1 2 ÍNDICE Introdução Primeira Parte: a faraó Merneith Capítulo I: debate dos egiptólogos 1 – Merneith: regente 2 – Merneith: faraó Capítulo II: realizações de Merneith 1 – Na área cultural 1.1 – opção pelo dominante hierático como linguagem 1.2 – As Casas da Vida: teorias e práticas 2 – Na área religiosa 2.1 – Casas da Vida: templos de Esoterismo avançado 3 – Na área administrativa 3.1 – Transformação de vilarejos em grandes cidades Segunda Parte: A deusa Mafdet 1 – A primeira deusa da Justiça 2 – A Senhora da Casa da Vida Notas escrita 3 Faraó era o título atribuído aos reis (com estatuto de deuses) no Antigo Egito. O termo de origem egípcia que significava propriamente "casa elevada", indicando inicialmente o palácio real. Este termo, na realidade, não era muito utilizado pelos próprios egípcios. No entanto, devido à inclusão deste título na Bíblia, mais especificamente no livro do "Êxodo", os historiadores modernos adotaram o vocábulo e generalizaram-no. A imagem que o grande público tem dos faraós vem, em grande parte, daquela que nos é dada pelas grandes produções cinematográficas, onde o Faraó aparece como um monarca todo poderoso que governa de modo absoluto, rodeado de uma corte de servos e obrigando uma multidão de escravos a construir monumentos em sua honra. Mas, ainda que muitos dos faraós tenham sido, sem dúvida, déspotas - a ideia da monarquia absoluta tem aqui os seus primórdios - a verdade é que este termo abrange uma grande variedade de governantes, de índoles e interesses diversos. Em cerca de três mil anos de tradição faraônica, passaram pelo trono do Egito homens (e algumas mulheres) com aspirações bem diferentes. Desde os misteriosos construtores das pirâmides de Gizé, ao poeta místico Akhenaton, passando pelo lendário Ramsés II, encontramos toda uma diversidade de indivíduos que, no seu conjunto, governaram uma das mais importantes civilizações humanas. O poder dos faraós Os faraós eram os reis do Egito Antigo. Possuíam poderes absolutos na sociedade, decidindo sobre a vida política, religiosa, econômica e militar. Como a transmissão de poder no Egito era hereditária, o faraó não era escolhido através de voto, mas sim por ter sido filho de outro faraó. 4 Desta forma, muitas dinastias perduraram centenas de anos no poder. Na civilização egípcia, os faraós eram considerados deuses vivos. Os egípcios acreditavam que estes governantes eram filhos diretos do deus Osíris, portanto agiam como intermediários entre os deuses e a população egípcia. Os impostos arrecadados no Egito concentravam-se nas mãos do faraó, sendo que era ele quem decidia a forma que os tributos seriam utilizados. Grande parte deste valor arrecadado ficava com a própria família do faraó, sendo usado para a construção de palácios, monumentos, compra de joias, etc. Outra parte era utilizada para pagar funcionários (escribas, militares, sacerdotes, administradores, etc.) e fazer a manutenção do reino. Ainda em vida o faraó começava a construir sua pirâmide, pois esta deveria ser o túmulo para o seu corpo. Como os egípcios acreditavam na vida após a morte, a pirâmide servia para guardar, em segurança, o corpo mumificado do faraó e seus tesouros. No sarcófago era colocado também o livro dos mortos, contando todas as coisas boas que o faraó fez em vida. Esta espécie de biografia era importante, pois os egípcios acreditavam que Osíris (deus dos mortos) iria utilizá-la para julgar os mortos. (http://www.sohistoria.com.br/ef2/egito/faraos.ph p) (Apenas um reparo, na época da I Dinastia, não havia ainda as pirâmides, sendo que os corpos dos faraós eram sepultados em mastabas.) 5 INTRODUÇÃO A maioria dos curiosos sobre o Egito antigo nunca ouviu falar de Merneith [1], a primeira faraó do Egito, membro da I Dinastia [2], nem ouviu qualquer referência a Mafdet, a mais antiga deusa da Justiça, cujo culto começou no reinado do faraó Hórus Den [3], também da I Dinastia, o qual também é pouco conhecido do público leitor em geral. E, na verdade, os egiptólogos debatem até hoje se Merneith foi realmente faraó ou se foi apenas regente durante cinco anos, enquanto seu filho Hórus Den não chegava à maioridade. Cheguei à conclusão de que Merneith foi realmente a primeira faraó do Egito antigo e, quanto a Mafdet [4], foi a mais antiga deusa da Justiça, cujo culto foi instituído justamente por Hórus Den como uma homenagem à sua mãe Merneith depois do decesso dela. Trata-se de uma história muito bonita, pois representa a grande amizade entre um filho e sua mãe, que perdurou enquanto conviveram e ultrapassou a barreira da morte da mãe. Den e sua genitora real, além e acima de tudo, desempenharam um importante papel na I Dinastia, tendo sido o reinado dela o mais progressista de toda a História do Egito antigo e o dele uma continuidade do trabalho iniciado por ela, sendo que, enquanto viva, foi ela quem exerceu o governo, enquanto o filho vivia preocupado com seus estudos e as suas sucessivas investidas militares contra os povos da península do Sinai, com a finalidade de apropriar-se das riquezas minerais daquela região. 6 A atuação de Merneith, por cinco anos, como faraó de fato, depois sua atuação de fato durante os doze primeiros anos do reinado de Den, e, depois de sua morte, a presença inteligente e honesta do vizir Hemaka, tudo isso deu a impressão a alguns pesquisadores menos atentos de que os feitos de cinquenta anos se devem única e exclusivamente à competência de Den. Vejam o que diz esta nota: “Den (c. 2990 a.C.) foi o sexto rei da primeira dinastia e considerado o maior. Ele governou por 50 anos, período durante o qual o país prosperou. Sua reputação como um rei eficaz vem de seus melhoramentos para a economia do país, conquistas militares e a estabilidade do seu reinado, como evidenciado por projetos de edifícios luxuosos e excelentes obras de arte.” (http://www.ancient.eu/article/860) Em resumo, os governos de ambos podem ser considerados como um só. Esta forma de entender os fatos é uma teoria minha, depois de pesquisar durante cerca de três anos sobre aqueles dois personagens: Merneith e Hórus Den, bem como sobre a deusa Mafdet. Outro dado importante para o conhecimento dos prezados leitores é a existência das chamadas Casas da Vida [5] (Per Ankh), que funcionavam em determinados templos e onde se estudavam e praticavam os conhecimentos mais avançados em todas as áreas da época, dentre os quais a Medicina e a Astronomia. Garanto aos prezados leitores que nunca viram uma abordagem deste estilo em todos os eventuais estudos e leituras que tenham realizado sobre o Egito antigo. 7 Aviso, já de início, que não irei citar extensa bibliografia visando mostrar que realmente pesquisei os temas e não tentarei convencer os historiadores reducionistas - que nunca chegam a conclusões, mas apenas criam e sustentam dúvidas, mesmo diante das mais claras evidências - porque este livro se destina aos leitores leigos, de mente aberta e que querem ouvir as verdades, faladas de forma simples e compreensível. Boa leitura! 8 PRIMEIRA PARTE: A FARAÓ MERNEITH Para início de conversa, vamos dizer aos prezados leitores que Merneith viveu no Egito antigo há cerca de cinco milênios atrás. Era filha de um faraó e casou-se com seu meio-irmão, uma vez que era costume nas famílias reais egípcias daquele tempo esse tipo de casamento chamado hoje de incestuoso, cuja finalidade, sobretudo, era a de não deixar penetrar nas famílias reais pessoas estranhas. Os membros dessas famílias se consideravam superiores às demais pessoas e não queriam que ninguém de fora se imiscuísse nos projetos e ambições que os caracterizavam. A versão de que pretendiam não misturar o sangue é apenas uma farsa, pois o que visavam era realmente conservar-se à parte do restante da população. Quando casavam com gente de outras famílias era, geralmente, visando vantagens políticas ou financeiras. Em resumo, não se casava por amor e sim por interesse. Os faraós costumavam ter várias esposas, sem contar as concubinas, justificando essa mentalidade poligâmica com o pretexto de garantirem a sucessão no trono, mas a verdade é que os faraós eram, no geral, sexualmente promíscuos, havendo registros de que, inclusive, havia o costume de se masturbarem em público. Merneith, então, como filha de um faraó e sua esposa principal do faraó seu meio-irmão, tinha um destaque especial dentro da corte. 9 O casamento com seu irmão se deu por uma questão de conveniência e daí nasceram o filho Den e uma filha, cujo nome não foi registrado. O faraó seu marido governou apenas durante cerca de dez anos e, além do filho e da filha havidos com a esposa principal, teve um filho com uma concubina, o qual pretendia tornar-se faraó, quando seu pai faleceu, mas nunca conseguiu seu intento, pois Merneith assim não o permitiu. Assim, após a morte do seu marido real, Merneith assumiu o comando do país na qualidade de faraó, permanecendo nessa situação durante cinco anos, sem contar mais doze em que, usando o prestígio junto ao seu filho Den, tornado faraó, governou, ao todo, durante dezessete anos. Os egiptólogos debatem se Merneith foi faraó ou apenas regente, porque não foi identificada nos túmulos e registros da época como tal, mas a prova mais contundente em favor da tese de Merneith faraó é a de que, como era costume entre os faraós da I Dinastia, mandou construir para si dois túmulos: um em Abidos [6] e outro em Saqqara [7]. É de se notar também que somente na Dinastia seguinte, ou seja, a II, editou-se uma lei permitindo que as mulheres pudessem ocupar cargos mais elevados no país. Tenho certeza de que foi graças à atuação de Merneith que essa lei foi editada e tornasse possível o destaque feminino, numa época em que o machismo era muito mais restritivo do que hoje. Mas vamos desdobrar estes assuntos no decorrer do estudo que ora realizamos. Eis aqui o que restou de um dos túmulos de Merneith: 10 A figura abaixo é uma reconstituição do túmulo de Merneith em Abidos 11 CAPÍTULO I: DEBATE DOS EGIPTÓLOGOS Não compensa citar os nomes dos egiptólogos que defendem a tese de Merneith como faraó e dos que a qualificam apenas como regente do filho Den. Talvez a divisão seja meio a meio entre os prós e os contras e cada historiador se baseia em determinados argumentos, que julga irretorquíveis. Eis aqui uma reprodução da fisionomia de Merneith em estátua da sua época: Tratava-se de uma bela mulher, que cuidava com esmero da própria aparência e (risos!) dava muito trabalho às esteticistas que cuidavam do seu cabelo tingido de vermelho, sua pele e aos responsáveis por confeccionar seu vestuário, suas joias etc. etc. Era um modelo de bom gosto e requinte. 12 1 – MERNEITH: REGENTE Regente teria sido se apenas se restringisse a administrar em nome do filho, que ficou órfão de pai, estando em idade ainda inúbil. Mas uma mulher de personalidade forte como Merneith não se contentaria em apenas tutelar o filho enquanto infante. Assumiu o comando do país, que, já na época, englobava o Alto e o Baixo Egito, e só não ostentava a coroa dupla, porque era inteligente e sutil o suficiente para não desafiar a nobreza, que não aceitaria uma faraó de saia. Sabia driblar as oposições e, assim, durante cinco anos, foi faraó de fato, mesmo que muitos a tratassem como mera regente. O que importa, no final das contas, não é o título que seus contemporâneos aceitaram que ela ostentasse, mas sim suas realizações em prol do seu país e seu povo. Os historiadores, aliás, perdem tempo demais com essa disputa e não encontrei nenhum que desse valor às suas realizações, perdendo tempo apenas com a disputa sobre se foi faraó ou apenas regente. Acho que, para os leigos, interessa muito mais saber das suas realizações do que se pode ser considerada a primeira faraó do Egito antigo. O feminismo é uma bobagem e, como faraó ou como simples regente, mudou a realidade do Egito do seu tempo, como veremos a seguir. 13 2 – MERNEITH: FARAÓ Tenho dados para certificar que governou durante dezessete anos, pois não teria conseguido realizar tanto em apenas cinco anos como regente. Enquanto seu filho ainda era menor, Merneith foi faraó de direito e, enquanto seu filho foi faraó de direito, nos doze primeiros anos como tal, Merneith foi faraó de fato. Na verdade, seu entrosamento com o filho era tão grande e tinha tanta ascendência sobre ele, o qual a idolatrava, que ele pouco se importava de ser apenas um testa de ferro da mãe. Com a morte da mãe, a administração de fato passou a um seu vizir Hemaka [7], que cuidava da parte prática do faraó intelectual e guerreiro. Na verdade, Hórus Den era um guerreiro e intelectual, mas nada o motivava como administrador que tinha o dever de ser. Ficou conhecido como “o homem do deserto”, porque estava sempre inventando motivos para guerrear contra os povos do Sinai, ambicionando suas riquezas minerais. Sua belicosidade era tão notória e sua inclinação pelas mulheres tão evidente, que alguns daqueles povos lhe deram esposas e concubinas em troca da promessa de não guerrear contra eles. 14 CAPÍTULO II: REALIZAÇÕES DE MERNEITH Antes de Narmer [8], considerado o fundador da I Dinastia, aquele território que se conhece atualmente como o Egito antigo era povoado por uma grande quantidade de pequenas comunidades. Foi Narmer quem, com sua personalidade forte e inteligente, reuniu-as em dois países: o Alto [9] e o Baixo Egito [10], que, posteriormente, foram reunidos em um só, na época Merneith. 15 Ela, todavia, nunca foi retratada com as duas coroas, mas Den, seu filho, já aparece com a coroa dupla. Vejam nesta imagem: Narmer (Menés) aplainou o terreno e retirou os entulhos, digamos assim, para que, depois de alguns faraós inexpressivos em termos de realizações idealistas, Merneith, em dezessete anos, junto com outros sonhadores de sonhos bons, dentre os quais seu filho Den e o vizir Hemaca, construísse o alicerce do grande monumento que seria a futura nação atualmente chamada de Egito antigo. Vamos ver, a seguir, as principais realizações de Merneith e seus aliados. 16 1 – NA ÁREA CULTURAL O que se pode entender como Cultura? Alguns consideram essa expressão, consciente ou inconscientemente, como tudo que venha a mudar a Natureza. Acreditam que a Natureza precisa ser aperfeiçoada com as inovações que os pesquisadores vão idealizando. A Arte, a Filosofia, a Ciência e a Religião, que são as quatro ramificações da Cultura, teriam de ter a mão humana para alcançar a perfeição possível. Dessa forma, a Arte não deve ser o aproveitamento dos elementos abundantes no mundo, mas sim a criação de novidades, considerando como inferiores manifestações todas aquelas que pouco ou nada modificam as coisas que brotam da terra, das plantas, das cordas vocais dos pássaros, do ruído calmante das águas correntes, do roncar dos trovões etc. etc. Artistas de escol seriam aqueles que recriam o mundo, partindo de sua imaginação em direção a uma realidade que eles querem que nada tenha da espontaneidade do mundo nativo. A Filosofia seria um eterno duvidar e interrogar-se apenas para mostrar que o raciocínio treinado pode fazer malabarismos que pouca gente conseguirá acompanhar e os pouco letrados terão de reconhecer a superioridade de tais filósofos. Esses não levam em conta, como ponto de partida, a Natureza, que tem suas leis sábias e que funciona sob sua égide, com perfeição matemática. 17 A Ciência dos antinaturalistas teria de voltar-se para a criatividade levada a extremos, porque a Natureza significaria coisa de gente inculta. A Religião deveria ser a crença apenas naquilo que o raciocínio cartesiano aprova e não teria nunca condições de acreditar que Deus se manifesta inclusive através dos fenômenos da Natureza, que os fazem respeitáveis e dignos de reconhecimento e valorização. Por isso, a arrogância jogou na vala do desprezo, com o nome de Paganismo, o valor dos animais, dos vegetais, dos minerais e dos demais elementos. A contribuição mais importante de Merneith e seus aliados não foi construir o que muitos construíram; determinar seu auto endeusamento, como outros fizeram; registrar seu nome na História a peso de falsificações, como a maioria tem concretizado, através de historiadores mercenários. O que ela realizou de mais importante na área cultural? – Investiu forte nas chamadas Casas da Vida, que eram, ao mesmo tempo, centros onde se estudava e praticava a Arte, a Filosofia, a Ciência e a Religião voltadas para a Natureza. Muitos entenderam as Casas da Vida como meras bibliotecas ou como escolas de Medicina, mas elas foram muito mais do que isso. Dito isto, passemos às outras realizações de Merneith. 18 1.1 – OPÇÃO PELO HIERÁTICO COMO LINGUAGEM ESCRITA DOMINANTE Tanto quanto hoje não se faz possível o arquivamento de grande quantidade de informações sem os recursos da Informática, naquele tempo era a utilização de uma linguagem menos formal e mais simplificada, que permitisse maior velocidade na sua concretização nos registros. O hierático, que tinha pouco prestígio diante da linguagem hieroglífica, passou a ser usado como forma dominante no período do reinado de Merneith. Na certa que desagradou grande parte daqueles que dominavam a escrita hieroglífica, que se mantinham, até então, como profissionais seletos. A relativa simplicidade do hierático proporcionou a democratização da Cultura e bem assim o significativo aumento da produção literária, científica etc. Tendo de enfrentar os conservadores, sobretudo os sacerdotes, foi mais um motivo para eles próprios trabalharem contra a qualificação de Merneith como faraó. 19 1.2 – AS CASAS DA VIDA: TEORIAS E PRÁTICAS Transcrevo o que consta de http://temple.egyptien.egyptos.net/infos/medecine.php, a fim dos prezados leitores terem uma noção do que foram as Casas da Vida no Egito antigo, segundo a ótica de quem elaborou o texto: “Medicina A utilização de fórmulas mágicas ligadas às divindades em numerosos remédios leva a pensar que a organização teológica desempenhava um papel no mundo da Medicina egípcia. Os sanatórios: Presume-se que numerosos templos possuíam sanatórios, instalações destinadas ao tratamento de pessoas doentes. Todavia, somente as instalações do templo de Dendera permanecem conservadas em bom estado. O sanatório do templo de Dendera estava organizado em um salão central no qual os sacerdotes derramavam água sobre fórmulas mágicas (água destinada a ser bebida pelos doentes) e câmaras anexas onde os doentes aguardavam a boa graça da divindade em questão, aqui, Hathor. Os sanatórios eram construídos próximos de templos de divindades conhecidas por seu poder curador (Hathor era conhecido por sua grande benevolência), a Medicina dos sanatórios é, portanto, sobretudo, passiva. No templo de Hatshepsout, em Deir el-Bahari, o terraço foi utilizado, na época ptolomaica, para receber as boas graças de Imhotep, divinizado na época. A lenda conta que uma voz ditava os remédios a serem empregados a cada paciente. O relevo dos instrumentos cirúrgicos do templo de Kom Ombo (que não julgamos necessário retratar nesta transcrição) levam a pensar que os templos, e, portanto, os sanatórios, exerciam trabalhos cirúrgicos, pelo menos na época ptolomaica. Os “sonhos terapêuticos” faziam igualmente parte integrante dos remédios empregados, uma vez que possibilitavam, na tradição, de indagar diretamente os deuses sobre os remédios a utilizar. Aprendizado na Casa da Vida: 20 A Casa da Vida (ou “per ankh”) era uma instituição típica dos templos do Egito antigo. Segundo Bruno Halioua, a passagem pela Casa da Vida fazia parte dos “estudos de Medicina”. Com efeito, parece que esses lugares conservavam numerosos papiros muito antigos nos quais as noções de Medicina poderiam ser abordadas. Determinados textos fazem pensar que as Casas da Vida representavam um verdadeiro departamento médico onde os novos médicos podiam aprender, junto aos doentes, a prática sanitária. Esse departamento continha também uma farmácia onde se preparavam os remédios, se podemos interpretar assim com base na citação: “guardiã da mirra da Casa da Vida” registrada em um papiro. Os especialistas se perguntam também sobre a existência de um aprendizado clínico na Casa da Vida. Uma coisa é certa: a cópia de documentos nessa instituição evidentemente permitiu a conservação de uma cultura médica multimilenária nos templos. Sacerdotes-médicos: A associação da Medicina com a Religião vem desde o começo da civilização egípcia. Para eles, a doença era obra de um demônio, que deveria ser combatido por meio de fórmulas mágicas. A melhor maneira de combatê-los era pedir o socorro de um deus, ou vários, o que explica essa dupla função de sacerdote e médico. Os médicos eram subordinados aos sacerdotes de Sekhmet ou de Selket (ou Selkis). Com efeito, segundo a tradição, era Sekhmet que espalhava as doenças no mundo… mas que sabia igualmente curá-las. Os sacerdotes de Selket tinham que passar pelo animal de poder dela: um escorpião, representação do mal que era necessário destruir. Os sacerdotes de Sekhmet estavam preparados para atuar também como veterinários. Existiram igualmente sacerdotes-médicos, sacerdotes esses que, além de outras tarefas a serviço de um deus, estudavam a Medicina. É o caso de Qâr, sacerdote-médico do Antigo Império, cuja tumba foi recentemente descoberta em Saqqarah. Essa tumba continha numerosos instrumentos cirúrgicos e também numerosas estátuas de divindades… ligadas à 21 Medicina, como Imhotep (considerado o criador da Medicina) Hathor, Osíris e também Sekhmet. Todas essas informações colocam em evidência o papel importante do templo na Medicina egípcia, além da sua implicação econômica.” 22 2 – NA ÁREA RELIGIOSA O próprio nome Merneith dá uma indicação da preferência da faraó pela deusa mais antiga do Egito, que era Neith, a deusa-mãe, a qual muitos séculos depois seria chamada por muitos de Madona Negra, identificada no Cristianismo como a Mãe Santíssima, a Mãe de Jesus e, no Brasil, a partir do final do século XVIII, como Nossa Senhora Aparecida. Outro deus da sua preferência era Hórus, que muitos não entenderam, mas que era respeitado e adorado pela sua posição na hierarquia dos deuses como a que Jesus Cristo foi guindado na crença dos que instituíram a corrente religiosa chamada de Cristianismo. Um terceiro deus, menor do que os dois citados anteriormente, seria Seth, o responsável mais destacado pela luta do Bem contra o Mal. Assim, fazendo uma comparação com a crença cristã, Merneith adorava, com as devidas adaptações, a Jesus Cristo, Mãe Santíssima e o Arcanjo Miguel. Essa mudança de rumo na religião egípcia perdurou por um tempo não muito posterior ao decesso de Merneith e seu filho, uma vez que outros faraós que a sucederam, de outras Dinastias, destacaram outros deuses. 23 2.1 – CASAS DA VIDA: TEMPLOS DE ESOTERISMO [11] AVANÇADO As Casas da Vida se localizavam, naquela época, em templos dedicados a Hórus, a Seth e a Neith, naturalmente, pois eram os deuses da devoção da faraó, que materialmente as sustentava com seus recursos financeiros pessoais, que não eram poucos. Vale a pena repetir que Hórus era a simbolização de daquele que tinha todo o prestígio e o poder de Jesus Cristo. Tratava-se de um personagem de grandiosa estatura espiritual, maior do que os outros deuses masculinos. Neith era a Mantenedora de todas as formas de vida, como uma Grande Mãe de todas as criaturas: era a maior das entidades espirituais femininas, da mesma elevação de Hórus. Abaixo deles havia a força justiceira de Seth, em quem alguns desinformados viram só o aspecto violento. Os sacerdotes moravam no andar superior desses templos, enquanto que o andar térreo era ocupado pelas atividades das Casas da Vida. Somente pessoas que conseguiam aprovação, através de testes de moralidade, inteligência e coragem, podiam ingressar nas Casas da Vida inicialmente como aprendizes e, de acordo com o caso, continuarem ligados a ela mais ou menos importantes dentro da sua estrutura organizacional. Mas, infelizmente, apesar de todos os investimentos naqueles aprendizes ou graduados, grande número deles se desviava do caminho da retidão, porque a Ética era o dado mais importante, tanto na vida pública quanto na vida privada, sendo que, realmente, até hoje poucas pessoas 24 conseguem viver um estilo de vida que se possa classificar como realmente ética. O chamado Esoterismo era um conjunto de conhecimentos e vivência, sobretudo, das formas de integração com a Natureza de corpo e alma, o que proporcionava aos iniciados saúde acima do comum das pessoas, força mental e capacidade de curar os doentes do corpo e da mente. Sabiam que há uma figura central no panteão dos deuses onde estaria o Criador e Mantenedor do Universo, que chamavam de Grande Mistério. Os deuses acima referidos seriam os intermediários mais graduados do Grande Mistério junto aos humanos da Terra. Quanto aos animais, vegetais e minerais, eram tratados como criaturas tão respeitáveis no sentido de compromisso de não matá-las nem limitar-lhes a liberdade sem razão. Afirma-se que, por exemplo, que os leões eram a segunda espécie mamífera mais numerosa, somente suplantada pelos seres humanos. Por aí dá para entender o porquê de terem existido tantas representações artísticas, como esculturas etc., de gatos, crocodilos, chacais, falcões etc. etc. Os sacerdotes cristãos deturparam a compreensão sobre isso tudo com a única finalidade de adquirirem riquezas e prestígio à custa da nova religião que implantaram, que chamaram de Cristianismo, como se Jesus Cristo tivesse fundado alguma corrente religiosa. 25 Mas este assunto consta de outros livros e para este basta dizer que os cultos a Hórus, Seth e Neith não eliminavam a crença no Grande Mistério. Assim, o chamado Paganismo fica compreensível para os prezados leitores. Não eram politeístas nem pagãos, mas sim representavam os emissários divinos sob a aparência de criaturas que respeitavam, ou seja, os sub-humanos eram valorizados e não maltratados e dizimados, como acontece hoje. 26 3 – NA ÁREA ADMINISTRATIVA A diferença entre um administrador bondoso e um administrador perverso é que as realizações do primeiro são úteis a grande número de pessoas, enquanto que as do segundo servem apenas para si mesmo e seus bajuladores. Merneith introduziu mudanças que melhoraram as condições de vida da grande população do seu país. Com isso desagradou a classe da nobreza, que passou a odiá-la e fez de tudo para apagar seu nome, só não o conseguindo porque Hórus Den, ao contrário, valorizou-a a ponto de, depois do falecimento dela, instituir o culto a uma nova deusa, que chamou de Mafdet. Para quem tem intenções nobres e generosas tudo são oportunidades de concretizar medidas progressistas. Enumerar as várias medidas administrativas implementadas é impossível, pois cada dia representava uma série de ideias inteligentes e boas colocadas em prática para gerar felicidade, cultura e meios de sobrevivência para todos, através do trabalho. Imaginem uma governante criativa e idealista e verão Merneith atuando durante dezessete anos. 27 3.1 – TRANSFORMAÇÃO DE VILAREJOS EM GRANDES CIDADES Na História do Egito aparecem várias grandes cidades, algumas delas desenvolvidas naquela época. Eis aqui os nomes de algumas das grandes comunidades egípcias: Abidos, Abusir, Alexandria, Amarna (Akhetaten), Amenemhat-itj-tawy, Assiut, Assuã, Aváris, Buto, Canopo, Dendera, Djedet, Edfu, Elefantina, Heliópolis, Herancleópolis Magna, Hermópolis, Leontópolis (Heliópolis), Mênfis, Naqada, Naucratis, Nekhen, Pelúsio, Pi-Ramsés, Saís, Sebenitos, Tafnes, Tânis, Tebas, Tennis e Tinis. 28 SEGUNDA PARTE: A DEUSA MAFDET 29 1 – A PRIMEIRA DEUSA DA JUSTIÇA Realmente, o culto a Mafdet foi instituído por Hórus Den. “A deusa era destacada durante o reinado do faraó Den, da primeira dinastia, cuja imagem aparece em fragmentos de vasos de pedra do seu túmulo e é mencionada em uma dedicatória na pedra de Palermo.” (https://en.wikipedia.org/wiki/Mafdet) Suas atribuições eram a aplicação da Justiça e outras, dentre as quais guardar a segurança do faraó, que era, nada mais, nada menos do que o próprio filho, que nunca a esqueceu. 30 2 – A SENHORA DA CASA DA VIDA Vejam esta citação: “Her other known titles include “Lady of the House of Life”, “Slayer of Serpents”, and the “Great Cat”.” (Seus outros títulos conhecidos são ‘a Senhora da Casa da Vida’, ‘Caçadora de Serpentes’ e ‘Grande Felina’”.) 31 NOTAS [1] Merneith “Merineit, Merneit, Merneith ou MerytNeith ("Amada de Neit") foi possivelmente esposa do faraó Dyet e mãe de Den. É por alguns considerada como a primeira rainha dirigente do Antigo Egito, durante a minoridade de seu filho Den. Encontrou-se uma rastro com seu nome num túmulo em Umm el Qaab em Abidos. Seu nome também se encontrou num selo no túmulo T de Umm el Qaab, com as dos monarcas da Dinastia I. É possível que tenha sido ali sepultada, ainda que se acharam restos de sua mastaba em Saqqara. Precedido por Djet Faraó regente 3050 a.C. 3045 a.C. Sucedido por Den (https://pt.wikipedia.org/wiki/Meritneit) [2] I Dinastia “A primeira dinastia de faraós egípcios faz parte, juntamente com a segunda dinastia, da Época Tinita (os Hórus tinitas - por terem origem em Tis, no Alto Egipto) ou período arcaico da sua história, indo de 3200 a.C. até 2778 a.C (variando estas datas consoante as fontes bibliográficas). A primeira e segunda dinastia são, ainda, unidas sob a designação de "Período Protodinástico", sendo antecedida, por alguns autores, de uma Dinastia 0. Começou com a unificação do Alto Egipto com o Baixo Egipto. Formava-se, assim, um reino que ia da primeira 32 catarata em Assuão até ao Delta do Nilo, ao longo deste rio. Os documentos históricos que nos chegam desta época são escassos, reduzindo-se a alguns monumentos e alguns objectos que ostentam o nome dos governantes. A chamada "paleta de Narmer" é, sem dúvida, destes objectos, o mais importante e mais discutido. Uma das razões para esta falta de documentação deve-se ao facto de escrita estar, então, em desenvolvimento, não existindo na forma acabada dos hieróglifos que conhecemos hoje. Grandes túmulos reais em Abidos, Naqada e Saqqara, juntamente com os cemitérios em Helouan, perto de Mênfis, revelam estruturas construídas em grande parte de madeira e tijolo de adobe. A pedra era, parcamente, utilizada no revestimento de paredes e do chão. A pedra era aplicada essencialmente na manufactura de ornamentos, recipientes e estátuas. Lista de Faraós A primeira dinastia foi composta pelos seguintes faraós (por ordem cronológica): Primeira dinastia Nome Comentários Data reinado Narmer ou Menés? 3200 a.C. Aha – do 3049 33 Djer 3049 a.C. – 3008 Djet 3008 a.C. – 2975 Merneith Regente Den Den ou Udimu 2975 a.C. – 2935 Anedjib ou Enezib 2935 a.C. – 2925 Semerkhet 2925 a.C. – 2916 Qaa 2916 a.C. – 2890 Precedido por Dinastia 0 de Dinastias faraónicas – Sucedido por II dinastia (https://pt.wikipedia.org/wiki/I_dinastia_eg%C3%ADpcia) [3] Hórus Den “Den, também conhecido como HorDen, Dewen e Udimu, é filho de Hórus foi um Faraó da 34 que governou durante Primeira Dinastia Egípcia . Ele é o melhor governante arqueologicamente -atestado deste período. Den trouxe prosperidade para o seu reino e inúmeras inovações são atribuídas ao seu reinado. Ele foi o primeiro a usar o título de "Rei da Baixa e Alto Egito", e o primeiro descrito como vestindo a coroa dupla (vermelho e branco).. O piso de seu túmulo e de sua tumba em Umm el-Qa'ab e em Abydos é feito de granito vermelho e preto, e foi a primeira vez no Egito esta pedra dura foi usada como material de construção. Durante seu longo reinado, ele estabeleceu muitos dos padrões de condutas ao ritual tribunal e royalties usados por governantes posteriores e ele foi tido em alta consideração por sua imediata relação pelos seus sucessores imediatos. Foi um dos governantes mais importantes deste período. Seu reinado é marcado por um grande desenvolvimento na arquitetura funerária e pelo progresso do estado, na administração, economia, artesanato, religião. Mais de 30 mastabas foram erguidas em Saqqara e Abu Rawash durante o seu reinado, por funcionários de todos os tipos, isso é sinal de uma administração próspera e forte. Assim como Djer, parece que Den também colaborou com a medicina e um dos estudos que se acredita seja de sua autoria, versa sobre o tratamento de fraturas. Den está registrado em numerosos objetos e fragmentos. Um selo de marfim encontrado em Abidos, mostra Den atacando um prisioneiro asiático. Seu nome aparece no serekh encimado por Hórus, mas há na frente da cena a representação de Seth como animal (chacal). O faraó Den foi o primeiro de uma série de eventos como, o primeiro a adotar o nome Nebty ou Duas Senhoras, o primeiro a ser representado usando a coroa dupla, o primeiro a incorporar uma longa escadaria em sua tumba e foi o criador da posição de vizir para o Baixo Egito (ocupada por um homem de nome Hemaka, cuja tumba, 35 muito rica, está em Saqqara). Também é creditado a ele o primeiro censo no Egito, contando todas as pessoas do norte, leste e oeste para determinar os impostos. O historiador egípcio antigo Manetho o chamou de "Oúsaphaîdos" e creditou-o com um reinado de 20 anos, enquanto o Royal Canon of Turin está danificado e, portanto, incapazes de fornecer informações sobre a duração do reinado de Den. Egyptologists em geral acreditam que Den teve um reinado de 42 anos, com base nas inscriptions da Palermo Stone. Fontes dos Nomes O nome do Faraó Den, serekh é bem atestada em impressões de selos de barro, nos rótulos de marfim e em inscrições em vasos feitos de xisto, diorito e mármore. Os artefatos foram encontrados em Abydos, Sakkara e Abu Rawash. O nome de Den também é atestada em documentos posteriores. Por exemplo, o Papiro de Medicina de Berlim (Ramesside era) discute vários métodos de tratamento e terapias para uma série de doenças diferentes, Alguns desses métodos são disse a origem no reinado de Den, mas esta declaração pode ser simplesmente tentando fazer o aconselhamento médico som tradicional e autoritária. Da mesma forma, Den é mencionado no Papyrus of Ani (também datada de Ramesside vezes ) no capítulo 64. Identidade Na serekh de Den era "Den" ou "Dewen", o mais provável que significa "aquele que traz a água". Isto é consistente com o seu nome de birth name, que significa "ele dos dois desertos. Egiptólogos, como Toby Wilkinson e Francesco Tiradritti pensar que o nome de nascimento refere-se ao leste e do deserto ocidental ambos em torno Egito como escudos de proteção do Baixo e Alto Egito. Isso está de acordo com a introdução da Nisut-Bity quanto ao título instituído por 36 Den. Este título real foi projetado para legitimar o poder sobre todo o Egito. A família de Den tem sido objecto de investigação significativa. Sua mãe era a rainha Merneith; esta conclusão é apoiada por impressões de selos contemporâneos e pela inscrição na pedra Palermo. As esposas de Den eram as rainhas Semat, Nakht-Neith e, possivelmente, Qua-Neith. Ele também teve numerosos filhos e filhas, seus possíveis sucessores para seus herdeiros poderiam ter sido os reis Anedjib e Semerkhet. Den Casa Real também é bem pesquisado. túmulos subsidiários mastabas e Sakkara pertencia a altos funcionários, como Ipka, Ankh-ka, Hemaka, Nebitka, Amka, Iny-ka and Ka-Za. Em um túmulo subsidiária nas necropolis, foi encontrado o stela raro de um anão chamado Ser-Inpu . O nome de nascimento de Den foi mal interpretado e traduzido por Ramesside E na listas do Reis Abydos King List tem “Sepatju” escrito com dois símbolos de "distrito". Esta deriva dos dois símbolos do deserto, que o faraó Den originalmente tinha usado. Na lista Turin King List refere-se a "Qenentj”, que é bastante difícil de traduzir. A origem dos hieróglifos usados hieroglyphs pela Royal Canon of Turin permanece desconhecida. A Saqqara Tablet misteriosamente omite Den completamente.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Den) [4] Mafdet “Nos primórdios da mitologia egípcia Mafdet era uma deusa associada à justiça e ao poder real. O seu nome significa provavelmente "a corredora". Era representada como um animal que ainda não foi possível identificar, sendo talvez uma pantera, um gato 37 almiscarado (civeta) ou mangusto) subindo por um bastão onde havia uma lâmina amarrada por uma corda. É provável que esta tenha sido a arma usada para decapitação nos primórdios. Em cenas do Novo Império ela é vista como o carrasco das criaturas malignas. Este instrumento era usado na aplicação da justiça, estando assim Mafdet ligada ao aspecto punitivo da justiça. Mafdet era a deusa da justiça legal ou possívelmente da execução, mas também era associada à proteção dos aposentos do rei e de outros locais sagrados, e ainda com a proteção contra animais venenosos, que eram vistos como transgressores da lei de Ma´at. É uma deusa bastante antiga, que já era adorada no tempo da I Dinastia (Época Tinita). Nos Textos das Pirâmides (meados do III milénio a.C.), assassina com as suas garras a serpente Apofis. Acreditava-se que a deusa combatia os escorpiões e as serpentes com as suas garras afiadas. Para além deste aspecto feroz, Mafdet tinha igualmente um lado benéfico, sendo invocada para afastar as picadas dos escorpiões e das serpentes. Era por isso chamada de "Senhora da Casa da Vida", uma referência ao local onde se curavam os doentes no Antigo Egipto. A deusa era também encarada como protectora do faraó. Essa deusa foi muito importante durante o reinado do faraó Den, da primeira dinastia, sua figura aparece em fragmentos de vasos de pedra da tumba deste faraó e é mencionada numa introdução dedicatória na Pedra de Palermo. Ela também é mencionada nos Textos das Pirâmides do Antigo Império como protetora do deus sol Ra, contra cobras venenosas. Representações 38 Deusas felinas. Artisticamente, Mafdet é mostrada como um felino, uma mulher com cabeça de felino ou um felino com cabeça de mulher, algumas vezes com os cabelos trançados cujas pontas terminam em caudas de escorpião. Algumas vezes ela é representada com um enfeite de cabeça feito de cobras. Também temos Mafdet como um felino correndo ao lado do grupo responsável por uma execução. Era dito que Mafdet arrancava o coração dos malfeitores, colocandoos aos pés do faraó, da mesma forma que os gatos domésticos fazem quando deixam aos pés do dono, roedores ou pássaros que caçaram. Durante o Novo Império, Mafdet podia ser vista no salão dos julgamentos em Duat, onde os inimigos do faraó eram decapitados pelas garras de Mafdet. Seu culto foi substituído, mais tarde, pelo de Bast, outra deusa-gato e uma guerreira leoa, Sekhemet, que era vista como protetora do faraó. Sua imagem felina permaneceu associada com os faraós, inclusive em seus bens pessoais e até mesmo na cama sobre a qual sua múmia era colocada.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Mafdet) [5] Casas da Vida “Casa da Vida ou Casa de Vida (em egípcio: Per Ankh) era o nome dado a instituição existente no Antigo Egipto dedicada ao ensino no seu nível mais avançado, 39 funcionando igualmente como biblioteca, arquivo e oficina de cópia de manuscritos. As Casas de Vida eram acessíveis apenas aos escribas e aos sacerdotes. Não se conhecem muitos pormenores sobre esta instituição, mas sabe-se que está surgiu na época do Império Antigo. Teria como sede o palácio real, mas funcionaria numa parte do templo ou então no edifício situado dentro da área do templo. Provavelmente cada cidade de dimensão média teria a sua Casa de Vida, conhecendo-se a presença destas instituições em locais como Amarna, Edfu, Mênfis, Bubástis e Abidos. Em Amarna a Casa de Vida era constituída por duas salas principais e os seus anexos, como a casa do director da instituição. Entre os ensinamentos ministrados nas Casas de Vida encontravam-se os de medicina, astronomia, matemática, doutrina religiosa e línguas estrangeiras. O conhecimento destas últimas tornou-se importante durante o Império Novo devido ao cosmopolitismo da era, marcada pelo domínio do Egipto sobre uma vasta área que ia da Núbia até ao rio Eufrates. Os escribas que trabalhavam nas Casas de Vida tomavam títulos como "Servidores de Rá" ou "Seguidores de Rá". Rá era o deus solar egípcio, aquele que dava a vida; assim, o título estava associado à ideia de que os escribas seriam eles próprios transmissores de vida. As Casas de Vida encontravam-se também associadas a Osíris, deus do renascimento. Acreditava-se que o acto de copiar textos ajudaria o deus a renascer todos os anos no seu festival. Bibliografia: - "As Casas da Vida do Egito Antigo e de Hoje", Irmandade dos Anônimos, Ed. AMCGuedes, Rio de Janeiro, 2013; - "O Trabalho Espiritual das Casas da Vida", Irmandade dos Anônimos, Ed. AMCGuedes, Rio de Janeiro, 2013.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_de_Vida) 40 [6] Abidos “Abidos, Abido ou Abdju (em grego: Αβυδος; em egípcio antigo: Abedju, ȝbḏw; em árabe: )أأ أأأ أ, foi o lugar de enterro mais importante de Antigo Egito a começos do período dinástico, e deixou impressões de assentamento que remontam até o período pré-dinástico de Nacada I. Com importância política desde a construção dos templos do faraó Seti I e posteriormente de seu filho Ramsés II, Abidos foi uma das províncias mais importantes durante a XIX dinastia e uma das cidades mais importantes do Baixo Egito, junto com Tebas, Dendera, Assuã, Luxor, Carnaque e Abu Simbel. Abidos foi o centro religioso de maior veneração popular em Egito. O culto a Osíris, no que se produzia ritualmente a morte e a ressurreição do deus, atraía peregrinos de todos os cantos do país. Muita gente desejava participar nas cerimônias nas quais se fazia referência a passar por processos de dor e morte para depois ressurgir ou reviver num mundo e uma consciência completamente novos. Na zona entre o templo de Osíris e os cemitérios, que se estendia 1,5 km aproximadamente ao sudoeste de Kom elSultan, até o templo de Seti I, os cemitérios são muitos mais extensos do que outros jazigos funerários locais. No Império Médio os faraós começaram a construir cenotáfios em Abidos, culminando na XIX dinastia com os templos de Seti I e Ramsés II. As atracções mais importante em Abidos são os templos de Seti I, Ramsés II, o de Osíris, e o Osireion, que se encontra por trás do templo de Seti I.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Abidos_(Egito)) 41 [7] Saqquara “Sacará ou Sacara (em árabe: ; أأأ أأtransl.: Saqqar a) é o nome de um sítio arqueológico do Egito, que funcionou como necrópole da antiga cidade de Mênfis, uma das várias capitais que o Antigo Egito conheceu ao longo da sua história. Situa-se a cerca de trinta quilómetros a sul da moderna cidade do Cairo, apresentando uma área com mais de seis quilómetros de comprimento e um quilómetro e meio de largura. No local encontram-se estruturas funerárias de um período que se estende desde 3 000 a.C. até 950 d.C. O nome "Sacará" deriva de Sokar, nome de um deus da mitologia egípcia considerado como protector da necrópole e que junto com o deus Ptá e o deus Nefertum formava a tríade (agrupamento de três divindades) de Mênfis. Alternativamente, há também quem procure relacionar este nome com o de uma tribo que ali viveu no passado, os Beni Sokar. Atualmente foi descoberto um túmulo, ao qual se encontravam os restos mortais da rainha Checheti (r. 2323–2 291 a.C.).Foi afirmado que a tumba que continha os restos mortais dentro de um sarcófago de granito, foi muito saqueada ao longo dos séculos. O túmulo foi encontrado perto de uma pirâmide descoberta a pouco tempo. A rainha Shesheti, mãe do rei Teti, foi a primeira faraó da 6ª dinastia a governar o Egito. (8/1/9) Túmulos da Época Tinita Na região norte de Sacará ("Sacará Norte" na linguagem arqueológica) foram descobertos a partir dos anos trinta do século XX um conjunto de túmulos de grande dimensões datados da Época Arcaica ou Tinita (período histórico constituído pela I e II dinastias). 42 A descoberta destes túmulos gerou certa perplexidade no meio egiptológico, dado que foram considerados como túmulos reais. Na época já se conheciam os túmulos reais da I dinastia em Abidos, tendo sido avançada a hipótese de que em Sacará estariam os verdadeiros túmulos reais e em Abidos uma espécie de cenotáfios. Contudo, hoje em dia considera-se que estes túmulos eram de altos funerários da época. Os túmulos encontrados correspondem ao tipo mastaba, encontrando-se alinhados no sentido norte-sul. Foram construídos em adobe, apresentando fachadas que imitam a fachada de um palácio real. Complexo funerário de Djoser Pirâmide de Djoser e ruínas circundantes Sacará é conhecida por nela se encontrar o complexo funerário de Djoser, rei da III dinastia egípcia, com a sua conhecida pirâmide em degraus (ou escalonada), embora esta estrutura, data de cerca de 2 630 a.C., não seja verdadeiramente uma pirâmide. O arquitecto do rei, Imhotep, levantou no local uma mastaba quadrangular, sobre a qual se ergueram, numa primeira fase, três andares e depois, mais dois. A estrutura acabou assim por apresentar seis "degraus", atingindo cerca de sessenta metros de altura. A mastaba apresentava o poço funerário habitual cavado no centro. Ao lado deste jazigo encontram-se outros aposentos funerários destinados a familiares do rei, cujas paredes estão cobertas por placas azuis. 43 O complexo inclui também um pátio ao ar livre, onde se celebrava a festa Sed, através da qual se pretendia renovar a força vital do soberano graças à realização de uma série de rituais. A norte do pátio estão dois edíficios que representam o Alto Egipto e o Baixo Egipto. Também na zona norte se encontra o serdab, nome árabe que designa uma pequena capela funerária onde se colocava uma estátua do defunto. Ali foi encontrada uma estátua do rei que se encontra hoje no Museu Egípcio do Cairo. O complexo encontra-se rodeado por uma muralha com dez metros de altura, que apresenta catorze portas falsas e uma verdadeira. Complexo funerário de Sekhemkhet Em Sacará também se encontra o complexo funerário de Sekhemkhet, o sucessor de Djoser. Situado a sudoeste do complexo de Djoser, este complexo não chegou a ser concluído devido à morte prematura do rei. O núcleo central era uma pirâmide com sete degraus, estando o complexo cercado por uma muralha. Debaixo da câmara funerária (onde se encontrou um sarcófago, mas sem um corpo dentro) existiam também galerias. As semelhanças deste complexo com o do rei Djoser leva alguns investigadores a considerar que ele pode também ter sido concebido por Imhotep. Serapeu Serapeu é a denominação atribuída a um necrópole a noroeste do complexo de Djoser onde se sepultaram os bois sagrados Ápis em grandes sarcófagos de granito. Esta estrutura, que consiste numa série de galerias subterrâneas, foi descoberta pelo egiptólogo francês Auguste Mariette e foi usada entre o tempo da XVIII dinastia (talvez desde o reinado de Amenófis III) e a era ptolemaica. Necrópole de animais sagrados 44 Na parte norte de Sacará situa-se outra necrópole para animais sagrados, onde se encontraram babuínos, falcões e íbis mumificados; as mães dos touros Ápis foram também sepultadas na área. A partir da Época Baixa (século VII - século III a.C.) verificou-se um crescimento da importância religiosa destes animais, tendo sido construído nesta zona de Sacará templos dedicados ao culto dos animais, acompanhados de estruturas residenciais para os sacerdotes. Sacará foi também um centro de devoção à deusa Bastet, como revelam as milhares de múmias de gatos que foram encontradas no sítio. Mosteiro de Apa Jeremias No final do século V d.C. foi fundado um mosteiro copta em Sacará por Apa ("pai") Jeremias. À medida que a comunidade cresceu, construíram-se capelas, igrejas e outros edifícios, recorrendo aos materiais que se encontram na zona. O mosteiro deixou de funcionar em meados do século IX.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Sacar%C3%A1) [8] Narmer “Narmer foi um faraó do Antigo Egito da Época Tinita (século XXXII a.C.). É pensado que ele é o sucessor do faraó protodinástico Escorpião II (ou Selk) e/ou Ka, e é considerado por alguns como sendo o unificador do Egito e fundador da Primeira Dinastia, e portanto o primeiro faraó do Egito unificado. A identidade de Narmer está sujeita a contínuo debate, embora o consenso dos egiptólogos é de que Narmer foi o faraó protodinástico Menés (ou Merinar revertendo dois hieróglifos que escrevem Narmer). Menés é também creditado com a unificação do Egito, como o primeiro 45 faraó. Esta conclusão de identidade conjunta é evidenciada por diferentes titularias reais em registros arqueológicos e históricos, respectivamente. Nome e identidade O comumente usado nome Narmer é uma interpretação do nome Hórus, um elemento da titularia real associado com o deus Hórus, e é mais integralmente dado como Hor(us) Nermeru, ou Hor(us) Merinar quando revertendo a pronunciação de 2 hieróglifos no nome. Nos hieróglifos egípcios, Narmer é representado foneticamente pelo hieróglifo peixe-gato (n’r) e cinzel (mr). Narmer e Menés Pela Época Tinita, o registro arqueológico refere-se ao faraó por estes nomes Hórus, enquanto os registros históricos, como evidenciados nas listas de Turim e Abidos, usam uma titularia real alternativo, o nome Nebty. Diferentes elementos titulares do faraó foram muitas vezes usados isoladamente, por razões de brevidade, embora a escolha variou de acordo com a circunstância e período. A corrente egiptóloga central segue o consenso de achados de Petrie em reconciliação com os dois registros e conecta o nome Hórus Narmer (arqueológico) com o nome nebty Menés (histórico). Lloyd (1994) encontrou a identificação "extremamente provável", e CervellóAutuori (2003) categoricamente afirma que "Menés é Narmer e a Primeira Dinastia começa com ele". Reinado A famosa Paleta de Narmer, descoberta em 1898 em Hieracômpolis, mostra Narmer exibindo a insígnia de ambos Baixo e Alto Egito, dando origem à teoria que ele unificou os dois reinos em 3100 a.C.. 46 O consenso egiptólogo geral identificando Narmer como Menés não é de forma universal. Isto tem implicações para o acordado da história do Antigo Egito. Alguns egiptólogos defendem que Menés é a mesma pessoa que Hor-Aha, e que ele herdou um Egito já unificado de Narmer; outros acham que Narmer iniciou o processo de unificação, conseguindo parcialmente este feito, deixando a conclusão para Menés. Argumentos que tenham sido feitos que Narmer é Menés é por causa de sua aparição em várias ostracas em conjunto com o hieróglifo do tabuleiro de um jogo para mn que parece ser um registro contemporâneo do contrário rei mítico. No sítio de Nahal Tillah, um caco de cerâmica foi encontrado com o serekh do rei Narmer mostrando que os reis egípcios tinham cinco nomes reais, um dos quais inclui também os sinais de min (Menés), sem título ainda mas adjacente ao nome de Hórus de Narmer. Isso levaria a conclusão de que os nomes reais de Menés incluem Narmer. No entanto, há contradições dentro de cada ostraca que menciona Menés, impedindo qualquer prova definitiva de sua identidade. A lista de reis recentemente encontrada nas tumbas de Den e Qa'a ambas listam Narmer como o fundador da sua dinastia, que foi seguido por Hor-Aha (mas Menés estava ausente). Outra teoria é igualmente plausível que Narmer foi o sucessor imediato para o rei que conseguiu unificar o Egito (talvez Escorpião II, cujo nome foi encontrado em uma cabeça de clava também descoberta em Hieracômpolis), mas ele adotou símbolos de unificação que já haviam sido usados talvez por uma geração. Sua esposa é pensado ter sido Neithhotep (literalmente: "Neith está satisfeita"), uma princesa do norte do Egito. Inscrições com o seu nome foram encontradas em tumbas pertencentes aos sucessores imediatos de Narmer, HorAha e Djer, insinuando que ela era mãe de Hor-Aha. 47 Tumbas e artefatos Durante o verão de 1994, a expedição de escavadeiras de Nahal Tillah, no sul de Israel, descobriu um fragmento de cerâmica incisa (ostraca) com o sinal do serekh de Narmer, o mesmo indivíduo, cuja paleta cerimonial de ardósia foi encontrada por James E. Quibell no Alto Egito. A ostraca foi encontrado em uma grande plataforma circular, possivelmente as bases de um silo de armazenamento em Halif Terrace. Datado de 3000 a.C., estudos mineralógicos do fragmento concluem que é um fragmento de uma garrafa de vinho que havia sido importado do Vale do Nilo para Canaã. Narmer havia produzido cerâmica egípcia no sul de Canaã – com o seu nome estampado nos vasos – e depois exportou de volta para o Egito. Os locais de produção incluem Tel Arad, Ein HaBesor, Rafá, e Tel Erani. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Narmer) [9] Alto Egito “Alto Egito (árabe: أأأأ أأأSa'id Misr) é uma faixa de terra, em ambos lados do Vale do Nilo, que se estende desde os limites da catarata ao norte do atual Assuão para a área entre El-Ayait e Dahshur Zawyet (que fica ao sul do atual Cairo). O trecho norte do Alto Egito, entre El-Ayait e Sohag é às vezes conhecido como Médio Egito. O Alto Egito é mais frequentemente usada como uma divisão do Egito Antigo. Os modernos habitantes do Alto Egito são conhecidos como Sa'idis; eles geralmente falam o Sa'idi arábico. O Alto Egito era conhecido como Ta Shemau, que significa “terra de juncos”. Foi dividido em 22 distritos chamados nomos. O primeiro nomo foi mais ou menos onde é Assuão e o vigésimo segundo foi na moderna Atfih (Aphroditopolis), logo ao sul do Cairo. 48 História A primeira casa do Alto Egito pré-dinástico foi Hieracômpolis (em grego: Hierakonpolis), cuja divindade patrono era a deusa abutre Nekhbet. Para a maior parte do Egito faraônico, Tebas era o orifício administrativo do Alto Egito. Após a sua destruição pelos assírios sua importância diminuiu. Sob os ptolomeus a cidade de Ptolomaida, assumiu o papel de capital do Alto Egito. O Alto Egito era representado pela coroa branca Hedjet, e seus símbolos eram o lótus e o carriço. Por volta de 3200 a.C., o Alto Egito, sob Narmer, conquistou o Baixo Egito, unificando todo o território sob uma coroa. No século XI, um grande número de pastores, conhecidos como hilalianos, fugiram do Alto Egito e se mudaram para o oeste da Líbia tão quanto para Tunis. Acredita-se que as condições de pastagens degradadas no Alto Egito, associados com o inicio do Período Medieval Quente, foram à causa da migração. No século XX no Egito, o título Príncipe de Sa'id (significando príncipe do Alto Egito) foi usado pelo herdeiro aparente ao trono egípcio. Apesar de a monarquia egípcia ter sido abolida em 1953, o título continua a ser usado por Muhammad Ali e chefe hereditário, Sheikh Beja Khawr al`allaqi, Príncipe do Sa'id.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Alto_Egito) [10] Baixo Egito “Baixo Egito é a região mais ao norte do Egito. Refere-se ao fértil Delta do Nilo, que se estende desde a área entre El-Aiyat e Dahshur Zawyet, sul da moderna Cairo, ao Mar Mediterrâneo. 49 Hoje existem duas vias principais que o Nilo tem pelo Delta do rio: uma no oeste, em Rashid e uma no leste em Damieta. Na antiguidade, Plínio, o Velho disse que ao atingir o Delta do Nilo há sete ramos (de leste para oeste): Pelúsio, Tânis, Djedet, Phatnitic, Sebennytic, Rose ta e Canopo. Hoje, a região do Delta está bem irrigada, atravessada por muitos canais e canaletas. O clima no Baixo Egito é mais suave do que o do Alto Egito, devido principalmente à sua proximidade com o Mar Mediterrâneo. As temperaturas são menos extremas e as chuvas são mais abundantes. O Baixo Egito foi conhecido como Ta-Mehu que significa "terra do papiro". Foi dividido em 20 distritos chamados nomos, o primeiro dos quais era Lisht. Porque o Baixo Egito era mais subdesenvolvido, subdesenvolvido para a vida humana e cheio de todos os tipos de plantas, como gramíneas e ervas, o organização do nomo sofreu várias alterações. A capital do Baixo Egito foi Mênfis. Sua divindade patrona foi à deusa cobra Uadjit. O Baixo Egito era representado pela coroa vermelha Deshret, e seus símbolos eram o papiro e a abelha. O dialeto e os costumes dos egípcios das regiões de menor altitude (Norte) dos que vivem em regiões de maior altitude (Sul) variam historicamente. Mesmo em épocas modernas, o Baixo Egito é muito mais industrializado e influenciado pelo comércio com o resto do mundo do que o Alto e Médio Egito. História O mais antigo período histórico desta região está profundamente enterrado sob sedimentos e é pouco conhecido, mas ninguém duvida da antiguidade de suas cidades ou de sua importância econômica desde os primeiros tempos. 50 O delta oriental era um ponto sensível onde o Antigo Egito se comunicava com a Ásia. No final do Império Médio, essa região foi invadida pelos hicsos, povos asiáticos, e mais tarde se tornou a base do Egito para suas campanhas bélicas na Ásia. Na XIX dinastia, a capital do Egito foi transferida pelo faraó Ramsés II para o Baixo Egito, na cidade de PiRamsés (ou Per-Ramsés). Assim o Delta encabeçou a liderança do Egito. Mais tarde, no Período Ptolomaico e Romano, a sua proximidade com os centros políticos e econômicos do mundo antigo favoreceu o seu desenvolvimento.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Baixo_Egito) [11] Esoterismo “Esoterismo é o nome genérico que evidencia um conjunto de tradições e interpretações filosóficas das doutrinas e religiões ou mesmo das Fraternidades Iniciáticas - que buscam transmitir um rol acerca de determinados assuntos que diz respeito a natureza da vida que estão sutilmente ocultas. Um sentido popular do termo é da percepção de que transmitem um conhecimento enigmático ou incomum, sempre com vetor oculto. Segundo alguns, o esoterismo é o termo para as doutrinas cujos princípios e conhecimentos não podem ou não devem ser "vulgarizados", sendo comunicados a um restrito número de partidários adeptos. Tais escolhas de partidários acontecem da instituição (de caráter esotérico) para indivíduo ou do indivíduo - ao manifestar interesse - para a instituição esotérica, não havendo, à rigor, um âmbito de secreto, mas de ritos tradicionais e burocracias internas que acontecem tanto de forma discreta e privada quanto aberta, pois a filiação não está à margem de qualquer lei. No entanto, é possível entrar 51 em contato com o esoterismo por conta própria, isto é, desvinculado de qualquer instituição. Encontra-se esse tipo de conhecimento em leituras; e costumeiramente as bibliotecas e livrarias oferecem esta especificidade e gênero deste acervo. No tempo presente, com a despreocupação da sociedade para com arregimentação de conceitos variados, o esoterismo, enquanto característica sobre assuntos das coisas ocultas, tem adquirido uma deturpação na conexão com o misticismo. Não são, naturalmente, sinônimos, uma vez que o esoterismo contém variadas correntes ocultistas, ciências ocultas e mesmo correntes místicas dentro de seu rol. Logo não são, a rigor, a mesma coisa; o misticismo desce do plano do esoterismo (que é um termo genérico), e tem a sua especificidade, onde se apresenta, costumeiramente, como práticas do ensinamento místico que conduz à experiência empírica para comprovações fenomenológicas pessoais do que fora estudado pelos seus adeptos. O considerado 'místico', como se reconhecem, tem um propósito à alcançar e não se limita aos estudos. Portanto, temos que esoterismo é o termo que afunila e comporta toda e qualquer ciência oculta. Em suma, esoterismo evidencia a característica do conhecimento "das verdades e leis últimas que regem todo o universo", porém ligando ao mesmo tempo o natural com o que chamam de 'sobrenatural'. Há doutrinas, nomeadamente as espiritualistas, que são também chamadas esotéricas. Há também, com o fenômeno da globalização e o conhecimento mútuo entre as nações e suas culturas, a percepção da compatibilidade do esoterismo com as religiões mais famosas do Oriente; a saber, o Budismo, o Tao etc., uma vez que tem muitos pontos de afinidade conceitual e consonância na aplicabilidade. Esotérico versus Exotérico 52 Existem duas espécies de conhecimento: esotérico e exotérico. O termo "exotérico" (antônimo de "esotérico", apesar de ter a mesma pronúncia) se refere ao ensinamento que nas escolas da Antiguidade grega era transmitido ao público sem restrições, por se tratar de ensinamento dialético, provável e verossímil. O conhecimento exotérico ou conhecimento do mundo exterior é aquele que percebemos através dos sentidos físicos. Helena Blavatsky, que é considerada a criadora da moderna Teosofia, dizia que o termo "esotérico" referese o que está "dentro", em oposição ao que está "fora" e que é designado como "exotérico". Aponta o significado verdadeiro da doutrina, sua essência, em oposição ao exotérico que é a "vestimenta" da doutrina, sua "decoração". Também segundo ela, todas as religiões e filosofias concordam em sua essência, diferindo apenas na "vestimenta", pois todas foram inspiradas no que ela chamou de "Religião-Verdade". (https://pt.wikipedia.org/wiki/Esoterismo)