fitossociologia da regeneração natural de uma floresta

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FITOSSOCIOLOGIA DA REGENERAÇÃO NATURAL DE UMA
FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL EM BARRA DA ESTIVA, BAHIA
Ricardo Nogueira Pereira(1); Guilherme Sampaio Pereira(1) ; Inkamauta Valeda Serda
Plazas(1); Kaique Mesquita Gonçalves(1); Mateus Tinoco Silva(1)
(1)
Graduando do curso de Engenharia Florestal, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB);
[email protected], [email protected], [email protected], [email protected],
[email protected].
RESUMO
O estudo fitossociológico das comunidades vegetais constitui a maneira mais usual para se conhecer
o padrão de distribuição espacial e a diversidade das espécies. O presente trabalho foi desenvolvido
no município de Barra da Estiva, Bahia e teve como objetivo caracterizar a regeneração natural de
um fragmento de Floresta Estacional Decidual. A coleta de dados ocorreu por meio da alocação de
100 parcelas de 5 x 5 m onde foram amostrados todos os indivíduos que apresentaram altura total
mínima de 0,5 m. Esses indivíduos foram classificados em C1 (classe de altura de 0,5 até 1,0 m) e
C2 (classe de altura acima de 1,0 m e circunferência à altura do peito ≤ 6,0 cm). Foram calculados
os parâmetros densidade, frequência e regeneração natural absolutas e relativas, além do índice de
diversidade de Shannon-Wiener (H’). Foram encontradas 158 espécies, pertencentes a 32 famílias
botânicas. A partir desse levantamento observou-se uma distribuição uniforme do número de
indivíduos em relação ao número de espécies. Os gêneros Calliandra e o Citharexylum
apresentaram o maior número de indivíduos nas duas classes de tamanho. As espécies Calliandra
fernandesii Barneby e Citharexylum sp. 1 obtiveram os maiores valores de Regeneração Natural.
Palavras-chave: densidade, frequência, índice de diversidade.
INTRODUÇÃO
A Chapada Diamantina apresenta uma diversidade de climas e topografia que proporciona
elevada variedade de padrões fitofisionômicos. O tipo de vegetação predominante é o campo
rupestre, geralmente acima de 900 m de altitude, embora ocorram também campos cerrados
("gerais"), cerrados de altitude e diferentes tipos de florestas como as plúvio-nebulares, ciliares e as
de grotão (RIBEIRO, 2005), e caatinga (LIMA & LIMA, 1998).
Nesse contexto, os estudos sobre a composição florística e a estrutura fitossociológica das
formações florestais são de fundamental importância, pois oferecem subsídios para a compreensão
da estrutura e da dinâmica destas formações, parâmetros imprescindíveis para o manejo e
regeneração das diferentes comunidades vegetais (CHAVES et al., 2013).
A regeneração natural pode ser avaliada por meio de um levantamento florístico e, ou,
estrutural (densidade, dominância e frequência por espécie), de plântulas ou de indivíduos jovens,
usando-se qualquer método fitossociológico.
Nesse sentido, os objetivos do presente estudo foram conhecer a composição florística e
analisar a estrutura e a distribuição espacial da regeneração natural em uma Floresta Estacional
Decidual, no município de Barra da Estiva.
MATERIAL E MÉTODOS
A coleta de dados onde foi realizada na Fazenda Recreio situada no Povoado do Mateiro em
Barra da Estiva – BA.
Foram locadas parcelas de 5,0 m x 5,0 m. Em seguida foram registradas apenas a espécie e a
classe de altura de cada fuste, de acordo com a seguinte codificação (CTCRMFC, 2005):
 C1 = altura de 0,5 até 1,0 m;
 C2 = altura acima de 1,0 m, e circunferência à altura do peito (CAP) ≤ 6,0 cm
Os parâmetros da estrutura horizontal foram os usuais em fitossociologia e interpretados
segundo Mueller-Dombois & Ellenberg (1974) e Pielou (1975), expressos nas fórmulas que se
seguem:
 Densidade Total (DT) - Número total de indivíduos por hectare
DT = N/A
Em que:
 N = número total de indivíduos amostrados; e
 A = área da amostragem em hectare.
 Densidade Relativa (DRi) - porcentagem do número de indivíduos da i-ésima espécie (ni), em
relação ao número total de indivíduos amostrados (N)
DRi = (ni/N).100
 Frequência Relativa da Espécie (FRi) - porcentagem que representa a frequência absoluta da iésima espécie (FAi), em relação ao somatório das frequências absoluta de todas as espécies
FRi = (FAi/Somatório FAi). 100
A estrutura vertical foi analisada de acordo segundo o procedimento proposto por Souza &
Soares (2013), cujas fórmulas estão descritas a seguir:
 Classe de Tamanho Absoluta da Regeneração Natural
Em que:
 nij = número de indivíduos da i-ésima espécie na j-ésima classe de tamanho;
 Ni = número total de indivíduos da i-ésima espécie em todas classes de tamanho
 Classe de Tamanho Relativa da Regeneração Natural:
 Regeneração Natural Relativa:
Também foi calculado o Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram amostrados 2097 indivíduos distribuídos em 158 espécies, pertencentes a 32 famílias
botânicas.
Dentre as famílias amostradas destacaram-se pela riqueza as famílias Melastomataceae (15
gêneros), Fabaceae (11 gêneros), Myrtaceae (9 gêneros).
Os gêneros com maior número de indivíduos foram: Calliandra (467) e Citharexylum (334).
Estas espécies também são as que predominaram nas duas classes de tamanho.
O estande apresentou Índice de Shannon-Wiener de 3,298 nats, podendo ser considerado de
elevada diversidade. Segundo Felfili & Rezende (2003), os valores de H’ geralmente situam-se
entre 1,3 e 3,5 podendo exceder 4,0 e alcançar números em torno de 4,5 em ambientes florestais
tropicais.
Calliandra fernandesii Barneby foi a espécie de maior densidade relativa (22,27 %), seguida
por Citharexylum sp. 1 (12,26 %) (Tabela 1).
Tabela 1 - Teores de C na Humina (Hum) em dois solos sob diferentes sistemas de uso e manejo na zona da mata
mineira
Espécies
NInd
Calliandra fernandesii Barneby
467
Citharexylum sp. 1
257
Casearia bahiensis Sleumer
144
Myrcia fallax (Rich.) DC.
120
Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish 109
Pilocarpus aff. riedelianus Engl.
101
Guapira opposita (Vell.) Reitz
78
Citharexylum pernambucense Moldenke
77
Myrcia guianensis (Aubl.) DC.
53
Miconia pyrifolia Naudin
37
DA
DR
1868 22,27
1028 12,26
576 6,87
480 5,72
436
5,2
404 4,82
312 3,72
308 3,67
212 2,53
148 1,76
FA
32
56
43
51
40
36
28
11
14
26
FR CTRRN
4,46
20,63
7,81
12,08
6,00
7,46
7,11
6,15
5,58
5,55
5,02
4,10
3,91
4,18
1,53
3,71
1,95
2,95
3,63
1,92
RN
15,79
10,72
6,78
6,33
5,44
4,65
3,94
2,97
2,48
2,44
NInd = número de indivíduos; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; FA = frequência absoluta; FR =
frequência relativa; FA = frequência absoluta; CTRRN = classe de tamanho relativa da regeneração natural; RN =
regeneração natural.
Com relação a estrutura vertical, a espécie que mais se destacou foi Calliandra fernandesii,
pois apresentou valor CTRRN muito superior as demais (Tabela 1).
As cinco espécies de maior importância perfizeram juntas a 45,05% da regeneração natural
total, demonstrando um predomínio no estande (Tabela 1).
CONCLUSÕES
O alto valor do Índice de Diversidade de Shannon-Wiener encontrado indica a relevância da
área estudada.
A espécie de maior importância foi Calliandra fernandesii, principalmente devido sua DR e
CTRRN.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAVES, A. C. G.; SANTOS, R. M. S.; SANTOS, J. O.; FERNANDES, A. A.; MARACAJA, P.
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preservação
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florestas. 2013.
Disponível
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<http://150.165.111.246/ojspatos/index.php/ACSA/article/viewFile/449/pdf>. Acesso em: 06 ago. 2015.
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de Brasília, Departamento de Engenharia Florestal, 2003. 68 p.
LIMA, P. C. F.; LIMA, J. L. S. Composição florísitica e fitossociologia de uma área de caatinga
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MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. New
York: Willey e Sons. 1974. 547p.
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SOUZA, A.L.; SOARES, C.P.B. Florestas nativas: estrutura, dinâmica e manejo. Viçosa, MG:
Ed. UFV, 2013. 322 p..
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia/FAPESB, pela concessão da bolsa.
À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/UESB, pelo apoio.
Ao professor Alessandro de Paula pela orientação.
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