Literatura Portuguesa Humanismo – séc. XV Aula 02 de Literatura Portuguesa Professora Carolina Ferreira Leite Humanismo (1434-1527) (1434 IDADE MÉDIA X RENASCIMENTO Política, economia e sociedade: Feudalismo Nobreza Cavalaria X X X Mercantilismo Burguesia Marinha Essas dicotomias revelam um momento de bifrontismo, ou seja, a literatura vai abranger os dois lados (o da Idade Média e o do Renascimento) e as características das duas escolas: o Feudalismo não se elimina de uma hora para outra, mas sofre com o surgimento do Mercantilismo, ou seja, o mercado, o pré-capital. Surgem também os burgos, as pequenas cidades e esta época marca o início das navegações (Marinha). Humanismo (1434-1527) (1434 Vida cultural: IDADE MÉDIA X RENASCIMENTO Religião Espiritualismo Teocentrismo X X X Ciência Materialismo Antropocentrismo Acontece também um choque entre os novos pensamentos, em que as pessoas deixam o teocentrismo para se dedicarem às ciências, ao desenvolvimento humano, o individualismo se sobressai ao espiritualismo, ou seja, o homem não deixa de ser religioso, mas o materialismo e a sua individualidade passam a ser mais importantes para ele. Humanismo (1434-1527) (1434 Não se sabia que a Terra era redonda, todos os movimentos dela. Neste momento aparece o grande físico Giordano Bruno com seus experimentos e a Teoria Heliocêntrica, que dizia que os astros estavam em constante movimento e que o universo era infinito. Consequentemente Giordano foi para a fogueira, a Igreja Católica não aceitou suas teorias. Humanismo – Contexto histórico Contexto histórico: • ANTROPOCENTRISMO; • Bifrontismo = transição; • Declínio da organização feudal (devido à Guerra dos Cem Anos, a Peste Negra e também a saída das pessoas da zona rural a caminh das cidades); • Início das Grandes Navegações; • Ascenção da burguesia; • Comércio = Mercantilismo; • Divulgação da cultura = Imprensa (toda a cultura que pertencia só ao meio clerical, agora passa a ser de domínio dos camponeses, das pessoas que viviam nos feudos, ou seja, mais pessoas aprendem a ler e a escrever) Humanismo – Características ideológicas Características ideológicas (a movimentação ideológica da época): • Abandono da subordinação absoluta à Igreja Católica; • Resgate dos valores clássicos greco-romanos greco (a mitologia, a literatura pagã); • Procura na ciência de uma explicação para fenômenos que até então eram atribuídos a Deus; • Afirmação da capacidade do indivíduo em controlar seu próprio destino. Humanismo – Características ideológicas Produção artística: • GÊNERO NARRATIVO: Prosa Historiográfica de Fernão Lopes • GÊNERO LÍRICO: Poesia Palaciana • GÊNERO DRAMÁTICO: Teatro de Gil Vicente – pai do teatro português, inventor do teatro moderno português, classificado como maior teatrólogo de língua portuguesa GÊNERO NARRATIVO: NARRATIVO Prosa Historiográfica de Fernão Lopes Características das crônicas de Fernão Lopes: • Narração histórica e artística (sem o cunho religioso das Novelas de cavalaria); • Descrições detalhadas dos palácios e das aldeias; • Apresentação das festas populares; • Informação sobre o papel do povo nas guerras e rebeliões; • Verossimilhança (histórias que se parecem com a realidade). Obras: Crônica de Rei D. Pedro Crônica de Rei D. Fernando Crônica de Rei D. João I • • • • • GÊNERO LÍRICO: LÍRICO Poesia Palaciana “Cancioneiro Geral” de Garcia Resende – 1516. A música dissocia-se da palavra; O amor com intimidade (os poetas são mais realistas); Geralmente usavam redondilhas maiores (Medida Velha: 7 sílabas poéticas, já tinham ritmo próprio, não necessitando então de um ritmo musical); Usavam uma linguagem elaborada, rebuscada, poemas muito bem feitos, produzidos com muita cautela; 1000 poemas de 300 autores. GÊNERO DRAMÁTICO: DRAMÁTICO Teatro de Gil Vicente GÊNERO DRAMÁTICO: DRAMÁTICO Teatro de Gil Vicente A parte mais importante da literatura humanista para nós é o advento do Teatro Popular de Gil Vicente. Vicente Ele inovou o teatro, que era pouco difuso na Idade Média. • Popular (peças feitas por pessoas de todas as classes sociais e para todas as pessoas assistirem); • Critica todas as classes sociais (desde o camponês, até o cavaleiro, o fidalgo, o clero e também o rei.; • Tom Moralizante (mostrar o quanto as pessoas estão se perdendo, inclusive religiosamente, ou seja, fazer o bem para conseguir ir para o paraíso – “moral da história”); • Utiliza humor. GÊNERO DRAMÁTICO: DRAMÁTICO Teatro de Gil Vicente Conteúdo: “ridendo ridendo castiga mores” mores (a rir se corrigem os costumes) MEDIEVAL Religioso Moralista Catequista Místico Sagrado X HUMANISTA Pagão Crítico Satírico Cotidiano Profano GÊNERO DRAMÁTICO: DRAMÁTICO Teatro de Gil Vicente Personagens:: moralizar e satirizar ALEGÓRICOS Símbolos Moral Sagrados Bem x Mal X TIPIFICADOS Pagão Crítica Caricatura Cotidiano GÊNERO DRAMÁTICO: DRAMÁTICO Teatro de Gil Vicente A obra vicentina se divide em dois pilares: no início de sua carreira, Gil Vicente tem um tom religioso (que ele mantém durante toda a sua obra). Essas encenações litúrgicas se dividem em 3 partes: • Mistérios: a vida de Cristo – Passagens bíblicas; • Milagres:: situações da vida dos santos em que havia intervenção miraculosa; • Moralidades:: representações alegóricas (virtudes, vícios) Ex.: Autos – A trilogia das barcas: O Auto da barca da Glória, o Auto da barca do Purgatório e o Auto da barca do Inferno. GÊNERO DRAMÁTICO: DRAMÁTICO Teatro de Gil Vicente As encenações profanas têm cunho mais humanista e também são divididas em 3 partes: • Farsas: popular - falam do cotidiano, são irônicas e cômicas; • Momos: encenações mascaradas – uso das mímicas para ridicularizar os costumes; • Sotties: personagens loucos que tinham liberdade para falar verdades