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11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE CELULAR
INTRAEPITELIAL NO INTESTINO DE FRANGOS DE CORTE
(Gallus gallus domesticus) INFECTADOS EXPERIMENTALMENTE
COM Eimeria maxima (APICOMPLEXA: EIMERIIDAE)
Nome dos autores: Vinícius Bentivóglio Costa Silva1; Fagner Luiz da Costa
Freitas2
1
Aluno do Curso de Medicina Veterinária; Campus de Araguaína; e-mail: [email protected]
“PIBIC/UFT ”
2
Orientador do Curso de Medicina Veterinária; Campus de Araguaína; e-mail:
[email protected]
RESUMO
Eimeria maxima é moderadamente patogênica e considerada dentre as demais espécies
como a mais imunogênica. O estudo visa elucidar os mecanismos envolvidos na relação
hospedeiro-parasito por meio da avaliação da resposta imune celular na mucosa
intestinal e das alterações patológicas em animais infectados experimentalmente com
oocistos esporulados de Eimeria maxima. Para realização do experimento foram
utilizados 150 frangos de corte da linhagem Coob, machos, randomizados de acordo
com o peso e distribuídos em dois grupos experimentais: grupo controle; grupo
infectado, inoculado com 5 ml de solução contendo 1 x 104 oocistos esporulados de
Eimeria maxima. A espécie Eimeria maxima é responsável por promover resposta
imune mediada por células, destacando-se o papel de linfócitos no combate ao parasito.
As alterações patológicas acarretam em sinais clínicos que levam a um quadro de baixa
no consumo e, modificações estruturais que reduzem a capacidade absortiva da mucosa
intestinal. Medidas de prevenção e controle são fundamentais, uma vez que se trata de
uma enfermidade subclínica.
Palavras-chave: Eimeria maxima; imunogenicidade; coccidiose.
INTRODUÇÃO
Eimeria spp. é um protozoário pertencente ao filo Apicomplexa, ordem Coccidia
e família Eimeriidae (FORTES, 1997). Esse parasito causa a eimeriose, uma
enfermidade que representa sério problema de saúde animal, tendo em vista as múltiplas
alterações orgânicas que são provocadas em diversas espécies domésticas e silvestres.
E. maxima é moderadamente patogênica e considerada dentre as demais espécies
como a mais imunogênica (KAWAZOE, 2009; SHARMAM et al., 2010). Uma infecção
com 50-200 x 103 oocistos causa queda no ganho de peso, morbidade, diarréia e, mais
raramente, mortalidade. Muitas vezes há emagrecimento extremo, palidez e anorexia.
As lesões principais são as hemorragias na porção média do intestino, mais
especificamente na região do jejuno e íleo (KAWAZOE, 2009). Os músculos intestinais
perdem sua coloração característica e tornam-se flácidos e dilatados, com uma parede
pouco espessa. Há enterite catarral, o conteúdo intestinal é viscoso com presença de
muco, apresentando-se cinza ou marrom-laranja na cor rosa. Ocasionalmente, há
manchas de sangue no conteúdo intestinal, mas em infecções graves, a hemorragia pode
ser pronunciada e sangue pode passar para os cecos. Gametócitos ou oocistos
amarelados grandes podem ser vistos em esfregaços da mucosa intestinal (KAWAZOE,
2000).
O estudo visa elucidar os mecanismos envolvidos na relação hospedeiro-parasito
por meio da avaliação da resposta imune celular na mucosa intestinal e das alterações
patológicas em animais infectados experimentalmente com oocistos esporulados de
Eimeria maxima.
MATERIAL E MÉTODOS
Local do experimento
A pesquisa desenvolveu-se na Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade Federal do Tocantins (UFT), localizada no município de Araguaína,
Estado do Tocantins, Brasil.
Animais e protocolo experimental
Para realização do experimento foram utilizados 150 frangos de corte da
linhagem Coob, machos, randomizados de acordo com o peso e distribuídos em dois
grupos experimentais: grupo controle, sendo inoculado com 5 ml de água destilada;
grupo infectado, inoculado com 5 ml de solução contendo 1 x 104 oocistos esporulados
de Eimeria maxima. A composição da ração utilizada (à base de milho e farelo de soja)
obedeceu às normas e padrões nutricionais estabelecidas pela NRC (1998), sendo
fornecida às aves “ad libitum”.
Para avaliação histopatológica, foram retirados fragmentos de duodeno, jejuno e
íleo, sendo coletados, abertos longitudinalmente, lavados em solução tampão fosfato
(0,1 M, pH 7,4) e, fixados em solução de formol, desidratados em séries crescentes de
álcoois, diafanizados em xilol e incluídos em parafina, para posterior confecção de
lâminas coradas com hematoxilina-eosina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na avicultura moderna, poucas infecções são tão cosmopolitas quanto a
coccidiose. O ciclo de vida da Eimeria spp., agente causador da coccidiose, envolve
estágios intracelulares e extracelulares, tornando a imunidade contra esse agente
bastante complexa. A presença de anticorpos contra o oocisto é eficaz para impedir sua
transmissão, mas não impede o efeito patogênico de esporozoítos ou merozoítos, por
exemplo. Para tanto, a resposta celular passa a ser importante na defesa contra Eimeria
(LILLEHOJ et al., 2004). A infecção por Eimerias é autolimitante, ou seja, em função
do ciclo endógeno, a ave produz resposta imune, mas ela só será efetiva em uma
segunda infecção (KAWAZOE, 2000).
Segundo Allen e Fetterer (2002), a principal forma de imunidade envolvida
nessa proteção é a celular, realizada principalmente por células T residentes no tecido
linfóide associado ao intestino (GALT). Os linfócitos T parecem responder à coccidiose
tanto pela produção de citocinas como por ataque citotóxico direto nas células afetadas.
No interior da mucosa gastrintestinal, os linfócitos intestinais estão presentes em dois
compartimentos anatômicos: epitélio e lâmina própria (GALHA et al., 2008).
A avaliação patológica evidenciou mucosa congesta e presença de grande
quantidade de muco intestinal. A incisão transversal do jejuno viabilizou a observação
de mucosa hemorrágica caracterizando a principal área afetada pelo parasito.
Microhemorragias foram observadas na serosa, sendo encontradas, principalmente, na
região do duodeno e terço proximal do jejuno (Figura 1); o grupo controle não
apresentou alterações clínicas e nem lesões sugestivas de infecção.
Figura 1 – Presença de microhemorragias na região serosa do duodeno,
decorrentes
da
infecção
experimental
por
oocistos
esporulados de Eimeria maxima.
No grupo infectado, o exame histopatológico evidenciou processo inflamatório
crescente nas vilosidades intestinais, caracterizado por infiltrado linfocitário difuso nas
regiões laterais e apicais dos vilos associado com atrofia de vilosidades e presença das
diversas formas parasitárias de E. maxima (Figura 2).
Figura 2 - Alterações histopatológicas observadas no jejuno de frangos de corte infectados
experimentalmente com oocistos esporulados de E. maxima (Coloração H.E, aumento
100x). a) Presença de estruturas parasitárias na lateral do vilo b) Presença de células
linfocíticas intraepiteliais.
A espécie Eimeria maxima é responsável por promover resposta imune mediada
por células, destacando-se o papel de linfócitos no combate ao parasito. As alterações
patológicas acarretam em sinais clínicos que levam a um quadro de baixa no consumo e,
modificações estruturais que reduzem a capacidade absortiva da mucosa intestinal.
Medidas de prevenção e controle são fundamentais, uma vez que se trata de uma
enfermidade subclínica.
LITERATURA CITADA
ALLEN P. C, FETTERER R. H. Recent advences in biology and immunobiology of
Eimeria species and in diagnosis and control of infection with these coccidian parasites
of poultry. Clin Microbiol Rev. v. 15, n. 1, p. 58-65, 2002.
FORTES, E. Parasitologia Veterinária, 3 ed. São Paulo: Ícone, 1997.
GALHA, V.; BONDAN, E. F.; LALLO, M. A. Relação entre imunossupressão e
coccidiose clínica em frangos de corte criados comercialmente. Rev Inst Ciênc Saúde,
v. 26, n. 4, p. 432-437, 2008.
KAWAZOE, U. Coccidiose. In: BERCHIERI JÚNIOR, A.; MACARI, M. Doenças das
aves. Campinas: FACTA, 2000. p.391-405.
KAWAZOE, U. Coccidiose. In: JUNIOR, A. B.; SILVA, E. N.; DI FÁBIO, J.; SESTI,
L.; ZUANAZE, M. A. F. Doença das aves. Cap. 7.1, p.835-855, 2009.
LILLEHOJ, H.S.; MIN, W.; DALLOUL, R.A. Recent progress on the cytokine
regulation of intestinal immune responses to Eimeria. Poultry Science, v.83, p.611-623,
2004.
NRC (National Research Council). Nutrient Requirements of Swine. 10 ed.
Washington: National Academy Press, 1998. 190p.
SHARMAN, P. A.; SMITH, N. C.; WALLACH, M. G. e KATRIB, M. Chasing the
golden egg: vaccination against poultry coccidiosis. Parasite Immunology, v. 32, p.
590–598, 2010.
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT.
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