1 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA-SECG FACULDADE DE ENFERMAGEM KATIELE MARQUES DE OLIVEIRA CÂNCER DE OVÁRIO E DETECÇÃO PRECOCE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA LITERATURA GOIÂNIA-GO DEZEMBRO - 2014 2 KATIELE MARQUES DE OLIVEIRA CÂNCER DE OVÁRIO E DETECÇÃO PRECOCE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA LITERATURA ORIENTADORA PROF. MSc. RAQUEL SOARES DE ARAUJO GOIÂNIA-GO DEZEMBRO – 2014 3 CÂNCER DE OVÁRIO E DETECÇÃO PRECOCE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA LITERATURA Monografia apresentada ao curso de Enfermagem da Faculdade Padrão como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Enfermagem sob orientação da profª Msc. Raquel Soares de Araujo. GOIÂNIA-GO DEZEMBRO - 2014 4 CÂNCER DE OVÁRIO E DETECÇÃO PRECOCE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA LITERATURA Monografia apresentada ao curso de Enfermagem da Faculdade Padrão como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Enfermagem sob orientação da profª Msc Raquel Soares de Araujo. Aprovado em 17 de Dezembro de 2014 BANCA EXAMINADORA Professora MSc. Raquel Soares de Araujo Sociedade de Educação e Cultura de Goiânia-SECG Professora MSc. Ana Cassia Ferreira Faculdade Alfredo Nasser de Aparecida de Goiânia - UNIFAN Professora MSc. Maria Socorro de Souza Melo Sociedade de Educação e Cultura de Goiânia-SECG GOIÂNIA-GO DEZEMBRO - 2014 5 Dedico essa obra primeiramente a Deus que até aqui me ajudou e a meus familiares! 6 AGRADECIMENTOS Quero agradecer primeiramente a Deus por me manter firme até hoje. Posteriormente, agradeço aos meus pais José Humberto, Noeme Ferreira e Elza Ferreira (madrasta), meus irmãos Josiel Humberto, Aline Marques e Bruno Humberto e familiares que contribuíram de forma significativa para a realização deste sonho. A vida é cheia de obstáculos os quais conseguimos superar com ajuda de pessoas, que significam muito nessa trajetória na qual fizeram/fazem parte. Por esse motivo quero agradecer aos meus colegas que irão ser também colegas de profissão pela companhia, afinidade, companheirismo. A todos vocês, desejo todo sucesso pessoal e profissional! Em especial quero deixar meu agradecimento a você minha amiga irmã de faculdade Rute Ferreira, a qual foi mais que amiga, fazendo parte do meu convívio pessoal. E a você Kelly Carvalho que contribuiu muito para minha formação de maneira indiretamente, sendo de grande valia! Aos meus professores que fizeram parte do meu aprendizado, deixo-lhes o meu respeito e admiração: “quando eu crescer quero ser como vocês”. Obrigada por terem feito parte deste capítulo de minha vida, o qual será sempre lembrado e guardado com muito carinho e amor. Em especial quero agradecer a você, profª MSc. Raquel Soares de Araujo, por ter me ajudado nesta missão ( TCC). Obrigada, Faculdade Padrão! É com orgulho que falarei sobre minha capacitação e formação profissional. 7 RESUMO O câncer de ovário é uma neoplasia ginecológica altamente letal, apesar de a sua prevalência ser menor quando comparado a outros cânceres. É considerada uma doença silenciosa possibilitando um diagnóstico sempre tardio. Acomete principalmente mulheres de cor branca, obesidade , mutação genética e com maior frequência após os 60 anos de idade. Para tanto, este trabalho objetivou buscar, na literatura científica, as intervenções necessárias para um diagnóstico precoce para essa patologia. Este estudo consiste de uma revisão bibliográfica da literatura obtida através da busca de trabalhos na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), publicados integralmente no idioma português no período de 2004 a 2014. Foram incluídos artigos que respondiam à pergunta norteadora: quais as intervenções para detectar precocemente o câncer de ovário? Os resultados encontrados enfatizam, à atenção para as mulheres que possam ser acometidas pela doença, a fazer uso dos tratamentos profiláticos o qual pode reduzir ate 95% das chances de a mulher desenvolver o câncer de ovário. Portanto, conclui-se que a inexistência de métodos para um diagnóstico precoce, resta atentar-se aos fatores de risco considerando o fator epidemiológico para um melhor tratamento da doença. Sendo necessária a busca imperativa de pesquisas incansáveis com o alvo de reverter esse quadro preocupante. Palavras-chave: câncer de ovário, diagnóstico, epidemiologia e etiologia. . 8 ABSTRAT Ovarian cancer is a highly lethal gynecological cancer , although its prevalence is lower when compared to other cancers. A silent disease enabling a diagnosis always late is considered . It mainly affects women white, obesity, genetic mutation and more frequently after 60 years of age. Therefore, this study aimed to look at the scientific literature , the interventions needed for early diagnosis for this pathology . This study consists of a literature review of the literature obtained by searching for jobs in the Virtual Health Library ( VHL ) , fully published in Portuguese in 2004 and 2014. We included articles that responded to the guiding question : what interventions to detect early ovarian cancer ? The results emphasize , care for women who may be affected by the disease , to make use of prophylactic treatments which can reduce up to 95 % of the chances of a woman developing ovarian cancer . Therefore , it is concluded that the lack of methods for early diagnosis , it remains to be alert to those risk factors considering the epidemiological factor for better treatment of the disease. The imperative search tireless research with the aim of reversing this worrying situation is required. Keywords: ovarian cancer, diagnosis, epidemiology and etiology. 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Desenho esquemático do ciclo celular Figura 2: Ciclo esquemático de célula cancerígena Figura 3: As etapas da carginogênese: iniciação e progressão 10 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Estimativa para o ano de 2014 do número de casos novos de câncer, por estado. Quadro 2: Estimativa para o ano de 2014 do número de casos novos de câncer, por capital. Quadro 3: Fatores de riscos para o câncer de ovário. Quadro 4: Diferenciação entre tumores benignos e malignos. Quadro 5: Classificação dos Tumores. Quadro 6: Três principais tipos de tumores ovarianos. Quadro 7: Classificação histológica dos tumores epiteliais de superfície ovariana. Quadro 8: Procedimentos para avaliação das categorias T, N e M. Quadro 9: Resumo esquemático da classificação tumoral ovariana. Quadro 10: Medicamentos quimioterápicos e seus efeitos colaterais. Quadro 11: Tipos de tumor ovariano e respectivo tratamento. Quadro 12: Usos potenciais dos marcadores tumorais. Quadro 13: Processo de seleção dos artigos que compõe a Revisão Bibliográfica contemplando a questão norteadora do presente estudo. Goiânia, GO – 2014 Quadro 14: Revisão bibliográfica dos artigos selecionados. 11 LISTA DE ABREVIAÇÕES INCA – Instituto Nacional do Câncer OMS – Organização Mundial de Saúde US – Ultrassonografia CA 125 – Marcador biológico tumoral BVS – Biblioteca Virtual de Saúde CID-0 – Classificação Internacional de Doenças Oncológicas TNM – Classificação do estadiamento tumoral CEA – Antígeno Carninoembrionário UICC- União Internacional contra o Câncer 12 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................13 2. OBJETIVOS ..............................................................................................................16 2.1 objetivo Geral ..........................................................................................................16 2.2 objetivo Específico ..................................................................................................16 3. REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................................17 3.1 O câncer de ovário...................................................................................................17 3. 2 Epidemiologia .........................................................................................................21 3.3 Caracterização das mulheres portadoras de CA de ovário ...................................25 3.4 Fatores de risco ......................................................................................................26 3.5 Sinais e sintomas da doença ..................................................................................27 3.6 Diagnóstico do câncer de ovário ............................................................................28 3.7 Classificação do câncer de ovário .........................................................................30 3.8 Estadiamento do câncer de ovário ........................................................................34 3.9 Tratamento do câncer de ovário ...........................................................................37 3.9.1 Marcadores Tumorais .........................................................................................40 3.9.1.1 CA 125 .............................................................................................................43 3.10 Prognóstico .........................................................................................................44 3.11 Prevenção ...........................................................................................................45 4. METODOLOGIA ......................................................................................................46 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..............................................................................48 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................52 REFERÊNCIA .............................................................................................................53 13 1. INTRODUÇÃO O câncer de ovário é caracterizado pela elevada letalidade 85% nos estágios avançados, devido ao diagnóstico tardio e é responsável por quase metade das mortes por câncer do sistema genital feminino. A elevada mortalidade e a pequena proporção de casos de câncer de ovário diagnosticados em estádios iniciais tornam a busca, por meios de identificação precoce dessa doença, essencial (MIRANDA, 2006; REIS, 2005). O Instituto Nacional de Câncer –INCA (2014), relata que o câncer de ovário é o mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura, pois, o ovário é composto por vários tipos de células, todas podendo sofrer malignização, transformando-se em um tumor. O benigno atinge as mulheres com uma frequência de 80% na faixa etária de 25 a 45 anos, e o maligno em mulheres de faixa etária entre 45 a 65 anos, ocupando o terceiro lugar depois do carcinoma do colo uterino. Essa doença maligna ovariana é responsável pelo aumento de internações hospitalares e internações cirúrgicas, constituindo um problema de saúde mundial. Estima-se que ocorreram 15 mil mortes no ano de 2006, e que ocorrerão aproximadamente 27 mil novos casos por ano nos Estados Unidos (PRETI, 2010). O INCA (2014) estimou que 6.000 novos casos dessa doença viessem ocorrer este ano no Brasil, incidência relativamente baixa quando comparada com a neoplasia de mama que é de 60 mil novos casos. No entanto, o câncer de ovário é o de maior letalidade. Por esses fatores descritos acima, a neoplasia de ovário torna-se um grande desafio, pois os avanços tecnológicos que hoje fazem uso na terapia oncológica não estão tendo efeito para a sobrevida das pacientes curáveis ou para a qualidade de vida das pacientes incuráveis, no entanto a interação dos tratamentos cirúrgicos juntamente com os cuidados paliativos mostraram pontos positivos para o tratamento dessa patologia (LAJOLO, 2009; SILVA-FILHO et al., 2004). Em um estudo sobre a importância da ultrassonografia (US) no rastreamento e manejo terapêutico, relatou ser um método importante na avaliação das neoplasias ovarianas, por tratar de uma metodologia não invasiva e de custo acessível, 14 podendo ser associada com o marcador CA 125 para um melhor resultado (LIMA et al, 2010). O uso do marcador CA 125 como determinante não é recomendável, mas é usado como uma ferramenta adicional, tanto durante a propedêutica quanto na decisão inicial do tratamento. Tem uma importância significante no rastreamento, monitoração do tratamento e detecção de recidivas do câncer de ovário (VALENTE; MASSABKI, 2011; LAJOLO, 2009; ALMEIDA, 2007). Alguns estudos apontaram que o estilo de vida das mulheres propicia a prevenção ou auxilia no desenvolvimento de células neoplásicas. A multiparidade, a amamentação, o uso de anticoncepcionais orais, a dieta equilibrada e exercícios são fatores protetores contra alguns tipos de câncer epitelial de ovário. No entanto, o consumo de gorduras trans e saturadas, nitrato e nitritos e o baixo consumo de fibras estão relacionados com o surgimento de câncer especifico como o câncer de ovário (POLONIO, 2009; REIS, 2005; REA, 2004). Por ser um desafio o diagnóstico precoce dessa neoplasia, o tratamento cirúrgico é o mais indicado e usado. Conforme o Manual de Condutas em Ginecologia Oncológica (2010), a cirurgia é um procedimento realizado com o intuito de citorredução dependendo do achado transoperatório, sendo de eleição a todas pacientes. São realizados 2,5 – 15 procedimentos cirúrgicos por falso-positivo para cada caso de câncer detectado. Diante de um quadro em que existem evidências da grande taxa de mortalidade nas mulheres com neoplasia de ovário, quais são as intervenções para se detectar precocemente o câncer de ovário? Por meio da verificação de diretrizes específicas para esse câncer, este estudo busca contribuir para a prevenção e qualidade de vida da população feminina tão, drasticamente, afetada por esse mal. Nota-se que o diagnóstico precoce para esse câncer é obscuro, necessita de intervenções plausíveis para que haja inversão desse quadro. Tal conhecimento é imprescindível para a formação adequada de profissionais de saúde, principalmente para a enfermagem, a qual esta diretamente com a paciente, que com seus conhecimentos científicos sobre essa patologia pode instigar uma suspeita para essa patologia, elevando a chances de reverter essa 15 situação; na inclusão da educação continuada, como também um instrumento de ensino e orientação a uma população tão fragilizada por essa doença que traz consequências devastadoras. 16 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Diagnóstico precoce do câncer de ovário. 2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO Identificar as intervenções existentes para detecção precoce do câncer de ovário. 17 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 O CÂNCER DE OVÁRIO A palavra câncer vem do latim “câncer”, que significa caranguejo. Esse nome se deve à semelhança entre as pernas do crustáceo e os vasos do tumor que se infiltram nos tecidos sadios do corpo. O INCA (2014) define câncer como: Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. O câncer de ovário tem a sua história natural desconhecida. Sua etiologia é multifatorial. Esse termo refere-se à neoplasia (tumores malignos) com origem nos ovários, sendo mais comum nas células epiteliais. Para entender melhor a fisiopatologia, precisa-se conhecer o funcionamento celular (INCA, 2014). O sistema reprodutor feminino é composto por dois (2) ovários, duas (2) tubas uterinas (trompas de falópio), um (1) útero, uma (1) vagina, uma (1) vulva. Localizado no interior da cavidade pélvica, onde é protegido por um marco ósseo à pelve (RIZZO, 2012; pg. 444). Os ovários são estruturas fundamentais para a vida da mulher. São órgãos sólidos de forma oval, conectados por uma prega peritoneal ao ligamento largo e pelo infundíbulo pélvico à parede pélvica lateral. Tem uma função relacionada ao desenvolvimento e reprodução, sendo estruturas consideradas complexas do ponto de vista embrionário, fisiológico e histológico (SCHROETER, 2011). Do ponto de vista funcional, o ovário pode ser dividido em três compartimentos distintos: folicular, cujo principal produto de excreção são os estrogênios; corpo lúteo, cujo principal produto de excreção é a progesterona e o estroma, fonte de produção dos androgênios (SCHROETER, 2011; MACHADO, 2004). O ovário é um órgão dinâmico que nunca se encontra em repouso absoluto. O fenômeno mais marcante dessa atividade é a maturação parcial e subsequente atresia folicular. Portanto, sempre haverá centenas de folículos em processo de 18 maturação parcial e outros tantos em regressão. A maioria dos folículos é consumida por apoptose (morte celular programada), ou seja, não serão todos os folículos que atingirão a maturação completa e ovular (MACHADO, 2004). À medida que a mulher se aproxima da menopausa, a habilidade dos folículos de produzir níveis normais de estradiol e do corpo lúteo em produzir progesterona são comprometidas. O ovário ter esgotado a sua população folicular e a mulher ter entrado na menopausa não significam que não exista mais função ovariana. Ele continua ativo, só que de uma maneira diferente observada no menacme. A menopausa significa o fim da fase reprodutiva (MACHADO, 2004). A vida celular consiste numa sequência de eventos, nomeada de ciclo celular, o qual, compreende cinco fases (G1, S, G2, M e GO). Nas células que se dividem ativamente, a interfase é seguida da mitose, culminando na citocinese. Sabe-se que a passagem de uma fase para outra é controlada por fatores de regulação - de modo geral proteicos – que atuam nos chamados pontos de checagem do ciclo celular. Dentre essas proteínas, destacam-se as ciclinas, que controlam a passagem da fase G1 para a fase S e da G2 para a mitose ( observe a figura 1). A origem das células cancerosas está associada a anomalias na regulação do ciclo celular e à perda de controle da mitose, assim, as células cancerosas e as normais dividem-se rapidamente quando os volumes teciduais ou tumorais são menores. Observe na figura 2 ( ROCHA, 2011; pg 248). Quando um tumor maligno atinge 1 cm de diâmetro, torna-se detectável pelos métodos de diagnóstico disponível e contém cerca de 109 células. Acredita-se que são necessários alguns anos para a neoplasia possa atingir esse tamanho. Alguns tumores apresentado duplicação diferentes, em momentos diferentes na história natural da doença, e bem antes dessa detecção inicial provavelmente já ocorreu a metastatização hematogênica. É o caso do câncer de ovário que torna difícil sua detecção por sua proteção pela pelve, e uma historia natural desconhecida ( INCA, 2014). 19 Figura 1: Desenho esquemático do ciclo celular I – Interfase; M- mitose; Fase G2- pré-mitótica; Fase G1- pós-mitótica Fase S- síntese de ADN FONTE: INCA, 2008 Figura 2: Ciclo esquemático de célula cancerígena FONTE: INCA, 2008 20 As células sofrem processos de mutação espontânea, independente da exposição a carcinógenos que não alteram o desenvolvimento normal da população celular como um todo. Esses fenômenos incluem danos oxidativos, redução e reordenamento cromossômico. Há também que considerar a vigilância imunológica como mecanismo de correção ou exclusão das células (BRASIL, 2008). O tempo para a carcinogênese ser completada é indeterminável, são necessários muitos anos para o aparecimento de um tumor, o qual pode ser interrompido em qualquer uma das etapas, dependendo da capacidade do organismo de reprimir a proliferação celular e de reparar o dano causado ao genoma ou que seja feita a interrupção da exposição do organismo aos agentes carcinogênicos, eliminando, assim, as etapas de promoção e progressão (ROCHA, 2011; pg 239). Figura 3: As etapas da carginogênese: iniciação, promoção e progressão Fonte: BRASIL, 2008 21 3.2 EPIDEMIOLOGIA O câncer de ovário é o mais comum em países industrializados como os Estados Unidos, Europa, Nova Zelândia. Caracterizado por variações geográficas e étnicas, acomete com maior incidência as mulheres brancas e, em menos mulheres as negras, hispânicas e índias (RIVAS-CORCHADO, GONZÁLEZ-GERONIZ, HERNÁDEZ-HERRERA, 2011; FERREYRA, 2007). O Brasil vem sofrendo uma transição demográfica e epidemiológica que traz importantes consequências para a educação profissional em saúde. Essa mudança é decorrente do processo de urbanização populacional, da industrialização e dos avanços da ciência e da tecnologia. A essas novas características da etnia brasileira, os novos estilos de vida e a exposição cada vez mais intensa proporcionam fatores de risco referentes ao mundo contemporâneo (HADDAD et al, 2001). Um desses processos de mudança demográfica, é o “envelhecimento” da população, associado à transformação nas relações entre pessoas e seu ambiente, que trouxeram uma alteração importante no perfil de morbimortalidade, diminuindo a ocorrência das doenças infectocontagiosas e colocando as doenças crônicodegenerativas, principalmente, as cardiovasculares e vários tipos de cânceres como novo centro de atenção dos problemas de doença e morte da população brasileira, acrescendo o repertório tradicional da vigilância epidemiológica (HADDAD et al, 2001). A Vigilância Epidemiológica é uma ação especializada de grande relevância para a sociedade, tem como objetivo o monitoramento e análise de possíveis mudanças no perfil das enfermidades, contribuindo, também, para a educação e planejamento de ações na área da saúde. Através do Programa de Epidemiologia e Vigilância do Câncer e seus fatores de risco, o INCA aprimora, com as Secretarias de saúde, a capacidade de análise das informações de incidência e mortalidade por câncer, visando a conhecimento detalhado do quadro epidemiológico brasileiro e seus fatores de risco (INCA, 2014). No Brasil, a estimativa para o ano de 2014 que também vale para o ano de 2015 aponta para a ocorrência de aproximadamente 576 mil novos casos de câncer. 22 Sendo esperados 57.120 casos de câncer de mama, com um risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres, sendo a região Sudeste com a maior incidência (71,18/100 mil) e a região Norte (21,21/100 mil), de acordo com o quadro1- INCA 2014. Já para o câncer uterino, a estimativa é de 15.590 casos, com risco de 15,33 casos a cada 100 mil mulheres, com incidência maior na região Norte ( 23,57/100mil) em relação a região sul (15,87/100 mil). O câncer de ovário tem uma prospectiva de 5.680 casos novos com um risco estimado de 5,58 casos a cada 100 mil mulheres, sem considerar os tumores de pele não melanoma. O CA de ovário é o quinto mais incidente na região Centro-Oeste, com um risco estimado de 6,96/100 mil (INCA, 2014). QUADRO 1: Estimativa para o ano de 2014 do número de casos novos de câncer, por Estado. ** Linfoma de Hodgkin ** Linfoma não Hodgkin 20 Glândula Tireoide 20 Sistema Nervoso Central 20 20 ** ** 20 20 20 60 40 60 30 80 90 100 90 90 80 90 50 130 140 110 Rondônia 40 40 50 ** 20 30 40 50 Roraima 20 20 20 ** 20 20 20 20 Tocantins 30 30 30 30 20 50 40 50 Alagoas 70 50 70 50 20 70 70 70 Bahia 360 320 490 290 90 440 360 470 Ceará 330 160 400 220 80 300 420 350 Maranhão 70 60 70 80 30 130 150 150 Paraíba 130 80 130 70 20 120 230 140 Pernambuco 310 290 340 270 50 400 400 370 Piauí 70 40 80 60 20 100 110 110 Rio Grande do 100 70 110 60 30 100 160 110 Sergipe 60 50 50 50 20 60 70 70 Distrito 90 110 110 130 50 150 90 130 Estados Laringe Bexiga Esôfago Ovário Acre 20 20 20 Amapá ** 20 Amazonas 90 Pará Norte 23 Federal Goiás 150 280 270 210 90 270 170 300 Mato Grosso 90 100 140 70 40 90 60 120 Mato 100 120 150 100 40 80 120 110 Espírito Santo 170 180 320 90 40 200 160 180 Minas Gerais 760 910 1.510 530 270 1.010 700 890 Rio de Janeiro 820 1.180 920 670 150 1.070 790 810 São Paulo 2.240 2.910 2.340 1.550 580 3.050 1.930 2.250 Paraná 510 630 1.040 340 140 570 990 760 Rio Grande do 620 770 1.420 440 190 890 1.240 910 Santa Catarina 290 350 560 180 80 340 610 420 Brasil 7.640 8.940 10.780 5.680 2.180 9.790 9.200 9.090 Grosso do Sul Sul FONTE: INCA, 2014 ** Menor que 15 casos Quadro 2: Estimativa para o ano de 2014 do número de casos novos de câncer, por capital. ** Linfoma de Hodgkin 20 Linfoma Não Hodgkin ** Glândula Tireoide ** Sistema Nervoso Central 20 ** ** ** 20 20 20 50 40 60 20 50 70 80 40 40 30 60 20 50 60 40 Porto Velho 20 20 20 ** 20 20 30 20 Boa Vista ** 20 20 ** ** 20 20 20 Palmas ** 20 20 ** ** 20 20 20 Maceió 30 20 30 30 20 30 30 30 Salvador 90 110 110 140 30 160 100 160 Fortaleza 110 60 110 140 30 120 160 140 São Luiz 20 20 20 40 20 40 30 50 João Pessoa 40 20 30 30 20 50 70 30 Recife 80 80 60 110 20 120 100 160 Teresina 20 20 30 30 20 40 40 50 Natal 40 20 30 20 20 40 60 30 Capital Laringe Bexiga Esôfago Ovário Rio Branco ** ** 20 Macapá ** 20 Manaus 80 Belém 24 Aracaju 30 30 20 30 20 30 30 30 Goiânia 20 40 30 40 20 40 30 30 Cuiabá 50 50 50 40 20 50 30 50 Campo 40 60 60 50 20 40 50 60 Vitória 20 20 30 20 20 20 30 20 Belo 80 150 150 130 50 160 130 170 300 560 280 410 100 540 490 420 São Paulo 510 870 570 630 220 990 810 680 Curitiba 70 120 100 80 20 180 90 140 Porto Alegre 80 180 110 110 30 290 80 120 Florianópolis 20 30 20 20 20 40 40 20 Brasil 1.830 2.640 2.000 2.270 830 3.170 2.630 2.610 Grande Horizonte Rio de Janeiro FONTE: INCA, 2014 ** Menor que 15 casos 25 3.3 CARACTERIZAÇÕES DAS MULHERES PORTADORAS DO CÂNCER DE OVÁRIO. Com a prospectiva do aumento dos anos de vida e qualidade, o “envelhecimento” populacional trouxe consigo doenças crônicas. O câncer de ovário tem sua prevalência aumentada, conforme a idade da população que ele acomete (mulheres). Essa neoplasia é considerada de baixa incidência quando comparada a outros cânceres, entretanto tem-se a sua taxa de mortalidade elevada (FERNANDES, LIPPI, BARACAT, 2003). A caracterização da mulher com câncer de ovário que ocorre com maior prevalência, na idade maior que 50 anos é: a maioria de cor de pele clara, apresenta sintomas que podem estar relacionados a outras doenças como: inchaço, dor pélvica e sangramento. No estudo desenvolvido por Fernandes et al. (2003), ressalta-se que a mulher com mais anos na menopausa e com diagnóstico de cisto ovariano, teve suas chances aumentadas no desenvolvimento cancerígeno. 26 3.4 FATORES DE RISCOS Qualquer situação que aumente a probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde, além do sentido de possibilidade ou chance, é considerada “perigo”, ou seja, um fator de risco. Quando se direciona essa probabilidade a neoplasias e em específico às ovarianas, podem destacar alguns fatores, os quais estão sendo considerados como auxílio na detecção do diagnóstico (RISTOW, YAMAMOTO, FÁVARO; 2006). Quadro 3: Fatores de riscos para o câncer de ovário FATORES DE RISCO Idade Obesidade DESCRIÇÃO de 60 anos IMC > 30 História reprodutiva Mulheres que não tiveram filhos Medicamentos para fertilidade Citrato de clomifeno Terapia Hormonal História familiar de outros cânceres Parente de 1º grau com CA de ovário Histórico pessoal de CA de mama Mutação no genes BRCA1 ou BRCA2 Dieta Alimentos industrias; gorduras... Fonte: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-de-ovario/696/31/ Esses fatores que possibilitam as mulheres a desenvolver neoplasias são efetivos quando se tem a junção de alguns deles. Até o momento não há programas de controle para os fatores de risco citados, e o rastreamento, através de marcadores séricos (CA-125) e ultrassonografias (transvaginal e pélvica), é preconizado para mulheres com antecedentes familiares com câncer de ovário, favorecendo um diagnóstico tardio, já que o fator genético não é o único fator de risco (LIMA et al. 2010). 27 3.5 SINAIS E SINTOMAS DA DOENÇA O câncer de ovário é detectado tardiamente porque é considerado uma doença silenciosa, ou seja, assintomática. Torna-se um vilã no cotidiano das mulheres. No entanto, essa neoplasia é acompanhada de sintomas inespecíficos como inchaço, dor pélvica, dificuldade de comer ou sensação de plenitude, necessidade urgente e frequente de micção, sendo confundido com outras doenças (INCA, 2014; FERNANDES, LIPPI, BARACAT, 2003). A maioria dos tumores malignos do ovário só apresenta manifestações clínicas em estágios mais avançados da doença, favorecendo um diagnóstico tardio. Na doença avançada, podem aparecer como sintomas: ascite, massa abdominopélvica, suboclusão intestinal, derrame pleural. (LIMA, et al, 2010). 28 3.6 DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE OVÁRIO O diagnóstico do câncer de ovário não é fácil. No início, os sintomas são inexistentes ou muito vagos e, quando se faz o diagnóstico, a maioria dos casos já não está mais localizada nos ovários, tendo se espalhado pelo abdome (INCA, 2014). Mesmo com os exames e tratamentos disponíveis atualmente, não foi possível estabelecer um programa de triagem eficaz em mulheres assintomáticas. Em estudo recente, com triagem por dosagens seriadas do marcador tumoral sérico CA 125 e ecografia transvaginal, não foi observada redução da mortalidade por carcinoma de ovário (VALENTE, MASSABKI, 2011; REIS, 2005). A avaliação da extensão tumoral (estadiamento) é basicamente cirúrgica. A cavidade pélvica e a abdominal devem ser exploradas meticulosamente em busca de implantes peritoneais e omentais, sendo necessário realizar pan-histerectomia na maioria dos casos. Todo o material cirúrgico obtido deve ser encaminhado para exames citológico e histopatológico ( ALDRIGHI et al, 2009). Diagnósticos clínico e cirúrgico Na suspeita do diagnóstico de câncer de ovário, o exame físico pode muitas vezes demonstrar aumento de volume abdominal (por ascite), massa pélvica ou derrame pleural. Nessas situações, os exames de imagem, como ecografia abdominal ou pélvica, identificando lesão expansiva ovariana ou anexial, podem aumentar a suspeita e levar ao prosseguimento da investigação. A Laparatomia mediana é o método cirúrgico de escolha para diagnóstico e estadiamento dos carcinomas ovarianos, uma vez que é fundamental para o diagnóstico anatomopatológico, o estadiamento e o primeiro tratamento nos casos em que é possível realizar citorredução máxima ( PARENTE, 2009). Diagnóstico por imagem Os exames de imagem são úteis na investigação inicial de sintomas abdominais persistentes, achados frequentes nas neoplasias ovarianas. Na ecografia, a presença de massa pélvica fixa é muito sugestiva de carcinoma ovariano, especialmente, se acompanhada de ascite. Na presença de ascite sem 29 lesão expansiva associada, a citologia positiva para células malignas no líquido de ascite permite o diagnóstico de neoplasia ovariana ou primária peritoneal, cujos tratamentos seguem a mesma indicação. O estadiamento do câncer de ovário é dependente de intervenção cirúrgica. Os exames de imagem complementam o estadiamento sistêmico e podem incluir ecografia abdominal ou pélvica e tomografias computadorizadas de abdômen, pelve e tórax e ultrassonografia. Entretanto, cirurgia é o principal método para diagnóstico, estadiamento e tratamento nos casos de doença restrita à cavidade abdominal ( PARENTE, 2009). A ultrassonografia (US) é método naturalmente associado aos marcadores tumorais, tanto nas tentativas de rastreamento como para o diagnóstico diferencial dos tumores ovarianos. A experiência com a US transvaginal como método inicial para o rastreamento do câncer de ovário é, no entanto, limitada. (REIS, 2005). Diagnóstico laboratorial Os carcinomas epiteliais de ovário podem ser responsáveis pela produção do marcador tumoral CA 125. Essa glicoproteína pode estar presente em concentrações elevadas em pacientes com câncer de ovário, porém isoladamente não é útil como exame de triagem ou diagnóstico, pode ser válido para o acompanhamento das pacientes em tratamento antineoplásico e durante seu seguimento. Em pacientes com citologia peritoneal positiva para adenocarcinoma e com dúvidas sobre a origem primária tumoral, a razão entre os marcadores tumorais CA 125 e Antígeno Carcinoembrionário (CEA) acima de 25 pode ser útil para afastar o diagnóstico de tumores de origem gastrointestinal metastáticos para o peritônio (VALENTE, MASSABKI, 2011). 30 3.7 CLASSIFICAÇÃO DO CÂNCER DE OVÁRIO Verificam-se formas de crescimento celular controladas e não controladas. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos de crescimento controlado. As neoplasias correspondem às formas de crescimento não controladas e, na prática, são chamadas de “tumores” ( INCA, 2008). A palavra tumor tem um significado mais amplo na prática, representando um aumento de volume dos tecidos que, inclusive, pode não ser provocado por uma proliferação neoplásica verdadeira ( INCA, 2008). No estudo das neoplasias, a primeira dificuldade enfrentada é a sua definição, pois ela se baseia nos aspectos descritos da morfologia e biologia do processo. Como alguns desses aspectos vêm se modificando à medida que os conhecimentos evoluem, também as definições se modificam. Hoje, define-se a neoplasia como sendo “uma proliferação anormal de tecido que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo, tendendo à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro” (ROCHA, 2011; pg 238). Várias classificações foram propostas para as neoplasias. A classificação mais utilizada leva em consideração dois aspectos básicos: o comportamento biológico e a histogênese ( INCA, 2008). De acordo com o comportamento biológico, os tumores são divididos em benignos e malignos (observe o quadro 4 e o quadro 5). Uma das etapas mais importantes do estudo das neoplasias é estabelecer essa diferença. Algumas vezes essa diferença não é fácil de ser estabelecida e, nesses casos, adota-se o nome de tumores limítrofes ou bordeline ( INCA, 2008). Quadro 4: Diferenciação entre tumores benignos e malignos Fonte: INCA, 2008 31 Quadro 5: Classificação dos tumores Fonte: INCA, 2008 Diante da variedade de classificações usada de modo não sistematizado, em todo o mundo, é evidente que se tornou difícil fazer estudos comparativos entre diferentes regiões do globo. Na tentativa de minimizar essas dificuldades e permitir um melhor entendimento entre os especialistas, fazendo, consequentemente, com que seus dados possam ser comparados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem tentando uniformizar a nomenclatura mundial, tendo lançado, em vários 32 idiomas, edições do CID-O (Código Internacional de Doenças - Oncologia), nas quais se permite utilizar toda a sinonímia de topografia e nomenclatura dentro de códigos numéricos. Essa nomenclatura vem sendo usada por grande número de especialistas em todo o mundo e é adotada pelo Registro Nacional de Patologia Tumoral do Ministério da Saúde (RNPT/Pro-Onco/MS), que cadastra um numeroso grupo de laboratórios de Anatomia Patológica de todo o Brasil (BRASIL, 2008). A Organização Mundial da Saúde realizou, em Genebra, de 26 de setembro a 2 de outubro de 1989, uma Conferência Internacional para aprovação da décima revisão da CID que passou a ser denominada Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID-104, tendo sido autorizada sua adoção a partir de janeiro de 1993 (OMS, 2005). O Ministério da Saúde do Brasil autorizou sua utilização pelos profissionais e serviços de saúde, para codificação de mortalidade a partir de 1º de janeiro de 1996, e para morbidade, em janeiro de 1997 (INCA, 2004). A maioria dos tumores de ovário é benigna sendo conhecida como adenoma e não se dissemina além dos ovários; e os tumores epiteliais malignos são denominados de carcinoma. Observe os quadros 6 e 7 mostram a sua classificação. Cerca de 1% dos cânceres de ovário são tumores do estroma ovariano, sendo 5% deles acometem as mulheres jovens ( SOUEN, 2011). Quadro 6: Três principais tipos de tumores ovarianos TUMORES LOCALIZAÇÃO Começam a partir das células que Tumores epiteliais cobrem a superfície externa do ovário. Começam a partir das células que Tumores de células germinativas produzem os óvulos. Começam a Tumores estromais partir de formam o ovário e que produzem os hormônios femininos. Fonte: Instituto oncoguia, 2010 células que 33 Quadro 7: Classificação histológica dos tumores epiteliais de superfície ovariana. Classificação histológica Subclassificação histológica, exemplos I Serosos Cistoadenoma seroso (benigno); tumor boderline (de malignidade limítrofe); cistoadenocarcinoma seroso (maligno); adenofibroma seroso; cistoadenofibroma seroso. II Mucinosos Cistoadenoma mucinoso (benigno); tumor boderline (de malignidade limítrofe); cistoadenocarcinoma mucinoso (maligno); adenofibroma mucinoso. III Endometrioides Benignos; de malignidade limítrofe; malignos. IV Células claras. Benignos; de malignidade limítrofe; malignos V Células transicionais Tumor de Brenner; tumor de Brenner (malignidade limítrofe); tumor de Brenner maligno; carcinoma de células de transição (tipo não Brenner). VI Células escamosas Benignos; intermediários; carcinoma de células escamosas. VII Tumores epiteliais mistos Tumor mulleriano; adenossarcoma. VII Tumores indiferenciados e não classificados Tumores malignos de estrutura epitelial. Carcinoma IX Outros Fonte: Instituto oncoguia, 2010 basalóide. adenóide-cístico; carcinoma 34 3.8 ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE OVÁRIO Verifica-se que, apesar da sua variedade, os tumores malignos seguem um curso biológico mais ou menos comum a todos eles que se inicia pelo crescimento e invasão local, segue pela invasão dos órgãos vizinhos e termina com a disseminação regional e sistêmica. Essa evidência levou a União Internacional Contra o Câncer (UICC) a desenvolver um sistema de estadiamento dos tumores que tem como base a avaliação da dimensão do tumor primário (T), a extensão da disseminação em linfonodos regionais (N) e a presença ou não de metástases a distância (M) – Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos. Na interpretação de cada fator, são analisadas as diversas variações que, para o tumor primitivo, vão de T1 a T4, ou seja, de T1 a T1c. Para o comprometimento linfático é de N0 a N3 e, para as metástases à distância de M0 a M1(observe o quadro 8), (INCA, 2004). As definições das categorias T, N e M correspondem aos estádios da FIGO. Ambos os sistemas estão incluídos para comparação. Os estádios da FIGO têm por base os estadiamentos cirúrgicos. “(Os estádios do TNM têm por base a classificação clínica e/ou patológica)” (INCA, 2004). Quadro 8: Procedimentos para avaliação das categorias T,N e M Exame físico, diagnóstico por imagem, CATEGORIA T laparoscopia e/ou exploração cirúrgica. Exame físico, diagnóstico por imagem, CATEGORIA N laparoscopia e/ou exploração cirúrgica. Exame físico, diagnóstico por imagem, CATEGORIA M Fonte: INCA, 2004 laparoscopia e/ou exploração cirúrgica. 35 Quadro 9: Resumo esquemático da classificação tumoral ovariana Categorias TNM Ovário FIGO T1 Limitado aos ovários I T1a Um ovário, cápsulas intactas T1b Ambos os ovários, cápsulas IA intactas T1c IB Cápsula rompida, tumor na superfície, células malignas em ascite ou em IC lavados peritoneais T2 Extensão pélvica II T2a Útero, trompa (s) IIA T2b Outros tecidos pélvicos IIB T2c Células malignas em ascite ou em lavados peritoneais T3 e/ou N1 IIC Metástase peritoneal além da pélvis e/ou metástase III em linfonodo regional T3a Metástase peritoneal IIIA peritoneal IIIB Metástase peritoneal > 2cm IIIC microscópica T3b Metástase macroscópica ≤ 2cm T3c e/ou N1 e/ou metástase em linfonodo regional. 36 M1 Metástase à distância ( exclui IV metástase peritoneal). Fonte: INCA,2004 Para realização da classificação, são aplicadas regras, para os tumores estroma-epiteliais superficiais malignos, incluindo os de malignidade limítrofe ou de baixo potencial de malignidade, correspondendo aos “tumores epiteliais comuns” da terminologia recente. Os cânceres não epiteliais podem ser classificados, usando esse esquema. Deve haver confirmação histológica da doença e divisão dos casos por tipo histológico ( INCA, 2004). 37 3.9 TRATAMENTO DO CÂNCER DE OVÁRIO O tratamento do câncer pode apresentar potencial curativo ou paliativo, dependendo do estadiamento inicial e da evolução da neoplasia. Nos casos de potencial curativo (EC I a III), a interação multidisciplinar com envolvimento do cirurgião e do oncologista clínico é de extrema importância, pois o tratamento, além da intervenção cirúrgica podem envolver a indicação de quimioterapia prévia ou adjuvante (NETTINA, 2012; pg133). Segundo o Manual de Condutas em Ginecologia Oncológica (2010) pode-se dividir a doença em dois momentos. A doença inicial (restrita aos ovários e pelve) é tratada e estadiada com a retirada do útero, ovários, trompas, omento (tecido gorduroso junto ao intestino grosso), coleta de líquido abdominal, biópsias do peritônio (após avaliada toda superfície peritoneal e não encontrados implantes) e linfadenectomia (retirada dos linfonodos de pelve e retroperitônio). Quando há doença avançada (disseminação importante em pelve/abdome), o objetivo do tratamento cirúrgico passa a ser a citorredução. A citorredução é a ressecção do máximo de doença possível e tem como objetivo, ao término da cirurgia, não haver doença visível ou, no máximo, o maior implante com o tamanho de até 1cm. Para atingir esse objetivo, pode haver a necessidade de cirurgias extensas, inclusive com retirada de parte de intestino, baço e o próprio peritônio acometido (PARENTE et al, 2009). A ooforectomia bilateral costuma ser oferecida juntamente à histerectomia ou a outras cirurgias intra-abdominais como forma de prevenir o câncer de ovário e cirurgias subsequentes por doença ovariana benigna e, ainda, como tratamento para dor pélvica crônica e endometriose sintomática. Entretanto, a queda nos esteroides sexuais provocada pela ooforectomia profilática pode resultar em redução da libido prejudicando seriamente o bem-estar sexual, aumento no risco de fraturas por osteoporose e acréscimo nas taxas de doenças cardiovasculares, sendo essa a principal causa de morte na pós-menopausa. Praticamente toda paciente com câncer de ovário é submetida a tratamento com quimioterapia após a cirurgia (LIMA et al, 2009). 38 Atualmente, a quimioterapia usada no tratamento oncológico utiliza-se tanto de compostos orgânicos, quanto de complexos metálicos, medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um tratamento sistêmico, a quimioterapia atinge não somente as células cancerosas senão também as células sadias do organismo (SOUZA, 2003). De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa, embora alguns quimioterápicos possam ser administrados por via oral. É administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas semanas ( SOUZA, 2003). Esses quimioterápicos usados para tratar o câncer de ovário, na maioria das vezes, utilizam-se de combinação de dois ou mais medicamentos. A abordagem padrão é a combinação de um composto de platina, como cisplatina ou carboplatina e um taxano, como o paclitaxel ou o docetaxel. Esses tratamentos acarretam vários efeitos colaterais. São geralmente de curto prazo e desaparecem após o término do tratamento. Se ocorrerem efeitos colaterais graves, a quimioterapia pode ser reajustada ou suspensa por um período de tempo. Observe o quadro 10 (ARAUJO et al, 2007; SOUZA et al, 2000). Quadro 10: Medicamentos quimioterápicos e seus efeitos colaterais. Medicamentos Efeitos colaterais Topotecano Doxorrubicina lipossomal Gemcitabina Ciclofosfamida Vinorelbina Ifosfamida Etoposido Altretamine Capecitabina Irinotecano Melfalano Pemetrexed Paclitaxel Náuseas e vômitos Perda de apetite Perda de cabelo Síndrome mão-pé Inflamações na boca Infecções Hemorragias ou hematomas Anemia Fadiga Falta de ar Neuropatia Menopausa precoce Infertilidade Fonte: Instituto oncoguia, 2010 39 Vários agentes citoprotetores têm sido desenvolvidos para proteger células normais dos efeitos tóxicos da quimioterapia e radioterapia. O agente citoprotetor ideal para a teoria seria aquele capaz de manter a intensidade relativa de dose quimioterápica, permitindo a intensificação da dose dos quimioterápicos e, em contra partida, proteger um amplo espectro de órgãos e tecidos quando do tratamento com diversos fármacos quimioterápicos; conferir proteção específica aos tecidos normais; preservar o efeito antitumoral e ter pequena e/ou controlável toxicidade e efeitos colaterais (SOUZA et al, 2000). Na quimioterapia intraperitoneal para o câncer de ovário são utilizados o paclitaxel intravenoso e os quimioterápicos cisplatina e paclitaxel injetados diretamente na cavidade abdominal. A vantagem dessa forma é administrar uma dose mais concentrada das drogas direto nas células cancerígenas do interior da cavidade abdominal. A quimioterapia dada dessa maneira, também, é absorvida na corrente sanguínea para assim atingir as células cancerígenas fora da cavidade abdominal. No entanto, seus efeitos colaterais são mais severos do que com a quimioterapia convencional ( MANUAL DE CONDUTA EM GINECOLOGIA ONCOLÓGICA, 2010, pg 37). Quadro 11: tipos de tumor ovariano e respectivo tratamento. Tumor Medicamentos TIP: paclitaxel, ifosfamida e cisplatina. Tumores de Células Germinativas de VeIP: vinblastina, ifosfamida e Ovário cisplatina. VIP: etoposido, ifosfamida e cisplatina. Tumores Estromais de Ovário Não é frequente o uso de quimioterapia, quando a faz, utiliza-se a combinação de carboplatina com paclitaxel ou PEB Fonte: Manual de Condutas Ginecológicas em Oncologia, 2010. O tratamento paliativo em pacientes com tumor epitelial de ovário recorrente pode também incluir a radioterapia. A radioterapia isolada ou combinada com a cirurgia, com a quimioterapia ou com ambas é uma modalidade terapêutica efetiva para muitas neoplasias malignas e apresenta taxas de sobrevida altas no tratamento do câncer em estádios I e II, tendo assim, um papel importante no tratamento 40 oncológico. Sintomas oriundos de massa pélvica em crescimento, incluindo dor, sangramento e constipação intestinal secundária à estenose retal podem ser controlados com radioterapia pélvica, reduzindo o uso de analgésicos e evitando a necessidade de colostomia (ARAUJO et al, 2007). A resposta dos tecidos às radiações depende de diversos fatores, tais como a sensibilidade do tumor à radiação, sua localização e oxigenação, assim como a qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total em que ela é administrada. A radioterapia age principalmente nas células com alta atividade mitótica, de forma que a mucosa é intensamente afetada, perdendo a capacidade de superar o processo normal de esfoliação ( PAIVA et al, 2010). Esse tratamento radioterápico traz como meta a irradiação a um volume definido do tumor, tendo uma lesão mínima no tecido sadio adjacente. A radioterapia resulta em erradicação do tumor, na qualidade de vida, prolongamento da sobrevida e paliação ou prevenção efetiva dos sintomas do câncer, com morbidade mínima (NANDA, 2010; V.9, pg 147). O principal método usado nos dias atuais, para permitir o seguimento da resposta bioquímica ao tratamento e prever recaída em casos de câncer epitelial de ovário, está sendo a aplicação de Marcadores Tumorais, em especial, o CA 125 juntamente com a ultrassonografia (VALENTE; MASSABKI, 2011). 3.9.1 Marcadores Tumorais Os marcadores tumorais ou marcadores biológicos são substâncias que podem aparecer em quantidades acima do normal no sangue, urina ou tecidos do corpo de alguns pacientes com neoplasia. Funcionam como indicadores da presença de câncer e podem ser produzidos diretamente pelo tumor ou pelo organismo, em resposta à presença do tumor. Os marcadores tumorais são proteínas ou pedaços de proteínas, incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios. Podem ser caracterizados ou quantificados por meios bioquímicos ou imunohistoquímicos nos tecidos ou no sangue e por testes genéticos para pesquisas de oncogenes, genes supressores de tumores e alterações genéticas. Cada marcador tumoral tem um valor de referência determinado e as taxas acima do valor de 41 referência, apresentadas por pacientes, devem ser investigadas (VALENTE; MASSABKI, 2011; ROCHA, 2011 pg 276). Quadro 12: Usos potenciais dos marcadores tumorais. Triagem da população geral Diagnóstico diferencial em pacientes sintomáticos Estadiamento clínico de câncer Estimativa do volume tumoral Indicador prognóstico Avaliação do sucesso terapêutico Detecção de recidiva tumoral Monitoração da resposta terapêutica Radioimunolocalização de massas tumorais Determinação do alvo para Imunoterapia Fator de risco para o câncer Fonte: Rocha, 2011; pg 276. Os marcadores que são produzidos por todos os tumores de mesma linhagem e seus níveis podem ser mensuráveis, mesmo na presença de pequena quantidade de células são considerados um marcador ideal (ROCHA, 2011. Pg 276). Existem várias categorias de marcadores sendo investigadas para se evitar diagnóstico tardio, nas quais merecem destaque: as sialomucinas epiteliais, proteases com seus inibidores complementares e produtos de clivagem, citocinas, receptores e reagentes de fase aguda, hormônios, fatores promotores e inibidores de crescimento, citoqueratinas, lípedes e lipoproteínas, proteínas oncofetais, autoanticorpos e, mais recentemente, os perfis proteômicos. Essas substâncias podem ser usadas isoladamente ou em combinação. O cérebro, cabeça, coluna cervical, pescoço, tireoide, pulmão, melanoma, mama, estômago, rim, pâncreas, intestino, ovário, colorretal, colo do útero, bexiga, próstata, testículo têm os principais marcadores utilizados na oncologia (ROCHA, 2011; REIS, 2005). Na investigação clínica, as características dos marcadores tumorais são: 42 Rastreamento do Câncer: são usados na triagem de pessoas com alto risco de desenvolver um câncer. Funciona como um “sinal de alerta”, indicando que novos exames serão necessários. Esses marcadores tumorais podem ajudar os médicos a detectarem precocemente o câncer, quando há melhor chance de cura. Avaliação da resposta terapêutica: com o objetivo de avaliar a resposta terapêutica, os marcadores tumorais são utilizados para a monitoração do tratamento e costumam ser regularmente dosados. Detectar o reaparecimento do Câncer: exames de seguimento realizados regularmente podem ajudar o médico a detectar um possível retorno ou recorrência do câncer antes de aparecer na ultrassonografia, radiografia, tomografia computadorizada ou no exame físico. Quanto mais rápido detectar a recorrência, mais fácil e eficaz será o tratamento. No entanto, é importante ressaltar que os marcadores tumorais conhecidos até hoje não são suficientes para serem usados em triagem populacional ou para o estabelecimento de diagnóstico primário de câncer (VALENTE; MASSABKI, 2011; REIS, 2005). Muitos marcadores têm sido propostos como úteis para rastreamento do Câncer de ovário. Para organizar esses conhecimentos o EDRN (National Cancer Institute’s Early Detection Research Network) 2008 estabeleceu as seguintes cinco fases para o desenvolvimento e avaliação dos novos biomarcadores antes de sua utilização clínica rotineira: 1) fase pré-clínica exploratória para a identificação de direções promissoras; 2) ensaios clínicos e fase de validação para avaliar a habilidade do teste para detectar uma doença; 3) fase retrospectiva/longitudinal para determinar a habilidade de um específico marcador para o diagnóstico precoce de uma dada doença e definir o critério de positividade; 4) fase de rastreamento prospectiva para identificar as características da doença detectada pelo teste. 43 5) estudo definitivo (prospectivo e randomizado) para determinar o impacto do rastreamento na redução da mortalidade e morbidade da doença populacional geral. Apenas o CA 125 passou pelas quatro primeiras fases, a quinta fase está sendo conduzida até o momento (VALENTE; MASSABKI, 2011). 3.9.1.1 CA 125 O marcador tumoral CA 125 é uma proteína analisada através do método de quimiluminescência, produzida por várias células, particularmente por células de câncer de ovário. Após tratamento para câncer de ovário, há um nível elevado de CA 125, isso sugere que há presença de algumas células de câncer. Os níveis de CA125 no sangue podem ser em mulheres grávidas; em mulheres com endometriose; cistos de ovário ou fibroides ou em pessoas com cirrose, hepatite ou pancreatite. Sendo menos comum em câncer de mama e colorretal (VALENTE; MASSABKI, 2011; REIS, 2005). Os parâmetros de sensibilidade e especificidade do CA 125 dependem de vários fatores. A sensibilidade para o diagnóstico de câncer de ovário é de 80% a 85% no tipo epitelial tendo uma variação de acordo com o estadiamento, sendo: estágio I 50%; estágio II 90%; estágio II 92%, estágio IV 94%. As alterações genéticas que ocorrem na superfície epitelial do ovário, em resposta a uma incessante ovulação, fazem com que há uma inclusão cística epitelial na superfície do ovário, tornando-o uma fonte de neoplasia. A especificidade tem uma variação entre 71 a 100%, pois pode ser comprometida por uma série de eventos fisiológicos: menstruação, endometriose e outras neoplasias (RISTOW, YAMAMOTO, FÁVARO 2006; REIS 2005). Há alguns anos, o tratamento oncológico era o controle do tumor, nas últimas duas décadas, observa-se cada vez mais valorizada a inclusão do sentido de "bemestar" do doente ou sua qualidade de vida. O desenvolvimento de fármacos citoprotetores tem permitido a elevação das doses terapêuticas quimio e/ou radioterápicas, sem comprometer a ação antitumoral, melhorando a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. Trata-se de uma nova modalidade terapêutica, ainda com muitos elementos a serem desenvolvidos, mas que, certamente, poderá dar suporte a terapêuticas mais intensas (SOUZA et al, 2000). 44 3.10 PROGNÓSTICO DO CÂNCER DE OVÁRIO Os fatores de prognóstico, definidos pela correlação com a sobrevida, em geral refletem a extensão da doença (estádio), a biologia intrínseca do tumor (tipo e grau histológico) e a capacidade da paciente tolerar o tratamento para a doença. Assim como esses fatores pré-tratamento, outros que podem ter impacto na sobrevida incluem o tipo de tratamento recebido (citorredução ótima, quimioterapia baseada em derivados da platina) e o efeito da terapêutica sobre o tumor (ex. resposta completa) ou sobre a paciente (ex. mielossupressão). Entre esses fatores de prognóstico, o estadiamento da FIGO é considerado o mais importante (REIS, 2005). O câncer de ovário, como descrito na literatura, não tem um prognóstico favorável pelo fato da demora no diagnóstico, relativa de um quadro assintomático. Entre esses fatores de prognóstico, o estadiamento da FIGO é considerado o mais importante. A sobrevida em cinco anos é de 95% para os casos de tumor localizado no ovário, 72% para os casos com implantação regional e 31% para os casos com tumor disseminado. No entanto, no momento do diagnóstico, 29% dos casos apresentam-se com tumor restrito aos ovários, 6%, com tumores disseminados regionalmente e 59%, com disseminação a distância (REIS, 2005). Algumas novas tendências procuram melhorar o prognóstico do carcinoma de ovário, entre elas a quimioterapia intraperitoneal com ou sem hipertemia associada. A esperança de que o prognóstico dos carcinomas de ovário melhore repousa na possível descoberta de novas terapêuticas relacionadas à biologia molecular e de terapias alvo (SOUEN, 2011). 45 3.11 PREVENÇÃO DO CÂNCER DE OVÁRIO O câncer de ovário tem uma prevenção bastante vaga. Como qualquer doença crônica, é importante o conhecimento dos fatores de risco, para evitar um diagnóstico tardio, para que haja um ótimo prognóstico da doença. O câncer de ovário não é diferente. Apesar da ausência da história natural da doença, conhecemse alguns fatores de riscos (já citados anteriormente) os quais auxiliam nessa prevenção juntamente com exames complementar (RISTOW, YAMAMOTO, FÁVARO, 2006). Não há evidência na literatura que ultrassom transvaginal e CA 125 como rastreamento são eficazes na redução de morbidade e mortalidade do câncer de ovário. Eles auxiliam na detecção da reincidiva, sendo considerados um meio de prevenção secundária (RISTOW, YAMAMOTO, FÁVARO, 2006). É importante atentar-se para os fatores que propiciam a ocorrência dessa doença, direcionando a população (mulheres) acometida por ela a realizar os cuidados preventivos, que são de fácil acesso: uso de anticocepcionais, amamentação, evitar o uso de terapia hormonal por mais de cinco anos (REA, 2004; WANNMACHE, LUBIANCA, 2004). Para as mulheres portadoras de mutações nos genes BRCA-1 e BRCA-2, em faixas etárias bem estabelecidas, a ooforectomia profilática está indicada. Pois, nesses casos, os riscos de morbimortalidade são menores que os ganhos obtidos, já que essas pacientes têm uma maior chance de desenvolverem o câncer de ovário, em alguma fase da vida (LIMA et al, 2009). 46 4. METODOLOGIA Este é um estudo de revisão bibliográfica da literatura, abordando a temática do câncer de ovário, a fim de atender ao objetivo proposto. De acordo com Marconi e Lakatos (2003), revisão bibliográfica é um tipo de estudo que analisa a produção bibliográfica em determinada área temática, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma visão geral sobre um tópico específico, evidenciando novas ideias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada. A busca efetuada teve como pergunta norteadora: quais as intervenções para detectar precocemente o câncer de ovário? Para tanto, foram selecionados artigos científicos publicados eletronicamente na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) indexados pelos descritores: câncer de ovário; diagnóstico; epidemiologia; etiologia. Como critérios de inclusão, buscaram-se estudos que estivessem disponíveis na íntegra, no idioma português, publicado dentre os anos de 2004 a 2014 e que respondesse a problemática proposto pelo atual estudo. De posse do material para análise e síntese, seguiram-se as etapas descritas abaixo: - Leitura exploratória e reconhecimento dos artigos que interessavam à pesquisa. Ex: o título, o resumo e a introdução. - Leitura seletiva, escolha do material que, de fato, servia aos propósitos da pesquisa, item de natureza crítica. Ex.: observar os artigos que não se repetiam e eleger os que atendiam ao objetivo. - Leitura analítica e análise dos textos selecionados, embora pudessem ocorrer a adição de novos artigos e a supressão de outros. Ex.: análise e categorização, com construção de quadros. - Leitura interpretativa que conferia significado mais amplo aos resultados obtidos com a leitura analítica. Ex.: discussão dos resultados da investigação, segundo dados encontrados na análise. Mostrou-se importante, para a análise dos dados, a construção do quadro que imprimisse descritivamente as respostas à pergunta norteadora. 47 Após elaboração do quadro, as discussões fundamentaram-se à luz da compreensão das intervenções para o diagnóstico precoce. Assim, tornaram-se possíveis articular as diferentes representações que propiciarão o entendimento sobre o assunto. Inicialmente após leitura criteriosa, foram selecionados 23 artigos. Está abordado o processo de seleção no quadro abaixo, o qual tem como demonstrativo as bases de dados que cada artigo faz parte, quantidade de artigos incluídos no presente estudo. Quadro 13: Processo de seleção dos artigos que compõe a Revisão Bibliográfica contemplando a questão norteadora do presente estudo. Goiânia, GO – 2014 Biblioteca Eletrônica Numero de artigos na seleção inicial. *Numero de artigos descartados Base de dados Numero de artigos na seleção final. BVS BVS BVS BVS 21 01 0 01 14 01 0 0 LILACS MEDLINE BDENF SCIELO 07 0 0 01 SUBTOTAL TOTAL FINAL 23 15 08 08 Fonte: Autora *Artigos descartados por não responderem o tema contemplado ou por repetição. Conforme demonstrado no Quadro 13 – Goiânia, GO-2014 Inicialmente foram selecionados 23 estudos usando as palavras-chave, mencionadas anteriormente, no entanto após análise criteriosa dos artigos evidencio-se que destes 15 não respondiam a questão proposta. Foram mantidos oito trabalhos que respondiam satisfatoriamente os critérios de inclusão. 48 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Feitas a revisão e análise do material selecionado, tornou-se possível chegar a uma resposta à problemática do presente estudo que se faz através da questão: Quais as intervenções para detectar precocemente o câncer de ovário? Isso posto, descritivamente responde-se através da ilustração abaixo: Quadro 13- Goiânia, GO2014, no qual demonstram-se o nome dos autores com ano de publicação, título dos respectivos estudos, tipo do estudo e respectivamente a resposta à pergunta norteadora do trabalho. Quadro 14: Revisão bibliográfica dos artigos selecionados para o estudo. AUTOR E ANO TÍTULO DO ARTIGO VALENTE, MASSABKI; 2011 LIMA 2010 et al. PARENTE al. 2009 et LIMA 2009 al. et ALDRIGHI al. 2009 et DERCHAIN, DUARTEFRANCO, SARIAN; 2009 RISTOW, YAMAMOTO, FÁVARO; 2006 Tipo de estudo MARCADORES TUMORAIS DE CÂNCER DE OVÁRIO: O QUE HÁ DE NOVO? Revisão bibliográfica ABORDAGEM DAS MASSAS ANEXIAIS COM SUSPEITA DE CÂNCER DE OVÁRIO Revisão bibliográfica QUANDO FAZER OOFERECTOMIA PROFILÁTICA COM BASES EM EVIDÊNCIAS, NÃO EM SUPOSIÇÕES OOFERECTOMIA PROFILÁTICA: INDICAÇÕES ATUAIS OOFORECTOMIA PROFILÁTICA NA HISTERECTOMIA POR AGRAVO UTERINO BENIGNO: EVIDÊNCIAS ATUAIS. PANORAMA ATUAL E PERPECTIVAS EM RELAÇÃO AO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER DE OVÁRIO. FATORES DE RISCO E PATOGÊNESE DAS NEOPLASIAS MALIGNAS EPITELIAS DE OVÁRIO: REVISÃO DE LITERATURA Revisão bibliográfica Revisão bibliográfica Revisão bibliográfica Revisão bibliográfica Revisão bibliográfica Quais as intervenções para detectar precocemente o câncer de ovário? Os Marcadores tumorais são insuficientes para detectar precocemente o câncer de ovário. A Laparotomia mediana ainda é o padrão ouro para a confirmação do diagnóstico de câncer de ovário. A cirurgia é uma intervenção protetora para a mulher que se enquadra nos fatores de risco para o câncer de ovário. É indicada em pacientes portadoras da mutação do gene BRCA1 e BRCA2, como medida preventiva do câncer de ovário. A ooferctomia não é praticada em população de risco, considera-se que o risco benefício não é favorável para as mulheres. A triagem de paciente sintomática parece ser a maneira mais promissora de se detectar o câncer de ovário. O perfil epidemiológico associado a fatores de risco é uma intervenção para a detecção precoce para a neoplasia ovariana. 49 RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS DE OVÁRIOPAPEL DOS MARCADORES TUMORAIS Fonte: Autora REIS, 2005 Revisão bibliográfica Os Marcadores não são suficientes para detecção precoce do câncer de ovário. Nas análises feitas, percebe-se que a elevada mortalidade e o baixo índice do câncer de ovário diagnosticados em estágios iniciais tornam a busca, por meios de identificação precoce, essencial para essa doença. Isso seria crucial para um prognóstico positivo, porém essa realidade será possível decorrente da intervenção na história natural do câncer de ovário. O estudo desenvolvido por Ristow, Yamamoto e Favaro (2009) aborda a importância do conhecimento da fisiopatologia do câncer de ovário, ressalta que o perfil epidemiológico associado à identificação de fatores de risco é o melhor recurso de que dispõe para uma detecção precoce do câncer de ovário. Sendo que o rastreamento feito pelo marcador tumoral e ultrassonografias são preconizados para mulheres com antecedentes familiares de câncer ovariano genético, ou seja, mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. Os Marcadores Tumorais associados com a ultrassonografia não promovem um diagnóstico precoce, porém ajudam no diagnóstico e preferencialmente auxiliam nas reincindiva tumoral. Uma vez que, o marcador tumoral CA 125 é uma sialomucina de elevado peso molecular, também, conhecida como MUC 16, utilizase um ponto de corte de 35U/ml como método para detectar o câncer de ovário. Reis (2005) afirma isso em seu estudo realizado sobre os Marcadores Tumoral e a Ultrassonografia. Relata que existe mais benefício do que risco, aplicando esse método de rastreamento ( Marcador tumoral CA 125 e ultrassonografia) juntamente com cálculo de risco de câncer de ovário, já que a epidemiologia é desfavorável, com elevada mortalidade e morbidade que acompanham essa patologia. No entanto, salienta que ainda é necessária a busca de métodos mais sensíveis e específicos para tal doença, pois esse método não é suficiente para a detecção precoce do câncer de ovário. Mesmo com o uso de forma regular dos Marcadores Tumoral na população, o índice de mortalidade continua elevado, necessitando de busca de novos métodos de diagnóstico para reduzir esse tempo de detecção, para oferecer um melhor prognóstico ao paciente. O estudo desenvolvido por Valente e Massabki (2011) confirma as palavras de Reis (2005) que relatam que os marcadores têm uma 50 importância na detecção precoce de reincidiva tumoral, na triagem populacional, diagnóstico diferencial de pacientes sintomáticos, estadiamento clínico, estimativa do volume tumoral, localização de metástase. Precisando, na maioria dos casos, ser associados a métodos para diagnóstico ou modificação terapêutica. Porém, ainda, esses métodos são insuficientes na detecção inicial do câncer de ovário. Lima, Viotti, Cândido, Silva-Filho (2010) abordam a importância da laparatomia mediana ampla como fonte de diagnóstico, estadiamento, tratamento do câncer de ovário em pacientes com presença de massa anexial que tem risco de malignisação. Atentar para as mínimas evidências de ocorrência para o câncer de ovário torna-se crucial as quais devem ser consideradas, mesmo com uma presença de uma massa anexial, na qual tem seu risco de malignidade baseada em suas características aos exames de imagem, idade, história familiar, sintomatologia, achados ao exame físico e níveis dos marcadores tumorais. Com a dificuldade do diagnóstico precoce para a neoplasia ovariana a prevenção dessa patologia é essencial, a identificação da população de risco para uma intervenção cirúrgica profilática é uma opção. A ooferectomia bilateral juntamente com a histerectomia são oferecidas como forma de prevenir o câncer de ovário. No estudo desenvolvido por Lima et al. (2009) faz-se uma ressalva sobre a ooferectomia profilática, na qual reduz em até 95% as chances de desenvolver essa neoplasia nas mulheres portadoras da mutação dos genes BRCA1 e BRCA2, entretanto a redução da mortalidade, após a cirurgia ainda não está clara, pois é necessário um período de seguimento extenso para definir se a redução, na mortalidade por câncer, não é comprometida pelo excesso de mortes relacionadas à menopausa prematura. O estudo desenvolvido por Parente et al. (2009) chegou a esta mesma conclusão: a comprovada redução da incidência de câncer de ovário em pacientes com alto risco genético para a doença que foram submetidos à cirurgia de redução de risco, a ooferectomia bilateral foi muito eficiente na redução da neoplasia ovariana. Porém, salientam-se outros riscos envolvidos na retirada dos ovários, como a morbidade por doenças cardiovascular. Aldrighi et al. (2009) não foram a favor desse método profilático, já que a ooforectomia é pouco praticada na população de risco, a qual acarreta atrofia 51 cutaneomucosa, doença vascular, osteoporose e distúrbios da cognição. Então, concluíram que a relação custo benefício não é vantajosa, pois são necessárias 5.000 ooforectmia para alcançar a prevenção de um caso de câncer de ovário, posto que, essa cirurgia aumenta a mortalidade por todas as causas e é relativamente incomum em mulheres até 55 anos. Porém, fizeram uma observação quanto a histerectomia - a qual isoladamente propicia uma redução de 40% na incidência do câncer de ovário - sendo que, mulheres histerectomizadas foram acompanhadas durante 20 anos após submetidas à cirurgia e, somente 2,8% necessitaram realizar a ooforectomia. A abordagem de Derchain, Duarte-Franco, Sarian (2009) não foi diferente, pois buscou-se um panorama atual da detecção precoce do câncer de ovário. No entanto, continuou sendo um fator obscuro. Porém, fez-se uma ressalva para a prevenção com uso de anticoncepcionais, atentou-se para sintomas inespecíficos na região abdominal e a realização de cirurgias preventivas como a histerectomia, foi considerada uma intervenção para evitar o câncer de ovário, já que a detecção inicial ainda é completamente limitada. 52 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos fatos estudados neste trabalho, percebe-se o quanto essa doença é agressiva para a população feminina, pois foi ressaltado que a prevalência da doença dificulta um conhecimento da história natural do câncer de ovário. Tornando o diagnóstico sempre tardio, uma vez que a ausência de simatologia também dificulta essa detecção. Os fatores de riscos delineados pelas pesquisas proporcionam um norte para a suspeita dessa doença. Mostrando que mesmo sem testes sensíveis e específicos, pode-se relacionar malignidade para as mulheres que enquadram nos grupos de risco, fazendo com que a suspeita seja confirmada com a minuciosa análise de exames laboratoriais, exames de imagem, e exame físico. No desenvolvimento da ação do enfermeiro, o conhecimento do estadiamento é imprescindível para traçar o plano de assistência, para compreender as bases terapêuticas do tratamento médico instituído, orientar, adequadamente, o raciocínio clínico diante dos sinais e sintomas apresentados pelo cliente e, finalmente, para poder estabelecer com o cliente uma relação profissional orientada pelo respeito e por criterioso prognóstico mais realista. Como não é possível a detecção precoce para o câncer de ovário com os métodos hoje existentes, cabe aos profissionais salientar os cuidados e intervenções preventivas para essa doença devastadora que precede muitas mulheres. Para um sucesso na prevenção, precisa-se da assistência de profissionais qualificados, atentos aos fatores de risco, fazendo a intervenção de enfermagem, baseada em evidências, ser cada vez mais necessária, pautada primeiramente na paciente e na sua necessidade de cuidados ou mesmo na organização do serviço. Tem-se a necessidade de novos estudos direcionados a essa temática, uma vez que não há estudos suficientes e nem diretrizes do SUS que direcionem os profissionais de saúde a realizarem um diagnóstico precoce. 53 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Jose Ricardo Chamhum et al. Marcadores tumorais: Revisão de literatura. Rev. Brasileira de Cancerologia 2007; 53(3): 305-316. ALDRIGHI, José Mendes et al. Ooforectomia profilática na histerectomia por agravo uterino benigno: Evidências Atuais. Rev Assoc. Med. Bras. 2009; 55(3): 229-50. ARAÚJO, Luiz Henrique de Lima et al. Uso de Topotecan no tratamento do tumor epitelial de ovário refratório à platina: experiência do INCA. Ver. Bras. 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