VITAMINA D: UMA REVISÃO DE LITERATURA RESUMO É a apresentaçao concisa destacando os aspectos de maior relevancia do uso da Vitamina D. Atualmente considerada como um hormonio esterolico para manutençao da homeostasia humana (BARRAL, 2007). Acredita-se que a forma ativa da Vitamina D vem apresentando grandes efeitos no sistema imunologico, cardiovalscular, endocrinologico, neuromuscular entre outros. Sua açao está relacionada com várias doenças autoimunes como diabetes mellitus, esclerose multipla, artite reumatóide e câncer. 1- INTRODUÇÃO A vitamina D é um grupo de pró-hormônios lipossolúveis, e possui duas formas, sendo elas; a vitamina D 2 (ergocalciferol) e vitamina D 3 (colecalciferol). Obtida através de exposição aos raios solares, suplementação, alimentos principalmente em óleo de fígado de peixe, bacalhau, sardinha, atum, gema de ovos e cogumelos. Biologicamente inerte capaz de apresentar reações de hidroxilação para ser ativdada no organismo. Calcitriol é a forma ativa da vitamina D encontrada no corpo. Uma de suas principais funções é a regulação das atividades metabolicas fosfocalcico e mineralização. Com base na Ingestão Daria Recomendada (IDR) a ingestão recomendada da Vitamina D é de 5 µg (picograma) para ambos os sexos, entre a faixa etária de 9 a 50 anos. Dentre outras funções a Vitamina D tem uma denominação empregada para designar inúmeros compostos que contribuem para prevenção e de diversas patologias, dentre elas a prevenção e cura de raquitismo. Importante que se faz necessária à exposição regularmente ao sol, complementação suplementares que soam transformadas em sua forma ativa, agindo de forma integral e com efetividade. Ainda durante o crescimento somático ao longo da vida, alguns fatores celulares associam-se com genética e fatores externos, como atividades físicas, doenças crônicas, fatores metabólicos, hormonais e alimentação. Além de ser vital em diversas patologias proporcionando reestabelecimento regula pressão arterial, mantém o sistema nervoso nos trilhos, fortalece o sistema autoimune, atua na secreção de insulina, alto potencial de absorção de cálcio e fosforo, controla peso, contribui para o não aparecimento de tumores e tem papel essencial em indivíduos com insuficiência Renal Crônica. 2- OBJETIVO Identificar por meio de revisão integrativa, a importância da Vitamina D, bem como seu uso em tratamentos adotados para prevenção e enfrentamento de doenças. Desde as primeiras leituras realizadas foram essenciais para que pudesse realizar este trabalho. Aqui está o estudo a respeito do conceito e informações encontradas, e que constituem a base teórica deste estudo. 3- PROCEDIMENTO METODOLÓGICO Neste estudo optei por realizar revisão integrativa, que tem como fator valioso o processo de criar e organizar com clareza, rigor nas simples pesquisas. Foi definida uma amostra obedecendo alguns critérios; textos nacionais, publicados em português e Inglês, indexados os termos – Vitamina D, Importância da vitamina D, Fisiologia da Vitamina D, Reações no organismo. A amostra final foi baseada em artigos indexados nas bases de dados Medline, Lilacs e Bireme. 4- FISIOLOGIA DA VITAMINA D Hormônio que tem como principal função a regulação da homeostase do cálcio, formação e reabsorção dos ossos, interagindo com as paratireoides, rins e intestinos. A principal fonte de vitamina D é representada pela formação endógena nos tecidos cutâneos após a exposição à radiação ultravioleta B. Uma fonte alternativa e menos eficaz de vitamina D é a dieta, responsável por apenas 20% das necessidades corporais, mas que assume um papel de maior importância em idosos, pessoas institucionalizadas e habitantes de climas temperados (MARQUES; DANTAS; FRAGOSO, 2010). Quando exposto a radiação ultravioleta, o precursor cutâneo da vitamina D, o 7-desidrocolesterol, sofre uma clivagem fotoquímica originando a pre-vitamina D3. Essa molécula termo lábil em um período de 48 horas, sofre um rearranjo molecular dependente da temperatura, o que resulta na formação de vitamina D3 (colecalciferol) (BRINGHURST; DEMAY, 2008). Tão logo ingerida, é absorvida no intestino delgado, incorporada a quilomicrons e levada por estes ao fígado. A partir dê, o metabolismo é igual ao da vitamina D sintetizada pela pele. Já no sistema hepático, o colecalciferol é convertido em 25(OH)D pela hidroxilação no carbono 25, mediada pela enzima D3-25-hidroxilase (25OHase), no retículo endoplasmático das células hepáticas, e existem pelo menos três enzimas diferentes responsáveis por esta função. Aproximadamente, 75% da vitamina D circulante são convertidas a 25(OH)D em sua primeira passagem pelo fígado. Nas mitocôndrias dos túbulos contorcidos proximais do rim está presente a enzima 25(OH)1-hidroxilase (1-OHase), que é uma ferredoxina renal e faz parte do citocromo P450 (12). Esta enzima converte 25(OH)D em 1,25dihidroxivitamina D [1,25 (OH)2D], que é a forma mais ativa deste hormônio . Aproximadamente gera de 20 a 25 metabólitos. Além a 1,25(OH) 2D, seus metabólitos mais importantes seriam 24R,25-dihidroxivitamina D, 24,25hidroxivitamina D e 24S,25-dihidroxivitamina D também formados no rim pela enzima 25-hidroxivitamina D,-24-hidroxilase.Tais metabólitos não têm ação biológica definida, mas podem corresponder à forma inativa da 25(OH)D. 5- VITAMINA D E SEUS RECEPTORES Os receptores da 1,25(OH)2D foram primeiramente descritos por Brumbaugh and Haussler em 1973 (4). Desde lá, muito se evoluiu em seu entendimento. Há um receptor (VDR) nuclear que é uma proteína com 50 KDa, pertencente à superfamília dos receptores esteróides, ácido retinóico e hormônios tireoideos (4,18-21). Além do clássico VDR nuclear, postula-se a existência de um VDR de membrana que seria responsável por ações mais rápidas. (MARQUES; DANTAS; FRAGOSO, 2010). A 1,25(OH)2D é transportada pelas proteínas carreadoras até as células-alvo, onde se liga ao seu receptor, usualmente no citoplasma, sendo o complexo hormônio-receptor transportado pelo citoesqueleto ao núcleo. Mais raramente a 1,25 (OH)2D pode ligar-se ao receptor diretamente no núcleo. Esse complexo interage com o receptor 9-cis-ácido retinóico formando um heterodímero que se liga a sequências específicas de DNA nas regiões promotoras dos genes que são ativados pela vitamina D. (MARQUES; DANTAS; FRAGOSO, 2010) O processo de regulação da transcrição gênica é dependente de fatores coligantes: proteínas — SRC-1 (18), TIF-2 e AIB-1 (4) — que modulam a função transativadora dos receptores nucleares ligando-se a eles e modificando a transcrição gênica (MARQUES; DANTAS; FRAGOSO, 2010). Receptores de membrana seriam responsáveis pelas respostas rápidas da Vitamina D como, por exemplo, a "transcaltachia": há um aumento rápido na absorção do cálcio pelo intestino gerado pelo aumento dos níveis séricos de 1,25(OH)2D, independente de ação genômica deste hormônio. Os receptores de membrana são receptores putativos, isto é, ainda não se conhece sua estrutura bioquímica. Eles agiriam através da abertura de canais de cloro e das proteínas ativadoras de mitoses (mitogen activated protein/ MAP-kinases). As MAP-kinases pertencem à família das proteínas-quinases, mais especificamente serinas e treoninas-quinases, e pode ser ativado pela fosforilação de seu resíduo de tirosina, o que induz a citodiferenciação através de segundos mensageiros e transcrição gênica. (MARQUES; DANTAS; FRAGOSO, 2010). 6- PRINCIPAL ATIVIDADE DA VIT D NO ORGANISMO Participação no metabolismo, principalmente do cálcio, estimulação da transcrição genica dos receptores de ligação do mineral cálcio, contribuindo para sustentação óssea e aumentando sua densidade. Da mesma maneira trabalha no sistema imunológico, aumenta força muscular e trabalha na secreção de hormônios tireoidianos. Tem fator essencial na ação anticancerígena, evitando multiplicação das células. Outro diferencial está na secreção de insulina, prevenindo à intolerância a glicose e atuando no controle glicêmico de pacientes diabéticos. 7- HIPERVITAMINOSE D A ingesta excessiva da vitamina, com valores acima do recomendado por tempo prolongado pode causar intoxicação e determinar concentrações elevadas de cálcio no sangue, uma vez que ela é essencial na fixação de cálcio no organismo. Os principais sintomas de intoxicação são perda do apetite, náuseas e emese, seguidos por sede excessiva, polaciúria, fraqueza, nervosismo e hipertensão arterial. O cálcio pode depositar-se em todo o organismo, especialmente nos rins, onde pode provocar lesões permanentes. A função renal deteriora-se, permitindo que as proteínas passem para a urina e que aumente a concentração de ureia, um produto de eliminação, no sangue. 8- DOENÇAS E INTERAÇÕES VITAMINA D 8.1- Doenças autoimunes O uso da vitamina D tem sido alvo de várias pesquisas nos últimos anos, com isso demonstrando sua função além do metabolismo do cálcio e da formação óssea, está incluindo a interação no sistema imunológico. A vitamina é encontrada em inúmeros tecidos como cérebro, coração, pele, intestino, gônadas, próstata, mamas e células imunológicas. Patologias como diabetes melito insulino dependente, lúpus, doenças gástricas, artrite reumatoide, estão associadas com a deficiência da Vitamina D. Sua interação com a regulação das células contribuem para interferência na produção de citocinas. Com base na produção ectópica de vitamina D em células do sistema imunológico e na presença de RVD em tecidos não relacionado com a fisiologia óssea, as propriedades imunorreguladoras da vitamina D têm sido cada vez mais bem caracterizadas. Estudos epidemiológicos mostram que a deficiência de vitamina D poderia estar associada a risco aumentado de neoplasia de cólon e próstata, doença cardiovascular e infecções. (MARQUES et al, IRASTORZA,2008) Dentre as principais funções da vitamina D no sistema imunológico podemos destacar: regulação da diferenciação e ativação de linfócitos CD4; aumento do número e função das células T reguladoras (Treg); inibição in vitro da diferenciação de monócitos em células dendríticas; diminuição da produção das citocinas interferon-g, IL-2 e TNF-a, a partir de células Th1 e estímulo da função células Th2 helper; inibição da produção de IL-17 a partir de células Th17 e estimulação de células T NK in vivo e in vitro. (MARQUES et al, IRASTORZA,2008) Sugere-se que a vitamina D e seus análogos não só previnam o desenvolvimento de doenças autoimunes como também poderiam ser utilizados no seu tratamento (MARQUES; DANTAS; FRAGOSO, 2010). 8.2- Artrite reumatoide A AR é uma doença imunomediada, com fisiopatologia bastante complexa. Acredita-se que o evento inicial seja provavelmente a ativação de células T dependente de antígenos, desencadeando uma resposta imunológica essencialmente do tipo Th1. Essa ativação leva a múltiplos efeitos, incluindo ativação e proliferação de células endoteliais e sinoviais, recrutamento e ativação de células pró-inflamatória secreção de Encitocinas e proteases a partir de macrófagos e células sinoviais fibroblastos-like e produção de auto anticorpos (MARQUES; DANTAS; FRAGOSO, 2010). 8.3- Câncer Segundo Bonetti, 2013, a vitamina D exerce ações diretas ou indiretas em mais de 200 genes envolvidos na regulação do ciclo celular, diferenciação, apoptose e angiogênese, promovendo ou inibindo a proliferação de células normais ou neoplásicas. A identificação da expressão do VDR na maioria das células e a descoberta que algumas células também apresentam mecanismos enzimáticos para produzir formas ativas da vitamina D têm mostrado evidências da influência desta vitamina na patogenia de algumas neoplasias. O VDR é sintetizado a partir de um gene localizado no cromossomo 12, conhecido como gene VDR. Vários polimorfismos têm sido identificados neste gene e alguns deles apresentam associação com os níveis de 25(OH)D (calcidiol). Segundo Boneti 2013 a enzima 25-hidroxivitamina-D 24-hidroxilase, codificadapelo gene CYP24A1, catalisa um passo irreversível limitante da velocidade da degradação de 1,25(OH)2D (calcitriol). CYP24A1 e o VDR são encontrados no tecido mamário normal e em tumores da mama (28). O CYP24A1 é fortemente estimulado pela sinalização do VDR, que proporciona um mecanismo de realimentação negativa para a vitamina D. A expressão e atividade de CYP24A1 são importantes determinantes da disponibilidade de vitamina D ativada na mama. Segundo Boneti 2013 recente estudo de caso controle, realizado Estados Unidos, estudou seis polimorfismos em CYP24A, e dois genes variantes do VDR em associação com o risco de câncer de mama. De seis polimorfismos em CYP24A1, duas variantes encontradas em regiões independentes do gene estavam significativamente associadas com o risco de câncer da mama. Em VDR, alelos raros de BSM 1 também foram significativamente associados com o risco de câncer de mama (30). Em metanálise sobre a vitamina D e prevenção de câncer de mama, foi encontrada redução de 45 % do risco de câncer em mulheres com níveis séricos de 25(OH)D (calcidiol) em torno de 60nmol/L quando comparadas com mulheres com níveis mais baixos (31), indicando que a vitamina D apresenta evidências de envolvimento na carcinogênese do câncer de mama. 8.4- Câncer do aparelho digestivo Segundo Boneti 2013, Giovannucci e colaboradores realizou em 2006 um estudo prospectivo que investigou a incidência de câncer e outras doenças crônicas nos EUA em profissionais da saúde (Health Professionals Follow – Up Study). Neste estudo, foram analisados os preditores dos níveis séricos da 25(OH)D (pigmentação da pele, obesidade, localização geográfica da residência, exposição solar e aporte dietético e suplementar de Vitamina D) em 47.800 homens com idade entre 40 e 75 anos e a relação destes níveis com o risco de câncer do sistema digestivo. Os resultados deste estudo demonstraram que um incremento de 25nmol/ L da 25(OH) D circulante esteve associado com a redução de 43% na incidência e 45 % na mortalidade por cânceres do sistema digestivo. 8.5- Câncer esofágico e gástrico Segundo Boneti 2013 um estudo realizado na região central da China abordou indivíduos predominantemente de área rural e que apresentavam baixa ingestão de vitamina D em sua dieta. De uma coorte de 29.558 indivíduos com idades entre 40 – 69 anos seguidos durante 5,25 anos, houve a ocorrência de 640 casos novos de carcinoma epidermoide do esôfago (CEE), 435 adenocarcinomas da cárdia e 104 adenocarcinomas gástricos não cárdicos. Identificou-se que, nesta população com baixos níveis de 25(OH)D, concentrações séricas mais altas foram associadas com risco aumentado de CEE em homens, mas não em mulheres. 8.6- Ações da Vitamina D no Músculo Esquelético Os primeiros trabalhos sobre as ações da vitamina D no músculo esquelético tratavam do mecanismo intracelular de contração muscular e foram realizados em animais (1, 3, 4,13). Mais tarde surgiram estudos clínicos demonstrando a presença de uma miopatia em pacientes com osteomalácia por deficiência grave de vitamina D (14). Os efeitos da deficiência ou insuficiência de vitamina D nos parâmetros da função neuromuscular em idosos têm ganhado cada vez mais atenção dos pesquisadores (PEDROSA; CASTRO, 2005). Um dos primeiros aspectos estudados sobre as ações musculares da vitamina D foi sua participação no transporte ativo do cálcio para o interior do retículo sarcoplasmático (RS) de coelhos. Na presença de deficiência de vitamina D, este transporte encontra-se reduzido e se normaliza com o pré-tratamento com Vitamina D (1). Bolland e col. (2) sugeriram que a 1,25(OH)2D seria a responsável pela estimulação do transporte ativo de cálcio para o interior do RS pela cálcio-ATPase e que a atividade desta enzima seria regulada pela fosforilação de proteínas na membrana do RS estimulada pela 1,25(OH)2D (PEDROSA; CASTRO, 2005). Outros efeitos da vitamina D na célula muscular esquelética relacionam-se ao metabolismo e à síntese proteica. A adição de calcitriol em cultura de tecido de músculo de ratos deficientes aumentou tanto o conteúdo intracelular de ATP, quanto à síntese proteica, e em músculo de coelhos raquíticos o conteúdo de troponina C, uma proteína do complexo actinomiosina com alta afinidade pelo cálcio, encontrava-se diminuído quando comparado ao músculo de animais normais. A função muscular, isto é, a cinética da contração muscular, também foi estudada. Encontrou prolongamento da fase de relaxamento do músculo de ratos deficientes em vitamina D. Estes achados corroboram os resultados, nos quais a deficiência de vitamina D produziu uma redução do transporte ativo de cálcio para o interior do RS, processo fundamental para o relaxamento muscular (PEDROSA; CASTRO, 2005). A miopatia produzida por deficiência de vitamina D apresenta quadro clínico característico de dor muscular difusa e fraqueza dos músculos proximais, especialmente dos antigravitacionais (extensores, flexores e abdutores do quadril e extensores e flexores do joelho), produzindo dificuldades na marcha e em atividades mais simples como se levantar de uma cadeira. A presença de VDR foi demonstrada em células do músculo esquelético por Simpson e col. na década de 1980 e, desde então, vários estudos tentam demonstrar a sua importância para função muscula, ainda encontraram um desenvolvimento muscular anormal em ratos nos quais o gene do VDR fora eliminado (knockout), caracterizado por fibras musculares menores e por expressão persistentemente elevada de marcadores que deveriam ser encontrados apenas na fase de diferenciação miogênica. Mais recentemente foi encontrado, em biópsias de tecido muscular de mulheres jovens e adultas submetidas à cirurgia ortopédica, que a expressão do VDR diminui com a idade, sugerindo que esta alteração pode contribuir para fraqueza muscular encontrada em idosos com deficiência de vitamina D (PEDROSA; CASTRO, 2005). 8.7- Diabetes Tem se demonstrado um grande interesse no papel da Vitamina D e diabetes. Alguns modelos em animais associam a deficiência de Vitamina D com a redução de secreção de insulina pelas células β e a resistência à insulina. A hipótese de que baixos valores de Vitamina D poderiam estar associados com a evolução para diabetes manifesto. Ainda em animais com raquitismo, foi observado redução na liberação de insulina pelas células β e subsequente intolerância à glicose. Com isso alguns estudiosos recomendam a suplementação de altas doses de Vitamina D com o objetivo de prevenção de diabetes, porém, ainda não há nível de evidência suficiente que suporte essa recomendação. 8.8- Risco cardiovascular Em uma meta-análise de três cohorts, baixos níveis de concentração vitamina D foram associados com risco aumentado de hipertensão arterial (RR, 1.8 [95% CI, 1.3 to 2.4]). Em uma segunda metanálise de 10 trials, a suplementação reduziu a pressão sanguínea sistólica, todavia de forma não significativa (wm difference, −1.9 mm Hg [CI, −4.2 to 0.4 mm Hg]), o que não afetou a pressão sanguínea diastólica (weighted mean difference, −0.1 mm Hg [CI, −0.7 to 0.5 mm Hg]). A baixa concentração de 25OH vitamina D esteve associada com uma incidência aumentada da doença cardiovascular em 5 de 7 metanálises (6 cohorts), porém quatro trials demonstraram ausência de efeito da suplementação nos desfechos cardiovasculares. Em conclusão, a associação da concentração de vitamina D e risco cardiovascular é incerta. Os trials clínicos demonstraram, até o presente momento, ausência de efeito clínico sobre a evolução do risco cardiovascular, necessitando de mais estudos randomizados que estabeleçam melhor as evidências dessa relação. Segundo SCHUCH, 2009 dados do Intersalt Study, importante trabalham sobre fatores de risco e controle de hipertensão com mais de 10.000 indivíduos de diversos países, mostram pressão arterial sistólica e diastólica positivamente associada à distância do equador, elucidando que a exposição solar e, supostamente, a menor concentração de 25(OH)D estariam relacionadas à pressão arterial. Adicionalmente, em estudo realizado com pacientes hipertensos submetidos à radiação ultravioleta três vezes por semana, durante três meses, foi demonstrado aumento de 180% nos níveis séricos de 25(OH)D e redução de 6 mmHg na pressão arterial sistólica e diastólica. Segundo SCHUCH, 2009 a hipertensão ocorre principalmente pela ativação inadequada do sistema renina-angiotensina. São vários os estudos que apontam níveis séricos de 1,25(OH2)D3 inversamente associados à pressão arterial ou à atividade da renina plasmática em normotensos e hipertensos. A ação da 1,25(OH2)D3 influenciando a expressão gênica ocorre por meio do receptor de vitamina D (VDR) presente em vários tecidos/células, como no aparelho justa glomerular. Demonstraram que a supressão da expressão de renina pela 1,25(OH2)D3 in vivo é independente do PTH e do cálcio. Estudos experimentais demonstraram que a 1,25(OH 2)D3 inibe a expressão da renina no aparelho justa glomerular e bloqueia a proliferação de célula vascular muscular lisa (VSMC). Assim, a relação vitamina D/hipertensão pode ocorrer via sistema renina-angiotensina e função vascular. Além disso, a 1-α hydroxilase, enzima de conversão das 25(OH)D em 1,25(OH 2)D3, tem expressão em diversos tecidos, como células endoteliais, VSMC, além das células renais (62,63), sugerindo um efeito parácrino das 25(OH)D independente dos níveis circulantes de 1,25(OH 2)D3. 9- CONSIDERAÇÕES FINAIS O grande desafio, o eixo da proposta deste trabalho, é a mudança de práticas médicas, em desenvolver estudos eficazes quanto ao uso da Vitamina D. Também ficou evidente no decorrer das diversas fase do trabalho a consistência do atual modelo de utilização da Vitamina D que é adequada, podendo-se afirmar ser um sistema com predomínio de resolução dos casos urgentes e eletivos. 10- REFERENCIAS BONETTI, Rochele da Silva, RENATO, Borges Fagundes. Vitamina D e Câncer. Rev das AMRIGS, Porto Alegre - RS, 57 (1): 71-77, jan – mar.2013. SCHUCH, Natielen Jacques; GARCIA, Vivian Cristina and MARTINI, Ligia Araújo. Vitamina D e doenças endocrinometabólicas. 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