1 1ª Exposição Bíblica - Panorama do Sermão

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1ª Exposição Bíblica - Panorama do Sermão do Monte
Sessão de Abertura - Fabiano Fernandes
29 de Setembro de 2016
Damos início a esta Conferência a Bíblia entre nós e vamos fazê-lo lendo um pequeno texto do
Evangelho de Mateus, precisamente do Sermão do Monte, os versículos iniciais do Sermão do Monte e
vamos também ler os últimos versículos do capítulo 4.
00:25 - Assim diz a Palavra de Deus do capítulo 4 de Mateus, versículo 23. “Percorria Jesus toda a Galileia,
ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando toda a sorte de doenças e
enfermidades entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria, trouxeram então todos os que
doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos, endemoninhados, lunáticos, e paralíticos, e
ele os curou. E da Galileia, de Decápolis, Jerusalém, Judeia, e de além do Jordão numerosas
multidões o seguiam. Vendo Jesus as multidões subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaramse os seus discípulos e ele passou a ensiná-los.”
01:36 Bem-vindos à Bíblia entre nós, um projecto de dez anos, que vê o seu início, neste preciso momento.
Nós queremos fazê-lo depois da leitura bíblica, com uma invocação ao Senhor. Convidamos a Aliança
Evangélica Portuguesa, para poder orar connosco, na abertura deste evento. Vou convidar em
representação do presidente da Aliança Evangélica Portuguesa, Dr. António Calaim, a nossa conhecida
e querida irmã Dra. Bertina Tomé, para que possa chegar aqui, por favor e vamos ficar de pé para
podermos interceder a Deus. Logo depois da oração a nossa irmã Bertina Tomé vai também ter a
oportunidade de saudar, neste início desta Conferência, em nome da Aliança Evangélica Portuguesa.
Irmã Bertina muito bem-vinda. É uma alegria poder contar consigo e com a Aliança Evangélica
Portuguesa.
02:57 (Dra. Bertina Tomé - oração) Oh Deus nós estamos tão felizes na tua presença nesta noite. Tu és o
nosso Deus e não há mais delicioso do que estar contigo, de estar junto com outros irmãos para
aprender mais da tua Palavra Senhor. Obrigada por esta oportunidade, obrigada por esta iniciativa
Senhor. Porque sabemos que há propósitos a cumprir, sabemos que não é por acaso que tu nos unes
em torno da tua Palavra, Senhor. Por isso eu te peço que nesta noite, e nos dias que se vão seguir,
que neste lugar Tu possas falar, mais uma vez, Senhor, através da tua Palavra, Senhor. A tua Palavra é
viva é eficaz e nós sabemos que cada vez que nos debruçamos dela, há tanto para aprender, há tanto
para viver, há tanto para saborear, há tanto para nos alimentar, Senhor. Obrigada Senhor por esta
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iniciativa, uma riqueza para a tua igreja aqui. Abençoa Senhor este tempo. Confiamos em ti que Tu o
farás. Em nome de Jesus, Ámen.
04:03 Podem sentar por favor. Em representação da Aliança Evangélica Portuguesa é um prazer muito
grande para mim, poder felicitar o Instituto Bíblico Português por esta iniciativa. Eu gostava de a
propósito disso ler um pequeno versículo, vou mesmo só eu ler, é muito conhecido que diz assim:
“conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor, como alva será sua saída e até nós virá como a
chuva serôdia que rega a terra”. Este versículo é fantástico, diz: conheçamos e prossigamos em
conhecer ao Senhor. Qual será a melhor maneira de o conhecer? Provavelmente, debruçando-nos
sobre aquilo que Ele disse, sobre a Sua Palavra.
04:57 E em nome da Aliança Evangélica Portuguesa quero felicitar esta escola, por esta iniciativa. Porque vai
ao encontro de uma necessidade, uma necessidade grande de nos debruçarmo-nos de reflectirmo-nos
sobre a Palavra de Deus.
Sabemos que há outras conferências, possivelmente sobre o tema, mas eu acredito que cada
conferência tem uma personalidade própria, um estilo próprio e tem também objectivos próprios a
cumprir. E com certeza os objectivos com que Deus pôs, este sentimento, em quem teve esta iniciativa,
com certeza acredito que se irão cumprir. Vão ter um painel diversificado de oradores e de
participantes, cada um falando com uma sensibilidade própria, com uma experiência ministerial própria
também, dirigidos cada um por Deus de um forma própria.
05:49 Acredito que este vai ser um tempo muito rico e alegro-me muito e Aliança Evangélica também por esta
iniciativa. Este fim-de-semana eu tenho um compromisso, onde vou falar e não poderei estar nos
próximos dias. Tenho pena de não poder estar, mas acredito que vai ser um tempo muito abençoado
para quem esteja cá. As maiores bênçãos de Deus para este evento. Obrigado.
06:16 (Professor Fabiano) Muito Obrigada irmã Bertina. A Aliança Evangélica Portuguesa representa-nos e é
um prazer poder-mos contar uns com os outros, neste projecto de divulgar o amor de Deus e fazê-lo
conhecido entre todos os homens. A Bíblia entre Nós (pausa). Para alguns de nós o milagre começa
por se realizar. A ABEN, a Bíblia entre nós tem o seu historial.
06:47 Existimos há 42 anos enquanto instituição de ensino bíblico e teológico. Há 42 anos, tentamos ser fieis
aqueles que instituíram e colocar de pé o Instituto Bíblico Português. Mais tarde legalmente conhecido
também com a Associação Evangélica de Educação. E ao longo desses 42 anos de existência, o nosso
foco é o ensino da Palavra de Deus, é a preparação de líderes que por sua vez vão ajudar no
desenvolvimento da obra cristã neste país e, a partir deste país, abençoar os confins da terra. Esta é
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nossa visão inicial, este é o nosso foco actual. E se Deus nos der a graça e sabedoria cremos manter
neste foco.
08:08 E porque realizamos este projecto de dez anos, a Bíblia entre nós, 2016-2025? Há muitas razões, mas
nós queremos começar por explicar de uma forma muito, muito simples. O que está por de trás desta
iniciativa, não contando histórias, que são já muitas, mas focando nos objectivos.
08:42 Se olharem bem para o nosso logótipo foi especificamente concebido para este ciclo de dez anos. Não
é que nós não acreditamos nos eventos, os eventos são bons e tem o seu lugar de existência, mas
acreditamos mais em longevidade, em projectos que vão durar muito para além de um, dois, quatro ou
cinco eventos. Queremos contribuir para a fé bíblica evangélica em Portugal oferecendo este ciclo de
conferências. E olhando para o nosso logótipo, como disse, especificamente para este ciclo de
conferências, eu gostaria de partilhar convosco, pelo menos, quatro motivos, quatro razões, que estão
por detrás do ABEN.
09:41 Primeira delas é, um ambiente comunitário de estudo e partilha, queremos que isto seja um ambiente,
um espaço, um local, onde podemos estar em liberdade, em responsabilidade, mas com objectividade.
Por isso queremos que isto seja uma comunidade, no sentido de estarmos juntos.
10:08 Em segundo lugar queremos ver a Bíblia no centro. Não sou eu, não é o corpo docente, não é o Staff,
não são os nossos amigos, é a Bíblia a Palavra de Deus.
Em terceiro lugar, queremos que as diferentes cores que formam essa rica tonalidade do nosso logótipo,
as diferentes cores expressam a diversidade denominacional. Temos direito a seremos diferentes, mas
estamos unidos, ou devemos nos unir por uma causa maior, e preocupamo-nos com esta causa.
10:52 Em quarto lugar a única cor na parte, na base do nosso logótipo, representa o espírito de unidade,
cooperação e amor missional. Não estamos apenas para ter um bom convivido, estamos que para
estimular, os valores do Reino de Deus, que são úteis para minha vida, são úteis para a nossa
comunidade, são úteis para o país e para o mundo que Deus criou e nos formou à imagem e
semelhança.
11:30 - Vamos dedicar esses momentos seguintes, ao louvor. Eu vou pedir à nossa maravilhosa equipa de
louvor, que assuma os seus lugares e vamos louvar a Deus, cantando cânticos que realmente
dignificam ao Senhor.
11:50 (pausa prolongada).
11:59 Não temos o nou auto de todas a técnicas, o que temos é o que estamos a dispor nas mãos do nosso
bom Deus. Temos plena, total consciência, de que se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham
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os que edificam. Não vai haver bênção nestes dez anos, neste ciclo de conferências, se a mão
graciosa do nosso Deus, não estiver connosco, desde o primeiro momento. Temos esta sensibilidade,
temos esta vulnerabilidade. Não somos bons, não somos fortes, não somos famosos. Não temos um
grande historial, mas temos um sonho, temos um projecto e gostamos de partilhar em primeira mão
convosco também, para que juntos possamos com Deus e com a sua Palavra edificar algo, que venha
abençoar Portugal. Se o Senhor não edificar a casa.
13:31 Eu gostaria de usar apenas dois minutos e não mais, deste tempo tão precioso, para que dois a dois
sem movimento, sem se afastarem, mas dois a dois, dediquemos cada um minuto de oração. Para que
Deus esteja connosco, para Deus seja a nossa fortaleza, a nossa base e a nossa âncora. Que este
ciclo da Bíblia entre nós, tenha o seu pleno curso. Já explicamos o logótipo, vamos falar um pouco da
visão, mas acho absolutamente vital, legitimo, mesmo, mesmo necessário, nós dedicarmos apenas
dois minutos. Imaginem todos nós orarmos juntos, um minuto cada um. Vamos fazer isso neste
momento e vamos cronometrar, apenas dois minutos, e vamos dar continuidade. Ore com pessoa ao
lado, se alguém não pode fazer, ou não quer fazer, fique à vontade, esta é uma casa livre, de liberdade
de amor uns pelos outros. Mas dediquemos dois minutos em oração.
14:54 É apenas instrumentos teus para glorificar o teu nome, porque acreditamos que tu és Deus com
propósitos, um Deus que quer abençoar as nossas vidas, a vida da Nação e espalhar as Boas Novas
de grande alegria e salvação por todo o mundo. Ajuda-nos Senhor na nossa missão para a glória do
teu nome. Ámen
15:27 Porque fazemos o que fazemos? Não é muito importante dizermos todos os pequenos detalhes que
nós vamos fazer aqui. Os que estão connosco vão presenciar isso em primeira mão. E vamos
realmente pedir a vossa colaboração. Gostaria de vos explicar porque fazemos o que fazemos. Em
primeiro lugar, para vos dizer que de uma forma simples que amamos a Deus, que é o Deus da
Palavra. Temos um zelo, uma paixão, um amor profundo por este livro, por esta sabedoria, por esta
biblioteca que é um verdadeiro diferencial para as nossas vidas e deve ganhar um lugar especial na
nossa Nação. Amamos a Deus e o nosso Deus é um Deus de palavra, é um Deus que vale a pena
confiar. Nós sonhamos por um Portugal abençoado. O Sermão do Monte vai nos ajudar a ver que
podemos pedir pelas nossas necessidades, são legítimas, mas há valores que vale a pena dedicar as
nossas vidas, o nosso esforço e buscar o Reino de Deus em primeiro lugar. Sonhamos com um
Portugal abençoado.
17:21 Li um livro que quero partilhar convosco, por alguns poucos momentos, é algo que vou usar como
guião até para as próximas sessões, neste primeiro ciclo de conferências aqui. Li um livro que já está
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publicado a alguns anitos, poucos anos: Madeirenses Errantes, o autor é um conhecido jornalista que
diariamente escreve uma pequena secção no Diário no Notícias, sempre fiel, provavelmente é o texto
mais curto que nós encontramos no Diário de Notícias.
18:02 Ele tirou um tempo da sua vida para pesquisar um fenómeno que aconteceu nos anos de 1840, 39, por
um período apenas de sete anos, quando um médico escocês, movido pela Palavra, chamado para a
obra missionária chegou á ilha da madeira e em curtos sete anos de existência, realmente abriu uma
janela de esperança.
18:41 Eu quero partilhar connosco pequenas coisas apenas, em tão pouco tempo abriu escolas, sete ou oito,
chegou ao número de quinze e só nos primeiros dois anos, mais de oitocentos adultos, sem contar as
crianças começaram a conhecer o alfabeto e a conhecer os princípios da Palavra de Deus. Cerca de
vinte pequenas clínicas foram abertas, para partilhar de uma forma visível e não apenas por palavras o
amor de Deus.
19:20 Há factos e eu queria dizer que há um misto de possibilidades, de dificuldades no passado, no presente
e no futuro, onde colocamos os nossos olhos. O que aconteceu com Robert Kalley, na madeira? É que
em tão pouco tempo, categoricamente mais de duas mil pessoas conheceram o Evangelho de Jesus
Cristo. (pausa)
19:54 O Bispo do Funchal, Dom Januário Vicente Camacho honra-o com amizade, quando lhe escrevia as
cartas terminava dizendo: seu amigo Januário. A Câmara Municipal do Funchal em 25 de Maio 1941
regista nas suas actas uma nota de louvor e gratidão pela influência benemérita do Dr. Kalley.
Depois surge também um anónimo que publica um artigo que classifica de anti-católico e levantou uma
onda de perseguição que ele teve de fugir, vestido de mulher, entrando no barco e com ele mais tarde
imigraram cerca de dois mil portugueses e deu origem a este livro.
20:55 Porque partilhamos isto? Porque Portugal preciso do Evangelho. Não fomos bem sucedidos,
provavelmente, comparativamente falando, mas temos a responsabilidade. Então não há só
perseguições, há sempre gente, há sempre um bispo, há sempre pessoa que são simpatéticas, mas
nós temos que ganhar a simpatia do povo. Ganhando a simpatia do povo, as leis podem ser más, vão
ser mudadas, mas temos que ganhar a simpatia do povo, tal como lemos no livro de actos: as pessoas
ficaram maravilhadas, vejam como que eles se amam, com que alegria tem inundado as nossas
cidades. A visão do ABEN, da bíblia entre nós, é para sonhar com um Portugal abençoado.
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21:52 Há coisas interessantes que vão acontecendo, vão a Vila Nova de Gaia e vocês vão encontrar um
monumento, um busto, e lá está um monumento, um busto público de alguém que foi evangélico e
soube o ser nos seus dias.
Terminando esta pequena parte. Tudo faremos com a Bíblia para influenciar os destinos dos indivíduos e
da Nação. Por isso vamos estudar a Bíblia e o Sermão do Monte, por isso vamos estudar outros textos
nos anos seguintes. Esta é a nossa preocupação, esta é a nossa visão, é equiparmos para influenciar.
Porque acreditamos que todos nós, Portugal inclusive, precisa dos valores do Reino de Deus.
22:41 Vamos cantar uma música, especialmente concebida para esta Conferência, está ai e é lançada hoje
para que todos possam cantar e possam usar livremente, abençoando as nossas igrejas, as nossas
comunidades deste país, para que saibamos cantar com músicas que nascem também dentro do
nosso contexto, dentro da nossa história. Façamos isso, cantando aquilo que é o cântico oficial.
23:16 (pausa prolongada)
23:20 Está bonito. Aqui está uma peça musical para o vosso uso embutido nas letras, no Espírito, na
mensagem do Sermão do Monte.
A minha vontade, o meu desejo, é que nós pudéssemos ler o Sermão do Monte três, quatro vezes
seguidas e dávamos por concluído a primeira mensagem desta noite.
Claro, que não vamos fazer isso. Têm esse privilégio de ler as Escrituras no aconchego das vossas
casas. Têm esse privilégio de poder partilhar o amor de Deus, desta forma também.
24:10 O que nós vamos fazê-lo neste momento, é realmente partilhar o amor de Deus, a Palavra de Deus e o
Sermão do Monte ocupa um lugar muito especial. Começo por vos dizer que o Sermão do Monte é um
Sermão referencial, muito provavelmente é de todos os Sermões da Bíblia o mais conhecido, o mais
citado, o mais divulgado e é um Sermão verdadeiramente impactante. E o verdadeiro impacto deste
Sermão, está em entender aquilo que Jesus quis alcançar com os seus ensinos, com a sua sabedoria e
com a sua estratégia. Que Deus nos dê a graça de conjugarmos estes vectores de uma forma
conjunta, saudável para sermos eficazes, tal como Jesus Cristo fez em três curtos anos, revolucionou
os seus dias, edificou um povo que dois mil anos depois ainda tem lugar nos destinos deste mundo.
25:50 Se Roberto Calem, com sete curtos anos conseguiu mexer a ilha do atlântico, nós podemos também
sonhar juntos, mas temos que deixar a Palavra de Deus bem no centro das nossas vidas. Temos que
valorizar mais e melhor este livro, fazendo o trabalho de casa, a exegese, a interpretação, conhecendo
as línguas originais, aprendendo uns com os outros e particularmente sendo relevantes para o nosso
contexto.
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Temos uma história, temos um passado, nós devemos conhecê-lo, mas devemos estar sabiamente
posicionados, equipados para fazer um bom uso da Palavra de Deus, com base neste Sermão
referencial.
Jonh Stoot inicia o seu livro sobre o Sermão do Monte, que por sinal é citado por muitos autores que
temos lido, nestes últimos meses.
27:06 Este esforço desta noite e destes dias é um esforço colectivo. Não sou eu, somos onze professores
que vamos dar a cara nestes dois dias e meio. Não queremos projectar o nosso conhecimento, mas
queremos impactar com o nosso amor pela Palavra de Deus. Somos imperfeitos, falhamos, partes da
nossa interpretação é aberta a análise, não temos a última voz, mas estamos aqui para partilhar
livremente e responsavelmente.
27:47 John Stott disse assim, o Sermão do Monte é provavelmente a parte mais conhecida dos ensinamentos
de Jesus, embora se possa argumentar que seja a menos compreendida e certamente a menos
obedecida. E Se não é? Só se nós não conhecemos profundamente o Sermão do Monte para dizermos
levianamente que é tudo tão fácil.
28:20 (Pausa) Uma vez, este velho servo de Deus, Billy Grant estava num voo interno dentro dos Estados
Unidos. O voo estava cheio e ele sentava num dos lados e no outro lado estava um conhecido
governador de um dos estados, dos Estados Unidos da América. Só que no meio, no corredor, andava
um homem embriagado, fora de si e causava incómodo e muita preocupação. Via uma mulher e tocava
e beliscava. O homem causava embaraço e o governador olhou para ele e disse assim: você está
vendo quem está desse lado ai? Quem é ele? Ele falou Billy Grant! Ele olhou para ele, ah ah eu tenho
sido impacto com as suas mensagens.
29:37 Pois é, pois é. Um alcoólico, um desorientado na vida e em momentos errados. Não é nada, nada fácil
obedecer, cumprir e viver à altura dos desafios da Palavra de Deus, mas temos que lutar.
30:03 Em primeiro lugar, temos que criar o hábito de sermos estudiosos da Palavra. O Sermão do Monte
pode ser estruturado de muitas formas, e o que vêm a seguir é apenas um de vários modelos. E vamos
ter o cuidado de não impingir uma forma, um modelo, uma estrutura. Essa que vocês vêm ai, coloca e
articula todo o Sermão do Monte de uma forma tal, que até faz justiça ao texto, mas é quase impossível
esgotar, num slide apenas, toda riqueza, toda a profundidade do Sermão do Monte.
Por isso a nossa primeira atitude nestas exposições bíblicas é de simplicidade, de humildade, de
permanecer com Deus ajoelhado diante da Sua Palavra, porque precisamos de sabedoria do alto.
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31:05 Deixe que a Palavra fale à sua vida. Interaja com o texto, abra a Bíblia e nós vamos ter esse privilégio
aqui. Nesta estrutura tudo é feito, mas o centro está na mais famosa oração conhecido ano mundo
inteiro: Pai Nosso que estás nos céus, Santificado seja o teu nome, seja feita a tua vontade. Meu Deus
que desafios.
31:37 Como sempre viver no centro da vontade de Deus, como sempre glorificar a Deus no que faço, no que
digo e mais profundamente no que penso? Lá no segredo do nosso interior. Onde radica a nossa fé,
onde está sustentada a nossa fé? O Sermão do Monte abre-nos o apetite, O Sermão do Monte vai nos
testar, o Sermão do Monte vai supervisionar, o Sermão do Monte vai nos fazer abrir e provavelmente
eu terei que me arrepender, eu que terei de cair em mim, porque há sempre lugar para mais um pouco
de entrega, para mais um pouco de submissão, para mais um pouco de submissão e obediência à
Palavra de Deus.
32:38 Há cinco discursos no Evangelho de Mateus, e sem dúvida o mais famoso de todos é o Sermão do
Monte. Mas eu tenho algumas reservas aqui, é uma pena, eu diria uma tragédia nacional, não
conhecer outros discursos, particularmente do capítulo 18. É uma pena, porque lá Jesus Cristo dá
instruções de como viver em comunidade. Que grande desafio! Porquê? Porque todos somos
indivíduos diante de Deus. É lógico que há lugar para o Evangelho ser aplicado na vida pessoal.
Ninguém dúvida e quando nós queremos que o Evangelho seja aplicado na vida pessoal, individual, o
que nós queremos dizer com isto? Queremos dizer que a Palavra de Deus, o Sermão do Monte e
outras partes da Bíblia devem ser por nós entendidas compreendidas.
33:46 Uma vez que tenhamos essa compreensão, nós temos que estudar, nós temos que comparar textos,
nós temos que confrontar, nós temos que analisar, não temos que sintetizar, nós temos que justificar as
conclusões a que chegamos, nós temos que ter sabedoria para aplicar, porque não vale a pena ter
tanto conhecimento e não viver de acordo com os desafios de Deus.
34:18 Cinco discursos e o Sermão do Monte é o mais conhecido, mas há o discurso no capítulo dez, há o
discurso no capítulo treze, onde Jesus no princípio ao fim faz uma junção de parábolas e faz as
pessoas pensarem. Há também o discurso que eu já falei no capítulo dezoito, e quem não conhece o
discurso escatológico de Jesus. Tudo reunido pelo evangelista Mateus, para fazer justiça a um
Evangelho, que há quatro na Bíblia, mas o Evangelho de Mateus tem uma singularidade une o Velho
ao Novo Testamento.
34:57 João tem uma preocupação com o mundo helénico, fala na linguagem helénica e assim deve ser.
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Marcos teve uma preocupação mais pragmatista tudo tem curtos eventos, mas tem muita acção, tem
muita dinâmica, tem muita coisa para se ver, mais do que para ouvir talvez.
35:19 O Evangelho de Lucas é o Evangelho do pesquisador, é o Evangelho do historiador, é o Evangelho do
Dr. Lucas, que deu ao trabalho de reunir factos e evidências, para nos ter deixado, não só o Evangelho,
mas o famoso descritivo livro de Actos dos Apóstolos.
35:47 O Evangelho de Mateus e o Sermão do Monte. Há uma perspectiva dos estatutos do Reino de Deus,
ou do Reino dos céus, como é mais particularmente categorizado no Evangelho de Mateus.
36:06 O que vamos fazer nesta noite? Achamos nós que esses estatutos do Reino é uma forma de encarar
todo o sermão. Estamos hoje, neste momento, numa visão panorâmica do Sermão do Monte.
E houve um médico que deixou a sua profissão de médico, foi para a América Latina e pregou e depois
ensinou e deixou-nos um curso que já tem mais de 500 graduados em Portugal, através da nossa
instrumentalidade, chama-se o curso do Obreiro Aprovado. E este autor fez um trabalho fantástico e a
forma como ele articula o Sermão do Monte, colocou tudo em nove estatutos.
36:59 Eu vou fazer simplesmente um percurso neste, porque alguns dos meus colegas vão explicar alguma
dessas partes. Do que é que é um estatuto, é como uma instituição. Há leis, há decretos, leis, mas há a
Constituição. A Constituição é base de onde todas as leis e decretos tem que estar em conformidade
com a Constituição.
37:29 Alguém viu e talvez com razão, que o Sermão do Monte é a Constituição dos cristãos. É a Constituição
do Reino de Deus, ou do Reino dos céus, e vale a pena ver isto porquê? Porque ele começa com os
primeiros versículos com o estatuto da Felicidade. O tópico que pode não ser feliz o termo, e não é
muitas vezes, porque sabem não há uma palavra que caracteriza as beatitudes. E muito
provavelmente, feliz, felicidade quem vai traduzir convincentemente o termo makarios. Amanhã de
manhã tocamos no assunto.
38:05 O Segundo estatuto, é que não vale a pena ser feliz é só viver para a felicidade, é preciso ser
responsável e Jesus semeou o sentido de responsabilidade do Sermão do Monte. Vamos também
dedicar um tempo, na terceira mensagem sobre a responsabilidade, ser sal e luz do mundo.
38:29 O terceiro estatuto fala de autoridade e realmente o que é que adiante tagarelar se não tem autoridade,
se não tem legitimidade, se não é reconhecido por Deus e pelos homens. Jesus ensinou como alguém
impactante. Vamos ouvir um pouco mais esta noite.
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38:51 É preciso depois caminhar e o Sermão do Monte tem no capítulo seis, aspectos interessantíssimos.
Primeiro deles é o estatuto, ou do quarto, o estatuto da serenidade. Como é uma bênção nós
pensarmos nisto também. Ser sereno, podemos viver em tormentas, mas quem conhece o amor de
Deus, tem um outro norte na vida, tem uma outra conduta, tem uma outra ética. Olhai para os lírios do
campo, tantas coisa para aprender.
39:27 Temos o estatuto da segurança? E quem não quer segurança hoje em dia? Não vale a pena olhar para
os nossos bancos, a verdadeira segurança não está ai. Não vale a pena olhar para as forças militares
ou policiais. Temos que ter outros valores, que nos dá uma segurança, mais real, mesmo em
momentos de tragédia e de dificuldades. Temos que acima de tudo apostar numa vida sem hipocrisia,
como vamos ouvir também.
40:03 E três últimos estatutos que fazem um panorama, que nós vamos explicar um pouco mais, é este
critério de humildade. Quando se fala muito de humildade, é quando não se tem. Porque é algo que se
vive. O Sermão do Monte nos desafia e nos desafia mesmo.
40:29 De seguida o Sermão do Monte reconhece que tal como um pai, não dá um escorpião no lugar de
peixe, ele sabe das nossas necessidades, e sabe mesmo. Resta saber se como povo de Deus,
colocamos as necessidades nas perspectivas certas. Vamos ser desafiados a pensar nisto. A colocar a
nossas prioridades e as nossas preocupações, segundo os desígnios do criador que nos criou.
41:02 E em último lugar a estabilidade. Porquê este Sermão do Monte? Porquê este Sermão do Monte?
Porquê? Para que a nossa vida cristã seja estável, edificada sobre a rocha, para que possamos ser
testemunhas de Jesus Cristo com qualidade e dedicação.
1ª Parte - Nuno Fonseca
Na verdade nos dias de hoje, ouvimos muito falar sobre autoridade, sobre a perca de autoridade. E
muitos dizem que é necessário recuperá-la, conforme o título fortemente sugere. Na capa do livro, não
sei se notam, também está escrito que a autoridade ou a recuperação da autoridade é uma chave para
a família e para a escola. E eu diria que nos dias de hoje é também uma chave para a fé cristã.
0:035 O Cristianismo é também uma dimensão de autoridade e as Escrituras, o evangelho de Mateus e
particularmente o Sermão do Monte foca nisso também. Os estatutos no Reino de Deus focam nesta
importante dimensão da autoridade. É importante dizer desde já que a autoridade é um tema sensível,
complexo e até polémico. Não podemos esquecer que durante várias décadas, o nosso país viveu num
regime político e social, onde o chefe do governo tinha a seguinte tese que enunciava publicamente:
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Autoridade e liberdade são dois conceitos incompatíveis... Onde existe uma não pode existir a outra. E
realmente, eu diria que enquanto autoridade cristã, não estamos isentos dessas tensões e dessas
confusões também. Mas será que onde existe uma não pode existir a outra? Vamos deixar esta
pergunta ou esta questão para o final para uma reacção.
01:45 Nesta noite gostaria só de tocar em dois pontos, que de alguma forma vão enfatizar a questão da
autoridade, na pessoa de Jesus Cristo. Em primeiro lugar olhar par a autoridade de Jesus na sua
obediência à vontade de Deus. E em segundo lugar notar como Jesus revela a sua autoridade de uma
forma absolutamente impar, inigualável.
Em primeiro lugar então! É interessante que as primeiras palavras que o Evangelho de Mateus coloca
nos lábios de Jesus, encontramos no capítulo 3, no verso 15 que diz: “contente agora pois assim nos
convém cumprir toda a justiça.” Muitos de nós conhecemos que são palavra de Jesus dirigidas a João
Baptista, no âmbito do seu baptismo e são palavras muito significativas, porquê? Porque têm dois
conceitos fundamentais: justiça e cumprimento.
02:51 E na verdade, justiça do Evangelho de Mateus e particularmente no Sermão do Monte tem esta ideia
de rectidão, no âmbito da vontade de Deus, uma conformidade em relação ao padrão divino
estabelecido por Deus que agora é uma proposta de vida para os seus discípulos. É viver em
harmonia, em correspondência e lemos então que Jesus cumpriu toda a justiça, “ no sentido de
completar tudo o que haver no sentido de relacionamento de obediência a Deus.” Assim, mesmo antes,
do Sermão do Monte na narrativa do baptismo, Jesus é representado, como alguém que cumpre toda
justiça antes de ensinar, antes de decorrer, antes de dissertar acerca da justiça no Sermão do Monte,
aos seus seguidores.
03:50 Quero enfatizar que o conceito de justiça é como se fosse a coluna vertebral, também deste Sermão,
deste discurso e faz parte do argumento de Jesus. O conceito de justiça como padrão, como vontade
de Deus, como conformidade às suas normas, e à sua proposta de vida, nós vamos encontrar cinco
vezes no próprio Sermão do Monte. Mas nas próprias sessões de sexta e sábado irão tocar mais
detalhadamente sobre isso. O que é notável, o que extraordinário, o que é inspirador é que todas as
exortações, todas as advertências, todos os princípios de vida, todas as motivações correctas que
Jesus ensinou e transmitir aos seus discípulos, ele na sua vida, primeiramente satisfez, ele cumpriu
toda a justiça.
04:45 E para os leitores originais, para nós aqui também podemos assumir a legitimidade do seu ensino e
conceder-lhe, ou voltar a conceder autoridade nas nossas próprias vidas, pois estamos perante o
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mestre verdadeiro, o mestre íntegro, totalmente coerente. As suas palavras tinham plena consistência
com a sua vida. Nem sempre isto acontece, aliás pode acontecer exactamente o contrário.
Relembro sempre aquela história, que o pregador inglês conhecido do século XIX, Spurgeon, contava
aos seus alunos, no sentido de que havia um pregador, um pastor que pregava tão bem, tão bem, tão
bem, mas vivia tão mal, que quando ele estava no púlpito todos diziam que ele nunca deveria sair do
púlpito. Mas quando ele descia e saia do púlpito, também todos diziam que jamais ele devia retornar ao
púlpito. Isso não aconteceu com Jesus Cristo, de modo algum, antes pelo contrário.
05:51 E há um pensamento de um pensador religioso do século XVI António Vieira, que diz: “não basta que
as coisas que se dizem sejam grandes, se quem as diz não é grande. Por isso os ditos que alegamos
se chamam autoridade, por que o autor é o que lhe dá o crédito e lhe concilia o respeito.”
06:15 Passemos ao segundo ponto, Jesus Cristo manifesta a sua autoridade também de uma forma
inigualável, especialmente em revelação aos demais religiosos da época. No final do Sermão do Monte
o conceito de autoridade surge de uma forma muito claro, onde é estabelecido um contraste.
06:33 Em Mateus 7:28-29 é referido que as multidões se maravilharam, como se tivessem sido abaláveis,
como tendo ficado em êxtase, perdido os sentidos, porquê? Diz a Palavra de Deus, porque Jesus os
tinha ensinado com autoridade e não como os seus escribas, não como os seus doutores da lei.
Vamos ler Mateus 5:20-22 não sei, se poderão abrir a Palavra de Deus e vamos ler apenas esta parte
inicial dos estatutos de autoridade, que nos vão ajudar perceber melhor o assunto. Lemos então da
Palavra de Deus Mateus 7-28-29, peço perdão Mateus 5:20-22.
07:21 Mateus 5:20-22. “Pois eu vos digo que se a vossa justiça, não exceder a dos escribas e fariseus, de
modo nenhum entrarei no Reino dos céus. Ouviste o que foi dito aos antigos, Não matarás e quem
matará e quem matar será réu de juízo, eu porei vos digo que todo aquele que se encolerizar contra
seu irmão será réu de juízo e quem disser a seu irmão raca, será réu diante o Sinédrio. E quem disser
tolo será do fogo do inferno.”
07:59 Esta é, o versículo 20 é a declaração inicial que introduz as chamadas seis antíteses. Nós só lemos a
introdução da primeira delas. E cada uma delas, cada uma destas antíteses, que são os estatutos de
autoridade servem para ilustrar, para responder a questão e à expectativa que o versículo 20 levanta. O
que significa ter esta justiça maior, o que significa ter essa justiça superior, que excede a dos escribas e
dos fariseus? Particularmente no âmbito dos relacionamentos interpessoais.
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08:35 Voltemos à pergunta inicial. Qual a diferença em termos de autoridade aquela que Jesus demonstrou e
a dos escribas e fariseus? Os escribas membros altamente respeitados na sociedade judaica.
Em primeiro lugar, um ponto prévio, devemos saber que no mundo antigo no primeiro século, estes
rabis, estes escribas, estes doutores da lei a sua autoridade residia no passado
9:04 Os mestres religiosos do primeiro século apelavam a autoridade dos seus antecessores. Inclusive um
registo histórico, de um episódio no âmbito do primeiro século, onde um famoso escriba rabi dissertava
sobre um assunto polémico durante todo o dia, mas os seus pares, os outros escribas só atestaram e
só poderão receber e aceitar o seu ensino, quando ele no final pronunciou as seguintes palavras:
“assim eu ouvi dos meus mestres, assim eu ouvi dos meus mestres ” e depois dizia o nome.
09:45 E em relação em Jesus, onde residia a sua autoridade? Conforme vimos nesta primeira antítese e
como nas outras seis, há um contraste. Ouviram o que foi dito aos antigos. Por outras palavras, vocês
sabem o ensino dos escribas, “mas eu vos digo, mas eu vos digo. Eu porém vos digo.”
A autoridade de Jesus residia na sua própria pessoa, era inerente, era intrínseca, independente de
qualquer outra fonte. “Eu porém vos digo”, não dependia de nenhum elo, de nenhuma corrente de
tradição. “Eu porém vos digo”. Não necessitava que a sua argumentação, os seus exemplos, as suas
ideias, as suas exortações fossem atestados por uma entidade externa qualquer. E neste sentido Jesus
assume uma inteira dependência da tradição judaica. Revela a sua supremacia relativamente aos mais
estimados, aos mais prestigiados escribas.
10:50 Mas é incessante, além de revelar a sua intendência no seu ensino, na sua palavra, ele demonstra
mais uma vez, a sua autoridade inigualável. Como o fez? Em cada antítese, e nós conforme mencionei
só lemos a primeira, ele faz três coisas: Ele rejeita a acomodada tradição dos escribas. Ele reafirma a
autoridade das Escrituras do Velho Testamento, e recupera também, restaura as implicações plenas e
profundas da lei moral de Deus.
11:24 Mas podemos perguntar. Porque é que Jesus receita a tradição, o ensino daqueles que eram
considerados, venerados, pelo povo, como sendo aqueles que traziam a correcta interpretação das
coisas de Deus, da justiça de Deus? De um modo geral, eles estavam a relaxar as exigência da lei.
Tornavam as exigências morais menos rigorosas. O que eles faziam? Algo muito próprio da nossa
própria natureza, restringiam, limitavam, confinavam os mandamentos, os preceitos de Deus, tornandoos assim menos exigentes. No caso da nossa primeira antítese, que nós lemos, os escribas limitaram o
sexto mandamento: não matarás, que está anunciado no Decálogo, apenas ao homicídio, apenas ao
assinado, ao derramamento de sangue, que ceifa uma vida humana.
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12:24 Assim, com essa postura, o que eles estavam a fazer, estavam a cultivar, a desenvolver uma visão
externa, uma visão estrita, uma visão estreita da lei de Deus. E esta visão estava a alheia e está alheia
ao espírito subjacente à justiça perfeita de Deus, na vontade de Deus para o ser humano. Tornaram-se,
é caso para dizer, em última análise legalistas. Pois, o legalista o que faz, substitui o fazer, ou o não
fazer pela dimensão crucial do ser, do interior do ser humano, do seu coração.
13:08 E o que Jesus faz? O que Jesus faz perante isto tudo? Ele vai inverter esta tendência no ensino
daqueles escribas, daqueles rabis. Insistiu que todas as implicações, da lei, dos mandamentos de
Deus, fossem tomados em consideração, fossem aceites sem qualquer limite artificial. No caso da
primeira antítese que nós lemos e se voltarmos para Mateus 5: 22. Jesus não vai, não só inclui as
acções, mas Jesus inclui os sentimentos, as palavras, Jesus inclui a ira, Jesus inclui os insultos verbais
como parte daquilo que realmente satisfaz plenamente aquele mandamento, como parte da justiça
requerida. Na verdade podemos dizer, a questão não se resume somente a não matar, reside também
naquilo que podemos designar o rancor que um coração humano pode demonstrar em relação ao seu
próximo.
14:14 E assim em conclusão estamos a apontar para a autoridade de Jesus no coração humano. Estatutos
de autoridade, uma justiça interior soberana nos nossos corações. Assim, podemos compreender
melhor o versículo 20. Que justiça é esta que tem de ser superior? Porque é que os discípulos de
Jesus têm que exceder esta forma de pensar e de viver? Jesus contraste uma vivência cristã que está
limitada, que está conformada simplesmente às regras, somente aos aspectos exteriores. Mas Jesus
enfatiza uma rectidão interior, uma transformação tal que engloba todo o ser, acções, mente e coração,
motivações.
15:04 Vemos isso nas outras antíteses também. O discípulado requerido por Jesus é absoluto, no sentido
etimológico do termo, porque vai à raiz da conduta humana, em todas as esferas.
E a autoridade de Jesus na nossa vida é uma condição também necessária, para o exercício da nossa
liberdade cristã. Podemos dizer que a autoridade e liberdade não são incompatíveis. Retomando a
provocação inicial. Autoridade e liberdade não são incompatíveis. Aliás, podemos dizer que sem a
autoridade de Cristo, há escravidão humana.
15:43 Por isso apenas, uma pergunta para finalizar. Na minha vida e no meu relacionamento com Deus a
quem estou eu de ouvir de facto? Os exemplos que estão ali no slide, apenas são alguns exemplos de
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postura cristã em matéria de autoridade. Apear de todas serem legítimas, não cumprem a justiça de
Cristo e por isso têm sempre uma autoridade inferior e limitada.
2ª Parte – Samuel Rodrigues
Jesus aplicou a lei do Antigo Testamento aos relacionamentos da pessoa humana com o seu próximo Mateus 5.21-48. Ele corrigiu a aplicação deturpada e redutora da lei por parte da liderança judaica,
porque facilmente podemos substituir uma tradição por relacionamento. Autoridade - acabámos de
ouvir.
00:10 O Sermão do Monte avança para Mateus capítulo 6, onde segundo o obreiro aprovado - estatuto da
sinceridade. Porque nesta altura, não são só relacionamentos humanos. Como nós lidamos com Deus?
Então Jesus vai falar sobre três exemplos do Antigo Testamento aplicados ao relacionamento com
Deus. E ele vai agarrar nas ideias da sociedade, vai apanhar a esmola como uma evidência que nós
amamos Deus. Vai evidenciar a oração e vai evidenciar a prática do jejum (Mateus 6:1 a 18) E
facilmente nós sabemos que, o relacionamento de Deus passa a ser algo artificial, apenas um formato.
01:01 O que nos motiva? É o que Jesus pergunta, neste estatuto da sinceridade. É de coração? Ou é
fabricado? Entretanto, Jesus avança e foca nas necessidades humanas, porque todos nós temos.
Porque também mais uma vez, são necessárias para nossa sobrevivência, para nossa vivência, somos
seres físicos e espirituais. Mas podemos cair, por um lado, numa espiritualidade, que rejeita o material,
como também podemos facilmente cair no materialismo que nega a espiritualidade. Então, Jesus vai
tocar nesta ferida de muitas pessoas naquela altura, o materialismo, o amor à riqueza. E neste estatuto
da segurança, Jesus vai dizer; não há verdadeira segurança no material, porque ele se desvanece.
02:01 Jesus também vai dizer que precisamos de um coração sereno, serenidade. Facilmente ficamos
preocupados com o que vamos comer, o que vamos vestir, e o dia de amanhã, e a minha família. Que
são mais uma vez preocupações legítimas, mas não são o foco. Então temos que cultivar um coração
sereno que confia em Deus e no seu cuidado. Afinal nós somos cidadãos do Reino de Deus, não
meramente cidadãos portugueses, temos outros valores em nós.
02:32 Nesta temática da segurança, Jesus vai nos mostrar, três pares de exemplos. Colocamos um triângulo.
Deus no centro, porque nestes três exemplos Jesus vai nos colocar sempre uma pergunta. Escolhemos
os valores de Deus? Ou os valores da nossa sociedade, as nossas tendências humanas? Estas são as
perguntas que ele nos vai colocar. Rico em imagens como sempre Jesus é, vamos contrastar o mundo
ou Deus.
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03:02 - A primeira pergunta que basicamente Jesus faz é onde investir? Esta pergunta chega-nos em todos
os meios. Onde investir? Mateus 6 19:21 vai falar de dois investimentos. Porque todos na realidade
procuram investir em algo. Todos queremos investir e ter o melhor sucesso, os melhores resultados.
O capitalismo, por exemplo tem como pensamento básico, investir para receber lucro e cada vez mais.
É um sistema económico actual, presente que tem permito grandes inovações e progressos para nós, é
verdadeiro. Mas ao mesmo tempo na ausência da justiça, também tem criado massiva corrupção e
desigualdades sociais. Mas Jesus não vai contestar se precisamos de investir ou não. Porque
precisamos investir. E Jesus também vai dizer que nós temos um tesouro. Por isso nós temos riqueza,
nós temos capital. A pergunta de Jesus é a onde é que tem o capital? A onde e no quê? Então os dois
investimentos são estes Mateus 6:19. “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo
consomem e onde os ladrões minam e roubam.”
04:19 Na nossa analogia, vamos pensar, tempos dois portfólios à frente. Será que eu vou investir no banco
terra? No banco terra: se eu escolher investir no banco terra, nós estamos sobre ameaça porque há
degeneração. A traça vai corroer o mais lindo vestido, posso garantir. E a palavra ferrugem do grego
que vem, não significa só corrosão dos metais, significa também a destruição causada pelos ratos,
pelos fungos, pelos insectos, as pragas, vamos assim dizer. Então nós temos corrupção, nós temos
degradação que estraga o mais lindo material. E onde a traça e a ferrugem, não podem minar, Jesus
diz o ladrão bem pode roubar. Não há segurança neste banco chamado terra. Não foi isto por exemplo
no caso, dos documentos maciços do Panamá. Não é isto um grande exemplo dos nossos dias, que os
maiores segredos, as maiores contas offshore são descobertas e ameaçadas. Não há caixa forte
suficiente, para esconder as nossas riquezas e para dizer que está tudo garantido. A economia
financeira é realmente, global, mas muito frágil. Não há segurança no material.
Então Jesus vai dizer, banco terra desclassificado.
05:48 Vamos pensar no segundo banco. Este é o banco céu. Não é Espírito Santo, este já lá vai (risos). Mas
o banco céu diz assim: Mateus 6:20. “Mas ajuntei tesouros nos céus, onde nem a traça nem a
ferrugem, tudo consomem e onde os ladrões não minam, nem roubam.” Se escolheres o banco céu,
nenhum destes males, a traça as coisas precárias da vida, ninguém pode alcançar porque no céu, o
banco é Deus, e Ele é intocável. Este é o seguro inabalável que nenhuma companhia pode dar. Deus é
a caixa forte. E podem tirarem-nos tudo na terra de facto, e isto é uma verdade, mas no céu ninguém
pode tirar nada, nem um centímetro. Só há segurança real, no céu com Deus.
06:41 Onde investir? Dois investimentos, onde a ênfase não é o material. Contudo, Jesus vai sempre um
passo mais à frente. Não se trata apenas de uma escolha entre dois bancos, há uma coisa mais
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profunda mais íntima, que Jesus vai dizer. No fundo não é só sobre investimentos e capital e lucros, o
material em si. No fundo Jesus leva-nos não para o investimento, mas para o investidor.
Jesus vai dizer e onde é que está o teu coração nesse investimento? Reparem as palavras a seguir
6:21. Porque onde estiver o vosso tesouro, parte do material do investimento parte para o investidor.
Onde está o vosso tesouro, ai está o vosso íntimo. O vosso sentido.
Ali colocam o coração e a maior tragédia de Jesus, não é sobre qual banco escolheu apenas, é onde é
que entregou o seu coração? Aos materiais da terra, que vão à vida? Ou a Deus, onde há verdadeira
segurança? O maior tesouro é colocar o coração em Deus. É a grande a aplicação desta primeira
parte.
07:54 Mas avançamos, a seguir vem dois investimentos, Jesus trás outro par de exemplos: dois olhos; “a
candeia do corpo são os olhos.” Diz Jesus. “ De sorte se os teus olhos forem saudáveis ou bons, todo o
teu corpo terá luz”. Sabem, eu descobri uma coisa, esta metáfora de todos os Evangelhos é mais
ambígua e a mais difícil de ter uma certeza, há muitas abordagens, ainda mais do que habitual. Porque
mistura várias categorias aqui. Jesus começa por dizer fisicamente, olhos e corpo. Os olhos guiam o
corpo, do nosso campo de visão, mas ao mesmo tempo, estas duas imagens podem ser levadas para
um campo não físico mas moral. Por isso os olhos, se forem bons, vão nos dar um caminho bom, uma
postura correcta da vida. Se os nossos olhos forem doente são maus, nós então vamos ter uma má
postura e o nosso corpo vai andar perdido, na nossa vida.
08:58 Luz e trevas são outros dois elementos desta imagem. Mais uma vez luz e trevas, pode ter algo físico.
Se eu apagar a luz, trevas. Mas ao mesmo tempo, luz e trevas sempre foram aplicadas no sentido
moral, aquela pessoa anda nas trevas, está a portar-se mal. Não eu ando na luz, sou filho da luz,
sentido moral.
Dois cenários. Jesus nos diz no texto, o corpo tem bons olhos! Lógica básica, então o corpo vai bem. O
corpo tem maus olhos, vai mal. Parece muito simples outra vez. Simples uma criança entende. Bom
olhos, bom corpo, maus olhos, mau corpo. O que é que Jesus está a querer dizer? Básico, mas mais
uma vez, Jesus vai mais fundo, mais íntimo. Porque há um senão e nós assim o lemos, no 22. Se
porém os teus olhos forem doentes, ou maus o teu corpo será tenebroso. Se portanto a luz que em ti
há, (reparem) são trevas, quão grande, ou quão grandes serão tais trevas. Neste jogo de palavras
Jesus mais uma vez foi mais longe.
10:14 O problema maior é aqueles em que o corpo está em trevas, mas a pessoa diz que está em luz. A
maior tragédia da vida aqui é, Jesus dizer há umas trevas piores ainda: são aquelas trevas que as
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pessoas dizem, eu sou da luz. Mas na realidade e na óptica de Deus e de Jesus, a pessoa está em
trevas, mas às trevas chamou luz.
O perigo maior aqui é nós acharmos que estamos certos, quando na realidade estamos errados. O
grande perigo aqui, como na questão do tesouro, é pensar que tudo, a nossa segurança está nas
riquezas. Quando mais uma vez, a real segurança está em Deus. Nós podemos achar que estamos na
luz, mas na realidade estamos em trevas. A cegueira do dinheiro pode tão bem orientar o nosso corpo
para caminho que nos levam à morte.
11:09 Terceira analogia. Dois investimentos, dois olhos, agora dois senhores. Ninguém pode servir a dois
senhores. Nós ouvimos isto várias vezes. E agora o que vamos fazer? Nesta analogia todos servem a
alguém. Ninguém pode servir dois em simultâneo porque são antagónicos, totalmente opostos.
Novamente, uma escolha tem que ser feita. E nós não podemos ter o melhor de dois mundos. Até
porque estamos de senhores aqui, estamos na qualidade de servos. Nós não estamos a receber
serviço, nós estamos a prestar serviços, ou a um ou a outro, não há meio-termo.
11:49 Conclusão. Qualquer dos senhores que nós estejamos a servir hoje, Jesus diz assim: Não dá para
dividir lealdade, sem comprometer um dos valores de cada senhor.
Portanto, cada um quer posse exclusiva e a tempo integral. Tens que fazer uma escolha. E Jesus não
vai ser abstracto. Ele vai dar nomes aos senhores, no versículo, no final do 24 diz: “não podes a gradar,
nem a Deus ou a mamom" Manon é uma palavra que vem do grego, que significa dinheiro. Então
Jesus aqui está a personificar o senhor, o senhor riqueza. Não podes servir a Deus e não podes servir
o senhor riqueza. Tens que fazer uma escolha, são completamente opostos. Se amas a um, odeias o
outro. Se queres dedicar a um, desprezas o outro.
12:45 Podemos bem dizer, quem é o nosso mamom, hoje em dia. Que tal o Senhor capital? Que tal o
capitalismo. Eis o que alguém disse. Miguel Lewis, ele falou assim: “O capitalismo é religião. Os bancos
são as igrejas. Os banqueiros são os sacerdotes. A riqueza é o céu. A pobreza é o inferno. Os ricos são
os santos. Os pobres são os pecadores. As comodidades são as bênçãos. O dinheiro é Deus.” Com
certeza o senhor capital é evidente, no mundo ocidental e não só.
13:26 Termino com uma, três perguntas de reflexão. Jesus deu-nos três pares de imagens, aquele triângulo;
em cada uma temos de tomar uma escolha. Na primeira dois investimentos, será que investi o meu
coração na insegurança do material? Pergunta número dois, dois olhos. Será que eu sou tão
orgulhoso, para chamar às trevas luz? E andar cego quando na realidade eu estou nas trevas e Jesus
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diz que grandes trevas são essas. E em três. Dois senhores. A quem é que eu sou leal? No final do dia,
no íntimo. Quem verdadeiramente eu sirvo?
14:13 E a conclusão é que Jesus não está a inventar a roda. Se nós lermos Josué 24, a escolha está lá. A
mesma escolha que vem em todos os milénios, a que atravessa a Bíblia e chega até nós hoje.
Ali disse Deus a Josué: “Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai
fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egipto, e servi ao Senhor. Porém, se
vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem
serviram vossos pais, … porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”
Conhecemos tão bem isto. Basta agora viver e aplicar.
3ª Parte – Paulo Mussi
Jesus caminha pelo Sermão do Monte até aqui a confrontar e humilhar aqueles que o ouviam. Não
humilhação em diminui-los. Não humilhação em dizer que eles são piores. Mas no sentido de mostrarlhes o quão errado estão. O quanto realmente na sua presunção e na sua arrogância têm se desviado
do verdadeiro propósito de Deus, para aquele povo. Para aqueles que o ouviam. Para aquela multidão
que os cercava.
0:29 Os alunos do obreiro aprovado, eles ouvem pela primeira vez, na primeira reunião que temos uma
verdade que vai acompanha-los, durante todo o curso. E é uma afirmação séria, mas que diz respeito a
tudo aquilo que tratamos por ali. Jesus era judeu. Jesus era judeu. Jesus viveu na sociedade judaica
real. Jesus conviveu com pessoas que viviam aquilo que ele também experimentava, mas era
diferente. Com toda a autoridade que tinha, podia falar sobre segurança e serenidade. Na maneira
como vivia, confrontava aqueles que se aproximavam dele.
01:23 Jesus chega e nós também chegamos à última parte do seu Sermão, para nós o capítulo 7, já nas
nossas divisões, já na nossa estrutura e ali confronta de vez, após chamar o judeu de hipócrita de
orgulhoso, de egocêntrico, de nacionalista até, porém até de uma forma errada.
Jesus dá uma ordem. Jesus vai falar sobre humildade, mas não a humildade que eles de mostravam.
Isso era aquela que era almejada pelo próprio Senhor, ao chamar para si um povo, ao dar para aquele
povo uma tarefa e ao esperar que Deus fosse glorificado através daquele povo.
02:18 “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e,
com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Porque vês tu o argueiro no olho de teu
irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar
o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então,
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verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão. Não deis aos cães o que é santo, nem
lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e voltando para que não
as pisem com os pés, voltando-se, vos dilacerem.”
03:14 Falar sobre humildade é muito complicado, muito complicado. Porque conforme ouvimos aqui, já
ouvimos tantas vezes, nós não sabemos ser humildes. A própria humildade é um grande desafio.
Há um tempo atrás eu ouvia acerca de um escritor e um livro acerca da humildade, e o título era o
seguinte: As três pessoas mais humildes do mundo. Mas aquele livro tinha um subtítulo. E o subtítulo
era o seguinte: Vou conter como conheci as outras duas. Foi-se a humildade.
03:59 Como é que você se vê? Como é que você se avalia. Eu vi um espelho aqui em baixo e pergunta é
mesmo essa. Como é que você se olha no espelho? Eu acho que temos uma figura para ver ali, porque
muitos de nós nos vemos assim. Está um pouco escuro, mas aquela é a madrasta da banca de neve,
com o seu espelho mágico e respondia a ela todas as manhãs. “Espelho, espelho meu há alguém mais
bela do que eu?”
04:38 Se olharmos para tudo isto que ouvimos, nestes poucos minutos aqui. Mas talvez se desejássemos nos
colocar no lugar daqueles que sentavam aos pés de Jesus, para ouvir o seu Sermão. Talvez nós
percebêssemos que também pedimos ao espelho que diga que nós somos os mais belos. Talvez
percebêssemos que nós também queremos uma resposta desse espelho a cada manhã, a dizer que
somos bons, dizer que já estamos preparados.
05:18 Alguns estudiosos dizem que este capítulo sete não faz parte de uma linha de pensamento de Jesus,
para o seu Sermão. Mas sim, assim como nós que recebemos uma plaquinha de dez minutos, ah ah.
Jesus percebe que está por achar o seu tempo e resolve agora a correr e procurar alguns assuntos que
faltaram naquele Sermão. O próprio texto nos diz que não. Eu não quero julgar, mas eu acho que esses
estudiosos estão errados. Que sim, o capítulo sete faz parte do mesmo sermão e tem uma linha
perfeita, que nos leva a pensar e a reflectir em tudo o que ouvimos até aqui. Como é que recebemos
essas orientações, daquele que tem autoridade e que é capaz de nos dar segurança e serenidade para
viver aquilo, que ele espera que nós vínhamos a viver.
06:14 Primeira pergunta para nós nesse texto e talvez seja a lista tão famosa, um dos textos mais mal
interpretados. Porque a partir do momento que recebemos uma ordem de, não julgueis. Temos aqui
uma norma. E isso nos dá uma capa de protecção tão grande, isso nos dá um argumento tão forte,
principalmente por causa do complemento do versículo, para que não sejais julgados. E nós não
queremos ser julgados. Afinal de contas nós temos o nosso espelho que diz que nós já somos bons.
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06:57 Não julgueis! Será que não devemos julgar. Será que há um contraste da palavra de Deus? Será que
não percebemos os demais textos que dizem que sim, que precisamos julgar. Talvez uma exegese bem
superficial, buscando qual o significado dessa palavra: julgueis ou julgar, aqui no verso 1 do capítulo 7.
Diria que crino, significa decidir judicialmente, é legal, é algo que vem do julgamento, ou que leva ao
julgamento, é a raiz de todas essas questões. Um julgamento que traz condenação, uma condenação
que geralmente traz punição. É assim que nós julgamos. Raramente, mesmo quando julgamos,
julgamos para absorver, absolver (perdão), mas sim para punir.
07:52 Tiago capítulo 4, verso 12 nos diz que só há um legislador, um juiz capaz de dar salvação, e de nos
falar o que vai acontecer connosco. Não é esse julgamento que devemos ter, não é esse que devemos
participar em relação aos outros. Não um julgamento de condenação e de vida e salvação. Mas sim o
julgamento de testemunho e esse talvez seja o mais complicado.
08:24 Nós somos alertados e mesmo aqui no próximo versículo 15, do mesmo capitulo 17, que nós estejamos
alertas, acautelados dos falsos profetas. Como saber quem é o falso profeta sem julgar? Sem avaliar,
sem perceber o que vem de lá? Provai os espíritos, discerni os espíritos. Como discernir sem julgar,
sem avaliar?
Paulo quando escreve aos Coríntios, no capítulo 5 verso 12, fala quem somos nós para julgar os de
fora? Por um acaso não é os de dentro que nós temos que julgar? Não são esses que nós julgamos?
E aqui talvez se prende ao verdadeiro sentido desse alerta, não só, mas de uma ordem, de não
julgarmos os lá de fora. Não condenarmos aqueles que não conhecem o que conhecemos, mas sim
corrigir o irmão que está em falta. Levar com ele a carga que lhe pesa tanto, também é que lemos em
Gálatas, no capítulo 6:1-2.
09:45 Na minha conduta e no meu viver, eu não posso deixar de ter uma voz de alerta para o mundo. Não
posso deixar ter, uma regra a ser seguida, que não é minha, mas vem daquele que tem autoridade para
me dar. Não posso deixar de confrontar o mal e o erro, porque o caos seria maior que já é. E dai vem a
nossa capa, dai vem a nossa protecção. Quando nos sentimos talvez no direito de não julgar, porque
vai causar polémica, porque eu não vou ser simpático, porque eu não serei aceite, porque eu serei
repudiado, porque eu serei marginalizado.
10:32 Devemos julgar o mundo ao ponto de condená-lo? Devemos julgar ao ponto de traçar um destino para
esse mundo, a partir do que eu tenho como valor para mim mesmo? Ou será que devo viver, os valores
de Cristo e com isso mostrar ao mundo que se espera Dele. Ou será que na confrontação do erro, a
partir do meu testemunho de vida, eu julgo o mundo?
21
11:05 Paulo ainda, também na carta aos corintos no capítulo 6, logo no seu início. Por acaso vocês não
lembram, que vocês vão julgar o mundo? Não se lembram que vocês vão julgar o mundo? Será que
essas coisas pequenas que vocês vivem entre vocês, vocês não conseguem julgar? Será que precisam
buscar legítimo entre um tribunal e um tribunal pagão? E ai vem mais uma pergunta, será que somos
julgados, se devemos julgar será que também somos julgados. E o julgamento mais uma vez faz parte
da nossa condição de cristãos. Somos avaliados constantemente à uma nuvem a observar, uma
multidão que nos olha.
12:00 Pedro fala que, nós devemos ser santos, como o nosso Deus é Santo, na sua primeira carta no verso
16, 1 capitulo 16. Somos constantemente avaliados, mas com outros olhos. Somos avaliados por
Aquele que nos sustenta e por Aquele que nos deu um padrão de vida a ser vivido.
Aquela regra que está bem a seguir da trave do nosso olho, é algo que nos impede de cuidar que tem o
cisco. E sim não tiramos a traves dos nossos olhos muitas vezes e queremos tirar o cisco do olho do
outro.
12:42 Lloyd Jones fala que maior que o cúmulo de alguém com uma trave no olho, querer tirar o cisco do olho
é simplesmente um cego querer ser oftalmologista. Seria impossível, ele tirar o cisco do olho de
qualquer um. A nossa trave vai magoar, vai bater naquela pessoa antes mesmo que eu consiga
enxergar próximo para cuidar do cisco que está no olho dele.
13:09 Que posição nós assumimos diante da realidade de na nossa conduta diária, sermos constantemente
avaliados pelos padrões do Reino de Deus? Será que somos humildes a esse ponto? Será que somos
humildes ao ponto de nos entregarmos ao Senhor para sermos conduzidos por Ele e vivermos algo que
mostra ao mundo, a sua maneira de amar esse próprio mundo. Estamos dispostos a caminhar em
responsabilidade, mas na humildade na dependência do Senhor? E até onde vamos com esse nosso
testemunho?
13:47 O versículo 6 traz aqui um texto complicado para nós. E que também alguns estudiosos separam do
parágrafo anterior e a nossa revista e actualizada, principalmente para os brasileiros também coloca
esse versículo como um parágrafo só. Mas eu prefiro também mantê-lo no mesmo parágrafo e dizer
que é um texto bem significativo para tudo o que ouvimos.
14:11 A figura de uma porca com as pérolas no pescoço, parece algo totalmente desconheço. “Não deis aos
cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas.” Cães e porcos símbolos bem
significativos para os judeus. Os cães não eram os bichinhos de estimação, tratados quase como seres
humanos ou crianças como nós tratamos hoje em dia. Os cães eram os carniceiros da rua, eram
22
aqueles que comiam os restos dos animais mortos, eram colocados para fora, eram enxotados. Os
porcos eram imundos e eram tratados como tal. Nem sequer tocar neles podia.
14:54 E é a estes que o Senhor fala, não gastem o vosso tempo, saibam discernir a quem falar e quando
falar. Tenham coerência na vossa vida. Testemunhem algo que seja real para vocês e saibam quando
estai quietos, não tratem o evangelismo como algo mecânico, falado a qualquer um de qualquer
maneira. Guardem o que é valioso para o tempo propício de Deus, na vida destes que Ele próprio vai
convencer.
15:29 Viver em humildade é reconhecer as nossas próprias falhas e limitações. Sem, no entanto, sermos
omissos na admoestação, no confronto que a própria Palavra de Deus trás para o erro e para o mal.
Conclusão - Fabiano Fernandes
Temos que viver com os ensinos, os desafios do Sermão do Monte. Não é fácil, tudo parece bonito, mas
temos que viver. Se quisermos, se quisermos mudar o curso da história desta nação que foi abafada,
que não deixou a reforma prosperar, mas que hoje já não temos motivos de perseguição, nem de luta.
0:33 Podemos fazer a diferença. Vamos nós praticar os ensinos do Sermão do Monte? Estes nove estatutos
do Reino, estão ai para demonstrar tudo o que estamos a viver e ouvir. Esses nove estatutos do Reino
são um desafio para mim e para ti. É um desafio pessoal, é um desafio colectivo.
Amanhã, vamos ouvir as exposições, começando com as bem-aventuranças. Quem não começa bem,
vai estar cada vez mais longe de viver esses ideais.
01:19 Muita gente quer estabilidade, mas é o fim de quem já passou por todas as fases e passou o teste. Não
é possível viver estabilidade na vida, sem conhecer os estatutos, sem viver responsavelmente. Não é
possível, sem assimilar autoridade e ter condições intrínsecas para poder ensinar. Não é possível,
pregarmos a paz e vivermos preocupados, ansiosos, destituídos da paz da serenidade e da segurança.
01:19 E não adianta tentarmos ser os salvadores do mundo, porque que não é em nós que reside as bases
para a pregação do Evangelho. Está em Deus, está na sua Palavra, está na proporção do que tu e eu e
as nossas igrejas e as nossas comunidades e as nossas denominações assimilarem, humildemente,
racionalmente, emocionalmente, com todo a nossa alma, com toda a nossa força, viver as bases do
Sermão do Monte. Ai sim, as nossas vidas vão fazer diferença para os nossos vizinhos, para os nossos
colegas, para os media, para a nação e eventualmente pelos seus frutos serenos, conhecidos.
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03:05 Vou terminar com o livro com que iniciei. É uma história brilhante. Bem poderia ter mudado o curso do
destino da nossa Nação. Mas não vale a pena chorar do passado, não vale a pena que não
conseguimos porque não nos deixaram.
Vivemos novo desafios, vivemos novos tempos, novas oportunidades e muito provavelmente, os últimos
40 anos de democracia fazem chorar os nossos antepassados que propagaram a fé, em ambiente tão
difíceis, de dor de sofrimento e perseguição, fizeram muito. Temos que honrar o passado e temos
talvez que nos arrepender. Temos talvez que cair de joelhos diante de Deus, dizendo que estamos
falhando, muito provavelmente na minha vida e na nossa vida e na nossa família, o Reino de Deus não
está em primeiro lugar.
04:24 É tempo para parar, é tempo para pensar. Este livro fala de três personagens marcantes, todos da
mesma geração, todos estudaram medicina. E o resultado foi, um pregador do Evangelho, um
antropólogo viajante e desbravador da África e um famoso autor da origem das espécies, que criou
uma nova página na história da cultura ocidental. Destronou Deus aparentemente e duzentos anos
depois, a Europa necessita do Evangelho, provavelmente mais do que a África ou da Ásia.
05:37 (pausa) David Livinstong, Charles Dawn pela influência britânica, ganharam o lugar no westminster
Abbey, na cidade de Londres onde os seus corpos repousam. Roberto Calem apesar de ter feito tanto,
em pouco tempo, na ilha da madeira foi o instrumento de Deus para abençoar e abrir uma nova página
na história religiosa, de um outro país Lusófono, chamado Brasil.
06: 21 O que vamos fazer com o Sermão do Monte é só para mim. É só para eu ter o meu passaporte para o
céu? Que assim seja, mas temos que encontrar o espírito do Sermão do Monte, para ver que há
valores que temos de eternizar se quisermos revolucionar. Não há outra alternativa. Cabe-nos a nós,
cidadãos desta pátria, sermos possuídos dos estatutos do Reino e de projectar à Nação, uma nova
forma de vencer a crise.
Um estado com pouco mais de 800 anos de história, economicamente já falimos oito vezes e o mais
triste é que não se muda o essencial, não se acham as gorduras excessivas, porque não há espírito de
contrição. Não há espírito de arrependimento.
07: 42 E Jesus tinha toda a razão, eu não vim salvar os justos, os sãos não necessitam de médico. E não
reconhecer a nossa pequenez, inclusive a nossa pequenez de evangélicos. Nós não vamos abrir uma
nova página na história de Portugal.
ABEN aqui nós queremos ser uma lufada de ar fresco. Nós queremos permitir que os valores do Reino
sejam fielmente estudados, pregados, ensinados e vividos.
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08:31 Amanhã, uma mesa com convidados externos, já podem ver no nosso programa, vão analisar, não só
esta mensagem, como as outras, não só as mensagens dos professores do IBP, mas queremos
estudar e analisar a Bíblia e como podemos aplicar ao contexto português.
Precisamos uns dos outros, de várias denominações, de varias persuasões e vamos tentar demonstrar
nestes dias que temos serenidade naquilo que estamos a tentar designar. Queremos que a Bíblia seja
amada e respeitada, queremos dar voz, não somos os únicos que podemos falar.
09:22 Nestas mensagens há coisas raras acontecer. Nunca vi uma conferência, onde se prega uma
mensagem com quatro pregadores. É confuso, é complicado, mas nós aqui não estamos para
protagonismos pessoais, nós aqui queremos reflectir que ao longo do ano lectivo, tem nos feito muito
bem. Professores não só ensinam a Bíblia, mas reúnem-se junto para estudar a Bíblia. E tem sido uma
bênção, não sem dificuldades.
10:01 Iniciamos que nós sempre temos um misto de possibilidades e de dificuldades. Onde pomos os nossos
olhos? Não adianta dizer que a lei não nos ajuda, que a igreja não nos dá espaço. Não nos adiante
nada disto. Porque no meio da realidade há sempre aqueles cujos corações são receptivos e não têm
um lugar próprio. Podem estar no estado, podem estar nos partidos políticos, podem estar nas
comunidades e noutros lugares. E tão-somente ganharmos o coração dos portugueses, não com
engodo, não com capitalismo selvagem, mas com os valores do Reino dos céus.
10:58 Ajudem-nos a pensar biblicamente. A ajudem-nos a reflectir biblicamente. Estas mensagens e todos os
debates de amanhã e de sábado serão redigidos, serão escritos em texto e serão publicados em cinco
semanas no nosso site, para poder ser lido e partilhado com todo o Portugal, por todos os países
Lusófonos e se Deus nos der força e capacidades queremos traduzir para a língua franca-mundial,
para o inglês, para que também de Portugal e da perspectiva que nós vimos e analisamos e aplicamos
os textos, possa ser usado internacionalmente com o mundo.
11:52 É tempo de escrever os nossos comentários. É tempo adequado para sermos exegetas da Palavra,
levando a sério a aplicação, porque Deus nos fez nacionais, para respeitarmos o nosso passado, para
compreender os nossos antepassados, para entender a alma portuguesa de hoje e os seus anseios de
amanhã. E em todo este percurso, podemos continuar a semear a palavra de Deus.
12:34 Vamos terminar hoje, esta primeira parte, este primeiro dia, esta primeira noite. Começamos como
vocês puderam verificar, à oito horas e trinta e dois minutos. Estamos acabar no tempo que nós
programamos. Não queremos ser chamados de britânicos, nem de suíços, queremos ser portugueses,
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responsáveis, cuidadosos porque somos nação e podemos fazer muito mais ainda com os valores do
Reino.
13:11 Vamos cantar de novo o cântico oficial. E quero vos dizer uma coisa, que em quarenta e dois anos da
nossa presença aqui, em Santo Antão do Tojal, nunca, nunca, pela graça de Deus tivemos uma
confusão, uma briga, uma discussão com nenhum dos nossos vizinhos. Eles nos respeitam, não nos
seguem. Alguns foram convertidos, muito poucos, não nos seguem e nós temos que ter algum cuidado
a estas horas especialmente com os cânticos. Por isso não vamos, elevar muito o som, só por respeito,
só por consideração, mas não tememos a nossa posição e a nossa missão de sermos sal e luz da
Nação.
Amanhã vamos continuar, podem ficar a conviver, é um espaço que podem desfrutar e queremos que
esta conferência também seja de comunhão entre todos.
14:12 (Oração - Gary Camlin) Querido Pai muito obrigada por estes momentos que passamos juntos hoje à
noite. Obrigada por esta escola que tanto te ama e que valoriza realmente a tua Palavra e pedimos a
tua ajuda Pai, durante estes três dias para que possamos realmente abrir o nosso coração diante de Ti.
Nós sabemos Pai, muito bem que não somos os bons, mas que precisamos tanto de transformação,
que pode ser feita em nós através do poder do Espírito Santo. Então pedimos Pai, que em cada
sessão, cada debate que nós possamos realmente ouvir bem e avaliar honestamente as nossas vidas.
E também pedimos Pai que tu possas usar-nos como agentes de mudança na nossa sociedade, para
que possamos realmente fazer uma diferença. Obrigada mais uma vez, nós entregamos as nossas
vidas e estes dias que nós vamos passar junto nas tuas mãos. No nome de Jesus oramos Ámen.
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