Posicionamento do doente após o AVC

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Posicionamento do doente após o AVC
Escrito por Isabel Amaral
Domingo, 12 Outubro 2008 13:49 - Actualizado em Sábado, 29 Novembro 2008 19:46
Após um AVC, a sensibilidade e o controlo dos movimentos do doente encontram-se muitas
vezes diminuídos. Por isso, é muito importante ter cuidado com a posição em que se põem,
pois podem não ser capazes de sentir que se estão a magoar e, portanto, de mudar
instintivamente de posição.
Um posicionamento adequado do doente, quer na cama, quer sentado, é muito importante
porque:
• é mais confortável,
• evita as úlceras de pressão (escaras) e as deformidades articulares,
• previne a espasticidade,
• melhora a respiração e
• facilita a recuperação.
As posições devem ser mudadas de 2h em 2h, quando está deitado e, se possível, ficar algum
tempo do dia sentado. Neste espaço de tempo, o doente deve ainda ser estimulado a fazer
ligeiras mudanças de posição de 30 em 30 minutos. Nas mudanças de posição é importante
que o paciente seja levantado ou que role na cama. Não deve ser arrastado. Se o fizer podem
aparecer bolhas nessas zonas do corpo e posteriormente escaras.
Escaras
Estar deitado ou sentado muito tempo na mesma posição favorece a formação de feridas no
corpo (úlceras de pressão ou escaras). Elas surgem em áreas onde há mais pressão ou fricção
do corpo contra a cama, especialmente nas zonas onde há saliências ósseas. Para além das
mudanças de posição, as zonas de pressão devem ser protegidas com almofadas e a roupa da
cama deve ficar bem esticada.
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Os pontos ou zonas de pressão conforme a posição:
Fig.1: Zonas de pressão nas diversas posições.
Espasticidade
Os músculos necessitam de ter um tónus (ou tensão) suficiente para permitir mover o corpo ou
manter a sua posição contra a gravidade . Ao mesmo tempo deve ser possível relaxar os
músculos para o seu normal descanso e proporcionar movimentos controlados, com
flexibilidade e fluidez. Quando os músculos nestes pacientes ficam "presos" e os movimentos
não são bem controlados, isso pode ser devido à espasticidade.
Na espasticidade há um aumento do tónus ou da tensão de certos músculos. A contracção
dos músculos não se faz de modo normal e foge ao controlo da pessoa atingida pelo AVC. Às
vezes aparecem mesmo movimentos em "sacões" e mover as articulações é muito difícil.
Realizar as actividades da vida diária, como vestir, comer, fazer a higiene e até o caminhar,
pode revelar-se bastante difícil, pois a espasticidade pode atrapalhar muito os movimentos.
Após a fase aguda do AVC, o doente pode desenvolver um padrão espástico que se
caracteriza por:
-
Inclinação da cabeça para o lado afectado;
Ombro afectado em retracção, depressão e rotação interna;
Antebraço em flexão e pronação;
Dedos em flexão e adução;
Anca em retracção e rotação externa;
Joelho em extensão;
Pé em flexão plantar e inversão.
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Fig. 2: Padrão espástico
Ou seja, a cabeça inclinada para o lado afectado, o ombro descaído, o membro superior todo
dobrado e junto ao corpo, e o membro inferior todo esticado e rodado para fora.
POSICIONAMENTOS Este é um posicionamento correcto, ou seja, anti-espástico, se revela de extrema importância.
-
Cabeça alinhada com o corpo; Protracção da omoplata;
Ombro em abdução e rotação externa;
Cotovelo e punho em extensão;
Antebraço em supinação;
Dedos em extensão e abdução;
Extensão do tronco do lado afectado;
Anca em flexão e rotação interna;
Joelho em flexão;
Pé em flexão dorsal e eversão. Fig. 3: Padrão anti-espástico
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Ou seja, a cabeça e o tronco alinhados, o membro superior todo esticado e afastado do corpo,
a mão aberta, os dedos afastados, e o membro inferior todo dobrado e rodado para dentro.
POSICIONAMENTOS
- Com a sua mão na omoplata, deve colocar o ombro afectado do doente mais para a
frente (cuidado para não puxar pelo braço!). O braço deve ficar esticado, a palma da mão
virada para cima e os dedos afastados. Se a mão tiver espasticidade, deve ser aberta de forma
gradual e suavemente, para não aumentar a espasticidade.
- Deve colocar a perna afectada ligeiramente dobrada.
- A perna sã deve ficar dobrada e apoiada numa almofada, à frente da perna afectada.
Deitado com o lado afectado para cima:
- Colocar o braço afectado esticado com a mão aberta sobre almofadas, até ficar à altura
do ombro.
- Colocar a perna afectada ligeiramente dobrada e apoiada numa almofada.
- Se necessário, colocar uma almofada nas costas para o doente não rolar para trás.
Deitado de costas:
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Colocar uma almofada debaixo do ombro afectado, deixando o cotovelo esticado e a
palma da mão virada para cima.
- Colocar uma almofada debaixo da anca afectada. O joelho deve ficar ligeiramente
dobrado.
- A perna afectada deve ficar rodada para dentro.
Sentado:
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Deve estar sentado direito e com as costas encostadas à cadeira.
- O braço afectado deve estar apoiado numa mesa ou tabuleiro e em almofadas. O
cotovelo deve ficar esticado e a mão aberta.
- Se necessário, deve colocar uma almofada debaixo da nádega afectada para que o
joelho não rode para fora.
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