Maioria começou do zero

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VITÓRIA, ES, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014 ATRIBUNA
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Economia
EMPREENDEDORISMO
Maioria começou do zero
oda vez que tiver uma explica Izoton.
O professor de Empreendedorodinha com 10 empresários bem-sucedidos e rismo da PUC-SP e professor de
ricos conversando, se você buscar Economia da Universidade de Ria história de cada um, vai desco- beirão Preto (Unaerp), Odair Soabrir que oito deles foram pobres res, cita o estudioso David McClelem algum momento da vida”. A land, que desenvolveu pesquisas
observação é do empresário e vi- para identificar as características
ce-presidente da Confederação do comportamento do empreenNacional da Indústria (CNI), Lu- dedor.
“As 10 principais foram: busca de
cas Izoton.
Ele destaca que não se trata ape- oportunidades e iniciativa, persisnas de achismo, mas que a frase é tência, disposição a correr riscos
baseada em uma pesquisa que calculados, comprometimento,
aponta que 83% das principais exigência de qualidade e eficiência,
estabelecimento
fortunas do País
de metas, planesão de pessoas
A minoria dos
jamento e monique começaram
toramentos sisdo zero.
grandes nomes
busca
“A m i n o r i a
do mundo dos negócios temáticos,
de informações,
dos grandes nopersuasão e remes dos negó- herdou um império
de de contatos,
cios herdou um
Lucas Izoton, vice-presidente da
independência e
império.”
Confederação Nacional da Indústria
autoconfiança.”
Izoton afirma
Para Soares,
que esses empreendedores de sucesso têm al- exemplos de brasileiros que comeguns pontos em comum: “São pes- çaram do nada e atingiram grande
soas extremamente persistentes e reconhecimento no mundo dos
visionárias. Mesmo diante de obs- negócios devem ser analisados
táculos, elas não desistem nunca e pensando na influência de um
normalmente transformam o so- conjunto de fatores.
“Além de ter as características
nho em uma grande meta.”
Outro ponto destacado pelo re- empreendedoras, é importante
presentante da CNI é a consciên- observar o momento histórico, o
cia que os empresários têm de que, lugar em que estava inserido, as
para prosperar, precisam se cercar pessoas que o cercavam e, até mesde bons profissionais e ter a capa- mo, se houve uma dose de sorte”,
diz ao comentar que não são apecidade de liderar essa equipe.
“Além disso, essas pessoas têm a nas as pessoas bem-sucedidas que
habilidade de fazer com que suas devem ser consideradas empreenequipes sonhem os seus sonhos”, dedoras.
“T
“
Economistas
dizem que
2015 será
um ano difícil
SÃO PAULO
”
ODAIR SOARES diz que autoconfiança é característica dos empreendedores
HISTÓRIAS DE SUCESSO NO PAÍS
Não importa o resultado da
eleição, o ano de 2015 será duro.
A opinião é compartilhada por
economistas de várias tendências, que apontam a continuidade do crescimento baixo, perto
da estagnação.
O ajuste, aquela palavrinha incômoda que costuma cercar todo o primeiro ano dos governos,
deve vir pelo aumento dos preços da energia elétrica e, provavelmente, do da gasolina, que
significará inflação mais alta.
Alguns veem a sombra de
2003, primeiro ano do governo
Lula, marcado pela crise de
confiança dos mercados no ano
anterior.
O economista Armando Castelar, do Ibre/FGV, vê em 2015
um cenário ainda mais complicado do que o de 2003. Naquela
época, segundo ele, não havia o
“problema” dos reajustes represados no transporte, na gasolina
e na energia elétrica.
A inflação de dois dígitos estava ligada ao câmbio, que disparou na esteira do pânico dos
mercados com a possibilidade
de vitória do PT. Havia menos
poder de barganha para que os
trabalhadores conseguissem
aumentos reais.
Antonio Licha, do Grupo de
Conjuntura da UFRJ, avalia
que, apesar de necessário, um
ajuste via juros de uma pancada
só e com alta do desemprego
dependerá das urnas. A reeleição de Dilma poderia significar
uma economia na mesma toada.
“Nesse cenário, ainda que a
taxa de desemprego aumente
um pouco, há conforto com as
políticas sociais”, afirma.
ARQUIVO/AT
Do camelô para a TV
Começo como vendedor
Sonho concretizado
Já foi engraxate
O empresário e apresentador
Silvio Santos começou a trabalhar aos 14 anos como camelô.
Vendia capas de plástico para título de eleitor e canetas-tinteiro.
Mais tarde, trabalhou como
locutor de rádio e depois foi para
a televisão. Hoje, é um dos homens mais ricos do Brasil e comanda um império na TV.
Após a morte do pai, Ricardo Nunes
começou a vender mexericas na rua
aos 12 anos. Seis anos depois, transportava bichos de pelúcia de São Paulo para vender em sua cidade Divinópolis, Minas Gerais.
Em 1989, abriu uma loja de 20 m2,
mas, com o passar dos anos, o negócio
cresceu, e hoje a Ricardo Eletro é uma
das maiores redes de varejo de móveis
e eletrodomésticos de todo o País.
Salim Mattar começou a trabalhar como office-boy aos 17
anos e colocou na cabeça que
iria abrir o próprio negócio.
Aos 23 anos, financiou a compra de seis Fuscas usados, dando origem à Localiza, que hoje é
a maior rede de aluguel de carros da América Latina, com uma
frota de mais de 111 mil veículos.
Dono de uma fortuna de US$
2,8 bilhões (R$ 6,2 bilhões), o
médico e empresário Edson Godoy, considerado um dos homens mais ricos do mundo, já foi
engraxate, em São Paulo.
Com muita dificuldade superou essa fase e fundou a Amil,
uma das maiores operadoras de
planos de saúde do Brasil.
ARMANDO Castelar: reajustes
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