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8
Alternativo
O Estado do Maranhão - São Luís, 23 de outubro de 2013 - quarta-feira
“O espírito
crítico, que
sempre foi algo
que resultou as
ideias contidas
nos livros de
papel poderá
se empobrecer
extraordinaria
mente se
as telas
acabarem por
enterrar os
livros”
Mario Vargas Llosa,
escritor, sobre a
possibilidade do fim
dos livros no formato
tradicional
Hoje é dia de...
Galeria de Arte
Single
O edital Pauta da Galeria de Arte do Sesc 2014
teve o prazo prorrogado até o dia 31. Para
efetuar a inscrição de artistas ou curadores, é
necessário o preenchimento de um formulário disponível na Galeria de Arte e no site:
sescma.com.br. A entrega de proposta para
exposição em formato de portfólio, contendo os
itens: cópia dos documentos de identidade, CPF
e comprovante de residência e currículo
artístico. A proposta de exposição deve conter:
título, apresentação e concepção; objetivos,
justificativa, processo de criação e relação das
obras especificando técnicas, dimensões e
materiais a serem utilizados e outros dados
importantes para melhor entendimento do
trabalho. As imagens de todas as obras que
compõem a proposta devem ser anexadas em CD
ou DVD em formato JPG, coloridas, com
qualidade mínima de 300 dpi e devidamente
identificadas com título, técnica, materiais,
dimensão e ano. Sete portifólios serão
selecionados e artistas estrangeiros, que
residem no estado, também podem se inscrever.
Uma nova faixa de
Taylor Swift, a cheia
de sintetizadores
Sweeter Than
Fiction, caiu na
internet. A canção
fará parte dos
créditos de
encerramento do
filme One Chance,
que conta a história
de Paul Potts, o
tenor britânico que
ganhou o Britain's
Got Talent em 2007
com uma ária de
Puccini. A canção de Swift, contudo, passa longe de
ser uma ópera. Em vez disso, a faixa lembra ícones
da New Wave: teclado sublime e sereno, além da
guitarra tocada por Jack Antonoff, do Fun., que
compôs a música ao lado de Taylor. É um som que
lembra Simple Minds ou até The Cranberries. Swift,
atualmente, está trabalhando na continuação do mais
do que bem-sucedido disco Red.
Atenas Brasileira: em busca dos porquês II
Jomar Moraes
S
egundo já visto, com o advento da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e
Maranhão em 1755, criam-se as condições
para o desenvolvimento material do Maranhão.
E esse fato possibilita naturalmente a ida de jovens maranhenses para estudarem nos centros
universitários europeus, notadamente Universidade de Coimbra, de onde provém, a maior soma de vultos notáveis de nossa cultura.
É que nesse interregno nasceram os integrantes dessa geração que passou à história literária
sob o epíteto de Grupo Maranhense, de finais
do século VXIII aos anos 30 do seguinte. E se vão
finando, naqueles tempos de vida breve, a contar dos anos 60. Note-se que somente no biênio
1863-64 desaparecem João Francisco Lisboa,
Joaquim Gomes de Sousa, Manuel Odorico
Mendes, Gonçalves Dias e Trajano Galvão.
Os luminares citados, mais Joaquim Serra,
Gentil Braga, Pedro Nunes Leal, César Augusto
Marques, Antônio Henriques Leal, Antônio Marques Rodrigues, Luís Antônio Vieira da Silva,
Candido Mendes, Frederico José Corrêa, Francisco Dias Carneiro, Antônio Joaquim Franco de
Sá. E, com a morte de Joaquim de Sousândrade,
em 1902, desaparece, no plano físico, a última
figura pinacular dessa geração.
Mas na verdade os intelectuais do Grupo Maranhense não morreriam jamais, graças à obra
que produziram, legando-a, imperecivelmente,
à cultura maranhense e à cultura brasileira.
Não é demais repetir que a tal geração de expoentes deve São Luís seu cognome glorioso. E
demonstrado já se acha por que o cognome Atenas, e não outro: porque essa referência evoca
o período áureo do centro cultural mais luminoso da Antiguidade.
É possível, entretanto, que a simbólica trans-
posição da cidade culturalmente mais importante da Hélade para a Ilha do Maranhão não
se haja operado por importação direta, mais
via Coimbra, a Atenas Portuguesa, e onde estudaram numerosos futuros integrantes do
Grupo Maranhense.
Precisar de quando data o cognome é tão difícil quanto dizer quem primeiramente o usou.
Mas esses não correspondem a dados essenciais
às presentes considerações, já que uma das ca-
Grupo Maranhense, caracterizadora dos grandes vultos literários já concisamente referidos.
Embora a contemporaneidade desses comprovincianos haja possibilitado que pessoal e
mutuamente se conhecessem, em sua quase totalidade, e que houvesse, entre eles, como é sabido, amizades fraternas, distanciamentos respeitosos, restrições mais ou menos incisivas e
até mesmo frontais rejeições ou inimizades declaradas, é fora de toda dúvida que, por sobre
Mas na verdade os intelectuais do Grupo
Maranhense não morreriam jamais, graças à obra
que produziram, legando-a, imperecivelmente, à
cultura maranhense e à cultura brasileira.
racterísticas daquilo que pertence ao domínio
público é a dissociação de autoria e de data precisa de aparecimento.
Fora de dúvida, porém, é que já na década
de 50 do século passado o cognome tinha livre
e intenso curso. E assim se manteve por mais
de um século, pois é muito recente a acentuação de seu declínio, o que não significa dizer
que o assunto passou ao esquecimento. Ou
que está superado como matéria de estudo para a interpretação da realidade cultural maranhense, aspecto que haverá de conferir-lhe
permanente atualidade.
Assim como se desconhece por quem e quando São Luís foi pela primeira vez cognominada
Atenas Brasileira, perdem-se nas redobras do
tempo a autoria e a data inicial da antonomásia
um ou outro grupo de companheiros cordiais,
nunca existiu o propósito da ação coletiva que
levasse à formação do Grupo Maranhense como conjunto expressivo de uma geração.
A despeito disso, como ocorre a tantos fatos
ou épocas a que posteriormente se atribui um
rótulo, a história literária nacional conferiu à geração de que aqui se trata, o epíteto de Grupo
Maranhense. E o primeiro a registrá-lo por escrito foi José Veríssimo, cuja “História da literatura brasileira” traz um capítulo – o 11 – intitulado Gonçalves Dias e o Grupo Maranhense. Aí
observa que em cada face do plinto onde se assenta a estátua do Poeta da Canção do Exílio,
foi gravado um medalhão destes seus “ilustres
conterrâneos e camaradas”: João Francisco Lisboa (1812-1871), Manuel Odorico Mendes (-
1799-1864), Sotero dos Reis (1800-1871) e Joaquim Gomes de Sousa (1828-1863). Isto, para
em seguida lamentar:
“A ideia feliz da associação destes nomes na
justa homenagem que ao máximo de seus filhos
prestava a sua terra natal, comemora a coexistência simultânea nesse mesmo torrão brasileiro de um grupo de intelectuais, como hoje dizemos, que por mal dela e nosso jamais se repetiria. Console-se o Maranhão, também a Atenas,
que lhe deram por antonomástico, nunca jamais
lhe voltou o tempo de Péricles”.
Certamente, por desconhecer que nosso passado de esplendor literário estava sendo, nos primeiros anos do século XX, afanosamente reconstruído por uma juventude talentosa, determinada, e que a si mesma atribuiu a antonomásia
de “Os Novos Atenienses”, José Veríssimo entendia que à Atenas Brasileira, assim como à Atenas grega, tomada para nosso antonomástico,
nunca jamais voltaria o tempo de Péricles.
Esse tempo, entretanto, estava de volta. E uma
das testemunhas da grande luta regeneradora
que o devolveu, foi o maranhense Humberto de
Campos (1886-1934), que muitos anos depois,
numa evocação de sua infância vivida em São
Luís, chamou “O último estilo de Atenas” o “movimento literário cujo objetivo era a ressurreição de Atenas, e que se processava naqueles
anos de 1900 e 1901”.
Era mais uma ressurreição gloriosa da Atenas
Brasileira, diga-se para maior clareza.
Bem o haja, porém, o alto destino do Maranhão, que, como fênix reiteradamente renascida das próprias cinzas que lhe têm sido estímulo insofreável e fertilizante regenerador, continua, pelos filhos de hoje, a luminosa tradição de
seu grande passado.
Cefaleia para médicos e leigos
Livro do médico neurologista R. Silva-Néto aborda aspectos históricos e tópicos relevantes da dor de cabeça e serve de fonte
de informações para estudiosos e pacientes; lançamento será às 19h, na Livraria Leitura, localizada no Shopping da Ilha
Biné Morais
O
médico neurologista,
pesquisador e escritor
Raimundo Silva Neto (R.
Silva-Néto), especialista em cafaleia, lança hoje o livro de sua
autoria intitulado Cefaleia: Aspectos Históricos e Tópicos Relevantes. O lançamento é na Livraria Leitura, no Shopping da Ilha
(Maranhão Novo), às 19h.
Silva-Néto estuda a dor de cabeça há 15 anos. É fundador e diretor da primeira clínica de cefaleia das regiões Norte e Nordeste
e integra o corpo editorial da revista Headache Medicine. Em São
Luís, Silva-Néto compõe a equipe médica do Instituto Reintegrar.
No livro, os leitores encontrarão informações sobre a cefaleia,
seus aspectos históricos e dados
que o autor considera relevantes
para a compreensão desse sintoma que acomete muitas pessoas.
“Pesquisas mostram que 93%
dos homens e 99% das mulheres
terão algum tipo de dor de cabeça na vida”, explica o médico.
O livro também aborda alguns temas pouco estudados,
como a relação da dor de cabeça com os odores. A obra pode
servir como fonte de informações, referência e consulta tanto para os neurologistas, que se
dedicam ao estudo, como para
os médicos em geral. Por sua linguagem simples e capítulos bem
didáticos, o livro destina-se também a leigos e pessoas que sofrem com dores de cabeça.
A publicação tem 10 capítulos, narra a evolução do conhecimento sobre a cefaleia e é dividido em duas partes. Uma antes do século XX e outro depois,
pois foi a partir deste século que
O médico e pesquisador R. Silva-Néto lança livro hoje, às 19h
começou a se estudar a dor de
cabeça de maneira mais específica. Os aspectos históricos foram descritos de forma cronológica e didática, tornando a leitura mais interessante. Os outros quatro capítulos incluem a
abordagem de temas específicos, tais como a cefaleia e os
odores, cefaleias noturnas, cefaliatria e nutrição e cefaleia co-
mo sentença de morte.
Referências - Na capa do livro
há a figura de Zeus, o deus dos
deuses, que, segundo a mitologia, sofria com dores de cabeça
muitos fortes. Para tirá-lo deste
sofrimento, ele pediu que partissem sua cabeça. Esta então foi
partida com um machado e da
abertura nasceu a deusa Atena.
Mais
Serviço
- R. Silva-Néto é natural de Esperantina, no Piauí. Em 1995,
formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Piauí, fez
residência médica em Pediatria e Neurologia no Hospital da
Restauração de Recife. Também é mestre e doutorando em
Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento e, desde 1998,
dedica-se ao estudo das cefaleias.
- Além do livro Cefaleia, R. Silva-Néto é autor das obras Neurossífilis:
diagnóstico e tratamento, Dor de cabeça: um guia para entender as
dores de cabeça e seus tratamentos e O Exame cefaliátrico.
- O estudo da dor de cabeça é a área da Medicina que mais
pesquisa e produz livros e publicações. O Brasil é o 2º país no
mundo que mais pesquisa o assunto. Graças a essas pesquisas,
já há medicamentos específicos para tirar os pacientes das
crises e evitar as recorrências, tornando os sintomas mais leves
e dando melhor qualidade de vida aos pacientes.
• O que
Lançamento do
livro Cefaleia: Aspectos
históricos e
Tópicos relevantes,
de R. Silva-Néto
• Quando
Hoje,
às 19h
• Onde
Livraria Leitura
(Shopping da Ilha,
Maranhão Novo)
• Preço
R$ 70,00
“A filha de Zeus nasceu de uma
dor de cabeça. Esta é a história
mais antiga citando a dor de cabeça que se tem notícia. Todos
os livros de mitologia falam a
respeito”, afirma Silva-Néto.
Há um capítulo que fala da
dor de cabeça na Bíblia. “A Bíblia
é um livro histórico e nela há a
descrição de muitas doenças”,
diz. Em busca de saber quantas
vezes a palavra dor de cabeça é
citada na Bíblia, ele fez uma leitura interpretativa e a encontrou
uma única vez. O caso é de uma
criança que sentia muita dor de
cabeça e morreu. Ele então
transformou a passagem em um
caso clínico.
O capítulo sobre a história da
cefaleia no Brasil é um dos mais
longos. Nele, Silva-Néto fala do
primeiro estudioso do assunto no
Brasil: Edgard Raffaelli Júnior, médico neurologista brasileiro que
se formou no final dos anos 1950,
que sofria de cefaleia e decidiu es-
tudá-la, fazendo deste trabalho
sua vida. Silva-Néto conviveu
com ele por sete anos e conta que
Raffaelli ganhou muito dinheiro
como médico, mas morreu pobre, pois gastou tudo em conhecimento e em suas pesquisas.
“Dr. Raffaelli viajava de quatro a cinco vezes à Europa por
ano por conta própria para participar de eventos científicos. Foi
o maior estudioso da cefaleia
nas Américas e um dos fundados da Sociedade Internacional
da Cefaleia, em 1981, na Noruega. Antes, em 1978, havia fundado a Sociedade Brasileira de Cefaleia, com 14 médicos. Hoje são
cerca de 400, o que ainda é um
número pequeno”, relata.
Na segunda parte do livro há
capítulos que falam sobre como
surgiram os tratamentos para a
dor de cabeça, ressaltando a
evolução dos medicamentos.
Silva-Néto, que fez mestrado e
está concluindo doutorado na
área de odores, fala das cefaleias
que têm relação com o odor, entre elas a enxaqueca. “É um capítulo que não há em nenhum
livro sobre o tema”, destaca.
O penúltimo capítulo trata de
cefaliatria e nutrição. Nele é abordada a dieta como terapia e listadas todas as cefaleias que têm
relação direta com alimentos. A
principal delas é a da enxaqueca. No último capítulo é abordada a cefaleia como sentença de
morte. Neles estão listadas as cefaleias mais graves que podem
levar o indivíduo à morte.
"Este livro destina-se a preencher uma lacuna na literatura
médica nacional, mas não tem
a pretensão de esgotar o assunto. Certamente, outros estudos
serão desenvolvidos para avaliar tanto a evolução do conhecimento médico quanto a compreensão dos mecanismos das
cefaleias", esclarece o autor em
sua apresentação.
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