Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR AS VÊNUS DO RENASCIMENTO Este artigo faz parte da mesa cujo tema é: "A mulher sob diferentes aspectos: construções e leituras de imagens", formada por Ellen Balbo dos Santos, Giovanna Chaves Parisotto e Maria Luisa Hoffmann. Giovanna Chaves Parisotto1 e-mail: [email protected] Resumo: O objetivo deste artigo é refletir sobre os artistas no auge do Renascimento, séculos XV e XVI, como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael Sanzio, considerados gênios da Humanidade. Monalisa terá destaque neste artigo, assim como seu criador Leonardo da Vinci. A fundamentação também cita a representação da mulher renascentista na pintura, destacando que em torno do corpo feminino desenrola – se um discurso muitas vezes misterioso. Os resultados revelam que a contribuiçao da pintura do Renascimento foi sua nova maneira de representar a natureza através da técnica pictórica. Palavras – chave: Mulher renascentista; Leonardo da Vinci; Mona lisa. Abstract: This article aims to reflect on the artists at the height of the Renaissance, XV and XVI centuries, as Leonardo da Vinci, Michelangelo and Raphael Sanzio, considered geniuses of mankind. Monalisa will highlight in this article, as well as its creator Leonardo da Vinci. The evidence also mentions the representation of women in Renaissance paintings, including that around the female body develops - if a speech is often mysterious. The results show that the contribution of the Renaissance painting was a new way of representing nature through the pictorial technique. Key – Words: Women Renaissance; Leonardo da Vinci; Mona Lisa. 1 Introdução Este artigo tematiza o Renascimento como sendo um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências. A maior contribuiçao da pintura do Renascimento foi sua nova maneira de representar a natureza, através da técnica pictórica e a perspectiva matemática, criando uma eficiente ilusão de espaço tridimensional em uma superfície plana. Vale destacar que a linguagem visual formulada pelos pintores renascentistas foi tão bem sucedida que permanece até hoje. Logo de inicio o trabalho delimita o periodo a ser estudado, da Alta Renascença: anos finais do Quattrocento e as primeiras décadas do Cinquecento. Esta fase é 1 Graduada em Moda – Centro Universitario de Maringá. Pós – graduada em Moda e Cultura – Universidade Estadual de Londrina. Mestranda em Comunicação Visual – Universidade Estadual de Londrina. 774 700 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR importante, pois aqui se constroem e se cristalizam ideais que caracterizam todo o movimento renascentista: o Humanismo, no qual a noção de autonomia da arte, a emancipação do artista de sua condição de artesão, a busca pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio, são perfeitamente encarnado po Leonardo Da Vinci, Rafael e Michelangelo. Há destaque para Leonardo da Vinci, por ser considerado a maior figura da pintura renascentista, destacando também Mona Lisa, uma de suas obras mais conhecidas. Nesse sentido, podemos destacar dois objetivos específicos para este estudo: 1) conhecer a contribuição do Renascimento para a pintura através do desenvolvimento de técnicas pictóricas 2) Destacar a obra Mona Lisa, eleita como representante das vênus do Renascimento, a qual encontra – se técnicas da pintura renascentista, tornando enigmatica a Beleza dos rostos femininos da epoca. 2 O Renascimento Segundo Eco, o Renascimento, 1300 a 1650, foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. A maior contribuiçao da pintura do Renascimento foi sua nova maneira de representar a natureza, através da técnica pictórica e a perspectiva matemática, criando assim uma eficiente ilusão de espaço tridimensional em uma superfície plana. A linguagem visual formulada pelos pintores renascentistas foi tão bem sucedida que permanece até hoje. Segundo Machado, cinco séculos se passaram e as necessidades figurativas da civilização ocidental “foram satisfeitas por um sistema de representação plástica de espaço conhecido como perspectivas artificiais [...] em homenagem ao seu primeiro teorizador: Leo Batista Alberi.” (MACHADO, 1984: 63) Esse sistema nasceu no Renascimento procurando criar uma ilusão de profundidade, e assim a matemática serviu de suporte para as projeções gráficas. Dessa forma, baseando – se em leis cientificas de ilusão de espaço, a imagem renascentista nos daria a melhor noção de espaço, a mais fiel à realidade; a representação da natureza deveria ser a mais próxima da realidade, assim como os olhos do ser humano veem. No renascimento, o cânone de proporções greco-romano volta a determinar a construção da figura humana, voltando tambem o culto ao Belo. Segundo o site historia da arte, destacaram - se no auge do Renascimento(séculos XV e XVI) considerados artistas polivalentes e verdadeiros gênios da Humanidade: Leonardo da Vinci (1452-1519), pintor, escultor, arquiteto e cientista, perseguiu o objetivo de atingir a verdade através de experiências. Dentre suas pinturas 701 775 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR destacam-se A Santa Ceia, A Virgem dos Rochedos e A Gioconda (Mona Lisa). Michelangelo (1475-1564), arquiteto, pintor e escultor, destaca-se por pinturas monumentais como o teto da Capela Sistina, no Vaticano. Rafael (1483-1520), considerado o maior pintor do Renascimento, aliando a harmonia à dramaticidade e empregando cores, formas e volumes com equilíbrio, representando a doçura, a grandeza e a perfeita harmonia em suas obras. Para exemplificar tais caracteristicas, temos uma de suas obras, As tres graças: As três graças – Rafael Sanzio Fonte: Disponivel em http://br.geocities.com/discursus/archistx/caritace.html Acesso em: 26 mar. 2009. Sanzio, segundo o site geocities, retratou As três graças, como as três filhas de Zeus: Aglaé (Brilho), Eufrosina (Alegria) e Tália (Floração) inicialmente presidiam todos os prazeres humanos. São representações femininas plenas, cheias de esplendor e beleza, nas quais a mulher era retratada com toda pureza do olhar, pela branca e macia, formas e volumes com equilíbrio, representando a doçura, a grandeza e a perfeita harmonia em suas obras. O periodo em destaque é o da Alta Renascença, que engloba os anos finais do Quattrocento e as primeiras décadas do Cinquecento. Esta é a fase de culminação do Renascimento, mas seu reconhecimento é importante porque aqui se cristalizam ideais que 702 776 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR caracterizam todo o movimento renascentista: o Humanismo, onde a noção de autonomia da arte, a emancipação do artista de sua condição de artesão, a busca pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio, são perfeitamente encarnados em Da Vinci, Rafael e Michelangelo. A criaçao de espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de profundidade e de volume, sao efeitos criados a partir do jogo de cores e luz, o que permite destacar na obra os elementos mais importantes e obscurecer os secundarios. Dessa forma, complementa Machado (1984, p. 64), a pintura renascentista trabalha com projeções retilíneas, encontrando assim, dificuldades em representar as formas curvas. A busca por uma formula para se obter o efeito perspectivo de tridimensionalidade, obriga os pintores a se apoiarem nas técnicas de iluminação, tendo como solução a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz, criando distâncias e volumes que parecem ter sido copiados da realidade. Como exemplo temos a a Virgem das Rochas, de da Vinci. Leonardo da Vinci, A virgem das rochas, 1482. ECO, Umberto. História da Beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 412. 703 777 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR Eco complementa que o artista é, ao mesmo tempo, criador de novidade e imitador da natureza. “Como afirma com clareza Leornado da Vinci, a imitacao, é, de um lado, estudo de inventiva que permanece fiel à natureza por que recria a integração de cada figura com o elemento natural e, do outro,atividade que tambem exige inivacao tecnica (como a celebre esfumatura leonardesca, que torna enigmatica a Beleza dos rostos femininos).(ECO, 2004: 178) Dama com arminho – Leonardo da Vinci. Fonte: ECO, Humberto. Historia da Beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 192. Leonardo da Vinci (1452-1519), assim como outros pintores do renascimento, cria obras com feições indecifráveis, como é o caso da Dama com arminho, o qual o simbolismo dos dedos femininos mostram - se ambíguos, longos e sem características femininas. Ele tem um destaque especial por ser considerado a maior figura da pintura renascentista, usando sempre a matemática e a experimentação para achar respostas e quem sabe alcançar a perfeição; estudava a anatomia humana às escondidas para pintar o corpo humano perfeito. O site historia da arte destaca que os estudos de perspectiva de da Vinci são considerados insuperáveis. O "sfumato", técnica de uso de tons claros e escuros, foi utilizado em suas obras com perfeição, como por exemplo no quadro Mona Lisa, uma de suas obras mais conhecidas. 704 778 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR 3 A Obra Monalisa – Leonardo da Vinci Fonte: Disponível em http://notasaocafe.files.wordpress.com/2006/12/monalisa.jpeg Acesso em 26 mar. 2009 Mona Lisa terá um destaque especial, pois além de ser a mais notável e conhecida obra do pintor, é um dos retratos mais famosos na historia da arte. Ela vem representando 705 779 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR uma das venus do renascimento, com sua face enigmatica, mostrando com clareza, a ilusão de espaço tridimensional em uma superfície plana, “sfumato” de da Vinci. além da famosa tecnica do Este é um quadro o qual se apresenta uma mulher com uma expressão introspectiva e um pouco tímida, o sorriso restrito é muito sedutor, mesmo que um pouco conservador. Seu corpo representa o padrão de beleza da mulher na época de Leonardo. Segundo Aranha, Monalisa del Giocondo se tornou o quadro mais célebre da pintura ocidental, e hoje se encontra no museu do Louvre, em Paris, como sua principal atração turística. Há muitas duvidas com relação à obra de Leonardo, realmente é uma pintura questionadora e misteriosa. A "Mona Lisa" determinou um padrão para retratos futuros. O retrato apresenta a modelo vista apenas acima do busto, com uma paisagem distante visível em plano de fundo. Leonardo usou uma composição em pirâmide, onde a modelo surge no centro com uma expressão calma e serena. As mãos dobradas encontram-se no centro da base piramidal, refletindo a mesma luz que lhe ilumina o regaço, pescoço e face. Esta luminosidade estudada dá às superfícies vivas uma geometria subjacente de esferas e círculos, que acentua o arco de seu sorriso famoso. Sigmund Freud interpretou 'o sorriso' como uma atração erótica subjacente de Leonardo para com a sua mãe; outros descreveram o sorriso como inocente, convidativo , triste ou mesmo lascivo. [...] A harmonia total conseguida no quadro, visível especialmente no sorriso, reflete a unidade entre Natureza e Humanidade, que era parte importante da filosofia pessoal de Leonardo. Em segundo plano, a paisagem estende-se às montanhas geladas e inclui caminhos ondulantes e uma ponte que dão indicação de presença humana. Os contornos desfocados, a figura graciosa, os contrastes dramáticos entre claro e escuro que se traduzem em serenidade, são característicos do estilo de Leonardo. [...] (ARANHA, Ida. Disponível em: http://www.saber.cultural.nom.br/template/obrasCelebres/LeonardoDaV inciMonaLisa.html) Como exemplo de Mona Lisa, assim eram os retratos durante o período da Alta Renascença, de dúbia interpretação. A curiosidade a ser destacada nessa obra, seria desigualdade em sua paisagem: à esquerda da figura, a paisagem é visivelmente mais baixa do que à direita. Isto levou alguns críticos a sugerir que este elemento foi adicionado mais tarde. 4 A beleza da mulher renascentista Segundo Eco, “representar a beleza de um corpo significa, para o pintor, responder a exigências de natureza tanto teórica – o que é a Beleza [...] quanto pratica – que cânones, gostos e costumes sociais permitem considerar ‘belo’um corpo? [...]” (ECO, 2004: 193) Dessa forma, a representação da mulher renascentista, ou seja, se compararmos as 706 780 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR vênus do período do renascimento, perceberemos que em torno ao corpo feminino desenrola – se um discurso complexo: como nas obras citadas de Leonardo da Vinci, Mona Lisa e Dama com arminho, ou em Rafael Sanzio, As três graças. Com o intuito de complementar a afirmação, baseando – se em Eco, na obra de Baldung – Grien, As três idades da mulher e a morte, observa – se uma vênus com sua carne branca destacando - se na obscuridade do fundo que alude de forma evidente a uma beleza física, a qual a imperfeição das formas, com relação aos cânones clássicos, a torna ainda mais realista. Na obra em questão, mesmo sendo sitiada pela morte, ela anuncia uma mulher renascentista que sabe cuidar e mostrar seu próprio corpo. Nota – se também, através das cores, iluminação, o destaque para a figura feminina ao centro, e a idéia de um espaço tridimensional em uma superfície plana. Hans Baldung – Grien, As três idades da mulher e a morte, 1510. Fonte: ECO, Humberto. Historia da Beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 194. Com referência a esta obra, Eco (2004, p.196) complementa que a mulher renascentista usa arte e cosmética para valorizar os cabelos, tingindo de louro, e o corpo é feito para ser enfeitado pela arte dos ourives, objetos criados segundo os cânones de harmonia, 707 781 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR proporção e decoro. Assim, mais tarde, o corpo da mulher serve de contraponto à expressão privada, intensa, de decifração psicológica nada fácil de ser compreendida, e muitas vezes propositalmente misteriosa. Dentro desse contexto, das características da pintura da Alta Renascença, de acordo com o site historia net, a obra de Ticiano, A Vênus de Urbino, se insere representando que, a mulher nua é Vênus, a deusa do amor. A Vênus de Urbino – 1538, de Ticiano, retrata uma divindade ainda pudica, com um olhar etéreo e colo fértil, apesar de estar cobrindo o seu sexo. Os cabelos desarranjados e o ramo de flores insinuam uma mulher sedutora, mas se repararmos bem estamos diante de uma Deusa, cujo amor pertence ao reino imortal. No segundo plano, duas mulheres serviçais, cabelos presos, vestidas, nos mostram que na vida real a condição feminina era bem diferente, ( Disponível em: aprisionada e subserviente. http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=215) Venus de Urbino – Ticiano Vecellio. Fonte: ECO, Humberto. Historia da Beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 188. A figura principal se encontra em primeiro plano, devido a um jogo de luz, sendo destacada suas formas e sua beleza através das cores. E, em uma comparação com a obra Mona Lisa, sua face também é enigmática, misteriosa, transparecendo calmaria e serenidade, além de uma sensualidade visível. Eco afirma que a artificiosidade do espaço e 708 782 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR o caráter fugidio da Beleza feminina ainda serão vistas nos séculos seguintes, como na obra de Fragonard, nas quais as características oníricas da Beleza prenunciam a liberdade da pintura moderna. Nessa passagem, assistimos a uma transformação da imagem feminina: “a mulher volta a se vestir e torna – se dona de casa, educadora [...] a beleza sensual triunfante passa – se à rígida Jane Seymour [...] os retratos pintam – na com os lábios estreitos e o rosto de uma hábil dona de casa [...]” ( ECO, 2004: 206) Hans Holbein, o Jovem retrato de Jane Seymour, 1536. Fonte: ECO, Humberto. Historia da Beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 207. Eco (2004, p.206) finaliza afirmando que o Renascimento foi uma espécie de triunfo da mente masculina sobre a mulher. Para os renascentistas, inspirados na Antiguidade Clássica, nada mais lógico que se inspirar também na democracia ateniense, que não definia a mulher como cidadã. As mulheres acabaram praticamente excluídas de participar do Renascimento como sujeito ativo e criador, para assim serem lembradas como o objeto da perfeição masculina na arte e nas ciências. 709 783 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR 5 Considerações finais O Renascimento, 1300 a 1650, foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. Séculos se passaram e as necessidades figurativas da civilização ocidental foram satisfeitas por um sistema de representação plástica de espaço conhecido como perspectivas artificiais, nomeado assim, em homenagem ao seu primeiro teorizador: Leo Batista Alberi. Esse sistema nasceu no Renascimento procurando criar uma ilusão de profundidade, e assim a matemática serviu de suporte para as projeções gráficas. Dessa forma o periodo destacado é o da Alta Renascença, anos finais do Quattrocento e as primeiras décadas do Cinquecento. Esta é a fase de culminação do Renascimento, mas seu reconhecimento é importante porque aqui se cristalizam ideais que caracterizam todo o movimento renascentista: o Humanismo, a qual a noção de autonomia da arte, a emancipação do artista de sua condição de artesão, a busca pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio, são perfeitamente encarnados por Leonardo Da Vinci, Rafael Sanzio e Michelangelo. A pintura renascentista trabalha com projeções retilíneas, encontrando dificuldades em representar as formas curvas, sendo assim, a busca por uma formula para se obter o efeito perspectivo de tridimensionalidade, obriga os pintores a se apoiarem nas técnicas de iluminação, tendo como solução a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz, criando distâncias e volumes que parecem ter sido copiados da realidade. Leonardo da Vinci se destaca por ser considerado a maior figura da pintura renascentista, usando sempre a matemática e a experimentação para encontrar respostas e quem sabe alcançar a perfeição. Mona Lisa tem destaque especial, pois além de ser a mais notável e conhecida obra do pintor, apresentar tecnicas pictoricas usuais da epoca, ela é tambem representante das pinturas femininos do período da Alta Renascença, que tem por características em comum a dúbia interpretação. Dessa forma, a representação da mulher renascentista, ou seja, se compararmos as vênus do período do renascimento, perceberemos que em torno ao corpo feminino desenrola – se um discurso complexo, e muitas vezes, propositalmente misterioso. 710 784 Anais II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR 6 Referências Bibliográficas ARANHA, Ida. Saber Cultural. Disponível em: <http://www.saber.cultural.nom.br/template/obrasCelebres/LeonardoDaVinciMonaLisa.ht ml> acesso em: 28 mar. 2009. Caritas. Disponível em: Acesso em: 28 mar.2009. < http://br.geocities.com/discursus/archistx/caritace.html> ECO, Umberto. Historia da Beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004. Historia da Arte. A arte renascentista. Disponível em: <http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=215> Acesso em: 27 mar.2009. MACHADO, Arlindo. A ilusão especular. Introducao à fotografia. Sao Paulo: Brasiliense, 1984. 711 785