O USO DE ANTIBIÓTICOS POR CRIANÇAS. UMA REVISÃO DA

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O USO DE ANTIBIÓTICOS POR CRIANÇAS. UMA REVISÃO DA
LITERATURA.
CHILDREN FOR USE OF ANTIBIOTICS. A REVIEW OF THE LITERATURE.
Júlio Tavares de Santana1
Letícia Clementino Pereira Silva2
Maria Ellen Dayanne de Santana Amaral Pinheiro3
José Edson de Souza Silva4
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Graduando do 1º Período de Farmácia na UNIFAVIP/Devry, e-mail: [email protected]
Graduanda do 1º Período de Farmácia na UNIFAVIP/Devry, e-mail: [email protected]
3
Graduanda do 3º Período de Farmácia na UNIFAVIP/Devry, e-mail: [email protected]
4
Professor de Bioquímica, Botânica e Farmacognosia na UNIFAVIP/Devry, e-mail:
[email protected]
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RESUMO: Os antibióticos (ATB) são fármacos de importância fundamental para a
eliminação de microrganismos. Além disso, foi analisado também que os ATB são os
medicamentos mais utilizados de maneira incorreta pelos pacientes, em decorrência
disto, inicia-se a seleção e disseminação de microrganismos mais resistentes à ação dos
antimicrobianos. Na infância, a conduta a ser adotada requer cuidados adicionais, como
a atenção a fatores fisiológicos, principalmente quanto ao funcionamento hepático e
renal, que podem resultar em aumento dos níveis do fármaco no organismo,
consequentemente, aumentando a ocorrência de efeitos adversos. O grande número de
prescrições desta classe da terapia medicamentosa em crianças está principalmente
relacionado às infecções respiratórias. O presente estudo tem por finalidade fazer um
levantamento bibliográfico sobre a prescrição de antibióticos para crianças, a partir de
uma revisão da literatura. Foram coletados artigos científicos disponíveis nas bases de
dados do Google acadêmico e do EBSCO em março de 2016. Tendo como limitantes:
artigos no idioma português, publicados no período de 2010 a 2016. Percebe-se que os
medicamentos mais utilizados para tratamento antimicrobiano são: a amoxicilina e suas
associações com outros fármacos, azitromicina, ampicilina, penicilina cristalina,
penicilina, cefalosporinas e os aminoglicosídeos. Portanto, para o uso correto dos
antibióticos por crianças é necessário esclarecer as dúvidas do usuário, garantindo que
ele adquira conhecimentos referentes à administração destes fármacos, apresentando
assim, uma favorável adesão ao tratamento. Sendo, de suma importância o papel do
farmacêutico, pois lhe cabe informar ao usuário as condições em que o medicamento
deve ser utilizado durante o processo de dispensação.
PALAVRAS CHAVES: Antibiótico. Pediatria. Crianças. Prescrição.
1
ABSTRACT: Antibiotics (ATB) are drugs of fundamental importance for the
elimination of microorganisms. Moreover, it was also analyzed the ATB are the most
used drugs incorrectly by patients as a result of this, begins the selection and spread of
more resistant to antimicrobial action of microorganisms. In childhood, the approach to
be adopted requires additional care, such attention to physiological factors, especially as
the liver and kidney function, which may result in increased drug levels in the body
thereby increasing the occurrence of adverse effects. The large number of provisions of
this class of drug therapy in children is mainly related to respiratory infections. This
study aims to review the literature on the prescription of antibiotics for children, from a
literature review. They collected scientific articles available on the academic Google
databases and EBSCO in March 2016. Having as limiting: articles in Portuguese,
published between 2010 to 2016. You can tell that the drugs most commonly used for
antimicrobial treatment are amoxicillin and their association with other drugs,
azithromycin, ampicillin, penicillin, penicillin, cephalosporins and aminoglycosides.
Therefore, for the correct use of antibiotics for children it is necessary to clarify the
doubts of the user, ensuring that it acquires knowledge regarding the administration of
these drugs, thus presenting a favorable treatment adherence. It is very important the
pharmacist's role, because it is required to inform the user of the conditions under which
the drug should be used during the process of dispensation.
KEYWORDS: Antibiotic. Pediatrics. Children. Prescription.
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INTRODUÇÃO
A descoberta dos antimicrobianos, fármacos utilizados comumente por toda a
população, é principalmente marcada pela descoberta da penicilina, substância
elaborada pelo fungo Penicillium por volta da década de 30. (PENILDON, 2010).
Os antibióticos (ATB) são fármacos de importância fundamental para a
eliminação de microrganismos, esse tipo de medicamento, em dados estatísticos, foi
considerado um dos mais prescritos. Além disso, foi analisado também que os ATB são
os medicamentos mais utilizados de maneira incorreta pelos pacientes. (GOODMAN &
GILMAN, 2006). Em decorrência a isto, inicia-se a seleção e disseminação de
microrganismos mais resistentes a ação dos antimicrobianos, tornando-se ineficaz o uso
destes medicamentos no tratamento do paciente. (MARCETE, 2010).
A idade de maior incidência de infecções em crianças, compreende a faixa etária
de zero a cinco anos de idade, podendo variar de acordo com os aspectos
socioeconômicos. Na infância, a conduta a ser adotada requer cuidados adicionais,
como a atenção a fatores fisiológicos, principalmente quanto ao funcionamento hepático
e renal, que podem resultar em aumento dos níveis do fármaco no organismo, com
consequente aumento de ocorrência de efeitos adversos. O grande número de
prescrições desta classe da terapia medicamentosa está principalmente relacionado as
infecções respiratórias (PAGANOTTI, 2013). As infecções do trato respiratório
superior, como otite média, tonsilites, faringites e sinusites são as mais comuns na
infância e as crianças e lactantes podem apresentar até 10 a 12 episódios por ano.
(PACHECO, 2011).
Para realizar uma prescrição pediátrica deve avaliar-se a dificuldade na
administração e esclarecer ao cuidador a forma correta de uso. Meiners e Bergsten
Mendes classificam as crianças como “órfãos terapêuticos”, pois não são realizados
ensaios clínicos nessa população e geralmente as doses são definidas de modo empírico
e questionável. (GALATO, 2011).
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OBJETIVO
O presente estudo tem por finalidade fazer um levantamento bibliográfico sobre
a prescrição de antibióticos para crianças, a partir de uma revisão da literatura.
METODOS UTILIZADOS
Foi realizada uma revisão de literatura em março de 2016, sobre o tema: o uso
de antibióticos por crianças. Foram coletados artigos científicos disponíveis nas bases
de dados do Google acadêmico e do EBSCO. Tendo como limitantes: artigos no idioma
português, publicados no período de 2010 a 2016 e palavras-chave: antibiótico,
crianças, prescrição e pediatria.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, pois buscou produzir novas informações a
partir das que já foram publicadas pela sociedade cientifica, se detendo a aspectos da
realidade não quantificados. A pesquisa ainda é classificada como exploratória, pois
“[...] tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. ” (GIL, 2007).
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RESULTADOS
A busca a artigos foi realizada por meio de dados eletrônicos do EBSCO e
Google Acadêmico. Os artigos pesquisados foram restringidos a língua portuguesa e o
período de publicação entre 2010 a 2016 e utilizando como palavras-chave antibiótico,
pediatria, crianças e prescrição. Dentre os seis artigos pesquisados, todos apresentaram
como metodologia de estudo, caráter descritivo transversal.
De acordo com a frequência da prescrição dos ATB na pediatria, podemos
constatar que (MARCHETE, et al., 2010) em seu estudo analisou que em um total de
3130 prescrições pediátricas a quantidade de antimicrobianos que constavam em cada
prescrição, 87% (2719) delas incluíam algum antimicrobiano prescrito, sendo que em
67% (2108) dos casos havia 1 antimicrobiano por prescrição, 17% (515) 2
antimicrobianos e 3% (90) 3 antimicrobianos, totalizando 3408 antimicrobianos
prescritos. Um total de 13% (406) das prescrições não apresentava nenhum tipo de
antimicrobiano. Comparando esta pesquisa de (RIBEIRO, et al., 2013) é notável que
ambos apresentaram semelhança em seus resultados.
Fonte: (MARCHETE, et al., 2010)
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Em relação a faixa etária e o sexo das crianças estudadas, os ATB são mais são
prescritos, segundo (OLIVEIRA, et al., 2011), as crianças de quatro a seis anos. Já
(RIBEIRO, et al., 2013) em suas pesquisas, afirma que a faixa etária que contém o
maior índice de prescrições estava compreendida entre dois meses e 14 anos, cujo que
maioria dos casos compreendia entre 0 a 4 anos. Porém, relacionando o sexo de maior
predominância, observa-se que não há grande diferença de casos na prescrição, pois na
avaliação de (OLIVEIRA, et al., 2011) em uma pesquisa de 100 prescrições pediátricas,
53 estão voltadas para o sexo feminino e 47 para o masculino, cuja pesquisa de
(RIBEIRO, et al., 2013) apresenta resultado equivalente ao anterior.
Analisando agora os antimicrobianos mais prescritos na pediatria, o estudo de
(MARCHETE, et al., 2010) afirma que a penicilina cristalina foi a mais prescrita para
estes pacientes e que outros estudos em pacientes pediátricos hospitalizados mostraram
que as penicilinas, as cefalosporinas e os aminoglicosídeos foram os antimicrobianos
mais prescritos. Acrescentando, (OLIVEIRA, et al., 2011) conclui também que, de oito
antimicrobianos, os mais frequentemente prescritos foram azitromicina (45%) e
amoxicilina (40%). Destaca-se que foram prescritos produtos contendo amoxicilina na
mesma dosagem, porém, em volumes diferentes, cuja pesquisa de (RIBEIRO, et al.,
2013) mostra que a amoxicilina, também, foi o antibiótico mais prescrito (65,5%),
seguido da associação amoxicilina e ácido clavulânico (16,5%) e do grupo dos
macrólidos (9,3%). Segundo (PAGANOTTI, 2013) e concordando com as outras
pesquisas, consta que independentemente da condição clínica, o fármaco mais prescrito
foi a amoxicilina. A prescrição do sulfametoxazol associado à trimetoprima
correspondeu, em 45,4% dos casos à terapêutica da otite e em 9% da amidalite. A
penicilina benzatina foi prescrita uma única vez para amidalite.
6
Fonte: (RIBEIRO, et al., 2013)
Já nas avaliações, conforme (PAGANOTTI, 2013) mostrando a causa patológica
para o uso de tantos antibióticos. A amidalite, seguida de otite e bronquite são as mais
comuns, cujo em pesquisa, coletando informações de 277 crianças, afirmam que as
queixas que motivaram a procura pelos serviços (247), 98 (39,7%) estavam relacionadas
a problemas no aparelho respiratório, 36 (14,6%) a problemas no aparelho digestório e
55 (22,2%) relacionados a sintomas como dor e febre. No caso dos antibacterianos, que
representaram 21,8% dos medicamentos prescritos, seguidos pelos fármacos que atuam
no sistema respiratório (17,5%), nos órgãos sensoriais (15,7%) e no sistema nervoso
(13,3%). (GALATO, 2011), cujo (PACHECO, 2011) informa em sua pesquisa
resultados semelhantes à de (GALATO, 2011) sobre as patologias mais comuns para o
uso de antibióticos em crianças.
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DISCURSÃO
Nota-se que é habitual a todas as pesquisas, o fato dos antimicrobianos serem
os medicamentos mais prescritos em relação a todas as classes de fármacos.
Compreende-se também que nas crianças o uso desses antibióticos está relacionado a
pacientes com doenças que envolvam alguma infecção respiratória, na maioria dos
casos. Além disso, percebe-se que os medicamentos mais utilizados para tratamento
antimicrobiano são: a amoxicilina e suas associações com outros fármacos,
azitromicina, ampicilina, penicilina cristalina, penicilina, cefalosporinas e os
aminoglicosídeos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreende-se no decorrer da pesquisa, que os antibióticos são medicamentos
que requerem um maior cuidado durante a sua utilização, principalmente nas crianças,
pois estando em uma fase de desenvolvimento imunológico, possuem uma maior
fragilidade a certos tipos de tratamento medicamentoso. Além disso, a exclusão da
pediatria nos exames clínicos predispõe as crianças a um maior risco de efeitos
adversos.
É perceptível que um dos problemas mais comuns envolvendo o uso de
antimicrobianos é a sua adesão de maneira incorreta, pois essa atitude decorre uma
resistência microbiana, tornando assim ineficaz o uso do antibiótico.
Portanto, é necessário esclarecer as dúvidas do usuário, garantindo que ele
adquira conhecimentos referentes a administração destes fármacos, apresentando a
partir daí uma favorável adesão ao tratamento. Sendo, de suma importância o papel do
farmacêutico, pois cabe-lhe informar ao usuário as condições em que o medicamento
deve ser utilizado durante o processo de dispensação.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MARCHETE, A. G. G. et al., Análise das prescrições de antimicrobianos em
pacientes pediátricos de um hospital do Norte do Espírito Santo. Rev. Bras.
Farm. 91(4): 176-82, 2010. Acesso em: 01 de abril de 2016.

OLIVEIRA, K. R. DESTEFANI, S. R. A. Perfil da prescrição e dispensação
de antibióticos para crianças em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no
município de Ijuí RS. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl. 2011;32(3):395-401ISSN
1808-4532. Acesso em: 30 de março de 2016.


RIBEIRO, F. et al., Prescrição Antibiótica no Serviço de Urgência Pediátrica
de um Hospital Nível II da Região Centro. Rev. Nascer e Crescer 2013; 22(4):
216-219 v.22, n.4. Acesso em: 01 de abril de 2016.

PAGANOTTI, A. M. et al., Prescrição de antibióticos a crianças atendidas
no inverno em Unidade de Saúde de município paulista. Rev. Ciênc. Farm.
Básica Apl. 2013;34(3):441-447ISSN 1808-4532. Acesso em: 30 de março de
2016.

PACHECO, A. J. et al., Utilização de Antimicrobianos para o Tratamento de
Infecções Respiratórias em Crianças Atendidas em uma Instituição de
Saúde do Estado de Minas Gerais. Rev. Ciências em Saúde v.1, n.3, out 2011.
Acesso em: 30 de março de 2016.

GALATO, D. et al., Prescrições pediátricas em uma Unidade Básica de
Saúde do Sul de Santa Catarina: avaliação do uso de antibacterianos. Rev.
Pediatria Moderna v.47, n.6, Nov/Dez 2011. Acesso em: 01 de abril de 2016

SILVA, Penildon Farmacologia. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2010.

GOODMAN & GILMAN As bases farmacológicas da terapêutica.11. ed. Rio
de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006.
9
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