Incontinência urinária e estudos urodinâmicos

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Incontinência urinária e estudos urodinâmicos A incontinência urinária de esforço é a perda involuntária de urina que ocorre quando há um aumento da pressão sobre a bexiga durante alguma atividade. A quantidade de urina que é perdida pode variar de pequenas gotas até volumes maiores, quando passa a ser considerada uma condição mais grave. Pequenos esforços, como tossir, e até atividades físicas com maior intensidade podem ser causas de incontinência urinária. A incontinência urinária de esforço ocorre principalmente nas mulheres, com predomínio na terceira idade. Normalmente as mulheres de cor branca, obesas e fumantes são as mais propensas a desenvolver esse problema. A gravidez e o trabalho de parto causam danos na musculatura dos órgãos pélvicos e também contribuem para o estabelecimento da incontinência urinária de esforço. A incontinência por urgência urinária ou bexiga hiperativa ocorre quando a bexiga contrai sem o desejo do paciente. A sensação de urgência urinária causa um desejo muito forte de urinar que o paciente não consegue inibir, ocorrendo a perda de urina. Ao consultar o seu médico, procure informá‐lo o quanto esse sintoma prejudica as suas atividades no cotidiano. Além disso, procure anotar quantas vezes você perde urina durante o período de 24 horas. Essas informações são muito úteis para definir a melhor forma de tratamento. A incontinência urinária não é somente um problema médico. Trata‐se de uma condição que pode causar distúrbios emocionais, psicológicos e sociais. As pessoas afetadas não executam as suas atividades rotineiras e sempre procuram permanecer em locais de fácil acesso aos sanitários. Contudo, é muito importante saber que muitos casos de incontinência urinária podem ser tratados com bons resultados. O Núcleo de Diagnóstico e Reabilitação do Urocentro de São Paulo conta com médicos Urologistas especializados no tratamento dos distúrbios miccionais e incontinência urinária. 1
Fatores que contribuem para o aparecimento da incontinência urinária 
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Infecções urinárias e vaginais Efeitos colaterais de medicamentos Obstipação intestinal (prisão de ventre) Fraqueza da musculatura pélvica Aumento da próstata nos homens Doenças do Sistema Nervoso e traumatismo medular Cirurgias na região pélvica Diabetes Gravidez e parto 2
Avaliação do paciente com incontinência urinária Em primeiro lugar, é preciso marcar uma consulta com o Urologista. Durante a entrevista, o paciente deve anotar todos os remédios que utiliza e informar seu uso para o médico. Cirurgias e outros antecedentes ligados ao problema também devem ser informados. Se possível, o paciente deve anotar o número de vezes que urina e quantas vezes perde urina durante o período de 24 horas. Normalmente o médico solicita exames de sangue (hematológicos e bioquímicos) e análise de urina. Estudo urodinâmico Este exame avalia a função da bexiga e do esfíncter urinário. Para fazer esse exame, durante cerca de 20 minutos, o paciente recebe uma pequena sonda de borracha na uretra e outra sonda que é introduzida no reto. O esfíncter urinário é o músculo que controla o armazenamento de urina. O grau de desconforto deste exame é considerado leve e antes do seu início o paciente deve estar com a bexiga cheia. O médico poderá avaliar a sensibilidade e a capacidade da bexiga em acomodar líquidos. Além disso, o funcionamento do esfíncter será estudado com alguns esforços físicos e durante a micção. 3
MODALIDADES DE TRATAMENTO PARA A INCONTINÊNCIA URINÁRIA Consumo de líquidos e adequação da dieta Esta opção consiste em consumir menos líquidos para diminuir a produção de urina. Além disso, pacientes com incontinência urinária devem diminuir o consumo de café e outros alimentos considerados irritantes, como sucos de frutas cítricas, refrigerantes tipo cola, café e chás. A diminuição do consumo de chocolates também pode ajudar. Normalmente, indivíduos adultos devem consumir de 6 a 8 copos de água por dia. Micções programadas Ao perceber o problema, o paciente deve fazer uma anotação diária com o volume de líquido ingerido, número de vezes que urinou e quantas ocorreram episódios de perda de urina. Uma das formas de evitar a perda é urinar a cada três horas, para manter a bexiga vazia e minimizar as chances de perder urina. Exercícios da musculatura pélvica Este tipo de tratamento visa o fortalecimento da musculatura do esfíncter urinário e da região pélvica. Ao fazer os exercícios regularmente o paciente reforça a musculatura, passando a ter maior controle urinário. Geralmente é necessário o auxílio de um fisioterapeuta para aprender a fazer esses exercícios. A equipe de fisioterapia do Urocentro de São Paulo oferece um programa especial de exercícios da musculatura pélvica que podem melhorar a incontinência urinária, promovendo grandes benefícios aos pacientes. 4
Tratamento farmacológico Para o tratamento da incontinência por urgência, os medicamentos denominados anticolinérgicos são os mais utilizados. Os anticolinérgicos mais eficientes para melhorar esse problema são a tolterodina e a oxibutinina. Ambos são disponíveis com formulação do tipo “liberação lenta”, beneficiando os pacientes com somente uma dose diária. Existem outros medicamentos anticolinérgicos disponíveis para uso. Salientamos, porém, que todos esses medicamentos têm vários efeitos colaterais, principalmente boca seca e prisão de ventre. Tratamento Cirúrgico O tratamento cirúrgico da incontinência urinária deve ser empregado quando o problema persiste mesmo após a utilização das medidas previamente descritas, ou nos casos mais graves. Injeções uretrais: A injeção de alguns produtos na região da uretra pode melhorar a continência urinária. A aplicação pode ser feita mediante anestesia local. Pacientes de ambos os sexos podem receber a injeção. Os índices de cura com esse tratamento, porém, não são plenamente satisfatórios, e para aumentar a sua eficiência, o mesmo paciente pode necessitar de várias injeções. Correção da incontinência urinária de esforço em mulheres: Nessa cirurgia, uma pequena faixa sintética é colocada abaixo da uretra. Essa faixa exerce um efeito de compressão e melhora o controle urinário. Se o cirurgião preferir, o uso de uma faixa de revestimento da musculatura da própria paciente poderá ser usado. Normalmente, podem ser retiradas faixas do abdome ou da região da coxa. Nestes tipos de cirurgia, a recuperação costuma ser rápida. 5
Cirurgias de compressão uretral: Homens com incontinência urinária após intervenções cirúrgicas na próstata podem receber o implante de materiais sintéticos na região da uretra. Atualmente existem vários dispositivos que são utilizados com essa finalidade. Os resultados desse tipo de tratamento ainda não são bem conhecidos. Esfíncter artificial: Representa o tratamento mais eficiente para a correção de incontinência urinária masculina. O dispositivo é colocado na circunferência da uretra e um sistema que é preenchido por líquidos é acionado por um botão que fica na região escrotal. O sistema mantém a uretra ocluída constantemente e evita a perda de urina. O próprio paciente aciona o botão e abre a uretra quando deseja urinar. Cirurgias para urge‐incontinência: Novas tecnologias estão sendo empregadas no tratamento da urge‐incontinência. Uma delas é o implante de eletrodos que são inseridos na região dorsal do paciente. Os eletrodos geram estímulos elétricos que controlam o funcionamento da bexiga. Outra forma de tratamento que oferece ótimos resultados em curto e médio prazo é a injeção de toxina botulínica na bexiga. Em casos mais complexos, uma cirurgia denominada ampliação vesical, que é feita com a utilização de um segmento do intestino do próprio paciente, poderá trazer bons resultados. Uso de absorventes, coletores e sondas Pessoas com alguns tipos de incontinência urinária de difícil tratamento podem utilizar alguns produtos absorventes, coletores e dispositivos específicos. Mulheres com histórico de múltiplos partos podem desenvolver o prolapso da bexiga, que é a exteriorização da bexiga por meio do orifício vaginal. Nesses casos, pessários são colocados como um suporte dentro da vagina e contribuem para manter a continência urinária. Pacientes com arreflexia detrusora, que é a perda da capacidade contrátil da bexiga, podem fazer o cateterismo vesical intermitente e esvaziar a bexiga em intervalos regulares, mantendo a continência urinária. Fontes: Sociedade Brasileira de Urologia e Associação Americana de Urologia. 6
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