CUPPING FOLHA DE S.PAULO DA3À. 1 4 »W□ MANCHETE PRINCIPAL PÁGINA. Nem Collor nem Quércia CADERNO________________ □ MANCHETE SECUNDÁRIA Clóvis Rossi SÃO PAULO — O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), re­ tomou a seu Estado, depois de peregri­ nar por Brasília e São Paulo, convenci­ do de que é necessário engajar-se em uma espécie de cruzada em favor da elaboração de um programa para o país. Reduzida a símbolo, a idéia de Re­ quião é sair por aí conversando com quem estiver disposto a ser interlocutor com o lema ‘‘Nem Collor nem Quér­ cia”. Decodificando: Requião acha que o governo Collor é e será isso que está aí, ou seja, um repeteco de José Samey com mais pirotecnia. É o presente. O futuro pode ser Prestes Quércia. que é intragável para Requião, que não cansa de alfinetar a gestão quercista em São Paulo. A idéia de Requião é, exatamente, pregar a fuga à essa camisa-de-força. Ele pretende conversar, inicialmente, com seu colega do Ceará, Ciro Gomes, e ir abrindo o leque sem se ater a linhas partidárias. O governador paranaense não quer que a conversa fique restrita à conjuntura, como tem sido a marca registrada da agenda brasileira. O embrionário projeto de Requião„ não é exatamente uma novidade. Aliás, o que chama a atenção é a quantidade de iniciativas semelhantes que morre­ ram antes mesmo de nascer. Em feve­ reiro, Luis Inacio Lula da Silva, presi­ dente nacional do PT, estava disposto a procurar Mario Covas, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães e, em sacrifício supremo, Prestes Quércia. para discutir a mesma coisa que Requião agora se propõe a fazer. Jarbas Vasconcelos, vice-presidente nacional do PMDB, também teve idên­ tica idéia, no início do ano, mas não encontrou parceiros com quem levá-la à prática. O tempo vai passando e as coisas vão ficando mais e mais pobres. Basta ver que o grande assunto político da semana foi a chamada “guerra no interior”, entre o PRN de Collor e o PMDB de Quércia. Briguinha besta, menor, miú­ da, antiga, com cheiro de Adhemar de Barros. No fundo, no fundo, aquele gesto obsceno de um manifestante, an­ teontem, respondido pelo presidente na mesma moeda, parece apontado para todos nós. 'u PAINEL Magnetismo quercista A simpatia a Quércia dentro do PDS de Malufé muito erande. Braço sindical Organizando seu braço sindi­ cal, o PMDB marcou para outu­ bro o primeiro encontro nacional de líderes. O próximo sindicalista a filiar-se ao partido deverá ser o presidente dos metalúrgicos de Osasco, Cláudio Camargo Crê. Pra boi dormir Do secretário de Desenvolvi­ mento Regional, Egberto Batista, tentando negar a estratégia do governo de invadir o quintal elei­ toral do presidente do PMDB: “Eu só disputo com o Quércia, em São Paulo, jogo de bocha. ’’