O DIÁLOGO: ATRAVÉS DA RAZÃO/DISCURSO (1ª SÉRIE) A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO Comunicação: garante a sobrevivência. Várias formas de comunicação entre os seres vivos: Comunicação química; Comunicação sonora; Vocal; Gestual; Verbal. ARISTÓTELES E O SER HUMANO: UM SER LINGUÍSTICO Aristóteles (384-322 a.C.): “o homem é um animal político”. Segundo a visão aristotélica, o homem se distingue dos animais porque possui a palavra, e é isso que o possibilita compartilhar ideias, princípios e valores. A linguagem é essencial para o desenvolvimento da vida em sociedade: é o compartilhamento de valores e ideais que possibilita a harmonia social. A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM Vida em sociedade: desenvolvimento da linguagem e comunicação. Compartilhar, transmitir as descobertas e avanços e registrá-las para comunicá-las as gerações futuras. Linguagem: experiências pessoais; acumuladas e compartilhadas pela sociedade. Por meio da linguagem construímos boa parte do que somos e do mundo a nossa volta. A FILOSOFIA E O DIÁLOGO Filosofar é fundamentalmente conversar: um diálogo entre ideias, entre pensamentos, entre teorias, entre pessoas. O filosofar é uma eterna conversação: retomar problemas, repensar teorias, criar novas soluções. Expressar a descoberta, comunicá-la, compartilhá-la. SÓCRATES (469 – 399 a.C.) Não deixou nada escrito: Platão, Xenofonte, Aristófanes, Aristóteles. Sócrates: personagem central dos diálogos de Platão. Sócrates como porta-voz das ideias de Platão: difícil estabelecer quais ideias e teorias eram realmente de Sócrates e quais eram reelaborações de Platão. MÉTODO INVESTIGATIVO-DIALÓGICO: SÓCRATES E ARTE DE PERGUNTAR Diálogo: permite chegar a um conhecimento mais profundo. Estrutura do diálogo: Ironia e Maiêutica. Ironia: Do grego eironeía, “ação de perguntar, fingindo ignorar”. Para Sócrates, a ironia consiste em perguntar, simulando não saber. Desse modo, o interlocutor expõe sua opinião, à qual Sócrates contrapõe argumentos que o fazem perceber as contradições e inconsistências de suas afirmações. MÉTODO SOCRÁTICO: IRONIA E MAIÊUTICA Objetivo da Ironia: revelar os preconceitos e as opiniões equivocadas do interlocutor (reconheça a própria ignorância) e criar o estímulo para a busca do conhecimento. Maiêutica: do grego maieutiké, "arte de fazer um parto". Objetivo da Maiêutica: abandonar seus preconceitos e as opiniões alheias, para que a indivíduo passe a pensar por si mesmo, dar à luz as suas próprias ideias. O caminho socrático para a sabedoria deve ser trilhado pelo próprio indivíduo, que deve reconhecer seus preconceitos e opiniões, rejeitá-los e formular seus próprios pensamentos, suas próprias ideias. “SÓ SEI QUE NADA SEI” Sócrates questionava ideias, valores, práticas e comportamentos que os atenienses julgavam certos e verdadeiros. Irritava os interlocutores: quando tentavam responder, descobriam que não sabiam, e que nunca tinham refletido sobre suas crenças, seus valores e suas ideias. A sabedoria de Sócrates está em saber que nada sabe, enquanto os homens em geral estão impregnados de preconceitos e noções incorretas, e não se dão conta disso. Mas era isso o que Sócrates queria: que as pessoas tivessem consciência da própria ignorância. A consciência da própria ignorância é o começo da busca pelo conhecimento, é o começo da Filosofia. FILOSOFIA SOCRÁTICA O que constitui a natureza do Homem? Qual sua essência? Essência do Homem: Alma (Psiché), Razão, Inteligência, Consciência (personalidade intelectual e moral). Essência humana é a inteligência, sua virtude é a excelência intelectual. BASE DA VIRTUDE: O AUTODOMÍNIO Autodomínio: domínio da própria racionalidade sobre a própria animalidade (instintos, desejos, impulsos, vontades). Autodomínio: tornar a alma senhora do corpo e dos instintos ligados ao corpo. Liberdade humana: domínio da racionalidade sobre a animalidade. O verdadeiro homem livre é aquele que sabe dominar seus instintos. SÓCRATES: PERIGOSO? Os poderosos têm medo do pensamento: o poder é mais forte se ninguém pensar, se todo mundo aceitar as coisas como elas são. Sócrates tornou-se perigoso: fazia a juventude pensar. Após muito questionar os valores e as certezas vigentes, Sócrates foi acusado de não respeitar os deuses oficiais de Atenas e corromper a juventude; foi julgado e condenado à morte por ingestão de um veneno, chamado cicuta.