Visualização do documento Jô Andrada - Heróis da mitologia grega Vol. 1.doc (103 KB) Baixar Heróis Gregos Heróis da mitologia grega Belerofonte Jasão Orfeu Perseu Teseu Volume 1 Jô Andrada [email protected]  BELEROFONTE  Era filho de Poseidon e de Eurimede, filha de Nisos, rei de Megara e esposa de Glauco, ficando este último como pai presumido do herói corÃntio, também destruidor de monstros, na mesma linha de Teseu, Hércules e Perseu. Sua lenda começa com a morte involuntária de um homem, motivo pelo qual teve que sair de Corinto e ir para Tirinto, a fim de ser purificado pelo rei de lá, Proitos. Steneboia, mulher de Proitos, ao ver Belerofonte, apaixonou-se. Não querendo encrenca, principalmente por ter ido para lá a fim de se purificar, o herói rechaçou-a, o que deixou a mulher irada. Por conta disso, disse ao marido que Belerofonte havia tentado forçá-la. Proitos, de mãos atadas por causa do princÃpio da hospitalidade, mandou Belerofonte para a corte de Iobates, rei de Liquia, seu sogro. Enviou também uma carta na qual pedia ao sogro que matasse Belerofonte. Lendo a carta, Iobates resolveu mandar o rapaz combater a Quimera. O herói, montado sobre Pégasos, acabou facilmente com o monstro. Então Iobates enviou-o contra os Solimes, povo selvagem e feroz, uma vizinhança muito perigosa. Foram derrotados. A seguir, o rei da Liquia mandou-o lutar contra as amazonas, tendo-as liquidado. Por fim, Iobates, já não tendo mais para onde enviar Belerofonte, resolveu partir para a ignorância: juntou um grupo e emboscou o herói: mas ele matou a todos. Sem ter remédio, Iobates, notando que certamente havia ajuda divina ali, mostrou a Belerofonte a carta de Proitos, em seguida casou-o com sua filha Filonoé e o fez compartilhar seu reino. Com Filonoé teve dois filhos: Isandro e Hipolocos, e uma filha, Laodaméia, a quem Zeus fez mãe de Serpedón. Mas a maré de proteção a Belerofonte, muda: de favorecido, passa a ser duramente perseguido. Vê morrer a dois de seus filhos: Laodaméia, vÃtima das flechas de Artemis e Isandro nas mãos de Ares, em combate contra os Solimes. Acabou o herói sozinho, vagando pela Grécia, não havendo explicação para este destino, exceto a de PÃndaro: conforme este, Belerofonte foi castigado por tentar entrar no Olimpo, já que estava montando Pégaso. Na tragédia de EurÃpedes, Belerofonte era um herói audaz e Ãmpio, que gostava de provocar os deuses em sua morada celeste. Voltar 000000-herois 000000-herois  JASÃO  Jasão era filho de Aison. Este era tio de Pelias, que o despojou do reino de Iolcos (cidade da Tessália que tinha sido fundada por Kreteus, pai de ambos) e que, depois, o condenou a morte. Podendo escolher o tipo de morte, Aison pereceu envenenando-se com sangue de touro. Segundo OvÃdio, sua sorte foi diferente, posto que conseguiu ver seu filho e inclusive foi rejuvenescido pelas artes mágicas de Medeia. Uma vez tirado do poder, e temendo pela vida de seu filho, Jasão, que era ainda um menino, resolveu confiar a sua educação ao centauro Quirião, que lhe deu uma educação forte e viril. Pelias, contudo, estava inquieto porque sabia não ter feito boa coisa. Interrogou um oráculo e soube que devia desconfiar de um homem com uma só sandália (ton monos sandalón). O que aconteceu depois, tem duas versões: segundo PÃndaro, nas PÃticas, havendo chegado Jasão aos vinte anos, deixou Quirião e voltou a Iolcos, coberto com uma pele de pantera, levando uma lança em cada mão e nos pés uma só sandália. Chegando à cidade, se fez conhecer ao povo e reclamou a Pelias o poder que havia usurpado de Aisão. Pelias prometeu ceder-lhe o trono, mas com uma condição: que fosse buscar e lhe trouxesse o velo de ouro, e com ele a alma de Firxos, com objetivo de cessar a maldição que desde a morte de Atamas ( leia a nota sobre Atamas) se abatia sobre os aiolidos. Jasão, aceitando a combinação, enviou emissários a todas as direções convidando aos que quisessem para se juntar a ele na busca, que não seria fácil, pois ninguém sabia onde estava o tal do velo de ouro. Mas bastava a incerteza e o perigo para incitar os heróis: Hércules e os dioscuroi, filhos de Zeus, Equião e Euritos, filhos de Hermes, Zetes e Calais, vassalos de Bóreas, cujo papel seria importante ao chegar junto a Fineus, e muitos outros, inclusive Orfeu. O navio foi construÃdo por um filho de Frixos ( leia a nota sobre Frixos), chamado Argos, sob a orientação de Atena. O Argo construÃdo em Pagasai, porto da Tessália, foi colocado na água em presença de uma grande multidão, com sacrifÃcios em honra a Apolo. Os presságios, interpretados por Idmon, o adivinho dos argonautas, não podiam ser mais favoráveis: todos voltariam sãos e salvos, menos ele, Idmon. Nem por isso deixou de embarcar. Sobre sua morte há várias versões: ora se admite que tenha chegado a Colchis, ora que foi morto por um javali numa estada em Bitinia. A primeira escala da viagem foi na ilha de Lemnos, onde só havia mulheres. Afrodite havia castigado as mulheres da ilha, que não a honravam suficientemente, com um cheiro tão insuportável que seus maridos só se uniam à s escravas trácias. Furiosas, elas formularam um complô e mataram todos os homens, sobrando apenas Toas, o rei, salvo por sua filha, Hipsipile, nomeada rainha. Assim estavam as coisas quando os argonautas chegaram e, como diz o ditado, não há pão duro quando se tem fome, lhes deram filhos. Jasão teve dois com Hipsipile: Lineios e Nefronios. Mais tarde, quando já haviam partido os argonautas, as mulheres de Lemnos souberam da traição de Hipsipile (que tinha salvado seu pai) e quiseram matá-la. Mas ela escapou, metendo-se numa barca e, recolhida por piratas, foi vendida como escrava a Licurgo, rei de Neméia. Euridique, mulher de Licurgo, encarregou Lipsipile de cuidade d eseu filho Ofeltes. Quando os Sete Chefes por ali passaram a caminho de Tebas, Hipsipile passeava com a criança pelo bosque. Sendo-lhe perguntado onde havia uma fonte, Hipsipile colocou o menino no chão e foi acompanhá-los. Mas, neste breve intervalo, surgiu uma serpente enorme que matou o menino. Os pais da criança quiseram fazer o mesmo com ela, mas neste momento chegaram seus filhos que, mediante tratados, conseguiram libertá-la e levá-la de volta a Lemnos. Ao sair de Lemnos, os argonautas navegaram até Samotrácia, onde, a conselho de Orfeu, se fizeram iniciar nos mistérios. Logo entraram no Helesponto e alcançaram a ilha de Quisicos, cujo rei, de mesmo nome (acabara de se casar com Clité) os acolheu muito bem. Na noite seguinte os heróis partiram. Porem, apenas haviam se afastado um pouco da ilha, ventos contrários os empurraram de volta a costa. Os locais, acreditando ser um ataque de piratas, os atacaram e, em plena escuridão, ocorreu uma batalha onde o rei perdeu a vida. Só no dia seguinte que se deram conta do que havia ocorrido e os argonautas passaram tres dias em rituais de lamentação e jogos fúnebres. Klité, desesperada, enforcou-se. As ninfas choraram tanto sua morte que as lágrimas deram origem a uma fonte, chamada então de Klité. A etapa seguinte os levou ao leste, à costa de Misia. Ao desembarcar, os habitantes da região oferecerem tudo que tinham. Enquanto preparavam a comida, Hércules foi ao bosque procurar madeira para fazer um novo remo euquanto Hilai, seu efebo preferido, ia a uma fonte buscar água. Ao chegar encontrou ninfas bailando. Essas, surpresas com sua presença, mas admiradas de sua beleza, resolveram guardá-lo com elas. Ele não quis e gritou. Polifemo, um dos argonautas, ouviu o grito e correu ao seu socorro, indo também Hércules. Os dois começaram a procurar, passando a noite na busca. Ao chegar a manhã o barco foi ao mar, sem se darem conta de que haviam ficado alguns em terra. Polifemo fundou uma cidade, ficando por ali mesmo e Hércules foi cuidar de sua vida em outras paragens. O Argo chegou em seguida ao paÃs dos bebriques, onde reinava o rei Amicos. Esse Amicos era um gigante, filho de Poseidon, de estatura enorme, força tremenda e instintos bestiais. Havia inventado o pugilato e tinha o costume de atacar os estrangeiros que chegavam a seu paÃs, matando-os a socos. Quando os argonautas desembarcaram, Amicos os desafiou. Poludeiques aceitou o desafio e sua habilidade e rapidez foram superiores à brutalidade do outro. A apósta foi que o vencedor teria a vida do vencido, mas Poludeiques fez apenas Amicos prometer que não mais incomodaria os estrangeiros. No dia seguinte, partiram. Mas por causa de uma tempestade, antes d eentrar em Bósforos, tiveram que fazer uma escala da costa da Traquia, ou seja, no lado europeu do Helespontoo. Ali deram com Fineu, personagem de uma lenda bastante complexa. Diziam que, tendo dotes de adivinho, havia preferido viver muito tempo em troca de ficar cego. Por causa disso o Sol, indignado de tivesse preferido outra coisa que não a luz e o brilho, enviou contra ele as harpias, demônios alados que o atormentavam de mil maneiras e especialmente arrebatando-lhe, quando sentava à mesa, os melhores pratos e lançando seus dejetos sobre a comida. Outra tradição dizia que estava cego por ter abusado de seus dotes de adivinho, revelando aos homens as intenções dos deuses, ou por ter indicado a Frixos (leia a nota sobre Frixos) o caminho de Colchis. Outra lenda conta que, tendo se casado com Cleópatra, filha de Bóreas, teve com ela dois filhos, Plexipos e Pandião, e a tinha repudiado para casar com Idaia, filha de Dárdanos. Idaia, com inveja dos filhos do casamento anterior, acusou-os de entar violentá-la e Fineus, como castigo, teria os deixado cegos. Como vingança, as boréades, irmãs de Cleópatra, fizeram o mesmo com ele. Em todo o caso, os argonautas pediram a Fineus que lhes informasse sobre como andava sua viagem. Mas o adivinho colocou, como condição, que o livrassem das harpias. Então, quando essas apareceram, Calais e Zetes que, sendo filhos de Bóreas, deus do vento, tinham asas, começaram a persegui-las até rendê-las e fazê-las prometer, pelas águas do rio Stix, não molestar mais Fineus. Então Fineus revelou aos argonautas o que estava por vir. Avisou-os sobre as Rochas Azuis (as “Kuaneiaipetrai―, rochas de um azul sombrio na entrada do Bósforos – “passagem para um boi―, hoje estreito de Constantinopla), rochas móveis que se batiam entre si, esmagando quem passasse. Fineus disse que soltassem uma pomba na passagem e, se essa não fosse esmagada, poderiam passar, mas se a pomba fosse morta, deveriam desistir da empreitada. Assim, ao chegar à s rochas azuis, soltaram o pássaro que conseguiu passar. Só quando estava bem na saÃda, as rochas se juntaram, arrancando algumas penas da cauda, o mesmo acontecendo com a Argo, que teve sua popa roçada pelas rochas. Havendo penetrado no Pontos Euxeins (Mar Negro), chegaram ao paÃs dos mariandinos, cujo rei, Licos, os acolheu favoravelmente. Aqui morreu Idmon, o adivinho, e Tifis, o piloto. Cruzaram a embocadurua do Termodon (em cujas margens situava-se o território das amazonas) e acabaram chegando em Colchis. Desembarcaram e Jasão se apresentou a Aietes, expondo-lhe o objetivo de sua viagem e a ordem quue havia recebido de Pelias. Aieter não se negou a dar-lhe o velo, mas acreditando que podia se livrar dele, impôs como condições: que subjugase, sem ajuda, dois de seus touros, que nunca conseguiram se adaptar. Eram dois animais terrÃveis, de pés de bronze e que soltavam fogo pelas ventas, presente de Hefaistos. Deveria, depois, arar o campo com esses animais e semear dentes de dragão. E ainda deveria ele próprio apanhar o pelego, guardado por um dragão. Medéia, filha de Aietes, tendo se apaixonado por Jasão, propôs-se a ajudá-lo, já que era uma feiticeira consumada (Medeia forneceu a Jasão uma pomada com a qual deveria se untar para chegar perto dos touros sem se queimar. Depois, aconselhou-o a jogar pedras nos gigantes que nasceram dos dentes de dragão e há uma versão que diz ter ela fornecido um sonÃfero ao dragão para que ele pegasse o velo – a outra diz que ele dormiu pela arte da lira de Orfeu). Cumpridas as tarefas, os argonautas partiram levando o ambicionado pelego, levando Medéia junto. Porém, ao saber do auxÃlio dado pela filha, Aietes partiu atrás dos argonautas. Para retardar o pai, Medéia esquartejou seu irmão mais jovem, Apsirtos e jogava, de tempos em tempos, um pedaço dele ao ar, para que os perseguidores parassem para recolher (leia sobre o casamento de Jasão e Medéia). Zeus, irado com a morte de Apsirtos, lançou uma tempestade que fez o barco sair de seu caminho, ocasiao em que o navio começou a falar (a figura da proa), revelando a cólera de Zeus. E nada aplacaria a cólera de Zeus enquanto os argonautas não fossem purificados por Circe, a feiticeira. Então o Argo voltou ao Eridanos e chegou a ilha de Aea, onde habitava a famosa maga que foi amante de Ulisses. Circe, tia de Medéia, purificou os heróis e mandou-os partir. Nessa parte da viagem o navio encontrou as Sereias, ocasiao em que Orfeu fez soar sua música, tão deliciosa que os fez ignorar os cantos daquelas. O Argo chegou então ao estreito de Squile e de Charibdes, depois a Kerkire, paÃs dos faiaques, cujo rei era Alquinoo. Ali encontraram uma tropa enviada pelo pai de Medéia, reclamando-a. Alquinoo consultou sua mulher Areté sobre se devia ou não entregá-la ao que ela disse que se Medéia ainda fosse virgem, devia devolvê-la, então Jasão, sabendo disso, apressou-se em resolver o assunto. Os enviados, não se atrevendo a voltar sem ela, ficaram por ali mesmo. Os argonautas voltaram para o mar. Apenas tinham abandonado Kerkire e uma tempestade os arrastou a Sirtes, na costa da LÃbia. Ali tiveram que transportar o navio nos ombros até o lago Tritonis, onde graças ao deus do lago, conseguiram uma saÃda para o mar e puderam continuar sua viagem em direção a Creta, mas nessa perderam dois companheiros: Cantos e Mopsos. Em Creta encontraram o monstro mecânico construÃdo por Hefaistos, a quem Minos havia confiado a segurança da ilha. Lançava rochas enormes contra os navios que encontrava durante as tres voltas diárias que dava pela ilha. Esse gigante de metal, chamado Talos, era invulnerável, exceto por uma pequena portinhola que tinha no pé que, se aberta, o mataria. Medéia, mediante suas mandingas, conseguiu enlouquecer o monstro que, vÃtima de visões, jogou-se contra as rochas, perecendo. Então os argonautas puderam desembarcar e passar a noite na orla. No dia seguinte, após erigir um altar a Atena, foram-se. Não haviam saÃdo ainda do mar de Creta quando foram colhidos por uma noite opaca, misteriosa. Jasão implorou ajuda a Fobos-Apolo, que enviou uma flecha luminosa para indicar-lhes o caminho. Fizeram então escala em Aigina, e seguindo as costas de Euboia, chegaram a Iolcos, após ter cumprido a missão em quatro meses. Uma vez o tosão nas mãos de Pelias, Jasão conduziu o navio a Corintos, onde o consagrou como ex-voto a Apolo. A sorte de Jasão tem muitas versões: uns dizem que viveu tranquilamente em Iolcos, reinando ao lado de Medéia. Outra diz que Medéia, por conta de suas artes mágicas, conseguiu dar fim a Pelias. E ainda que Jasão, ao retornar de Corintos, encontrou Acastos, filho de Pelias reinando. Com a ajuda dos dioscouroi, saquearam a cidade. E, ainda, que voltou com Medéia ao reino do pai desta. Voltar  ORFEU  Há uma controvérsia quanto ao caráter mÃtico ou não deste personagem, já que não há referências a ele anteriormente ao século 6 (os poetas homéricos e hesiódicos não o citaram). Acredita-se, inclusive, que ele possa ter sido o lÃder de uma escola de poetas. Ésquilo falou de sua morte na tragédia “As Bacantes―. Há citações a Orfeu ainda em PÃndaro, EurÃpedes e Platão. Porém, quem lhe dedicou especial atenção foi VirgÃlio, nas Geórgicas, onde narra com precisão o seu mito. Orfeu era filho de Oiagros e da sua esposa, a musa CalÃope. Oiagros era um deus-rio, filho de Ares e, segundo versões, rei da Trácia. Algumas versões posteriores colocam-no, inclusive, como pai dos principais músicos gregos, Linos e Marsias. Quanto a Orfeu, como filho de musa, foi um músico por excelência, poeta inspirado e toda sua vida se refere aos seus feitos usando esses talentos. A ele é atribuÃda, ou a invenção da lira, ou o aumento do seu número de cordas de sete para nove (o número de musas). E é esta lira, seu instrumento de batalha, que fazia as feras abandonarem suas tocas para ouvi-lo, deitando a seus pés, e que nem as árvores podiam ouvir sem se comover. Quando acompanhou os argonautas, sua lira acalmava as ondas do mar. As rochas movediças, que ameaçavam amassar a nave Argo, deteram-se diante da beleza da melodia produzida por Orfeu. O dragão que vigiava o velo de ouro, foi também submetido pelos seus acordes. Quando desceu ao Inferno, o cão Cérbero lambeu-lhe os pés. O mito mais célebre de Orfeu se refere à sua descida aos Infernos. O objetivo desta viagem era implorar a Hades e Perséfone que lhe devolvessem EurÃdice, sua esposa, sem a qual não podia viver. EurÃdice, passeando certo dia pela beira de um rio, foi vista por Aristaios que, encantado com sua beleza, começou a persegui-la. Na fuga, EurÃdice pisou sobre uma serpente que, picando-a, causou sua morte. Orfeu, inconsolável, desceu aos Infernos. Hades e Perséfone, comovidos pelo amor e seduzidos por sua música, consentiram devolvê-la, com a condição de que não se voltaria para olhar EurÃdice exceto quando estivessem fora da região infernal. Já estavam chegando à região da luz quando Orfeu, não suportando mais (porque não tinha certeza se a mulher o estava seguindo ou não), voltou à cabeça, perdendo para sempre a sua amada. Aqueronte, inflexÃvel, impediu-o de entrar novamente.  A morte de Orfeu foi objeto de numerosas lendas. A mais corrente era que pereceu nas mãos das mulheres da Trácia, furiosas ao ver que seu amor por EurÃdice seguia tão vivo que delas, apaixonadas, não fazia caso. Dizia-se também que não querendo contato com as mulheres, voltasse para os efebos, e que, inclusive, teria inventado a pederastia. Outra lenda dizia que, depois de sua volta dos Infernos, instituiu os mistérios que levam seu nome, cuja iniciação negou à s mulheres; só os homens se reuniam com ele, durante a noite, numa casa fechada, deixando as armas do lado de fora. Numa delas, as mulheres apoderaram-se das armas e, quando saÃram os homens, entraram e mataram Orfeu. Outra lenda ainda atribui ainda sua morte a uma vingança de Afrodite. Quando esta deusa e Perséfone disputaram o belo Adonis, Zeus nomeou Orfeu como árbitro da disputa, e ele decidiu que o belo dividisse seu tempo entre as duas. Afrodite, furiosa, pois queria Adonis só para si, inspirou nas mulheres da Trácia um violento amor pelo músico e como ele as desdenha-se, acabaram por matá-lo. E há ainda mais uma versão, dizendo que Zeus fulminou-o com um raio por ter revelado os mistérios sagrados. A sua morte foi seguida de acontecimentos extraordinários. As Musas, as quais havia servido toda sua vida, recolheram seu corpo destroçado e lhe deram sepultura em seus domÃnios sagrados, Libetrião, aos pés do Olimpo. Mais tarde, seus ossos foram transportados para Dião, cidade da Macedônia. Sua cabeça e sua lira, que haviam sido arrojadas no rio Hebros, foram arrastadas até o mar da Trácia, indo parar nas praias de Lesbos. Ali foram recolhidos e postos num santuário, em Antissa. Dizia-se que o lugar em que repousavam a cabeça e a lira saiam à s vezes melodias belas. Em todo o caso, Lesbos passou a ser a terra da poesia lÃrica. A propósito da tumba de Orfeu, existiu na Tessália uma lenda curiosa. Essa tumba estava, em outros tempos, em Leipetra, e um oráculo predisse que se as cinzas de Orfeu vissem novamente a luz do sol, a cidade seria devastada por um porco. O povo riu da previsão, não só pela parte do porco, mas porque as cinzas do músico estavam muito bem protegidas num sarcófago de mármore. Um dia, na hora da sesta, um pastor foi dormir no mausoléu de Orfeu, sob as colunas que o mantinham. Durante seu sonho, foi possuÃdo pelo espÃrito do grande músico e começou a cantar, com belÃssima voz, doces hinos órficos. Ao ouvi-lo, todos que estavam por perto, pastores, camponeses, abandonaram suas tarefas e correram, atraÃdos pelo canto maravilhoso, crendo que o cantor havia ressuscitado. E tão afoitos estavam que acabaram por derrubar a nas colunas de mármore que, por sua vez, fizeram tombar o sarcófago, que se fez em pedaços. Pois bem, naquela mesma noite, caiu uma tormenta violentÃssima, acompanhada de tal chuva que Sis, o rio que até então tinha corrido mansamente pela cidade, saiu de seu leito, inundando a cidade e destruindo-a quase por completo, cumprindo-se a profecia, pois “sis― em grego significa “porco―. Orfeu teve um posto muito importante na arte. Figurou em numerosas pinturas, entre as quais uma das mais famosas foi um afresco de Polignotos, em Delfos, representando Orfeu nos Infernos. Existem ainda muita cerâmica com motivos a ele relacionados. Voltar 000000-herois 000000-herois  PERSEU  Certa feita, quando Acrisio de Argos, pai de Danae, consultou o oráculo sobre a possibilidade de ter um filho homem para herdar o reino, teve como resposta que esta criança viria de Danae, mas que este filho mataria o avô. Com medo da profecia, construiu, sob a terra, uma câmara de bronze, onde mantinha a filha reclusa. Mas Zeus, metamorfoseando-se em chuva de ouro, penetrou na câmara e fecundou Danae e desta relação nasceu Perseu. Quando Acrisio soube da criança, não acreditou que ela era de Zeus e colocando a filha e o neto numa arca, lançou-os ao mar. Navegaram os dois à deriva até chegarem a umas ilhas chamadas Cicladas, onde o rei era Polidectes. Polidectes apaixonou-se por Danae, sem ser correspondido, e principalmente não podia ficar com ela por causa de Perseu (que já era um jovem, nesta época). Afim de se livrar do guri, Polidectes fez o que se fazia muito à época: mandava-se o incômodo para uma missão, geralmente suicida. Neste caso, mandou que Perseu trouxesse a cabeça da Medusa ( leia a nota sobre esta Górgona). Nesta empreitada, foi o jovem auxiliado por Atena e Hermes. Para encontrar o caminho que levava à Medusa, Perseu teve que primeiro ver sas três Górgonas, irmãs velhas e tinham um só olho e que o dividiam entre si por turnos. Perseu, aproveitando o momento em que passavam o olho de uma para outra, pegou-o e disse que só devolveria quando dissessem o caminho para as ninfas. As NINFAS eram guardiãs das sandálias aladas, de um saco e do manto da invisibilidade, que pertencia à Hades.. De posse deste equipamento, Perseu foi em busca de Medusa. Como ninguém podia olh... Arquivo da conta: claudemir.fernandes Outros arquivos desta pasta: Waldick Pereira - Cana, Café e Laranja (1977) FGV.pdf (67933 KB) Jane Porter - A Amante Real.doc (485 KB) Johan Huizinga - Homo Ludens.pdf (901 KB) Joaquim Nabuco - Eleicoes Liberais E Eleicoes Conservadoras.pdf (489 KB) jocelyn bresson - diário de uma virgem.rtf (255 KB) Outros arquivos desta conta: Brasil III ENEM UFRRJ Relatar se os regulamentos foram violados Página inicial Contacta-nos Ajuda Opções Termos e condições PolÃtica de privacidade Reportar abuso Copyright © 2012 Minhateca.com.br