HEMOVIGILÂNCIA HEMOVIGILÂNCIA O Ministério da Saúde estabelece para instituições de saúde com um serviço de hemoterapia a constituição de um comitê transfusional, multidisciplinar. Este comitê tem como função o monitoramento da prática hemoterápica (RDC 153 – 14/06/2004). A Direção do HIJG em 27 de abril de 2007 designou o Comitê Transfusional do Hospital Infantil, multidisciplinar, representado por: Dr José Eduardo Coutinho Góes – UTI Geral (COORDENADOR) Enfª Leide Patrícia Fernandes de Souza – UTI Geral Dra Andréa T.C.Hoepers, - Agência Trasfusional Enf ª Eloá Favaretto - Agência Trasfusional. Dra Maria Estela S Tani – UTI Neonatal Dr Lincoln virmond Abreu – Oncohematologia Enfª Izis Goreti Coelho – Oncohematologia Dr Defendente Debiasi – Infectologia Dr. Alexandre Carlos Buffon – Anestesiologia Dr. Johny Grechi Camacho – Cirurgia Pediátrica As crianças hospitalizadas, em especial nas UTIs e oncohematologia, representam as populações mais freqüentemente transfundidas. A prioridade da Comissão Hospitalar de Transfusão Sangüínea - CHTS é estabelecer medidas para o uso racional, baseado em evidências, que respaldem as indicações de transfusão dos hemocomponentes e hemoderivados e auxiliar na detecção precoce das reações transfusionais agudas. Os casos suspeitos ainda permanecem subnotificados por desconhecimento ou por dificuldades em se estabelecer os critérios para seu diagnóstico. A Agência Transfusional do HIJG registrou, no período de 01/01/2007 a 31/12/2007, 36 eventos transfusionais adversos para um total de 4456 unidades de hemocomponentes transfundidos (0,8%). As reações alérgicas ocorreram em 70% das situações, seguidas de reações febris não hemolíticas (25%) e um caso de reação anafilática (2,7%). O papel da comissão é assegurar as boas práticas transfusionais e contribuir para minimizar ou prevenir os riscos dos eventos transfusionais. Como exemplo de sua atuação, a CHTS apoiou as ações da Agência Transfusional junto ao HEMOSC para disponibilizar a todos os pacientes com idade igual ou inferior a seis anos, que necessitarem de transfusão, os hemocompenentes concentrado de hemácias e concentrado de plaquetas exclusivamente irradiados, evitando a reação de enxerto contra hospedeiro transfusional, e filtrados (leucodepletados), minimizando as reações febris e contaminação por CMV relacionados à transfusão. ORIENTAÇÕES GERAIS FRENTE ÀS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS Todos os profissionais envolvidos na prescrição e administração de hemocomponentes devem estar capacitados a reconhecer e a tratar as reações transfusionais e proceder a Notificação de Reações Transfusionais Qualquer sintoma, durante ou após administração de um hemocomponente deve ser considerada como reação transfusional, até que se prove o contrário. SINTOMAS MAIS FREQÜENTES NAS REAÇÕES AGUDAS - Febre com ou sem calafrios (definida como elevação de 1º C na temperatura corpórea) associada à transfusão; - Calafrios com ou sem febre; - Dor no local da infusão, torácica ou abdominal; - Alterações agudas na pressão arterial, tanto hipertensão como hipotensão; - Alterações respiratórias: dispnéia, taquipnéia, hipóxia; - Alterações cutâneas: prurido, urticária, edema localizado ou generalizado; - Naúseas com ou sem vômitos; - Choque em combinação com febre, tremores, hipotensão e /ou falência cardíaca de alto débito. Este quadro sugere sepse, podendo também acompanhar o quadro de hemólise aguda. - Falência circulatória, sem febre e/ou calafrios. Pode ser o dado mais importante de anafilaxia; - Alteração na cor da urina pode ser o primeiro sinal de hemólise no paciente anestesiado. CONDUTA CLÍNICA 1. Parar a transfusão imediatamente. 2. Manter a linha venosa com soro fisiológico 0,9%. 3. Verificar sinais vitais. 3. Notificar o médico do paciente. 4. Notificar o Banco de Sangue via telefone (ramal 9101). 5. Devolver ao Banco de Sangue a bolsa e o equipo de transfusão. 6. Verificar todos os registros, formulários e identificação do receptor. 7. Avaliar se ocorreu a reação e classificá-la, a fim de adequar a conduta Específica. Situações graves como reação hemolítica, TRALI (lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão), anafilaxia e sepse relacionada à transfusão requerem condutas de urgências. 8. Em caso de febre ou suspeita de reação hemolítica aguda encaminhar uma amostra de sangue do paciente com EDTA e “tubo seco” ao Banco de Sangue. 9. Solicitar hemoculturas e outros exames conforme tipo de reação e evolução clínica do paciente.