(2.º Ciclo de Estudos) Prova Escrita

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO
Acesso aos Cursos de Mestrado em Ensino (2.º Ciclo de Estudos)
Prova Escrita de Língua Portuguesa (2.ª Chamada)
2013
Duração da Prova: 1h:30m.
Tolerância: 30 minutos.
Data: 2013/09/21.
PARTE I
TEXTO E INTERPRETAÇÃO
Leia atentamente o texto abaixo transcrito.
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«Derek Amato estava à borda duma piscina (nos Estados Unidos), na zona menos funda, quando gritou a um amigo
para lhe atirar a bola. Lançou-se no ar, de cabeça para a frente e braços estendidos. Sentiu os dedos agarrarem a bola,
um instante antes de a sua cabeça bater no fundo da piscina, causando um choque que ressoou lá dentro como uma
explosão.
Passaram-se semanas, até as sequelas do traumatismo se tornarem evidentes: 35% de perda auditiva num dos
ouvidos, dores de cabeça e perdas de memória. Contudo, o efeito mais espetacular manifestou-se quatro dias depois do
acidente.
Amato ainda estava atordoado quando acordou de dias de sono quase ininterrupto. Quando se conseguiu levantar,
uma das primeiras coisas que fez foi visitar o seu amigo Rick Sturm, que estava presente no momento do acidente.
Enquanto conversavam, Amato reparou num piano elétrico barato a um canto do estúdio de música improvisado de
Sturm. Sem pensar, sentou-se ao teclado. Nunca na vida tinha tocado piano, nem manifestado a menor inclinação para
este instrumento, mas, para sua grande surpresa, os dedos, guiados por uma espécie de instinto, começaram a percorrer
as teclas. Amato acelerou a cadência, depois abrandou, deixando notas suspensas no ar e encadeadas com acordes ricos,
como se tocasse piano há vários anos. Quando levantou os olhos do teclado, viu o amigo lavado em lágrimas.
Após este incidente, Amato tentou descobrir uma explicação na Internet, utilizando palavras-chave como
“superdotado” e “traumatismo craniano” nos motores de busca. Encontrou o nome de Darold Treffert, especialista
reconhecido mundialmente em “síndroma do génio”. Uma das suas observações era que pessoas atingidas por esta
síndroma sofrem, geralmente, de uma deficiência intelectual, mas manifestam, em contrapartida, aptidões excecionais.
Amato enviou-lhe uma mensagem, recebendo, quase de imediato, uma resposta.
Treffert, antigo professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Wisconsin, diagnosticou-lhe uma
“síndroma de génio adquirido”. Nas três dezenas de casos conhecidos, pessoas normais que sofreram traumatismo
craniano desenvolveram, subitamente, novas competências quase sobre-humanas: talento artístico, domínio da
matemática, memória eidética (que faz reviver muito precisamente uma perceção), etc.
Desenhar fractais à mão
Um deles, Jason Padgett, é a única pessoa no mundo capaz de desenhar à mão fractais, figuras geométricas
complexas similares em diferentes escalas. Fá-lo desde que foi brutalmente agredido por ladrões. Afirma, também, ter
encontrado um erro no valor habitualmente atribuído à constante “pi”.
Um acidente [vascular] cerebral também transformou um quiroprático em artista visual de renome, cujas obras,
vendidas por milhares de dólares, foram reconhecidas por grandes publicações como a revista The New Yorker e
expostas em galerias.
Se as causas neurológicas da “síndroma d[e] génio adquirido” ainda não são bem compreendidas, a Internet permite
a pessoas como Amato entrar em contacto com investigadores interessados no assunto. Os progressos da imagiologia
cerebral permitem que os cientistas estudem os mecanismos neurológicos únicos destes indivíduos.
Bruce Miller é neurologista do comportamento e diretor do [C]entro da [M]emória e do [E]nvelhecimento na
Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF), onde trata pessoas envelhecidas que padecem de Alzheimer e de
problemas psicóticos. No final da década de 90, o filho de um paciente chamou-lhe a atenção para a recente obsessão
do pai pela pintura. Quanto mais os sintomas mentais se agravavam, melhores saíam as telas. Miller percebeu, então,
que havia mais pacientes que desenvolviam novos talentos à medida que o seu estado neurológico se degradava.
Enquanto a demência destruía as zonas do cérebro associadas à linguagem, ao tratamento cognitivo superior e às normas
sociais, as competências artísticas desenvolviam-se de forma excecional.
Miller decidiu estudar o cérebro de pessoas que sofrem da “síndroma d[e] génio clássico” e cujas aptidões aparecem,
regra geral, numa idade precoce. Foi assim que estudou o exame cerebral de uma criança autista de 5 anos, capaz de
reproduzir de memória desenhos complexos numa ardósia eletrónica. A tomografia de emissão monofónica (TEMP)
(técnica de imagiologia médica que permite visualizar os órgãos a três dimensões) revelou uma ausência anormal de
atividade nos lobos frontal e temporal do hemisfério esquerdo, as regiões do cérebro também afetadas pela demência.
Na maioria dos casos, os cientistas atribuem [aquele] aumento de atividade à neuroplasticidade: o cérebro consagra1/4
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-se mais ao desenvolvimento de competências, à medida que estas melhoram com a prática. A teoria de Miller é
completamente diferente. Segundo ele, as aptidões de génio aparecem porque as zonas destruídas pela doença – que
estão associadas à lógica, à comunicação verbal e à compreensão – deixam de inibir as capacidades artísticas latentes
nestes indivíduos.
Quando o hemisfério esquerdo mergulha no escuro, os circuitos que mantêm o hemisfério direito sob controlo
desaparecem. Estas competências excecionais não são, por isso, a expressão de um novo poder adquirido; aparecem
porque as zonas do cérebro associadas à criatividade passam a poder operar livremente.
A teoria de Miller foi confirmada pelos trabalhos de outros neurologistas. Descobrem cada vez mais casos em que
os danos cerebrais geraram espontaneamente – e contra todas as expectativas – alterações positivas, nomeadamente o
desaparecimento da gaguez em pacientes humanos[] ou a melhoria da memória em macacos e ratos, quando não a
recuperação da visão nalguns animais.
Poucas pessoas seguem a evolução do conhecimento sobre a “síndroma d[e] génio adquirido” com tanto interesse
como Allan Snyder, neurocientista da Universidade de Sydney, na Austrália. Desde 1999 que os investigadores estudam
o funcionamento do cérebro dos “génios” por aquisição. Snyder foi mais longe do que a maioria dos colegas, ao tentar
reproduzir essas habilidades excecionais em indivíduos cujo cérebro não tenha sido danificado.
Parar o cérebro para resolver o puzzle
No ano passado, Snyder publicou os resultados daquilo que alguns consideram o seu trabalho mais bem-sucedido.
Com os seus colegas, distribuiu a 28 voluntários um puzzle geométrico que, há mais de 50 anos, vem deixando perplexos
todos os que tentam fazer este teste laboratorial. Desafio: ligar nove pontos alinhados três a três, utilizando quatro traços,
nunca sobrepondo nenhum, nem levantando o lápis do papel.
De início, nenhum dos voluntários conseguiu resolver o enigma. Em seguida, Snyder e a sua equipa utilizaram
estimulação magnética transcraniana repetitiva (SMTr) para imobilizar temporariamente a mesma zona do cérebro que,
no caso dos pacientes de Miller, estava danificada pela demência. Trata-se de uma técnica não invasiva, utilizada
normalmente para avaliar a amplitude das lesões das vítimas de acidentes [vasculares] cerebrais: os elétrodos aplicados
no crânio enviam uma corrente elétrica fraca que despolariza ou hiperpolariza os circuitos dos neurónios até retardar
significativamente a sua atividade.
Depois da SMTr, mais de 40% dos participantes no estudo conseguiram resolver o enigma. Em contrapartida,
nenhum dos indivíduos que receberam uma SMTr placebo (simulação do estímulo magnético) foi capaz de encontrar a
solução.
Segundo Snyder, o papel fundamental do lobo temporal esquerdo é filtrar o que, de outra forma, seria uma inundação
de estímulos sensoriais, e classificá-los com base nos conceitos aprendidos. Estas noções, ou o que Snyder define como
“disposições mentais”, permitem aos seres humanos ver uma árvore em vez dos milhares de folhas que a compõem ou
reconhecer palavras em vez de aglomerados de letras. “Como poderíamos viver normalmente, se tivéssemos de analisar
e compreender perfeitamente cada imagem que se apresenta perante a nossa mente?”, questiona Snyder.
Para resolver o enigma dos nove pontos do teste[,] é preciso ir além do quadrado formado pelos pontos, o que exige
que a pessoa descarte toda a visão preconcebida. “O nosso cérebro está equipado para ‘predizer’, o que nos ajuda a
funcionar rapidamente no mundo”, explica Snyder. “Logo, desativar os filtros destas ‘disposições mentais’ implica um
estímulo muito poderoso”.
Berit Brogaard discorda, sustentando que a tese dos dois hemisférios é uma simplificação excessiva. Este
neurocientista e professor de Filosofia no [C]entro de [N]eurodinâmica da Universidade do Missouri-St. Louis, nos
Estados Unidos, desenvolveu outra teoria. Segundo defende, as células do cérebro libertam uma grande quantidade de
neurotransmissores quando morrem, e seriam estas poderosas substâncias químicas que provocariam a reorganização
dos circuitos dos neurónios que ligam as zonas do cérebro. Isto teria como resultado criar, de uma só vez, novas ligações
nervosas, dando acesso a regiões do cérebro anteriormente inacessíveis. “Temos capacidades às quais não temos
acesso”, explica Brogaard. “Não as podemos utilizar porque desconhecemos a sua existência. A reorganização que
ocorre no caso dos ‘génios’ permite aceder a informações que se encontram no nosso cérebro de forma latente”.
[…].
Amato, o homem que caiu na piscina, tinha aprendido alguns acordes de guitarra quando estava no liceu e tinha
feito parte de um grupo amador. “Tendo interesse pela música, o seu cérebro registara noções musicais de forma
inconsciente. Ou seja, tinha memorizado informações às quais conscientemente já não tinha acesso”, explica Brogaard.
O acidente, ao provocar uma reorganização dos neurónios, permitiu-lhes aceder conscientemente [à]quelas informações
– uma teoria que Brogaard espera vir a confirmar com Amato em laboratório.
[…].»
Adam Piore (2013): «Podemos tornar-nos génios por acidente?» (excertos), trad. port. de Ana Marques. In: Courrier Internacional, n.º 210,
agosto de 2013: 66, 68-69. O artigo original foi publicado, em Nova Iorque, na edição de 18 de fevereiro de 2013 da revista Popular Science.
Nota bene: Os parêntesis retos são, por nós, utilizados para omitir segmentos de texto e para – com absoluto respeito pelo produto textual
publicado – facultar o pleno acesso à reconstituição da informação que o autor intencionou comunicar, assegurando a obtenção do máximo rigor.
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1. Para cada um dos itens que se seguem, registe, na sua folha de respostas, a letra correspondente à alternativa correta.1
1.1. Em conformidade com a informação disponibilizada por Adam Piore, pode observar-se
A. que a chamada “síndroma de génio adquirido” tem sido diagnosticada a inúmeras pessoas que sofreram lesões cerebrais,
provocadas por acidente ou por agressão física infligida.
B. que a chamada “síndroma de génio adquirido” tem sido diagnosticada a um número crescente de pessoas que sofreram lesões
cerebrais, provocadas por acidente, por agressão física infligida ou por doença associada ao envelhecimento.
C. que Bruce Miller entende que a chamada “síndroma de génio adquirido” tem sido diagnosticada a todas as pessoas que
sofreram traumatismos cranianos.
D. que Bruce Miller apologiza que a chamada “síndroma de génio adquirido” é sempre diagnosticável a pessoas que, depois de
sofrerem traumatismos cranianos, revelam caráter temperamental.
1.2. Indique, de entre as asseverações abaixo expostas, aquela que é legitimada pelo teor do texto que tem sob seu escopo.
A. Bruce Miller e Berit Brogaard estão absolutamente de acordo quanto aos fatores neurológicos desencadeantes do que tem
vindo a ser designado por “síndroma de génio adquirido”.
B. Allan Snyder diverge de Bruce Miller no que diz respeito à identificação dos fatores neurológicos desencadeantes do que tem
vindo a ser designado por “síndroma de génio adquirido”.
C. Segundo Bruce Miller, a chamada “síndroma de génio adquirido” resulta de uma adaptação do cérebro - que, entretanto, se
reorganiza - ao incremento de uma nova atividade artística.
D. Segundo Bruce Miller, a inflição de danos no hemisfério esquerdo do cérebro parece poder implicar o livre funcionamento
do hemisfério direito e, consequentemente, gerar, por exemplo, o desenvolvimento de competências artísticas em latência.
1.3. É legítimo asserir, a partir do veiculado pelo autor do texto,
A. que, em 2012, um neurocientista de uma instituição universitária australiana submeteu pessoas portadoras de demência a um
teste de laboratório cujos resultados tendem a infirmar a hipótese científica de Bruce Miller.
B. que, em 1999, Allan Snyder submeteu pessoas não portadoras de qualquer lesão cerebral a um teste de laboratório cujos
resultados tendem a infirmar a hipótese científica de Bruce Miller.
C. que Allan Snyder liderou um grupo de neurocientistas na submissão de pessoas não portadoras de qualquer lesão cerebral a
um teste de laboratório cujos resultados, conhecidos em 2012, tendem a confirmar a tese de Bruce Miller.
D. que Allan Snyder deu ao prelo, no ano passado, um estudo que divulgava os resultados da submissão de vinte e oito vítimas
de acidentes vasculares cerebrais a um teste de laboratório tendente a confirmar a tese de Bruce Miller.
1.4. Segundo o relato de Adam Piore, Berit Brogaard
A. encontra-se, atualmente, na Austrália, para estudar, com Allan Snyder, o caso de Derek Amato.
B. já realizou, com Darold Treffert, diversos testes laboratoriais que tendem a provar que os neurotransmissores libertados por
células cerebrais aquando da sua morte são responsáveis pela reorganização dos circuitos dos neurónios que ligam as zonas do
cérebro, podendo desencadear a chamada “síndroma de génio adquirido”.
C. defende que os neurotransmissores libertados por células cerebrais aquando da sua morte são responsáveis pela reorganização
dos circuitos dos neurónios que ligam as zonas do cérebro, podendo desencadear a chamada “síndroma de génio adquirido”.
D. concluiu, inequivocamente, a partir do estudo do caso específico de Derek Amato, que os neurotransmissores libertados por
células cerebrais aquando da sua morte são responsáveis pela reorganização dos circuitos dos neurónios que ligam as zonas do
cérebro.
1.5. O termo latente, atualizado na linha 50, significa, literalmente,
A. “que está escondido(a)”.
B. “que está à vista”.
C. “abundante”.
D. “minguante”.
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No respeitante a cada item, atribuir-se-á a classificação de zero pontos ao registo de uma opção cuja legibilidade não seja inequívoca, à indicação
de mais do que uma alternativa, à não indicação de qualquer alternativa e ao apontamento de uma alternativa incorreta.
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2. Corresponda às solicitações que, a seguir, se lhe propõem.
2.1. Que diferença permite o texto em análise entrever entre a chamada “síndroma de génio clássico” e a denominada “síndroma
de génio adquirido”.2
2.2. Esclareça os significados do termo cognitivo, atualizado na linha 40, e do termo perplexo, atualizado na linha 66.
PARTE II
COMPOSIÇÃO
1. «[…] Durante uma conferência sobre gestão da Internet, organizada em dezembro no Dubai, a maioria dos 193 países-membros
da União Internacional de Telecomunicações (UIT) das Nações Unidas aprovou uma proposta apresentada pela China, [pela] Rússia,
[pelo] Tajiquistão e [pel]o Usbequistão para criar “normas e regras internacionais destinadas a uniformizar o comportamento dos
países em matéria de informação e de ciberespaço”, conforme pedido pelo governo chinês.
A conferência do Dubai realça o perigo que seria aumentar a regulamentação internacional para tentar resolver o problema dos
discursos de incitamento ao ódio numa Internet sem fronteiras. […]»
Jeffrey Rosen (2013): «O fardo de decidir sobre a liberdade de expressão», trad. port. de Ana Marques. In: Courrier Internacional, n.º 210,
agosto de 2013: 34. O artigo original foi publicado, em Washington, na edição de 29 de abril de 2013 da revista The New Republic.
2. «Imagine um grão de arroz. Encolha-o mil vezes e ficará do tamanho de uma célula da pele. Encolha-o outras mil e ficará com
uma ideia das dimensões da matéria à escala nanométrica, ou seja, do bilionésimo de metro.
Nos últimos 30 anos, os cientistas desenvolveram uma imensidão de técnicas que permitem conceber e construir estruturas à
escala nanométrica. Agora já conseguem aplicar essas técnicas à transformação dos alimentos. Nanopartículas poderão ser utilizadas
para introduzir vitaminas na nossa dieta diária, levar medicamentos à zona do corpo onde são efetivamente necessários e contribuir
para a redução dos resíduos alimentares. “As possibilidades parecem infinitas”, assegura Jeffrey Card, perito em toxicologia da
Intertek, multinacional de consultoria no sector das nanotecnologias. […]»
Daniel Cressey (2013): «São servidos de um puré inteligente?», trad. port. de Ana Marques. In: Courrier Internacional, n.º 211, setembro de
2013: 67. O artigo original foi publicado, em Londres, na edição de 26 de abril de 2013 do jornal The Guardian.
Exponha os resultados da sua reflexão sobre um dos excertos acima transcritos, produzindo um texto coeso e coerente que
ocupe, na sua folha de respostas, um espaço de 40 linhas, no mínimo, ou, no máximo, de 45 linhas.3
COTAÇÕES
PARTE I
1.1……………………………….10 pontos.
1.2.…………………....................10 pontos.
1.3.………………………………10 pontos.
1.4.………………………………10 pontos.
1.5…………………………….....10 pontos.
2
PARTE II
2.1………….…………………..20 pontos.
2.2……………………………...20 pontos.
110 pontos.
O(A) candidato(a) deverá produzir o seu próprio texto. Se se limitar a transcrever troços do artigo, a sua resposta será anulada.
O desrespeito pelas indicações relativas à extensão do texto a produzir – que terá de ser perfeitamente legível – será penalizado em função de
uma escala cujos valores se situarão entre 05 pontos e 15 pontos.
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