análise comparativa da força muscular, independência

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
Curso de Fisioterapia
LARISSA DE GODOI FERNANDES
NATÁLIA MARQUES COVOLO
ANÁLISE COMPARATIVA DA FORÇA MUSCULAR,
INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM
INDIVÍDUOS COM DOENÇAS NEUROMUSCULARES
Bragança Paulista
2016
LARISSA DE GODOI FERNANDES – RA:001201100605
NATÁLIA MARQUES COVOLO – RA:001201302174
ANÁLISE COMPARATIVA DA FORÇA MUSCULAR,
INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM
INDIVÍDUOS COM DOENÇAS NEUROMUSCULARES
Trabalho de conclusão de curso
apresentado no curso de Fisioterapia da
Universidade São Francisco, como
requisito parcial de obtenção de título de
Bacharel em Fisioterapia.
Orientadora temática: Profª Mª Manuela
Amaral Mucci Casanova
Orientadora metodológica: Profª. Mª.
Grazielle Aurelina Fraga de Sousa
Bragança Paulista
2016
LARISSA DE GODOI FERNANDES
NATALIA MARQUES COVOLO
ANÁLISE COMPARATIVA DA FORÇA MUSCULAR,
INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM
INDIVÍDUOS COM DOENÇAS NEUROMUSCULARES
Trabalho de conclusão de curso
apresentado no curso de Fisioterapia da
Universidade São Francisco, como
requisito parcial de obtenção de título de
Bacharel em Fisioterapia.
DATA DE APROVAÇÃO: __/__/___
Banca examinadora:
_______________________________________
Profª Mª. Manuela Amaral Mucci Casanova (Orientadora Temática)
Universidade São Francisco
_______________________________________
ProfªMª. Grazielle Aurelina Fraga de Sousa(Orientadora Metodológica)
Universidade São Francisco
_______________________________________
ProfºEspecialista RicardoFarinasso Caboclo (Examinador Convidado)
Universidade São Francisco
Dedicamos aos pacientes portadores de Doenças Neuromusculares e
à saúde no nosso país e que possamoscontribuir para sua melhora,
sempre.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos
a esta
universidade,
sеυ
corpo
docente,
direção
е
administração qυе oportunizaram а janela qυе hoje vislumbramos υm horizonte
superior.
Agradecemos а todos os professores pоr nos proporcionar о conhecimento
nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо
processo dе formação profissional, pоr tanto qυеsе dedicaram а nós, nãо somente
pоr
terem
nos
ensinado,
Аоs professores dedicados,
mаs
quais
por
sеm
terem
nos
nominar
terão
feito
о
a
aprender.
nossos
eternos
agradecimentos.
Agradecemos
a
nossa
orientadora temática Manuela
Amaral
Mucci
Casanovae a orientadora metodológica Grazielle Aurelina Fraga de Sousa, pelo
suporte sempre que preciso, pelas suas correções е incentivos.
Agradecemos aos nossos pais e familiares, pelo amor, incentivo е apoio
incondicional.
Nosso agradecimento аоs amigos que aqui fizemos companheiros dе
trabalhos е irmãos nа amizade qυе fizeram parte de nossa formação е qυе vão
continuar presentes еmnossas vidascоm certeza.
Agradecemos aos pacientes que neste estudo colaboraram.
A todos qυе direta оυ indiretamente, fizeram parte denossa formação e
deste estudo, о nosso muito obrigado.
“Não faz mal que seja pouco,
O que importa é que o avanço de hoje
Seja maior que o de ontem
Que nossos passos de amanhã
Sejam mais largos que os de hoje.”
Daisaku Ikeda
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
1.1.
MIOPATIAS ......... ............................................................................................. 7
1.2.
NEUROPATIAS ................................................................................................ 8
1.3.
GUILLAIN-BARRÉ............................................................................................. 9
1.4.
QUALIDADE DE VIDA ................................................................................... 10
1.5.
QUADRO CLÍNICO ......................................................................................... 11
1.6.
PREVALÊNCIA ............................................................................................... 11
2. OBJETIVOS ......... ................................................................................................. 12
2.1.
OBJETIVO GERAL............................................................................................12
2.2.
OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................ 12
3. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 13
4. ARTIGO CIENTÍFICO ......... ................................................................................... 15
5. ANEXOS................................................................................................................. 27
7
1.
INTRODUÇÃO
No termo “Doenças Neuromusculares” (DNM), agrupam-se diferentes afecções
decorrentes do acometimento primário da unidade motora, composta pelo motoneurônio
medular, raiz nervosa, nervo periférico, junção mioneural e músculo (REED, 2002).
São doenças genéticas, hereditárias e progressivas e todas têm em comum a falta
de força muscular, necessitando os doentes, a quem foram diagnosticadas, de apoios e/ou
ajudas técnicas, sabendo-se também que os músculos pulmonares e o coração são
frequentemente afetados, provocando dificuldades respiratórias e cardíacas (APN, 2015).
Como as Doenças neuromusculares conhecidas na literatura são inúmeras, limitaremos a
discorrer sobre as doenças avaliadas neste estudo.
1.1.
MIOPATIAS
O termo miopatia aplica-se a qualquer distúrbio que cause alterações patológicas,
bioquímicas ou elétricas nas fibras musculares ou no tecido intersticial dos músculos
esqueléticos, desde que não haja evidência de alterações secundárias aos processos
orgânicos ou funcionais do sistema nervoso central ou periférico. São doenças hereditárias
ou adquiridas da musculatura esquelética que resultam na disfunção de qualquer dos
constituintes deste tecido, levando ao aparecimento de sintomas isolados ou várias
combinações de sinais e sintomas tais como fraqueza muscular, mialgia, câimbra, atrofia ou
pseudohipertrofia muscular, miotonia e contratura muscular (SILVA MB, et al, 2006).
As desordens musculares podem ser subdivididas em miopatia, quando a patologia é
confinada ao músculo sem nenhuma anormalidade estrutural no nervo periférico. Embora os
sintomas relacionados ao músculo como fadiga, mialgia e cãibras sejam extremamente
comuns, a maior parte das miopatias tem baixa prevalência. Assim, torna-se difícil para o
clínico, embora com uma boa prática, adquirir experiência no reconhecimento de diferentes
doenças musculares. Cabe lembrar que o paciente com miopatia interessa também a outros
especialistas como neurologistas, reumatologistas, pediatras e ortopedistas necessitando
certa habilidade no manuseio e diagnóstico desses pacientes (CARVALHO, 2005).
As miopatias derivam de duas causas, sendo elas de causa genética onde se inclui a
distrofia muscular congênita (diversos subtipos), distrofia muscular progressiva (diversos
subtipos, principalmente distrofia muscular ligada ao sexo de Duchenne ou Becker), distrofia
miotônica (doença de Steinert), miopatias congênitas (diversos subtipos), miopatias
metabólicas (diversos subtipos); e as de causa adquirida que incluem as miosites de
diferentes tipos, principalmente polidermatomiosite (REED, 2002).
8
A maioria das desordens musculares produz fraqueza e atrofia muscular
especialmente dos músculos proximais sendo que os músculos distais são menos afetados.
Algumas delas, tais como as distrofias musculares, desenvolvem-se precocemente; outras
mais tardiamente. Algumas pioram progressivamente sem boa resposta ao tratamento;
outras são tratáveis e permanecem estáveis (CARVALHO, et. al, 2005).
1.2.
NEUROPATIAS
Neuropatia é um termo genérico que se aplica à existência de lesão dos nervos,
qualquer que seja a sua etiologia. A disfunção do nervo é uma situação relativamente
frequente, com expressão clínica limitada, mas com causas etiológicas que podem ser muito
variadas. Isto faz com que na prática clínica mais difícil que o reconhecimento de uma
neuropatia é a descoberta da sua etiologia (GUIMARÃES et al, 2008).
As neuropatias são desordens comuns relacionadas a muitas enfermidades
sistêmicas ou próprias do Sistema Nervoso Periférico (SNP), que podem associar-se a
disfunções do Sistema Nervoso Central (SNC). Do ponto de vista anatômico, o SNP pode
ser envolvido em qualquer uma das partes que o compõe, desde a raiz nervosa até as
porções mais distais dos ramos terminais dos axônios. Podem manifestar-se sem grandes
comprometimentos das atividades de vida diária dos indivíduos, mas, muitas vezes, são
extremamente debilitantes, não apenas pelos déficits motores, mas, também, pelas
alterações sensitivas e autonômicas (FELIX, et. al., 2010).
Os sintomas sensitivos são, frequentemente, os primeiros observados pelos
pacientes, e, com a progressão da doença, passam a queixar-se de sintomas
motores.Neuropatias
de
início,
ou
exclusivamente,
sensitivas
estão
relacionadas
principalmente a distúrbios metabólicos, assim como em algumas neuropatias hereditárias,
podem nos direcionar para algumas causas específicas como amiloidose familiar
progressiva (FAP), síndrome de Sjögren, diabetes melito ou intolerância a glicose, infecção
pelo HIV, tóxicos como álcool ou medicamentos (antirretrovirais, por exemplo), entre outras
(FELIX, et. al., 2010).
O SNP pode ser acometido em todas as suas estruturas ou em sítios específicos. Os
quadros mais típicos, entre outros, são:
9
Quadro 1 - Tipo de acometimentos:
Quando há o comprometimento do corpo celular
Neuropatias
do neurônio motor (neuropatias motoras) ou sensitivo
(gangliopatias sensitivas).
É o acometimento das raízes sensitivas e/ou
Radiculopatias
motoras
de
forma
isolada
ou
múltiplas
(multirradiculopatia), por exemplo: compressão radicular
por hérnia discal, radiculites inflamatórias infecciosas
(CMV, etc.), entre outras causas.
Plexopatias
São as plexitesinflamatórias/infecciosas, lesões
traumáticas, etc.
Mononeuropatia
Ocorrência de um acometimento isolado de um
único nervo em todas as suas funções, p.ex.:
neuropatia dos nervos radial, ulnar no cotovelo,
mediano no punho, fibular na cabeça da fíbula, etc
Mononeuropatias múltiplas
É o progressivo comprometimento de nervos de
forma isolada que se somam no tempo, por exemplo:
vasculites.
Acometimento,
Polineuropatias
nervos,
inicialmente,
normalmente,
de
simétrico
predomínio
distal
dos
com
progressão ascendente e em gradiente (distal –
proximal).
Polirradiculopatias
Quando o acometimento inicial proximal e distal
dos nervos periféricos e suas raízes.
Com relação ao início dos sintomas, podem acometer o indivíduo de forma aguda,
subaguda
ou
crônica,
apresentando-se
de
forma
monofásica,
recorrente
ou
progressiva(GUIMARÃES, 2008).
1.3.
SINDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
A síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma polineuroradiculopatia desmielinizante
aguda ou subaguda, caracterizada por paralisia flácida, arreflexia profunda, alterações
sensitivas discretas, sendo a forma mais comum da doença que afeta as raízes dos nervos
periféricos (NEVES, 2007; NASCIMENTO, 2012).
10
Acomete basicamente o sistema nervoso periférico (SNP), embora pesquisas
recentes tenham mostrado que o sistema nervoso central (SNC) também é comprometido. É
a causa mais importante de paralisia sendo precedida na quase totalidade dos casos por
uma doença infecciosa (ORSINI,2012).
A incidência anual da SGB é de 1,5 por 100.000 habitantes e pode ser observada em
qualquer idade, com igual frequência entre ambos os sexos (NASCIMENTO,2012;
ORSINI,2012). Um terço desses pacientes precisa de internação em unidade de tratamento
intensivo (UTI) por causa do risco significativo de morbidade, mortalidade e recuperação
incompleta. Depois, algumas pessoas apresentam manifestaçõesclı́nicas prolongadas,
como fadiga, fraqueza muscular e dor(ORSINI, 2012).
O prognóstico é bom, mas a recuperação é longa. A equipe de reabilitação minimiza
a incapacidade do paciente, melhorando os desfechos funcionais e a qualidade de vida
(ORSINI,2012).
1.4.
QUALIDADE DE VIDA
O grupo de estudiosos em qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde
(OMS), The WHOQOL Group, propõe um conceito multidimensional: “qualidade de vida é a
percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores
nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. É
um conceito amplo e complexo, que engloba a saúde física, o estado psicológico, o nível de
independência, as relações sociais, as crenças pessoais e a relação com as características
do meio ambiente. Nesse sentido, a qualidade de vida reflete a percepção que têm os
indivíduos de que suas necessidades estão sendo satisfeitas ou, ainda, que lhes estão
sendo negadas oportunidades de alcançar a felicidade e a auto-realização, com
independência
de
seu
estado
de
saúde
físico
ou
das
condições
sociais
e
econômicas(PEREIRA, et. al., 2006).
A QV é considerada como um importante identificador de prognóstico e de evolução
das doenças, utilizada como forma de avaliar o risco de adoecer, além de indicador válido e
importante dos benefícios globais do tratamento do paciente (CAMPOS & CAETANO, 1998).
Muitos doentes neuromusculares adultos dependem da assistência de outros nas
atividades da vida diária, tais como higiene pessoal, comer, vestir, assistência domestica e
fora de casa, no trabalho e durante o tempo de lazer, para além de outras dependências
relacionadas com a própria postura corporal. No entanto, estas pessoas devem ser vistas,
antes de mais nada, como cidadãos de pleno direito e só depois como pessoas que
necessitam de cuidados de saúde e de outros tipos (APN, 2011).
11
De acordo com o conceito de Vida Independente, cabe sempre à própria pessoa com
incapacidade decidir aquilo que quer fazer e como o pretende realizar, assumindo as
responsabilidades pelas decisões que tomar (APN, 2015).
Com a evolução das doenças e à dependência de terceiros que estas implicam, os
doentes neuromusculares adultos mais graves necessitam, imprescindivelmente, de apoio e
acompanhamento de 3ª pessoa. Além disso, muitos doentes ficam sujeitos ao isolamento,
por falta de respostas sociais adequadas a esta população. Viver com uma doença
neuromuscular implica várias alterações emocionais, desde o momento em que se procura o
diagnóstico. É comum que ao longo da sua existência, os doentes sintam tristeza, raiva,
angústia, frustração e culpa(APN, 2011).
Uma DNM obriga a repensar o modo de vida, e por isso surgem dificuldades para a
tomada de decisões, medo perante os desafios e desconfiança face às possibilidades reais.
O doente apercebe-se da doença e da sua progressão durante o seu dia-a-dia, vivendo-a
como um processo de adaptação e perdas constantes (APN, 2011).
1.5.
QUADRO CLÍNICO
Ao nível das extremidades, surgem deformações e retrações tendinosas que
aumentam as dificuldades nos movimentos. Apesar de toda a fraqueza muscular e
deformações articulares, os portadores de doença neuromuscular mantêm, na sua grande
maioria, um nível intelectual normal. A fraqueza muscular atinge também os músculos da
coluna vertebral, dando origem a inevitáveis escolioses que vão agravar, ainda mais, as
dificuldades respiratórias(APN, 2015).
Então conhecer a força muscular e o nível de independência funcional é de extrema
importância nestas patologias, pois assim conhecemos o comprometimento e podemos
avaliar a evolução da patologia e tratamento(APN, 2015).
1.6.
PREVALÊNCIA
A estimativa é de que uma em cada 3.000 pessoas apresente algum tipo de doença
neuromuscular (EMERY, 1992). Nos Estados Unidos, a prevalência estimada de pessoas
com doenças neuromusculares é de 400.000 pessoas (MC DONALD, 2002).
12
2.
OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Avaliar e comparar a força muscular, a independência funcional e a qualidade de
vida de indivíduos com doenças neuromusculares que estavam ou estiveram em tratamento
fisioterapêutico na Clínica Escola da Universidade São Francisco.
2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO
Analisar as avaliações de força,independência funcional e qualidade de vida.
Correlacionara força muscular com a independência funcional.
Verificar se estas estão direta e/ou indiretamente ligadas à QV.
13
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares. As Doenças Neuromusculares.
Disponível em: <http://apn.pt/apn/as-doencas-neuromusculares/ >.Acesso em: 22 jun.
2015, 22:18:20.
CAMPOS, E. M; CAETANO, D. Qualidade de vida de pacientes esquizofrênicos. V47
N1. J. Brás psiquiatr, 1998.19-22p.
CARVALHO, A. S. R.; et. al. Miastenia grave autoimune: aspectos clínicos e
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CUNHA, F.M.B.; et al. Miastenia grave. V57 N2-B. Arquivo de Neuropsiquiatria, 1999;
457-464 p.
EMERY, A. E. Population frequencies of inherited neuromuscular diseases: a world
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MC DONALD, C. M. Physical activity, health impairments, and disability in
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NEVES, M.A.N.; et. al. Guillain-Barré syndrome in childhood: case report. V15 N4.
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interdisciplinar.1ª ed.Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2012. Cap. 13. 104-106 p.
PEREIRA, R. J.et. al., Contribuição dos domínios físico, social, psicológico e
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em:
<http://www.projetodiretrizes.org.br/diretrizes10/amiotrofia_espinhal_diagnostico_e_acon
selhamento_genetico.pdf>. Acesso em: 20.agos.2015, 14:56:38.
15
4. ARTIGO CIENTÍFICO
ANÁLISE COMPARATIVA DA FORÇA MUSCULAR, INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL E
QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS COM DOENÇAS NEUROMUSCULARES
COMPARATIVE ANALYSIS OF MUSCLE STRENGTH, FUNCTIONAL INDEPENDENCE
AND QUALITY OF LIFE IN INDIVIDUALS WITH NEUROMUSCULAR DISEASES
FORÇA, INDEPENDÊNCIA E QVNADOENÇANEUROMUSCULAR
STRENGTH, INDEPENDENCE AND QV IN NEUROMUSCULAR DISEASE
Larissa de Godoi Fernandes², Natalia Marques Covolo², Manuela Amaral Mucci Casanova¹
Estudo desenvolvido na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco,
Bragança Paulista, SP, Brasil.
¹ Mestre em Ciências Médicas e Docente do curso de Fisioterapia da Universidade São
Francisco, SP.
² Graduandos em Fisioterapia.
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA
Manuela Amaral Mucci Casanova
Universidade São Francisco
Avenida São Francisco de Assis, 218
Jd. São José, Bragança Paulista - SP
CEP: 12916-350
e-mail:
[email protected]
Evento: XXII Encontro de Iniciação Científica - Casa Comum: A Responsabilidade da
Ciência e da Tecnologia, Universidade São Francisco – 10/05/2016.
Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco (USF), parecer
nº 1.274.005/2015.
Resumo:O termo "Doenças Neuromusculares" (DNM) aplica-se a diferentes patologias que
tem como principal alteração a diminuição de força muscular (FM). Conhecer o quadro
disfuncional permite avaliar a evolução da patologia e o melhor tratamento. O objetivo do
estudo foi avaliar e correlacionar a FM, independência funcional e a Qualidade de Vida (QV)
de indivíduos com DNM. Foram avaliados voluntários com diagnóstico clínico de DNM que
estavam ou estiveram em tratamento na Clínica Escola de Fisioterapia da USF. Os dados
foram coletados através de três instrumentos, WHOQOL-Bref, Escala de Kendall e Medida
de Independência Funcional (MIF). O estudo contou com 5 sujeitos, que foram divididos por
grupos conforme sua patologia. O grupo Polineuropatia contou com 3 sujeitos. As
avaliações apresentaram escore médio de MIF 6 (±0), escala WHOQOL-bref geral de 13,26
16
(±1,02). A FM teve escore entre 3-5, com maior déficit em membros inferiores (MMII). O
grupo de Miopatia, avaliou 1 sujeito que apresentou escore de MIF 7 e WHOQOL-bref geral
de 15,54. Já a FM, se manteve entre 4-5.O indivíduo do grupo de SGB, obteve MIF 5, com
escore geral de 11,23 em WHOQOL-bref e FM variando de 0-5. Pode-se concluir que a
DNM, altera a FM, independência funcional e a QV dos indivíduos. Além disso, quanto
menor a FM maior será o seu grau de dependência e consequentemente, pior será seu grau
de QV.
Descritores:Doenças Neuromusculares; Qualidade de Vida; Avaliação da Deficiência; Força
Muscular.
Abstract:The term "Neuromuscular Diseases" (NMD) applies to different pathologies whose
main change to decrease muscle strength (MS). Knowing the dysfunctional framework allows
us to evaluate the evolution of the disease and the best treatment. The aim of the study was
to evaluate and correlate across MS scales, functional independence and individual’s life
quality (QL) with NMD. Volunteers were evaluated with clinical diagnosis of NMD that were
or are under treatment at the Clinical School of Physiotherapy at the Universidade São
Francisco. Data were collected through three instruments: WHOQOL -Bref, Kendall Scale
and the Functional Independence Measure (FIM). The study included five people that were
divided into groups according to their pathology. The Polyneuropathy group had 3 people.
The ratings had an average score of FIM 6 (± 0), general WHOQOL -Bref scale of 13.26 (±
1.02). The MS had a score from 3-5, with higher deficit in the lower limbs (LL). The Myopathy
group evaluated 1 person, which has an average score of FIM 7 and general WHOQOL BREF of 15.54. The MS remained between 4-5. One of GB group has FIM 5, with overall
average of 11.23 in WHOQOL -Bref and MS ranging from 0-5. It can be concluded that the
DNM alters MS, functional independence and QL of individuals. Beyound this, as less as MS
greater the degree of dependence and in consequence, the degree of QL will be worse.
Keywords: Neuromuscular Diseases, Life Quality, Disability Evaluation, Muscle Strength.
INTRODUÇÃO
O termo “Doenças Neuromusculares” (DNM) agrupa diferentes afecções decorrentes
do acometimento primário da unidade motora, composta pelo motoneurônio medular, raiz
nervosa, nervo periférico, junção mioneural e músculo1.
São doenças genéticas, hereditárias e progressivas e todas têm em comum a falta de
força muscular (FM)2.
17
Miopatias
O termo miopatia aplica-se a qualquer distúrbio que altere as fibras musculares ou no
tecido intersticial dos músculos esquelético sem alterações secundárias do sistema nervoso
central ou periférico. Com sintomas isolados ou combinados3.
Embora os sintomas relacionados ao músculo como fadiga, mialgia e cãibras sejam
extremamente comuns, a maior parte das miopatias tem baixa prevalência4.
A maioria das desordens musculares acometem especialmente os músculos proximais
sendo que os músculos distais são menos afetados. Algumas delas desenvolvem-se
precocemente, outras mais tardiamente. Algumas pioram progressivamente sem boa
resposta ao tratamento e outras são tratáveis e permanecem estáveis4.
Neuropatias
Neuropatia é a existência de lesão nos nervos, qualquer que seja a sua causa. Sendo
sua etiologia variada5.
Do ponto de vista anatômico, o SNP pode ser envolvido em qualquer uma das partes
que o compõe. Podem manifestar-se sem grandes comprometimentos das atividades de
vida diária dos indivíduos, mas, muitas vezes, são extremamente debilitantes6. Os sintomas
sensitivos são, frequentemente, os primeiros observados pelos pacientes, e com a
progressão da doença, passam a queixar-se de sintomas motores. As neuropatias de início,
ou exclusivamente, sensitivas estão relacionadas principalmente a distúrbios metabólicos,
assim como em algumas neuropatias hereditárias6.
Quadro 1 - Tipo mais frequente de acometimentos:
Neuropatias
Quando há o comprometimento do corpo celular do neurônio
motor (neuropatias motoras) ou sensitivo (gangliopatias
sensitivas).
Radiculopatias
Plexopatias
É o acometimento das raízes sensitivas e/ou motoras de forma
isolada ou múltiplas (multirradiculopatia).
São as plexitesinflamatórias/infecciosas, lesões traumáticas.
Ocorrência de um acometimento isolado de um único nervo em
todas as suas funções.
Mononeuropatias É o progressivo comprometimento de nervos de forma isolada
múltiplas
que se somam no tempo.
Polineuropatias
Acometimento, normalmente, simétrico dos nervos, inicialmente,
de predomínio distal com progressão ascendente e em
gradiente (distal –proximal).
Polirradiculopatias Quando o acometimento inicial proximal e distal dos nervos
periféricos e suas raízes.
Mononeuropatia
18
Com relação ao início dos sintomas, podem acometer o indivíduo de forma aguda,
subaguda ou crônica, apresentando-se de forma monofásica, recorrente ou progressiva5.
Síndrome de Guillain-Barré
A síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma polineuroradiculopatiadesmielinizante
aguda ou subaguda, caracterizada por paralisia flácida, arreflexia profunda, alterações
sensitivas discretas, sendo a forma mais comum da doença que afeta as raízes dos nervos
periféricos 7,8.
A incidência anual da SGB é de 1,5 por 100.000 habitantes em qualquer idade e igual
frequência entre os sexos9,8. Depois, algumas pessoas apresentam manifestaçõesclın
́ icas
prolongadas, como fadiga, fraqueza muscular e dor9.
O prognóstico é bom, mas a recuperação é longa. A equipe de reabilitação minimiza a
incapacidade do paciente, melhorando os desfechos funcionais e a qualidade de vida (QV)9.
Qualidade de vida
A OMS define qualidade de vida como sendo a percepção do indivíduo de sua posição
na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais vive, e em relação aos seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações10.
A QV é considerada como um importante identificador do prognóstico e evolução das
doenças, utilizada como forma de avaliar o risco de adoecer11.
Muitos DNM adultos dependem da assistência de outros nas atividades de vida diária,
ficando sujeitos ao isolamento, por falta de respostas sociais adequadas a esta população.
É comum que os doentes sintam tristeza, raiva, angústia, frustração e culpa12.
Uma DNM obriga a repensar o modo de vida, e por isso surgem dificuldades para a
tomada de decisões, medo perante os desafios e desconfiança face às possibilidades reais.
O doente percebea doença e sua progressão durante o seu dia-a-dia, vivendo com um
processo de adaptação e perdas constantes12.
Prevalência
A estimativa é de que uma em cada 3.000 pessoas apresente algum tipo de DNM13.
Nos Estados Unidos, a prevalência estimada de pessoas com DNM é de 400.000 pessoas14.
O objetivo do estudo foi avaliar e comparar através de escalas, a FM, a independência
funcional e a QV de indivíduos com DNM e correlacionar as avaliações de FM e função
muscular verificando se estas estão diretae/ou indiretamente ligadas à QV.
19
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo do tipo transversal e descritivo, com aprovação do Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco (USF) (Parecer Nº 1.274.005). Foram
incluídos sujeitos com diagnóstico clínico de DNM, independente de sua etiologia, sexo,
idade ou etnia, que estavam ou estiveram em tratamento na Clínica Escola de Fisioterapia
da USF. A coleta de dados foi realizada na Clinica Escola e todos participaram
voluntariamente mediante aos esclarecimentos de dúvidas e assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídos do estudo sujeitos não colaborativos,
que não tiveram condições de responder aos questionários e/ou que apresentaram outras
doenças associadas causadoras de fraqueza muscular ou limitadora da independência
funcional.
Foi utilizada uma ficha de avaliação geral para obtenção de características básicas
como idade, diagnóstico clínico, tempo de diagnóstico, se realiza atividades físicas e/ou
remuneradas e três escalas como instrumentos de avaliação.
A avaliação da QV foi realizada usando a Versão abreviada em Português do
Instrumento de Avaliação da QV (WHOQOL-bref)10.É um questionário que avalia aspectos
da QV que estão diretamente relacionadas à saúde do indivíduo. Este está dividido em cinco
domínios, sendo eles Domínios: I (físico), II (psicológico), III (Relações Sociais), IV (Meio
Ambiente) e o V (autoanalise de QV), analisados através de 26 questões fechadas e
numeradas de um a cinco. No final cada domínio é calculado um escore de 0 a 20, zero
sendo o pior escore e 20 o escore máximo no dominio10.
A Medida de Independência Funcional Motora (MIF Motora) foi utilizada em sua versão
brasileira desenvolvida em 2000, para avaliação de sua independência funcional15. Cada
atividade foi avaliada e recebeu uma pontuação que partiu de 1 (dependência total) a 7
(independência completa), assim a pontuação total variou de 13 a 9115.
Para avaliação da FM foi utilizada a escala de graduação da FM elaborada por Kendall
(1995), onde a pontuação total (de 0 a 5): Grau 0: Nenhum movimento, Grau 1: Apenas um
esboço de movimento é visto ou sentido, Grau 2: Há FM somente se a resistência da
gravidade é removido, Grau 3: A articulação pode ser movimentada apenas contra
gravidade e sem resistência, Grau 4: A FM é reduzida, mas há contração muscular contra a
resistência e Grau 5: FM normal contra a resistência total16.
Foram divididos por grupos de doenças, avaliando independência funcional, FM e QV.
RESULTADOS
A avaliação foi realizada com 7 sujeitos, sendo que 2 foram excluídos por se
encaixarem nos critérios de exclusão.
20
O presente estudo contou com 5 sujeitos com média de 50,60±6,35 anos todos com
DNM, que foram divididos em grupos: Polineuropatia, Miopatia e SGB. Escolhemos,
portanto, realizar uma análise descritiva.
O grupo Polineuropatia contou com 3 sujeitos, com idade média de 51,33 (± 2,517),
sendo 2 sujeitos do sexo masculino e 1 do sexo feminino, média de 3,33±2,08 anos de
diagnóstico da doença, escore médio de 6±0 para MIF e a FM teve escore entre 3-5 com
maior déficit em membros inferiores. Na escala WHOQOL-bref a média Geral do grupo foi
de 13,26±1,02, com piores resultados nos domínios Relações Sociais, Auto-avaliação de QV
e Físico (Figura 1).
O Grupo apresentou uma variação do seu fator causal entre tipo hereditário, diabetes
e alcoolismo.
Paciente 1
Auto-avaliação da QV
Meio Ambiente
Relações Sociais
Psicológico
Físico
GERAL
Paciente 2
Paciente 3
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
Figura 1 Escore da escala WHOQOL-bref do grupo polineuropatia, com piores resultados
nos domínios relações sociais, auto-avaliação de QV e Físico.
O grupo de Miopatia possuía 1 sujeito com idade de 41 anos, com doença há 10 anos,
com escore 7 para MIF. A FM se manteve entre 4-5para todos os grupos musculares, sendo
que esses resultados foram predominantemente mais baixos em hemicorpo direito e nos
músculos proximais. Esse sujeito foi o único que realizava a prática de atividades físicas
regulares. Na escala WHOWOL-Bref, apresentou os piores resultados nos domínios Físico e
Meio Ambiente (Figura 2).
21
Auto-avaliação da QV
16,00
Meio Ambiente
15,50
Relações Sociais
16,00
Psicológico
16,67
Físico
14,29
GERAL
15,54
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
Figura 2 Escore da escala WHOQOL-bref do grupo Miopatia, com piores resultados nos
domínios Físico e Meio Ambiente.
O grupo SGB avaliou 1 sujeito de 58 anos, com a doença há 3 anos, com escore 5
para MIF e sua FM variou de 0-5 e se apresentou mais baixo em MMII e nas extremidade,
sendo o grau 0 apresentado apenas em flexores e extensores de dedos do MMII. Na escala
WHOQOL-Bref apresentou os piores escores nos domínios Físico, Meio Ambiente e AutoAvaliação de QV (Figura 3).
Auto-avaliação da QV
10,00
Meio Ambiente
10,00
Relações Sociais
13,33
Psicológico
14,00
Físico
9,71
GERAL
11,23
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
Figura 3 Escore da escala WHOQOL-bref do grupo SGB, com piores resultados nos Físico,
Meio Ambiente e Auto Avalianção da QV.
Quando analisou-se a FM e a MIF, observamos que o Grupo Miopatia que teve a
melhor FM e também o melhor escore na MIF.
E quando comparamos a Independência com a QV, pode-se dizer que escores
maiores na MIF também apresentam maiores escores na QV (Figura 4).
22
Grupo polineuropatia
Grupo miopatia
MIF
Grupo Guillian-Barre
QV Geral
Figura 4 Comparação da Independência Funcional e Qualidade de Vida dos grupos de
DNM, com uso da escala MIF e WHOQOL-Bref.
DISCUSSÃO
Polineuropatia
Mesmo não encontrando na literatura estudos que validassem especificamente a
WHOQOL-bref para a pesquisa de QV em pacientes com Polineuropatia, Moreira17 realizou
uma prévia em diabéticos com resultados semelhantes aos descritos em outras populações
e em seu estudo observou que os pacientes com Polineuropatia Diabética apresentaram
sintomas depressivos, o que se tornou viável a utilização desse instrumento em seu estudo.
Os resultados evidenciaram que os domínios ligados à saúde física e ao meio
ambiente foram os que obtiveram os piores escores de avaliação17. Quando comparado o
estudo atual ao supracitado, observou-se que em ambos os sujeitos com a mesma doença
apresentam o domínio físico como o pior escore.
O domínio Relações Sociais se mostrou como pior domínio. Os sujeitos apresentaram
desse estudo problemas crônicos, sendo que um deles teve histórico de alcoolismo e com
base nisso supomos que laços sociais foram comprometidos, o que pode explicar a baixa
média neste domínio, mas, essa questão não foi avaliada no estudo.
No estudo de Moreira17, ele observou a auto-avaliação de QV. Quando comparado ao
nosso estudo, as médias se apresentaram mais baixas, supondo-se que não é apenas da
doença que influência, mas outros fatores, por exemplo, as formas de etiologiada doença,
uma vez que Moreira17 avaliou apenas Polineuropatias Diabéticas.
A Polineuropatia tem como principal consequência fraqueza muscular, o que prejudica
cronicamente a função motora podendo afetar as AVDs e a QV. A reabilitação física das
pessoas afetadas é, portanto, de grande importância e interesse18. O exercício terapêutico
atua como uma estratégia efetiva na redução da fadiga generalizada e de variáveis
psicológicas, como raiva, depressão, tensão e confusão19.
23
Muitas vezes, as melhoras da consciência corporal e do recrutamento das unidades
motoras promovida pelo exercício refletem numa melhora qualitativa das atividades
funcionais20. Podemos concordar com esse estudo em vista que o escore da escala MIF foi
6, que determina independência modifica, para todos os sujeitos, que mesmo com alguma
limitação, seja ela por fraqueza ou por qualquer outra alteração, que não foi avaliado nesse
estudo, mantiveram sua independência.
Miopatia
Conforme estudo de Costa, Tavares & Nunes21 o relato de caso, apresentava
diminuição da FM nos membros superiores e inferiores, com inflamação predominante dos
músculos esqueléticos proximais. JáAçari, Palou& Carvalho22, demonstrou uma paciente FM
grau 4 proximal e 5 distal nos quatro membros. O atual estudo se apresentou com grau de
FM semelhante aos demais estudos.
Segundo Costa21, a resposta negativa ao tratamento, leva à diminuição na QV do
paciente. Observamos que o sujeito avaliado nesse estudo apresentou bom escore na
escala de QV, sugerimos que a QV está ligada diretamente a resposta ao tratamento.
No estudo de Orsini23, os pacientes com miopatiasapresentaram estabilidade da
aptidão funcional e FM, o tratamento faz com que se tornar maisexpressivos os resultados.
E o sujeito desse estudo, obteve escore de MIF 7, sendo esse o escore mais alto
classificando-o como independente e concordando assim com o estudo de Orsini23.
Guillian-Barré
Passada a fase da progressão, a doença entra num platô por vários dias ou semanas
com recuperação gradual da função motora ao longo de vários meses. Entretanto, apenas
15% dos pacientes ficarão sem nenhum déficit residual após 2 anos do início da doença e
de 5-10% permanecerão com sintomas motores ou sensitivos incapacitantes24.
O desenvolvimento de programa de reabilitação multidisciplinar promove a melhora
funcional e desempenho nas AVDs, aumentando assim sua pontuação na MIF, mas não
demonstram alterações na QV por meio da escala WHOQOL-bref25.
O quadro clínico é formado por fraqueza muscular progressiva, ascendente, bilateral e
simétrica das extremidades, porém a fraqueza muscular proximal é menos frequente e
também com presença de parestesia distal26. Haverá perda da força na musculatura distal
nos membros inferiores, principalmente na flexão dorsal dos dedos e dos pés9.A nossa
amostra demonstrou os mesmos resultado, pois apresentou FM predominantemente mais
baixas em MMII, principalmente em flexores e extensores de dedos dos MMII, confirmando
assim que nosso sujeito estava dentro do esperado para a patologia.
24
Já foi constatado que a maioria dos pacientes crônicos, apresentamrestrições em suas
atividades sociais e cotidianas em decorrência da fadiga, sendo este um dos sintomas mais
incapacitantes9.
Infelizmente, a causa da fadiga ainda não é conhecida. Uma possıv́ el explicação seria
um transtorno de estresse pós-traumático depois de uma doença potencialmente fatal.
Existe uma neuropatia residual em aproximadamente 50% de todos os pacientes com SGB.
Isso poderia sugerir o envolvimento de distúrbios “periféricos” na fisiopatologia da fadiga9.
Em outro estudo, formulou a hipótese de que a fadiga central nos pacientes com a
SGB está relacionada com a redução do número de unidades motoras remanescentes. Essa
hipótese seria de que um número limitado de axônios motores na SGB induz o aumento
relativamente rápido da falha na ativação central durante o primeiro minuto porque a falência
de apenas algumas unidades motoras poderia induzir uma falha relativamente grande da
ativação central27.
Sendo essas, as hipóteses para queda dos resultados da independência e QV, uma
vez que o paciente apresenta a FM suficiente para suas AVDs, já que a FM grau 0 só estava
presente em flexores e extensores de dedos dos MMII, não influenciando diretamente para
uma redução de sua independência.
O estudo apresentou limitações como o baixo número de sujeitos e amostra
heterogenia.
O baixo número amostral impossibilitou uma análise estatística. As patologias
avaliadas neste estudo apresentam diferentes quadros clínicos, gerando uma amostra
heterogenia.
Para estudos futuros sugere-se um número amostral maior para que seja realizada
uma análise estatística, uma análise da sensibilidade, em pacientes que possuam esta
comprometida, além de um grupo mais homogêneo onde seja mais fácil realizar suas
correlações.
CONCLUSÃO
Nesse estudo pudemos concluir que a DNM altera a FM, independência funcional e a
QV dos indivíduos.
Observamos que quanto menos adequada for a FM, maior será o seu grau de
dependência econsequentemente, pior será sua QV. No entanto, com base nos domínios
avaliados na WHOQOL-bref, identificamos que o domínio físico pode não ser o único fator
para a diminuição desta, mas sim fatores associados como a auto-avaliação e meioambiente, que também se apresentaram significativamente baixos.
25
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22. AÇARI DD, PALOU V, CARVALHO AAS,Miopatia metabólica – lipidose. VIII
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23. ORSINI M, FREITAS MRG, CALHEIROS M, et al. Fisioterapia Neurofuncional na força
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doenças
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24. Ministério da Saúde. Portaria SAS/MS no 497, de 23 de dezembro de 2009. Dispõe
sobre o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Síndrome de Guillain-Barré.
Disponível
em:http://neurologiahu.ufsc.br/files/2012/08/Protocolo-MS_Guillain-
Barr%C3%A9-2009.pdf
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Guillain-Barré: reabilitação. Acta Fisiatr. 2013;20(2):89-95.
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Pediátrico: Relato De Caso E Revisão Literatura. Rev. Med. UFPR. 2016; 3(1): 41-44
27. ORSINI M, FREITAS MRG, PRESTO B, et. Al. Guideline for Neuromuscular
Rehabilitation in Guillain-Barré Syndrome: What can we do?.Rev Neurocienc 2010;
18(4): 572-580.
27
5.
ANEXOS
ANEXO 1
REGRAS PARA PUBLICAÇÃO DA REVISTA FISIOTERAPIA & PESQUISA
1 – Apresentação:
O texto deve ser digitado em processador de texto Word ou compatível, em tamanho
A4, com espaçamento de linhas e tamanho de letra que permitam plena legibilidade. O texto
completo, incluindo páginas de rosto e de referências, tabelas e legendas de figuras, deve
conter no máximo 25 mil caracteres com espaços.
2 – A página de rosto deve conter:
a)
título
b)
do
trabalho
título
(preciso
e
condensado
conciso)
e
(máximo
sua
versão
de
para
50
o
inglês;
caracteres);
c) nome completo dos autores, com números sobrescritos remetendo à afiliação institucional
e vínculo, no número máximo de 6 (casos excepcionais onde será considerado o tipo e a
complexidade do estudo, poderão ser analisados pelo Editor, quando solicitado pelo autor
principal,
onde
deverá
constar
a
contribuição
detalhada
de
cada
autor);
d) instituição que sediou, ou em que foi desenvolvido o estudo (curso, laboratório,
departamento,
hospital,
clínica,
universidade,
etc.),
cidade,
estado
e
país;
e) afiliação institucional dos autores (com respectivos números sobrescritos); no caso de
docência, informar título; se em instituição diferente da que sediou o estudo, fornecer
informação completa, como em “d)”; no caso de não-inserção institucional atual, indicar área
de
f)
formação
endereço
e
postal
e
eletrônico
do
eventual
título;
autor
correspondente;
g) indicação de órgão financiador de parte ou todo o estudo se for o caso;
h)
indicação
de
eventual
apresentação
em
evento
científico;
i) no caso de estudos com seres humanos ou animais, indicação do parecer de aprovação
pelo comitê de ética; no caso de ensaio clínico, o número de registro do Registro Brasileiro
de
Ensaios
Clínicos-REBEC
(http://www.ensaiosclinicos.gov.br)
ou
no ClinicalTrials(http://clinicaltrials.gov).
OBS: A partir de 01/01/2014 a FISIOTERAPIA & PESQUISA adotará a política sugerida pela
Sociedade Internacional de Editores de Revistas em Fisioterapia e exigirá na submissão do
manuscrito o registro retrospectivo, ou seja, ensaios clínicos que iniciaram recrutamento a
partir dessa data deverão registrar o estudo ANTES do recrutamento do primeiro paciente.
Para os estudos que iniciaram recrutamento até 31/12/2013, a revista aceitará o seu registro
ainda que de forma prospectiva.
28
3 – Resumo, abstract, descritores e keywords:
A segunda página deve conter os resumos em português e inglês (máximo de 250
palavras). O resumo e o abstract devem ser redigidos em um único parágrafo, buscando-se
o máximo de precisão e concisão; seu conteúdo deve seguir a estrutura formal do texto, ou
seja, indicar objetivo, procedimentos básicos, resultados mais importantes e principais
conclusões.
São
seguidos,
respectivamente,
da
lista
de
até
cinco
descritores
e keywords(sugere-se a consulta aos DeCS – Descritores em Ciências da Saúde da
Biblioteca Virtual em Saúde do Lilacs (http://decs.bvs.br) e ao MeSH – Medical
SubjectHeadings do Medline (http://www.nlm.nih.gov/mesh/meshhome.html).
4 – Estrutura do texto:
Sugere-se que os trabalhos sejam organizados mediante a seguinte estrutura formal:
a) Introdução – justificar a relevância do estudo frente ao estado atual em que se encontra o
objeto
investigado
e
estabelecer
o
objetivo
do
artigo;
b) Metodologia – descrever em detalhe a seleção da amostra, os procedimentos e materiais
utilizados, de modo a permitir a reprodução dos resultados, além dos métodos usados na
análise
estatística;
c) Resultados – sucinta exposição factual da observação, em seqüência lógica, em geral
com apoio em tabelas e gráficos. Deve-se ter o cuidado para não repetir no texto todos os
dados
das
tabelas
e/ou
gráficos;
d) Discussão – comentar os achados mais importantes, discutindo os resultados alcançados
comparando-os com os de estudos anteriores. Quando houver, apresentar as limitações do
estudo;
e) Conclusão – sumarizar as deduções lógicas e fundamentadas dos Resultados.
5 – Tabelas, gráficos, quadros, figuras e diagramas:
Tabelas, gráficos, quadros, figuras e diagramas são considerados elementos
gráficos. Só serão apreciados manuscritos contendo no máximo cinco desses elementos.
Recomenda-se especial cuidado em sua seleção e pertinência, bem como rigor e precisão
nas legendas, as quais devem permitir o entendimento do elemento gráfico, sem a
necessidade de consultar o texto. Note que os gráficos só se justificam para permitir rápida
compreensão das variáveis complexas, e não para ilustrar, por exemplo, diferença entre
duas variáveis. Todos devem ser fornecidos no final do texto, mantendo-se neste, marcas
indicando os pontos de sua inserção ideal. As tabelas (títulos na parte superior) devem ser
montadas no próprio processador de texto e numeradas (em arábicos) na ordem de menção
29
no texto; decimais são separados por vírgula; eventuais abreviações devem ser explicitadas
por extenso na legenda.
Figuras, gráficos, fotografias e diagramas trazem os títulos na parte inferior, devendo
ser igualmente numerados (em arábicos) na ordem de inserção. Abreviações e outras
informações devem ser inseridas na legenda, a seguir ao título.
6 – Referências bibliográficas:
Aas referências bibliográficas devem ser organizadas em sequencia numérica, de
acordo com a ordem em que forem mencionadas pela primeira vez no texto, seguindo os
Requisitos Uniformizados para Manuscritos Submetidos a Jornais Biomédicos, elaborados
pelo
Comitê
Internacional
de
Editores
de
Revistas
Médicas
–
ICMJE
(http://www.icmje.org/index.html).
7 – Agradecimentos:
Quando pertinentes, dirigidos a pessoas ou instituições que contribuíram para a
elaboração do trabalho, são apresentados ao final das referências.
O texto do manuscrito deverá ser encaminhado em dois arquivos, sendo o primeiro
com todas as informações solicitadas nos itens acima e o segundo uma cópia cegada, onde
todas as informações que possam identificar os autores ou o local onde a pesquisa foi
realizada devem ser excluídas.
30
ANEXO 2
31
32
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