Microcefaliaviraassuntoconstantenasconsultas

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SUA VIDA | SAÚDE
ZERO HORA
SEGUNDA-FEIRA,
4 DE JANEIRO DE 2016
Microcefalia vira assunto constante nas consultas
PAULA MINOZZO
[email protected]
Nos consultórios médicos, a
crescente preocupação de gestantes e mulheres que planejam
uma gravidez é notável. A relação dos casos de microcefalia
com a infecção pelo zika vírus
se tornou tópico essencial e rotineiro nas consultas obstétricas
e ginecológicas. Nos exames de
ecografia, perguntas sobre as
medidas do perímetro cefálico
do bebê também se tornaram
mais comuns. As medidas de
prevenção contra a picada e as
formas de eliminação dos focos
do mosquito Aedes aegypti entraram para a lista de cuidados
durante a gravidez e são reforçadas pelos médicos.
Junto ao protetor solar, o repelente virou um item obrigatório neste verão, quando o uso
de roupas curtas e leves se torna
mais comum. A ginecologista
e obstetra Ivete Canti, coordenadora da unidade de alto risco da maternidade do Hospital
Conceição, se diz mobilizada na
luta contra o mosquito e avalia
que todo cuidado é pouco. Ela
vem desaconselhando as pacientes a viajar para regiões onde há
maior risco de infecção, como
o Nordeste.
– Por mim, grávida não viaja para lugares onde há grande
circulação do mosquito. Ainda se sabe muito pouco sobre
o vírus e, no caso de uma máformação fetal, não há manei-
ras de reverter a situação. Quando vejo que a preocupação das
mulheres é saber mais sobre a
microcefalia, alerto primeiro
sobre a necessidade de prevenção. Já internalizamos a importância do uso do protetor solar.
Agora, é fazer o mesmo com o
repelente – diz.
Ivete aconselha, em qualquer
idade gestacional, o uso do produto contra insetos e recomenda que as grávidas vistam roupas
que cubram as extremidades. Se
o tecido escolhido for leve, como
meias de náilon, o repelente deve
ser passado inclusive por cima,
lembra a especialista.
Não há comprovação de que o
zika circule no Estado, mas, para
a diretora do Centro de Vigilância
em Saúde, Marilina Bercini, todos
os 172 municípios do Estado que
estão infestados pelo Aedes estão
sob maior risco. Nesta época do
ano, o maior fluxo de pessoas viajando para outras regiões com casos confirmados da doença é motivo de alerta para as autoridades.
– Seja em Santa Catarina (onde
há oito casos confirmados de zika)
ou Nordeste, estamos sob risco,
já que é o período de férias. Não
esperamos um grande surto no
Estado, mas estamos trabalhando
sistematicamente com a eliminação dos criadouros. Onde há casos suspeitos é feita a nebulização
com inseticida – explica Marilina.
A principal medida e o foco de
atuação para combater a doença
no Rio Grande do Sul, segundo
ela, é a eliminação do vetor, já
que o inseto passa a transmitir o
vírus quando pica uma pessoa infectada. O tempo de permanência do zika no sangue pode durar
até uma semana. Até o último
boletim epidemiológico, havia
23 casos suspeitos no Rio Grande
do Sul, mas a Secretaria Estadual
de Saúde não divulga as cidades
onde moram os pacientes em
investigação.
UM CASO DE MICROCEFALIA
POR ZIKA CONFIRMADO NO RS
No RS, o primeiro caso de microcefalia causado pelo zika foi
divulgado em dezembro. Uma
mulher de Esteio teria contraído o vírus em uma viagem a
Pernambuco no primeiro trimestre de gravidez. A confirmação
se deu depois que diversos exames deram negativo para outras
problemas que podem causar
a má-formação, como rubéola,
toxoplasmose ou alterações genéticas. Segundo o secretário de
Saúde do Rio Grande do Sul, João
Gabbardo dos Reis, até o momento, não houve aumento nos casos
de microcefalia no Estado.
De acordo com os dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do RS, até outubro de
2015, nove bebês nasceram com
a má-formação. Em, 2014, foram
sete, e em 2013, houve 13 registros. Esse número é maior do que
o informado nos boletins do Ministério da Saúde, que apontou
nenhum caso notificado em 2014
e apenas três em 2013.
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SAIBA O QUE FAZER
QUAIS SÃO AS PRECAUÇÕES
QUE DEVEM SER TOMADAS?
-A primeira medida é combater o
mosquito. Certifique-se de que
na sua casa não há criadouros,
como locais que podem
acumular água parada. Até
mesmo um balde com roupas de
molho pode se tornar um lugar
propício para o desenvolvimento
da larva, dependendo do tempo
que estiver exposto.
-Especialistas recomendam o
uso de mangas longas e calças
compridas, mosquiteiros e
repelente. A família e moradores
da casa também devem se
prevenir, pois o mosquito ao
picar uma pessoa infectada, se
torna transmissor.
-Não há vacina disponível que
proteja do zika. A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) aprovou, no final de
dezembro, a primeira vacina
contra a dengue, que deve
começar a ser comercializada até
julho deste ano.
-Não há necessidade de medidas
drásticas, como isolamento. Nos
horários de maior risco de picada
do Aedes (nascer do sol até as
8h e no entardecer, entre 17h e
21h), a gestante pode evitar
sair de casa.
QUANDO O REPELENTE
DEVE SER APLICADO?
-A proteção fornecida pelos
produtos dura,em média,de
quatro a oito horas,dependendo
da quantidade da substância na
composição.Os repelentes devem
ser aplicados
no máximo três
vezes ao dia.
Para a ginecologista e obstetra
Ivete Canti,não há risco de repassar
o produto um pouco antes do
tempo estimado de duração.
VELAS E OUTROS INSETICIDAS
NATURAIS PODEM SER USADOS?
-De acordo com a Anvisa,
inseticidas à base de citronela,
andiroba e óleo de cravo, entre
outros, não têm comprovação
de eficácia nem a aprovação
pela Agência.
COMO SABER SE FUI
PICADA PELO AEDES?
- A picada do Aedes aegypti não
deixa lesões distintas na pele.
Se o mosquito transmitiu zika,
chikungunya ou dengue, apenas
um exame pode comprovar.
Em alguns casos, as infecções
não apresentam sintomas, mas
quem tiver febre, manchas
avermelhadas pelo corpo, dores
nas juntas e fraqueza deve
procurar atendimento médico.
O BEBÊ CORRE ALGUM RISCO SE
A MÃE FOI INFECTADA POR ZIKA
ANTES DE FICAR GRÁVIDA?
- O tempo de circulação do vírus
no sangue gira em torno de cinco
a oito dias depois que a pessoa
apresenta sintomas, por isso,
não há riscos. Quem planeja
engravidar, deve conversar com o
seu médico antes. Especialistas já
recomendam adiar uma gestação
devido aos riscos.
CIDADES COM INFESTAÇÃO DO “AEDES” NO RS
Até dezembro de 2015,
172
municípios do RS estavam
infestados pelo Aedes
Aegypti, de acordo com
dados da Secretaria
Estadual de Saúde.
As áreas mais críticas são
PortoAlegree
RegiãoMetropolitana,
em razão da concentração populacional e do
intenso trânsito de pessoas para outras regiões do
país, e as regiões
NoroesteeOeste.
No Litoral Norte,
Osório,Torrese
Tramandaí
também estão entre as
cidades em que
há infestação
do mosquito.
Até 30 de dezembro,
o Estado investigava
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SERVIÇO ZH
A Secretaria Estadual de
Saúde conta com site e
números de telefone e
WhatsApp para receber
denúncias sobre o foco
do mosquito Aedes
aegypti e esclarecer
dúvidas sobre dengue,
febre chikungunya
e zika.
casos suspeitos de zika.
Entenda as
diferenças entre
zika, dengue e
chikungunya em
zhora.co/
tresdoencas
Municípios
infestados
Municípios
infestados
Pelo telefone
0800-645-3308
ou pelo WhatsApp
e Telegram
(51) 9184-7821
QUAL A DIFERENÇA
ENTRE AS SUBSTÂNCIAS
NOS REPELENTES?
Icaridina
É a mais potente. Não precisa de aplicação muitas vezes ao dia
e pode durar até 10 horas na pele, por isso, é a mais difícil de
ser encontrada no comércio. Na Capital, o produto também
desapareceu rapidamente das prateleiras. Em consulta feita
por Zero Hora em quatro farmácias de grandes redes do centro
de Capão da Canoa, repelentes que levam icaridina em sua
composição, como o da marca Exposis, estão em falta. Só pode
ser usado por crianças com mais de dois anos.
Deet (Diethyl Toluamide)
É o que está presente na maioria das marcas.
A proteção dura, em média, de quatro a oito horas, dependendo
da quantidade da substância na composição do produto. Também
só pode ser usado por crianças com mais de dois anos.
IR 3535 (Ethyl Butylacetylaminopropionate)
O efeito dura em média quatro horas. É o que tem menor risco de
causar alergias e intoxicação, podendo ser usado em bebês com
mais de seis meses.
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