glossário hinduísmo - Carlos João Correia

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GLOSSÁRIO
HINDUÍSMO
Ācārya
–
professor
ou
líder
espiritual.
Adharma
–
falta
de
rectidão
ou
de
integridade
moral;
caos.
Adhyāsa
–
sobreposição;
atribuição
ilusória
de
predicados.
Advaita
Vedānta
–
visão
não‐dual
da
realidade,
monista,
defendida
pelo
filósofo
indiano,
Śankara.
ṃ
Aha kāra
–
egoidade.
ṃ
Ahi sā
–
não‐violência.
Apsarā
–
ninfa
que
navega
sobre
as
águas
Artha
–
riqueza,
um
dos
objectivos
da
vida
no
âmbito
do
pensamento
hindu
a
par
de
dharma
(cf.),
kāma
(cf.)
e
mokṣa
(cf.)
Ārya
–
nobre.
Āsana
–
posição
propícia
à
meditação.
Asat
–
não‐ser.
Asura
(Āsura)
–
demónio;
em
certos
textos
védicos
designava
igualmente
alguns
dos
deuses
superiores
(por
exemplo,
Varuṇa).
Āśrama
–
estádio
da
vida;
tem
igualmente
o
sentido
de
uma
“comunidade
espiritual”
(ashram)
Atharva
Veda
–
um
dos
quatro
conjuntos
de
hinos
védicos.
Ātman
–
um
dos
conceitos
filosóficos
centrais
do
pensamento
indiano
‐
ipseidade;
identidade
de
si
próprio;
experiência
de
si
(por
vezes
identificado
com
alma).
Avatāra
–
incarnação.
Avidyā
–
ignorância.
Bhakti
–
devoção;
amor.
Bhava
–
existência.
Brahmā
–
o
demiurgo
ou
deus
criador
do
hinduísmo.
Brahmacarya
–
discípulo
que
segue
uma
vida
espiritual.
1
Brahman
–
um
dos
conceitos
centrais
do
pensamento
indiano
–
Realidade
Última,
Absoluto,
Uno
(não
deve
ser
confundido
com
Brahmā,
cf.).
Brāhmaṇa
ou
brahmin
–
sacerdote
ou
membro
da
primeira
casta.
Brāhmaṇas
–
livros
litúrgicos.
Brahmanismo
–
período
religioso
que
antecedeu
o
hinduísmo
na
Índia,
dominado
pela
casta
brahmânica
e
pelos
ritos
sacrificiais
védicos.
Buda
–
“desperto”
ou
“iluminado”:
título
daquele
que
atingiu
a
iluminação,
identificado,
por
vezes,
com
Siddhatta
Gotama,
conhecido
como
o
Buda
histórico.
Cakra
–
“roda”,
“disco”,
centro
corporal
de
energia.
Casta
–
palavra
de
origem
português
para
traduzir
a
divisão
social
rígida
da
sociedade
tradicional
indiana
em
quatro
estratos
ou
varnas
(“cores”):
brāhmana
(sacerdotes);
kṣatrya
(guerreiros
e
aristocratas);
vaiśya
(mercadores
e
agricultores)
e
śūdra
(servos).
Darśaņa
–
filosofia;
ponto
de
vista.
Deva
–
divindade.
Devī
–
deusa.
Dhāraṇā
–
concentração
mental
num
objecto
interior.
Dharma
–
noção
central
da
cultura
indiana.
Assume
múltiplos
sentidos
conforme
o
contexto:
ordem
cósmica
ou
ṛtā;
ordem
social;
lei;
rectidão
moral;
doutrina
religiosa;
átomos
primordiais
da
realidade.
Dharma
Śāstra
–
livro
de
códigos
sociais
(ex:
livro
de
Manu).
Dhyāna
–
meditação.
Dīkṣā
–
iniciação.
Dīvālī
–
festival
da
luz,
um
dos
festivais
mais
populares
da
sociedade
indiana,
celebrado
habitualmente
nos
meses
de
Outubro
e
Novembro.
Dvaita
–
dualidade.
2
Dyaus
Pitar
–
“pai
celeste”,
“deus
pai”,
um
dos
demiurgos
da
mitologia
védica
que
criou
o
mundo
com
a
“Mãe
Terra”
(Pṛthivī
Mātar).
Eka
–
Uno.
Gandharva
–
músico
celestial,
fauno,
versão
masculina
de
apsarā
(cf.).
Ganeśa
–
uma
das
principais
divindades
hindu;
habitualmente
associado
ao
princípio
que
afasta
qualquer
tipo
de
dificuldades
e
propicia
a
prosperidade.
Gopī
–
vaqueiras,
raparigas
que
cuidam
do
gado;
simbolizam
habitualmente
a
alma
humana.
Guṇa
–
“cordas”
ou
qualidades,
a
saber,
a
pureza,
energia
e
inércia.
A
realidade
manifesta
é
constituída
em
partes
desiguais
por
estas
três
“gunas”
potências.
Harijans
–
“filhos
de
Deus”
(Gandhi),
os
intocáveis
ou
sem‐casta,
Dalits.
Holī
–
festival
popular
indiano
realizado
na
Primavera
(Fevereiro/Março),
associado
ao
amor.
Indra
–
uma
das
mais
importantes
divindades
do
Brahmanismo
e
da
cultura
védica.
Deus
celestial
muitas
vezes
ligado
à
chuva
fertilizadora.
Īśa/Īśvara
–
Deus
supremo.
Itihāsa
–
história
ou
narrativa.
Jīva
–
vida:
alma
individual.
Jñāna
–
conhecimento.
Ka
–
quem.
Kalpa
–
um
dia
de
Brahmā
(cf.),
correspondente
a
4320
milhões
de
anos.
Kāma
–
desejo;
amor
sensível,
um
dos
objectivos
centrais
da
vida
segundo
a
cultura
clássica
indiana.
Karma/karman
–
acção;
lei
cósmica
de
retribuição
pelos
actos
praticados.
Krishna/Kṛṣṇa
–
uma
das
incarnações
de
Viṣṇu
(o
deus
que
preserva).
Krishna
é
objecto
de
um
enorme
culto
popular
e
de
devoção
(bhakti,
cf.),
muitas
vezes
considerado
o
Deus
supremo.
3
Kuṇdalinī
–
potencia
energética
e
espiritual
humana
que
através
do
yoga
pode
activar
os
seis
centros
(cakra)
de
energia
corporal.
Lakṣmī
–
deusa
da
beleza
e
do
amor,
deusa
consorte
de
Vișņu.
Iconografia
muito
semelhante
a
Afrodite/Vénus.
Līlā
–
jogo,
jogo
da
criação.
Linga
–
símbolo
fálico,
habitualmente
associado
ao
deus
Śiva.
Loka
–
mundo;
esfera
da
existência.
Mahābhārata
–
a
grande
epopeia
da
sociedade
indiana
que
descreve
em
termos
alegóricos
a
luta
pelo
triunfo
do
dharma
(cf.).
A
Bhagavad
Gītā
(‘Canção
do
Abençoado’),
o
texto
religioso
mais
importante
do
hinduísmo,
corresponde
a
grande
parte
do
sexto
livro
do
Mahābhārata.
Mahāpralaya
–
a
grande
dissolução
do
universo,
acontecimento
cíclico,
na
qual
toda
a
realidade
é
absorvida
no
seio
do
divino,
permitindo
o
surgimento
de
um
outro
universo,
também
ele
sujeito
à
mahāpralaya.
Maitreya
–
nome
do
futuro
Buda
redentor.
Manas
–
Intelecto;
Mente.
Mantra
–
fórmula
verbal
ritual.
Math(a)
–
comunidade
monástica.
Māyā
–
ilusão;
realidade
fenomenal;
deusa;
poder
criativo
de
deus.
Mokṣa
–
libertação
–
um
dos
objectivos
da
vida
segundo
a
tradição
clássica
indiana;
libertação
do
ciclo
das
reincarnações.
Mudrā
–
gesto
ritual.
Mūrti
–
forma
corporal;
corpo.
Naraka
–
inferno.
Natarāja
–
Śiva
como
deus
da
dança.
Nirguṇa
–
sem
qualidades
(cf.)
–
designação
do
Brahman
(cf.)
como
realidade
não‐
manifesta
ou
incondicionada.
Nirvāṇa/Nibbāna
(Pāli)
–
último
estado
de
libertação;
extinção
do
sofrimento.
4
Paramātman
–
a
experiência
de
si
como
brahman,
o
supremo
si.
Pārvatī
–
deusa
consorte
de
Śiva,
mãe
do
Universo.
Prajāpati
–
um
dos
nomes
mais
célebres
para
designar
o
demiurgo
na
cultura
védica.
Prakṛti
–
matéria
ou
natureza,
animada
por
três
potencias
ou
gunas
(cf.).
Prānāyama
–
disciplina
da
respiração
(prāna).
Pratyāhāra
–
afastamento
mental
da
atenção
em
relação
aos
objectos
sensoriais,
sejam
eles
externos
ou
mentais.
Pūjā
–
ritual
de
devoção
religiosa.
Purāṇa
–
histórias
mítico‐religiosas
da
tradição
hindu.
Puruṣa
–
pessoa;
ipseidade.
Puruṣārta
–
quatro
objectivos
da
vida
pessoal
para
o
hinduísmo:
dharma
(cf.),
artha
/cf.),
kāma
(cf.)
e
mokṣa
(cf.).
Rāga
–
emoção
desiderativa;
forma
musical
emotiva.
Rajas
–
paixão;
energia.
Rākṣasa
–
demónios.
Rāma
–
uma
das
incarnações
de
Vișņu
(o
deus
que
preserva).
Designa
habitualmente
a
ideia
de
príncipe
perfeito,
sendo
a
sua
epopeia
o
Rāmāyana.
Rāmāyaṇa
–
a
epopeia
de
Rāma,
uma
das
obras
mais
populares
da
cultura
indiana.
Rig/Ṛg
Veda
–
uma
das
quatro
colecções
de
hinos
védicos,
certamente
a
mais
antiga
(c.
1000
a.C.).
ṣ
Ṛ i
–
poeta
ou
vidente.
Ṛta
–
ordem
cósmica
ou
dharma
universal.
Rūpa
–
forma
corporal.
Sādhu
–
religioso,
homem
santo.
Śakti
–
poder;
energia
divina;
força
criadora.
Śaiva
–
corrente
religiosa
indiana
que
segue
o
culto
a
Śiva.
5
Samādhi
–
unificação;
estado
de
profunda
absorção
meditativa.
Sāma
Veda
–
uma
das
quatro
colecções
de
hinos
védicos.
Saṃhitā
–
colecção
de
hinos.
Saṃsāra
–
ciclo
de
reincarnações.
Sanātana
Dharma
–
“Lei
eterna”,
designação
correcta
para
traduzir
a
religião
hindu.
Sankhāra
(Pāli)
–
formações
mentais,
emoções,
hábitos,
volições.
Sāṃkhya
–
“discriminação”,
uma
das
principais
escolas
filosóficas
do
pensamento
clássico
hindu.
Funda‐se
na
distinção
entre
Puruṣa
(cf.)
e
Prakṛti
(cf.).
Sannyāsi
–
renunciante.
Śānti
–
paz,
tranquilidade.
Sat
–
existência;
realidade.
Satya
–
verdade.
Smṛti
–
tradição;
textos
que
não
pertencem
à
revelação
(śruti)
religiosa,
mas
que
possuem
autoridade
religiosa.
É
o
caso
das
duas
grandes
epopeias
hindus
(Mahābhārata
e
Rāmāyaṇa).
Sukha
(Pāli)
–
bem‐estar;
felicidade.
Sūtra
–
“fio”;
tratado
habitualmente
sobre
a
forma
de
aforismos
ou
de
pequenos
discursos.
Svarga
–
céu.
Śiva
–
umas
principais
divindades
do
Hinduísmo.
Poder
cósmico
que
cria
e
destrói
os
mundos.
Identificado
pelos
seus
adeptos
ao
supremo
Brahman.
Tamas
–
inércia;
trevas.
Tântrico
–
caminho
espiritual
assente
na
unidade
de
todos
os
opostos,
em
particular
aqueles
que
derivam
da
polaridade
sexual.
Tāpas(ah)
–
calor;
energia
física
ou
espiritual,
austeridade.
Trimūrti
–
sistema
trinitário
das
divindades
hindus:
Brahmā,
o
que
cria,
Vișņu,
o
que
preserva,
e
Śiva,
o
que
destrói.
6
Upaniṣad
–
escritos
filosófico‐religiosos
habitualmente
colocados
nos
finais
dos
Veda.
Neles
se
reflecte
sobre
o
sentido
da
vida,
em
particular
sobre
a
relação
entre
Brahman
(cf.)
e
Ātman
(cf.).
Vaiṣṇaiva
–
crente
hindu,
devoto
do
deus
Vișņu
(cf.).
Varuṇa
–
um
dos
principais
deuses
védicos,
geralmente
associado
à
divindade
solar
Mitra.
Segundo
os
poemas
védicos,
são
eles
que
conservam
a
ordem
do
mundo.
Veda
–
escrituras
sagradas
do
hinduísmo
compreendendo
quatro
colecções
de
hinos
e
fórmulas
sacrificais:
Rig
Veda,
Sāma
Veda,
Yajur
Veda
e
Atharva
Veda.
Incluem‐se
nos
Vedas,
entre
outros
textos,
as
Upanișads,
situadas
na
sua
parte
final
(Vedānta).
Vedānta
–
literalmente,
o
“fim
dos
Veda”.
Designa
umas
das
principais
escolas
filosóficas
indianas,
assente
numa
reflexão
sobre
o
sentido
das
Upaniṣad.
Viṣṇu
–
uma
das
principais
divindades
do
hinduísmo;
deus
que
conserva
e
preserva
os
mundos.
Yajnã
–
sacrifício.
Yajur
Veda
–
uma
das
quatro
colecções
de
hinos
que
compõem
os
Vedas.
Yakṣas
–
espíritos
da
natureza.
Yantra
–
instrumento
ou
diagrama
de
meditação.
Yoga
–
disciplina
de
meditação.
Yoni
–
origem,
fonte,
símbolo
sagrado
da
sexualidade
feminina.
Yuga
–
idade
do
mundo
ou
período
histórico.
7

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