RELATO DE MAURICIO BAPS SOBRE A EXPERIÊNCIA QUE TEVE EM TRATAMENTO DE CINOMOSE Com relação ao tratamento da cinomose, tudo começou com o CV de uma veterinária na internet, de nome Simone Henriques Mangia. Depois eu achei no wikipedia um outro texto, que está colado logo depois do CV da veterinária, onde não é mencionado o dimetil-sulfóxido . O tratamento é basicamente com ribavirina e tb vitamina A, que é fundamental e nunca deve-se prescrever anti-inflamatório. O que me deixou mais impressionado é que nenhum veterinário conhece esse caminho e nenhum receita vitamina A, mas apenas complexo B. IMPORTANTE: a ribavirina ataca muito o estômago do animal e por isso deve-se protegê-lo, conforme indicado no texto e Tb com omeprazol. Veja os detalhes.....bjs O ribavirina pode ser encontrado nas seguintes formas: Consulta: VIRAZOLE MEDICAMENTO APRESENTAÇÃO FABRICANTE SUBSTÂNCIA ATIVA PMC (R$) ribav 250mg c/ 30comp biosintetica ribavirina 100,55 ribavirin 250mg c/ 60caps blausiegel ribavirina 466,38 virazole 250mg c/ 60caps uci-farma ribavirina 81,68 Eu consegui o Virazole por 76 reais Veja abaixo os detalhes do tratamento: Projetos de Pesquisa 2005 - 2008 Tratamento experimental de cães naturalmente infectados com vírus da cinomose em fase neurológica com ribavirina e dimetil-sulfóxido (DMSO). Descrição: Enfermidade de ocorrência mundial, a cinomose afeta as famílias Canidae, Mustelidae, Procyonidae, Viverridae, Felidae, mamíferos aquáticos e Ursidae, causando um elevado grau de mortalidade, com letalidade inferior apenas à raiva canina. A forma neurológica da doença impossibilita os cães a levarem uma vida normal devido as graves seqüelas. Tendo em vista a gravidade desta doença, a pesquisa objetiva avaliar clinicamente a ação da ribavirina, um antiviral análogo a guanosina, inibidor da replicação in vitro de alguns RNA e DNA-vírus, incluindo Paramyxovirus.Avaliar a eficácia do DMSO como permeante de membranas biológicas e vetor da ribavirina. Serão utilizados 20 cães com sintomas neurológicos da cinomose, diagnosticados a partir do histórico de vacinação, evolução clínica da doença e exame físico. Os animais serão divididos em dois grupos de 10, o grupo 1composto por animais com sintomas neurológicos que irão receber o antiviral e o tratamento de suporte e o grupo 2 será formado pelos animais que receberão a ribavirina e o dimetil-sulfóxido (DMSO). A ribavirina será administrada na dose de 30 mg/Kg, por via oral, a cada 24 horas, durante 15 dias consecutivos, e no mesmo período o dimetil-sulfóxido será administrado na dose de 20 mg/Kg, juntamente com o antiviral. Serão realizados hemogramas, provas bioquímicas de função hepática e renal e exames de urina rotineiramente para avaliação dos efeitos colaterais e a evolução da doença. Para as variáveis quantitativas será utilizada a análise de perfil, caso contrário será utilizados métodos não-paramétricos. Para as variáveis qualitativas será utilizado o teste quiquadrado.. Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa. Alunos envolvidos: Graduação ( 0) / Especialização ( 0) / Mestrado acadêmico ( 1) / Mestrado profissionalizante ( 0) / Doutorado ( 0) . Integrantes: Antonio Carlos Paes - Coordenador / Simone Henriques Mangia - Integrante. Financiador(es): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Bolsa / Fundação para o Desenvolvimento da UNESP - Auxílio financeiro.. Tratamento (Wikipédia) Até pouco tempo, a cinomose remontava um longo histórico de insucessos no que tange tratamentos para animais acometidos. Dois fatores se associavam e possuíam papel importante na manutenção dessa perspectiva negativa. O primeiro pode ser considerado quase cultural, animais acometidos não recebem a devida atenção até que a doença atinja sua fase nervosa. Durante esta fase não neurológica, os sintomas comumente observados são distúrbios intestinais e respiratórios, apatia, falta de apetite e ressecamento do coxin palmar, e este quadro costuma não ser o bastante para alarmar os proprietários. Sendo o auxílio médico procurado somente quando a doença atinge o fase nervosa e a perturbação do estado do animal é mais chocante. O segundo fator é decorrente da antiga interpretação que se tinha do mecanismo de ação do vírus no fase nervosa. Supunha-se que as lesões que ocorriam eram resultado de uma reação estritamente auto-imunes, algo como se o vírus da cinomose desencadeasse algo, fosse eliminado, mas a reação desencadeada continuasse. Por isso era preconizada uma intervenção através de antiinflamatórios e imunossupressores, pois se via uma necessidade de suprimir esta condição de auto flagelo. Foi averiguado que a ação dos macrófagos sobre células nervosas é orientada sobre células contaminadas, o que indica que a reação auto-imune é conseqüência direta da presença do vírus.[1] Uma vez constatado isso, fica fácil entender como os fatores citados contribuem para o óbito dos animais infectados: os proprietários buscam ajuda especializada somente quando a doença está em estagio avançado (fase neurológica) e a prescrição de antiinflamatórios (que são geralmente corticóides) minam o sistema imune do animal, permitindo alem da proliferação do vírus, também a reação auto-imune que aumenta como forma de contenção das células infectadas. Os tratamentos de maior sucesso para cinomose canina são apropriações de tratamentos consagrados para outras enfermidades causadas por vírus similares, como é o caso do Ribavirin e da Vitamina A, que são utilizados no tratamento do sarampo [2][3] ,[4] mesma família e gênero (Paramyxoviridae – Morbilivirus) e do Alfa Interferon , utilizado para o tratamento do sarampo[5] e quando se deseja preservar aves acometidas pela doença de Newcastle,[6] mesma família, mas gêneros diferentes (Paramyxoviridae – Avulavirus ). As primeiras referências de que tratamentos eficazes para vírus similares poderiam ser efetivos para cinomose surgiram quando trabalhos verificaram que a cinomose era uma doença equiparável ao sarampo [1] e animais infectados poderiam ser utilizados para o desenvolvimento de novas tecnologias para tratamento do sarampo. A dúvida se para o caso do sarampo a recíproca seria verdadeira foi esclarecida quando estudos verificaram a eficácia de tratamentos clássicos para o sarampo quando estes eram aplicados sobre animais com cinomose. A primeira constatação foi quando a indução de altos níveis séricos de Vitamina A, que é um tratamento ostensivamente utilizado para tratamento de sarampo [7] (sendo inclusive recomendado pela Organização Mundial da Saúde [8]), produziu um efeito de 100% de cura em animais experimentalmente infectados. O grupo que não recebeu a suplementação todo veio a óbito.[9] A constatação da eficácia da Vitamina A no tratamento da cinomose encontra nos carnívoros, especialmente nos cães, um aliado excepcional, que é sua capacidade de conversão da Vitamina A em ésteres não tóxicos.[10] Esta característica dos carnívoros é bem conhecida, o que afasta os riscos de uma possível hipervitaminose decorrente da manutenção de altas doses. Para os cães em especial existe um valor de referência para mensurar o risco da hipervitaminose, um estudo realizado nos Estados Unidos constatou que é preciso uma dosagem de 300.000 UI/kg diária, durante trinta dias, para que os primeiros sinais de hipervitaminose apareçam; e é preciso sessenta dias de ingestão dessa dosagem para levar o animal a óbito.[11] Sendo que esta dosagem, 300.000 UI/kg é sessenta vezes maior do que o limite estabelecido para humanos. Os mecanismos de ação que explicam sua efetividade no tratamento da cinomose permanecem inexplicados, assim como esta questão também existe para o caso do sarampo. Alguns indícios apontam para uma ação indireta, como a verificação de que há a redução das quantidades de Vitamina A durante a infecção,[9] apontando para a hipótese de que a Vitamina A seja matéria-prima para algum mecanismo de resistência à infecção. A própria característica antiinfectiva [12] não específica da Vitamina A é um mistério, não havendo no entanto qualquer dúvida sobre sua efetividade, com mecanismos de ação elucidados ou não. A adoção do Ribavirin como tratamento para cinomose seguiu os mesmos passos da Vitamina A, ele era a princípio utilizado em casos de panencefalite esclerosante subaguda decorrentes do sarampo. A primeira verificação da efetividade se deu in vitro.[13] O que permitiu constatar que o vírus da cinomose é bastante susceptível ao Ribavirin e a seu mecanismo de indução ao error-catastrophe , sendo necessários de 0.02 a 0,05 micro mols para um efeito inibitório na replicação do vírus de 50%. A principal preocupação na utilização do Ribavirin era o resultado de sua interação com a barreira hemato-encefálica. Sendo o cérebro região imunológicamente privilegiada, a dúvida residia na capacidade do Ribavirin de ultrapassar tal barreira. Um estudo utilizando camundongos com encefalite decorrente do sarampo verificou-se que uma vez que o vírus tenha se estabelecido no fase nervosa, a barreira hemato-encefálica de certa forma tomba, reduzindo a restrição para a ação do Ribavirin nestas áreas.[14] A verificação de todos estes resultados in vivo é resultado de um estudo nacional e foi realizado utilizando apenas animais que já houvessem desenvolvido a fase nervosa da doença, o resultado foi uma eficácia de 80%.[15] As ressalvas encontradas foram a necessidade de monitoramento do animal devido ao risco de uma leucopenia e também a necessidade da ingestão de alimentos riscos em triglicerídeos de cadeia longa (gorduras) tanto para melhor absorção do medicamento [16] quanto para preservação das mucosas gástricas, que são bastantes susceptíveis ao Ribavirin. Referências 1. ↑ 1,0 1,1 WELTER, J. Canine distemper virus (CDV) infection of ferrets as a model for testing Morbillivirus vaccine strategies: NYVAC- and ALVAC-based CDV recombinants protect against symptomatic infection. Journal of Virology, 1997, 71:2, p. 1506-1513 2. ↑ KLEIN, M. A randomized, controlled trial of vitamin A in children with severe measles. N.E. Journal of Medicine, 1990, 323:3, p. 160-164 3. ↑ OTAKI, M. Inhibition of measles virus and subacute sclerosing panencephalitis virus by RNA interference. Antiviral Research. 2006;70:3. p. 105-11. 4. ↑ TOSHIMITSU, T. et al. The cooperative effect of interferon-α and ribavirin on subacute sclerosing panencephalitis (SSPE) virus infections, in vitro and in vivo. Antiviral Research, 1998, 37:1. p.29-35 5. ↑ TOSHIMITSU, T. et al. The cooperative effect of interferon-α and ribavirin on subacute sclerosing panencephalitis (SSPE) virus infections, in vitro and in vivo. Antiviral Research, 1998, 37:1. p.29-35 6. ↑ MARCUS, PI et al. Interferon Action on Avian Viruses. I. Oral Administration of Chicken Interferon-alpha Ameliorates Newcastle Disease. Journal of Interferon and Cytokine Research, 1999. 19:881–885 7. ↑ KLEIN, M. A randomized, controlled trial of vitamin A in children with severe measles. N.E. Journal of Medicine, 1990, 323:3, p. 160-164 8. ↑ Organização Mundial da Saúde, OMS. United Nations Children's Fund. Measles mortality reduction and regional elimination strategic plan 2001-2005. Geneva: World Health Organization; 2001 9. ↑ 9,0 9,1 RODENEFFER, C. et al. Disease Manifestations of Canine Distemper Virus Infection in Ferrets Are Modulated by Vitamin A Status. Journal of Nutrition, 2007, 137. p. 1916-1922 10. ↑ RAILA, J et al. Retinol and Retinyl Ester Responses in the Blood Plasma and Urine of Dogs after a Single Oral Dose of Vitamin A. The Journal of Nutrition, 2002; 132:6 11. ↑ MADDOCK CH, et al. Hypervitaminosis A in the dog. The Journal of Nutrition. 1949 Reprint 12. ↑ GREEN, H.N. Vitamin A as an anti-infective agent. 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