvidas na guerra dos cem anos. Quando o conflito terminou, se iniciou outra guerra na Inglaterra, das duas rosas, uma disputa pelo trono. Todos estes problemas internos fizeram que a Inglaterra não ingressasse na expansão marítima, que só ocorreu no século XV, mas de forma incipiente, sem o mesmo sucesso que haviam conseguido Espanha e Portugal. Os ingleses tomaram posse de parte do Canadá e da América do Norte, que foi chamada de Nova Inglaterra. Diferente do que ocorrera com as colônias espanholas, não haviam minas, nem riquezas imediatas a explorar. A colonização foi difícil e o processo colonial fracassou algumas vezes antes de conseguir se estabelecer. A hostilidade dos indígenas e a dificuldade em abastecer a colônia retardou a colonização efetiva das terras. Sem ter sucesso em chegar ao Oriente e sem conseguir explorar de imediato suas colônias, a coroa inglesa incentivou a pirataria. Os piratas ingleses abordavam e saqueavam os navios espanhóis, pilhando toda a riqueza que pudessem conseguir. As relações entre Inglaterra e Espanha não eram nada boas, desde o incidente do divorcio do rei Henrique VIII da princesa espanhola Catarina de Aragão. A rainha, Elizabeth I, filha de Ana Bolena, do segundo casamento de Henrique VIII, era conhecida na Espanha como a rainha bastarda. Como as coisas não podiam piorar muito no campo diplomático, a rainha não se importou em saquear os navios espanhóis e acumular a Inglaterra da riqueza que esta necessitava. Tanto Inglaterra quanto França e Holanda não só ignoravam mas tampouco reconheciam o tratado de Tordesilhas. Ainda que este tenha sido assinado através do papa, isso pouco significava para estes países, no qual a igreja católica tinha sua influencia diminuída. No caso da Inglaterra, ela era nula, já que a Coroa havia adotado o anglicanismo e não respondia ao papa. Francisco I, rei da França, questionava abertamente Tordesilhas. Atribui-se a ele a celebre frase que na qual diz desconhecer o testamento de Adão que divide o mundo entre Portugal e Espanha. Assim como os ingleses, os franceses também recorreram a pilhagem e ao saque, patrocinando piratas. O navegador Jacques Cartier reivindicou parte do Canadá para o país, que também tomou posse da região da atual Louisiana, na América do Norte. Além disso, os franceses invadiram e estabeleceram duas colônias no Brasil; a França antártica, no Rio de Janeiro e a França equinocial, no Maranhão. Ao invadirem o Rio de Janeiro, no século XVI, os franceses aliaram-se a algumas tribos indígenas e ergueram um forte, o Forte Coligny, que dispunha de uma bateria de canhões, voltado para a baia de Guanabara. Temerosos de perder a posse da região, o governo português envia Estácio de Sá, para conter o avanço estrangeiro e expulsar os franceses. Em 1 de março de 1565, Estácio de Sá desembarca em uma praia, localizada entre os morros do pão de Açúcar e Cara de Cão. Iniciam uma construção que daria origem a Fortaleza de São João. A luta contra os franceses durou dois anos e envolveu diversas tribos indígenas, tanto do lado francês quanto português. Somente em 1567 os franceses foram expulsos e o dia 1 de março marca a fundação da cidade do Rio de Janeiro. Mas essa expulsão não significou a derrota do projeto francês de estabelecer uma colônia no Brasil e no século XVII, nova tentativa foi feita, desta vez, no Nordeste, no atual estado do Maranhão. Em 1612, Daniel de la Touche estabelece a França equinocial e funda o forte de São Luís, que mais tarde, daria origem a capital do estado. Os franceses levaram três anos para ser expulsos, mas as invasões estrangeiras mudaram a politica portuguesa com relação a posse das terras coloniais que passaram a ser vigiadas mais intensamente.