18/7/2011 ULTRASSONOGRAFIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM BIOMECÂNICA EEFD - UFRJ MÚSCULO ESQUELÉTICO DANIEL DE SOUZA ALVES [email protected] Organização micro e macroscópica Músculo Esquelético FUNÇÃO baseada na anatomia. Cruzam mais de uma articulação: Ex: Reto femural Quadril fixo: Extensor do joelho Joelho fixo: Flexor do quadril Retorno do agachamento: Age durante a extensão do quadril e do joelho CLASSIFICAÇÃO DA FUNÇÃO MUSCULAR ATRAVÉS DA ANATOMIA ? Reto femoral • Cria momento extensor no joelho • Cria momento flexor no quadril SITUAÇÃO ESPECÍFICA 3 Músculo Esquelético Músculo Esquelético Tecido Muscular Tecido Conjuntivo •Fáscias •Envoltórios •Tendões •Estruturas do Sarcômero 6 1 18/7/2011 Arquitetura Muscular Músculo Esquelético Propriedades mecânicas do componente contrátil Arranjo das fibras Propriedades físicas do componente elástico Arquitetura Muscular Produção da força Função muscular Frequência X Resolução* 8 7 Arquitetura Muscular Arquitetura Muscular Parâmetros de arquitetura muscular humana inicialmente obtidos de pesquisas in vitro, com peças anatômicas técnicas de fixação e idade avançada dos indivíduos Parâmetros de arquitetura muscular humana inicialmente obtidos de pesquisas in vitro, com peças anatômicas (década de 60): ≠ contexto fisiológico real in vivo Técnicas de imagem, não-invasivas = estudo da arquitetura muscular in vivo, durante contrações musculares ou em repouso. Massa Fixação comprimento do músculo e ângulo de penação 10 9 Introdução Introdução Técnicas de Imagem Ultrassonografia • Imagem em tempo-real • Bom contraste entre tecidos • Não exposição à radiação ionizante • Não invasivo Tomografia Computadorizada (TC) Ressonância Magnética (RM) • Portabilidade Ultrassonografia (US) • Fácil manuseio in vitro e ex vivo • Baixo custo relativo X in vivo Maior fidedignidade, situações reais 11 12 2 18/7/2011 Arquitetura Muscular Músculo Esquelético Parâmetros de arquitetura muscular humana inicialmente obtidos de pesquisas in vitro, com peças anatômicas técnicas de fixação e idade avançada dos indivíduos ≠ contexto fisiológico real in vivo Técnicas de imagem, não-invasivas = estudo da arquitetura muscular in vivo, durante contrações musculares ou em repouso. Validação* de medições da arquitetura muscular populações distintas peças anatômicas comparação com RM 13 14 Ultra-som Ângulo de penação Comprimento do fascículo Aponeurose superficial • Arquitetura Aponeurose profunda Muscular Curvatura do fascículo Espessura muscular plantaris GM GL Volume muscular Área de seção transversa anatômica/fisiológica Deslocamento do tendão 10 mm • Mecânica dos Tendões Fascículo Deformação relativa (strain) Rigidez (stiffness) Marca externa Módulo de Young (stress/strain) gastroc. tendão Tendão calcanear GM Histerese • Geometria articular Braço de força 10 mm Força muscular Torque articular Junção miotendínea 16 Arquitetura Muscular Ângulo de Penação Disposição e inserção das fibras musculares Parâmetros medidos X Parâmetros estimados O ângulo agudo formado entre as fibras e a aponeurose interna é denominado ângulo de penação. As medidas da arquitetura muscular são importantes parâmetros de entrada em diversos modelos para estimativa da força muscular, como os modelos geométricos tipo-Hill. Em alguns casos, são aplicados em estágios intermediários para estimativa de outros parâmetros de entrada como volume muscular, área de seção transversa fisiológica e braço de força. Até 30º (aproximadamente) 17 18 3 18/7/2011 Ângulo de Penação Ângulo de Penação Menor transmissão de força ao tendão? 30º 86% Até 30º (aproximadamente) 19 Material contrátil X Componente efetiva* 20 Ângulo de Penação GM GL Tendão calcanear 22 Comprimento do Fascículo Correspondente ao comprimento da fibra muscular Músculos Fusiformes Músculos Penados Distância entre as JMT Distância entre as aponeuroses Sartório = 40,3 cm Tibial posterior = 3,78 cm 23 4 18/7/2011 Comprimento do Fascículo Comprimento do Fascículo O CF também está diretamente relacionado à capacidade de tensão máxima e esta relação descreve a curva comprimento-tensão. Pequenas alterações no comprimento de um músculo penado tem efeitos relativos mais significativos do que em fusiformes, podendo deslocar o músculo para posições desvantajosas para geração de força de acordo com a curva comprimento-tensão. 25 28 Comprimento do Fascículo MUSCULO COM FIBRAS LONGAS Comprimento do Fascículo GM GL Tendão calcanear 30 29 Curvatura do Fascículo Recíproco do raio* Curvatura do Fascículo 31 32 5 18/7/2011 Espessura Muscular Espessura Muscular Distância perpendicular entre as aponeuroses interna e externa, medida em local de maior diâmetro muscular. 1 2 GM GL Utilizada em análises da força e função muscular. (Medida 1 +Medida 2) / 2 Forte correlação com o volume muscular Tendão calcanear Imagem longitudinal 33 Espessura Muscular 34 Volume Muscular O VM é normalmente estimado pelo somatório de volumes segmentares calculados pelo produto entre as áreas de seção transversa e a distância entre elas.* GM GL Tendão calcanear Imagem transversal Volume Muscular Equações de regressão múltipla para estimativa do volume muscular (VM), utilizando espessura muscular (EM), comprimento do segmento (CS), altura (ALT), circunferência do segmento (CIRC) e massa corporal (P) Miyatani et al. (2004) investigaram a precisão e a confiabilidade da estimativa do VM obtida a partir de medidas de EM de imagens ultrassônicas. Para tanto, compararam o valor obtido para o VM com a técnica de RM. 36 35 ASTA e ASTF Área de Seção Transversa Anatômica (ASTA) e Fisiológica (ASTF) A ASTA = área do maior plano transversal do músculo, independente de sua geometria muscular. ÁSTF = soma da área de seção transversa de todas as fibras musculares. Importante na quantificação da capacidade de produção de força muscular Músculos fusiformes: ASTA = ASTF Músculos penados: necessário um redimensionamento relacionado ao ângulo de penação 38 6 18/7/2011 ASTA ASTA e ASTF Measurement of vastus medialis oblique muscle cross-sectional area on patellar-base level. ASTF (cm2) = Massa muscular (g) x cos θ ρ (g/cm3) x comprimento da fibra (cm) ρ (densidade do músculo) = 1,056 g/cm3 Song C et al. PHYS THER 2009;89:409-418 40 ©2009 by American Physical Therapy Association Parâmetros do Tendão ASTF (cm2) = Massa musc. (g) x cos θ ρ (g/cm3) x comp. da fibra (cm) As variações de comprimento, constatadas em situações como contrações isométricas voluntárias máximas e mobilizações articulares passivas, confere aos tendões grande importância dentro do sistema ósteo-mio-articular, afetando diretamente a mecânica muscular e o potencial de produção de força VOLUME ASTF (cm2) = Volume (cm3) x cos θ Comp. da fibra (cm) Benefícios do uso da ultrassonografia: 2 porções In vivo Comportamento diferenciado Alterações nas propriedades mecânicas AST ASTF (cm2) = AST (cm2) x cos θ 42 Deformação Relativa (Strain) Deformação Relativa (Strain) As propriedades normalmente avaliadas através da US são a deformação relativa e a tensão. A deformação relativa do tendão é estimada através da quantificação do deslocamento da junção miotendínea durante o movimento articular. É calculada pela razão entre a variação de comprimento e o comprimento original da estrutura deformada, sendo uma grandeza adimensional normalmente expressa em termos percentuais. Aponeurose Superficial Junção Miotendínea ε= L – L0 Aponeurose Profunda L0 Onde, ε: deformação relativa (strain); L: comprimento final; L0: comprimento inicial. 43 7 18/7/2011 Deformação Relativa (Strain) Deformação Relativa (Strain) Passo 1: Determinar o comprimento de repouso do tendão Encontrar a inserção do tendão no osso e marcar na pele Encontrar a junção miotendínea e marcar na pele Medir a distância entre as marcações Passo 2: Determinar a variação no comprimento através do movimento da junção miotendínea Tensão (Stress) Deformação Relativa (Strain) σ = F A Onde, σ: stress (N/m2); F: Força no tendão (N); A: Área de secção transversa (AST) (m2). Relativa? Passo 2: Determinar a variação no comprimento através do movimento da junção miotendínea 48 Rigidez (Stiffness) Tensão (Stress) GM GL F k = δ Onde, Tendão calcanear k: rigidez (stiffness); F: força (N); δ: deslocamento (m). “Resistência à deformação” 49 50 8 18/7/2011 Módulo de Young Braço de Força Distância perpendicular entre a linha de ação do músculo e o eixo de rotação da articulação. σ E = Durante um movimento articular esta distância apresenta variações, dependendo das características anatômicas da articulação em questão. ε Onde, E: Módulo de Young’s (Pascal). Parâmetro fundamental em modelos mecânicos para a estimativa da participação de grupos musculares na produção do torque articular total. BF1 51 Braço de Força Importância desportiva na área clínica BF2 e 52 Braço de Força Primeiros trabalhos realizados por An et. al em 1983 Primeiros trabalhos realizados por An et. al em 1983 - método de excursão do tendão Medidas in vitro: • alterações das propriedades • BF médio BF = dx/dφ distância variável entre indvíduos diversas posições articulares BF1 BF2 in vivo BF1 BF2 53 54 Confiabilidade Braço de Força Método de excursão do tendão (An et al., 1984) adaptado para condições in vivo (Ito et al., 2000 e Maganaris, 2000). BF = dx/dθ Confiabilidade das medidas de arquitetura muscular com US Análise estatística: coeficiente de variação, índice de correlação intraclasse, erro típico da medida etc. Vezes x Imagens x Avaliadores x Dias Poucos estudos Estudos com intervenção: Erro da medição? Maganaris, 2003. 56 9 18/7/2011 Confiabilidade Confiabilidade Ex: Comprimento do Fascículo (CF) e Ângulo de Penação (AP) Ex: Espessura Muscular, Comprimento do Fascículo e Ângulo de Penação Maganaris et al. (1998) estudaram o padrão da arquitetura muscular do tríceps sural durante contrações isométricas voluntárias máximas e repouso. Nove imagens de US foram realizadas em diferentes locais do ventre muscular. Não houve diferença significativa no CF e AP entre as regiões analisadas, apesar da grande diferença entre o repouso e contração. A repetibilidade das medições foi avaliada em dois dias separados em testepiloto com dez indivíduos e foi encontrado coeficiente de correlação intraclasse de 0,985. Chleboun et al. (2001) compararam medidas diretas de AP e CF do bíceps femoral de cadáveres com obtidas em imagens de US e não encontraram diferenças significativas. 57 Atividade Miyatani et al. (2000) demonstraram a acurácia de medições de EM utilizando a US para aquisição de imagens em um cadáver. A média de EM quantificada nas imagens foi 1,8% menor do que a média dos dados obtidos diretamente, embora sem diferença estatística significativa. Maganaris et al. (1998) testaram a reprodutibilidade das medidas de arquitetura muscular em imagens adquiridas de um mesmo indivíduo, durante dez dias consecutivos. Os autores encontraram valores de coeficiente de variação de 2,9, 4,9 e 4,3% para a EM, AP e CF, respectivamente. 58 Semana Intensiva Determinação do volume muscular dos flexores do cotovelo através da medição da espessura muscular em duas regiões do ventre muscular Medição da variação do ângulo de penação no músculo vasto lateral nas condições de repouso e CVM e em posição alongadas e encurtadas Determinação da ASTA do reto femoral e do tendão patelar com cálculo da correlação entre tais parâmetros Determinação da deformação relativa do tendão calcanear e da variação do ângulo de penação/comprimento da fibra do gastrocnêmio durante mobilização passiva do tornozelo 10