Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos

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Ministério da Educação
Ação Educativa na Prevenção e Controle das
Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
Juliane Costa Nere
Joice Fernanda Costa Quadros
Curso Técnico em Agente Comunitário de Saúde
Juliane Costa Nere
Joice Fernanda Costa Quadros
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos
– Enfoque nas Doenças Transmissíveis
1ª edição
Montes Claros
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais
2015
Ação EducAtivA nA PrEvEnção E controlE dAs doEnçAs E AgrAvos
– EnfoquE nAs doEnçAs trAnsmissívEis
Juliane Costa nere
Joice Fernanda Costa Quadros
Montes Claros-MG
2015
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais
Reitor
Prof. José Ricardo Martins da Silva
Pró-Reitora de Ensino
Ana Alves Neta
Pró-Reitor de Administração
Edmilson Tadeu Cassani
Pró-Reitor de Extensão
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Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e
Inovação
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Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional
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Diretor de Educação a Distância
Antônio Carlos Soares Martins
Coordenadora de Ensino
Ramony Maria da Silva Reis Oliveira
Coordenador de Administração e
Planejamento
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Revisão Editorial
Antônio Carlos Soares Martins
Ramony Maria Silva Reis Oliveira
Rogeane Patrícia Camelo Gonzaga
Amanda Seixas Murta
Alessandro Fonseca Câmara
Kátia Vanelli L. Guedes Oliveira
Maircon Rasley Gonçalves Araújo
Maykon Thiago Ramos Silva
Coordenação Pedagógica
Ramony Maria Silva Reis Oliveira
Coordenação Adjunta - Cursos SAT
Maircon Rasley Gonçalves Araújo
Coordenação de Curso
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Coordenação de Tutoria do Curso Técnico em
Agente Comunitário de Saúde
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Revisão Linguística
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Ana Márcia Ruas de Aquino
Marli Silva Fróes
Equipe Técnica
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Cássia Adriana Matos Santos
Dilson Mesquita Maia
Eduardo Alves Araújo
Silma da Conceição Neves
Solange Martins Brito
Sônia Maria Gonçalves
Coordenação de Produção de Material
Karina Carvalho de Almeida
Coordenação Gráfica e Visual
Leonardo Paiva de Almeida Pacheco
Projeto Gráfico, Capa e Iconografia
Leonardo Paiva de Almeida Pacheco
Editoração Eletrônica
Antonio Cristian Pereira Barbosa
Karina Carvalho de Almeida
Tatiane Fernandes Pinheiro
Ícones Interativos
Utilizado para sugerir leituras, bibliografias,
sites e textos para aprofundar os temas discutidos; explicar conceitos e informações.
Utilizado para auxiliar nos estudos; voltar em
unidades ou cadernos já estudados; indicar sites interessantes para pesquisa; realizar experiências.
Utilizado para defininir uma palavra ou expressão do texto.
Utilizado para indicar atividades que auxiliam
a compreensão e a avaliação da aprendizagem
dos conteúdos discutidos na unidade ou seções
do caderno; informar o que deve ser feito com
o resultado da atividade, como: enviar ao tutor,
postar no fórum de discussão, etc..
Sumário
Palavra do professor-autor
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Aula 1 - Educação e saúde
1.1 Introdução
1.2 Conceituando educação e saúde
11
11
11
Aula 2 - Prevenção e controle de agravos não transmissíveis
2.1 Introdução
2.2 Agravos não transmissíveis 2.3 Descontrole hormonal 2.4 Hipertensão 2.5 Hipotensão
2.6 Diabetes
18
18
18
40
41
43
46
Aula 3 – Transmissibilidade das Doenças 3.1 Introdução 3.2 Conceito de transmissibilidade das doenças
52
52
52
Aula 4 – Transmissão, prevenção e controle das doenças transmissíveis 4.1 Introdução 4.2 Doença transmissível
55
55
55
Aula 5 – Relação Entre Educação e Saúde 5.1 Introdução 5.2 Educação e saúde
5.3 Funções da educação na preservação
da saúde segundo diferentes paradigmas
74
74
74
Aula 6 - Contribuição do educador na formação de recursos humanos para a saúde
6.1 Introdução 6.2 Contribuição do agente comunitário como educador de saúde
6.3 Metodologias Educacionais Aplicáveis a Programas de Saúde
77
77
77
78
Aula 7 - Dinâmicas de Ensino
7.1 Introdução 7.2 Utilização de dinâmicas de ensino em saúde
81
81
81
Referências Bibliográficas
84
Currículo do Professor-autor
90
75
Palavra do professor-autor
Prezado(a) cursista,
Apresentamos a vocês este caderno com muita satisfação, acreditamos que
as informações contidas no mesmo, serão de extrema utilidade para a vida
profissional de vocês. Neste caderno, trabalharemos temas como a educação
e saúde, que tem vocês agente comunitários de saúde os maiores semeadores
desse tema, entre outros temas de relevância ímpar para o desenvolvimento
de um trabalho de qualidade.
O caderno está dividido em nove unidades, nelas falaremos sobre os seguintes temas:
Educação e Saúde. Prevenção e controle de agravos não transmissíveis dentro
deles (descontroles hormonais, hiper e hipotensão arterial e diabetes). Transmissibilidade das doenças. Transmissão, prevenção e controle das doenças
transmissíveis. Relação entre educação e saúde. Função da educação na preservação da saúde segundo diferentes paradigmas. Contribuição do educador
na formação de recursos humanos para a saúde.
Por fim, não há dúvidas de que os conhecimentos que serão partilhados nesta
disciplina servirão substancialmente para a consolidação de um perfil profissional cada vez mais completo.
“Atividades educativas são momentos de encontro e nesses
encontros não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos: há
homens que, em comunhão, buscam saber mais.”
Paulo Freire
Ótimos estudos e muito sucesso!
As autoras
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Aula 1 - Educação e saúde
1.1 Introdução
Seja bem-vindo à nossa primeira aula, em que falaremos sobre a importância
da relação que se faz entre educação e saúde e a importância de se trabalhar as
mesmas sempre juntas. Falaremos ainda dos passos para realização de eventos educacionais para comunidade e dos resultados esperados.
1.2 Conceituando educação e saúde
Ao dar início a esta abordagem sobre educação e saúde é importante ressaltar
a significativa relevância para a qualidade de vida humana e social. Refletir
sobre esse campo, em suas importâncias e relações, é uma necessidade e uma
chamada para produzir conhecimento, reconhecendo que a raiz e o propósito
de todo saber se localiza na sociedade, na existência, na vida, que se deseja e
se necessita melhorar (RANGEL, 2009).
Ainda, de acordo com Rangel (2009) pode-se destacar o princípio de que a
educação é comprometida com a saúde e que esse compromisso é humano,
pois trata de condições de qualidade de vida. É político, porque trata da conscientização sobre a saúde quanto direito verdadeiro e necessário a essa qualidade. E é didático, pois trata do ato educativo de ensinar e aprender, que se
constitui na relação entre professores e alunos dos cursos de formação e entre
profissionais da saúde e usuários, privilegiando-se, também, nessa relação, o
sentido humano e político do conhecimento sobre condições e fatores de vida
saudável, vida com qualidade.
Diariamente utilizamos como ação na área da saúde as atividades direcionadas a educar a população com desígnio de contribuir para melhoria na qualidade de vida dos mesmos. O andamento de ações educativas em saúde pode
envolver muitos temas referentes a atividades extensas e complexas, o que
e-Tec Brasil
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não quer dizer que serão ações difíceis de serem desenvolvidas. Acontece
com a prática do diálogo e da escuta qualificada (BRASIL, 2009).
Figura 1: Reuniões diversas.
Fonte: http://www.uneal.edu.br/sala-de-imprensa/noticias/reitoria-divulga-calendario-de-reuniao-com-todos-os-setores-da-universidade. Acesso em 01/10/2014.
De acordo com o educador Paulo Freire (1996), ensinar não é somente permitir um conhecimento, é qualificado por criar possibilidades para produção ou
construção. É essencial o enfoque educativo na qualidade da atenção voltada
para a saúde. É um processo de construção permanente a educação. Visitas
domiciliares são as primeiras ações educativas, podendo ocorrer em grupo e
sendo desenvolvidas nos serviços de saúde e nos demais espaços que existem
nas comunidades.
Figura 2: Construção.
Fonte: http://www.engenhariacivil.com/imagens/economia-construcao-2013. Acesso em 08/10/2010.
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Brasil (2006) destaca que o trabalho em grupo é mais eficaz para as ações
educativas aos indivíduos. É responsabilidade da equipe, criar ações educativas, e muitas são as formas que as equipes podem trabalhar com os grupos.
Precisamos sempre procurar qual metodologia será mais apropriada para a
realidade dos recursos que vamos ter e sobretudo a metodologia que trará melhores resultados para aquela região que trabalhamos. A forma como a equipe
deve trabalhar essas metodologias tem sempre que ser acessível, simples e
precisa para atingir todos da comunidade.
Essas ações para originar a melhor educação da comunidade deve sempre estimular o cuidado de si mesmo, fortalecendo a autoestima, a autonomia e ao mesmo
tempo os vínculos de solidariedade com a comunidade, colaborando para o
pleno exercício de poder decidir o melhor para a sua saúde (BRASIL, 2006).
Segundo o mesmo autor não há fórmula, mas passos que podem facilitar o seu
trabalho com grupos. Iniciando com o planejamento das reuniões, definindo
objetivos, local, dia e horário que facilitem a acomodação e a presença de
toda comunidade. É de extrema importância garantir acessibilidade no caso de
existir pessoas com deficiência física e pensar formas que facilitem a comunicação no caso de deficientes visuais e auditivos. Não deixando de providenciar o
material que será utilizado durante as atividades e, também é muito interessante
ter convidados que saibam de assuntos que são de interesse da comunidade.
Brasil (2009) ressalta que desenvolver atividades educativas, é um processo
de trabalho de todos os membros da equipe, recomenda-se para esse desenvolvimento:
Figura 3: Sucesso da atividade.
Fonte: Acervo pessoal.
e-Tec Brasil
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• Divulgar – é a uma etapa importante e não pode ser esquecida. Espalhar
para o maior número de pessoas, fazer cartazes com letras grandes, coloridas e de forma criativa, e divulgar a reunião nos lugares de maior frequência da comunidade fazem parte desse processo;
• Realizar dinâmicas para a apresentação dos participantes e relação do grupo, quebrando assim a formalidade;
• A apresentação do tema que será discutido, permitindo sempre a exposição das necessidades e expectativas de todos. A pauta da discussão deve
sempre ser flexível, podendo se adaptar às necessidades do momento;
• Estimular a participação de todo o grupo.
Pauta: Lista de assuntos de uma reunião (AURELETE, 2009 p.601).
• Identificar os conhecimentos, crenças e valores da comunidade, bem
como mitos, tabus e preconceitos, incitando a reflexão sobre os mesmos.
A discussão não deve ser influenciada pelas convicções culturais, religiosas ou pessoais;
• Discutir a importância das pessoas se conhecerem e se cuidarem, mostrando como irá melhorar a qualidade de vida;
• Abordar sempre os temas de interesse que serão manifestados pelo grupo;
• Facilitar a expressão de sentimentos e dúvidas sempre com naturalidade
durante os questionamentos, o que faz melhorar o vínculo, a confiança e
a satisfação do grupo;
• Neutralizar delicada e firmemente as pessoas que, queiram monopolizar a
reunião, pedindo a palavra o tempo todo;
• Aproveitar recursos didáticos disponíveis como, cartazes, bonecos, balões etc.;
• Ao final da reunião, apresentar uma síntese dos assuntos discutidos, ofertando a possibilidade de esclarecimento de dúvidas. Entre as habilidades
que todo trabalhador de saúde deve buscar desenvolver, estão:
• Apresentar boa capacidade de comunicação;
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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• Se comunicar sempre de forma compreensível, simples e precisa;
• Se mostrar sempre gentil, o que aumenta o vínculo e a relação de confiança;
• Acolher o saber e o sentir de todos;
• Procurar sempre ter tolerância aos princípios e às diferentes crenças e
valores que não sejam os seus próprios;
• As atividades educativas podem e devem ser realizada por qualquer membro da equipe de saúde. É necessário, além de conhecimentos técnicos,
habilidade para se comunicar e conhecimento da população;
• Buscar sempre estar confortável para falar sobre os assuntos que serão
debatidos;
• Sempre ter conhecimento técnico sobre o assunto trabalhado;
• Procurar apoio junto a diferentes profissionais quando não souber responder a alguma pergunta. Durante o acontecimento da atividade, devem ser
oferecidos, se possível, materiais impressos e mostrar a importância do
acompanhamento contínuo na unidade de saúde, assim como o funcionamento dos serviços oferecidos na mesma. Sempre que possível envolver
os participantes do grupo no planejamento, execução e avaliação dessa
atividade educativa. Estimular a participação e o interesse das pessoas na
medida em que se sentem capazes, envolvidos e responsáveis pelo sucesso do trabalho.
Figura 4: Resultado esperado.
Fonte: Acervo pessoal.
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De acordo com Brasil (2009) nas atividades em grupo, o resultado esperado
é que:
• As pessoas que do grupo se conheçam, troquem as experiências e informações;
• Que as pessoas sejam estimuladas ativamente a participar mais, expondo
experiências e proporcionando a discussão a respeito de temas que geralmente são comuns a todos;
• O coordenador do grupo trabalhe as informações, auxiliando cada um
dos participantes a apresentar suas ideias, estimulando o respeito entre o
grupo;
• As pessoas pensem e tomem consciência de sua importância na resolução
dos problemas comuns e da necessidade de buscar sempre apoio.
Resumo
Nesta aula aprendemos sobre:
- O que é educação e saúde;
- A importância de trabalhar junto à educação e saúde;
- Passos para desenvolver atividades educativas;
- Resultados esperados das atividades educativas realizadas.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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1. Descreva com suas palavras a importância da educação para a saúde.
2. Com as instruções da aula “Educação e Saúde” monte com seus colegas
um evento para falar sobre saúde do idoso. Elenque todos os passos para
que esse evento ajude sua comunidade, contemple os possíveis resultados.
3. Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as afirmativas incorretas. Nas atividades realizadas pelos gentes de saúde os resultados esperados são.
( ) Que as pessoas que do grupo não se conheçam, troquem as experiências
e informações;
( ) Que as pessoas, que participantes do encontro pensem e tomem consciência de sua importância na resolução dos problemas comuns e da necessidade
de buscar sempre apoio.
( ) Que as pessoas do grupo se conheçam, e troquem as experiências e informações.
( ) O coordenador do grupo trabalhe as informações, auxiliando cada um dos
participantes a apresentar suas ideias, estimulando o respeito entre o grupo.
a. V; V; V; V.
b. V; F; F; V.
c. F; V; V; V.
d. F; F; V; V.
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Aula 2 - Prevenção e controle de agravos não transmissíveis
2.1 Introdução
Caros cursistas sejam bem-vindos a nossa segunda aula, onde falaremos
sobre as doenças crônicas não transmissíveis, que hoje são consideradas as
principais causas de óbitos no mundo. Descrevendo as de maior relevância e
ocorrência.
2.2 Agravos não transmissíveis
As doenças crônicas não transmissíveis são consideradas hoje as principais
causas de mortes no mundo e têm gerado elevado número de mortes prematuras, privação da qualidade de vida com alto grau de limitação nas atividades
de trabalho e de lazer, além de impactos financeiros para as famílias acometidas, comunidades e a sociedade em geral, potencializando as desigualdades e
aumentando a pobreza. Mesmo com o acelerado crescimento dessas doenças
de agravos não transmissíveis, seu impacto pode ser revertido por meio de
intervenções amplas e custo efetivo de promoção de saúde, para redução de
seus fatores de risco, e pela melhoria da atenção à saúde, detecção precoce e
tratamento oportuno (MALTA et al., 2011).
Figura 5: Alimentação saudável.
Fonte: http://www.oncologica.com.br/mobile/noticias/item.php?id=201. Acesso 18/10/2014.
No Brasil essas doenças foram responsáveis por 72% dos óbitos em 2007.
80% das mortes por doenças crônicas incidem em países de renda baixa e média. Não adotando políticas públicas para enfrentar esses desafios, os custos
estarão na faixa de trilhões de dólares (BRASIL, 2011).
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Segundo Brasil, (2011) idêntico aos outros países, no Brasil, as doenças crônicas não transmissíveis, além disso, são considerados como o problema de
saúde de maior intensidade. São responsáveis por 72% das causas de mortes,
com destaque para doenças do aparelho circulatório (31,3%), câncer (16,3%),
diabetes (5,2%) e doença respiratória crônica (5,8%), e acometendo pessoas
de todas as camadas socioeconômicas e, de forma mais intensa, as pertencentes a denominados grupos vulneráveis, como os idosos e os de baixa escolaridade e renda.
O Brasil lançou o plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis. Tendo como meta a redução de 2% ao ano à
taxa de mortalidade prematura por essas enfermidades (BRASIL, 2011).
Segundo o Ministério da Saúde (2014), objetivo da rede é provocar a mudança do modelo de atenção à saúde, fortalecendo o cuidado às pessoas com
doenças crônicas; garantir o cuidado absoluto às pessoas com doenças crônicas; impactar de forma positiva nos indicadores conexos a essas doenças;
contribuir para promoção da saúde da população e prevenir o desenvolvimento desses agravos e suas complicações. Dessa forma, a implantação dessa
rede almeja provocar mudanças na atenção à saúde das pessoas com doenças
crônicas, dentre elas, o câncer.
Ainda de acordo com o mesmo autor, o foco da rede está em quatro temas,
por serem epidemiologicamente mais relevantes, são eles:
- as doenças renocardiovasculares (hipertensão arterial sistêmica, diabetes
mellitus e insuficiência renal crônica),
- a obesidade,
- o câncer,
- as doenças respiratórias.
Sabendo da necessidade de reestruturação da atenção às pessoas com as doenças crônicas, estabeleceu a rede de atenção à saúde das pessoas com doenças
crônicas no domínio do sistema único de saúde, a partir da publicação da Portaria MS/GM Nº 483, de 1º de abril de 2014 (MINISTERIO DA SAÚDE,
2014).
O componente essencial para garantir a qualidade da atenção a essa população é a transformação no processo de trabalho das equipes em todos os pontos
de atenção, desde a atenção básica passando pela especializada, pela urgência
e pelo cuidado hospitalar e domiciliar. Esse método provoca o agrupamento
de tecnologias e de gestão do cuidado para atenção integral e longitudinal
e também a articulação de ações e serviços para a constituição de linhas de
cuidado em toda a rede (Ministério da Saúde, 2014).
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As principais doenças crônicas não transmissíveis de acordo com Brasil (2011):
• Doenças cardiovasculares, principalmente doenças cardíacas e acidente
vascular cerebral (AVC);
No Brasil as doenças cardiovasculares exibem altas taxas de portadores e
uma alta mortalidade. Esta situação tem tendência a se agravar não só pelo
processo de envelhecimento da população, como também pela manutenção
de hábitos impróprios de nutrição, sedentarismo e tabagismo, aumentados a
outros fatores de risco. A presença de nove dos fatores de risco abaixo descritos explica quase 90% do risco atribuível de doença na população ao redor do
mundo (BRASIL, 2006):
• História familiar de doença arterial coronariana prematura, sexo masculino < 55 anos e sexo feminino < 65 anos;
• Homem > 45 anos / Mulher > 55 anos;
• Tabagismo;
• Hipercolesterolêmicas, níveis aumentados de colesterol na corrente sanguínea;
• Hipertensão arterial sistêmica;
• Diabetes mellitus;
• Obesidade;
• Gordura abdominal;
• Sedentarismo;
• Dieta pobre em frutas e vegetais;
• Estresse psicossocial.
Figura 6: Cigarro.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File%3ACigarro.JPG. Acesso 20/10/2014.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Figura 7: Obesidade grave.
Fonte: http://www.brasil.gov.br/saude/2014/07/obesidadegrave.jpg/view. Acesso em 20/10/2014.
Nessa lógica foram criados, além dos cadernos saúde públicos, os planos de
enfrentamento que priorizam ações de rastreamento dessa população.
Segundo Brasil (2006) a sociedade deve ser esclarecida sobre os fatores de
risco para as doenças cardiovasculares, orientando-a sobre as medidas de prevenção. É importante identificar, na população em geral, pessoas com fatores de risco para doença cardiovascular, ou seja: idade igual ou superior a
40 anos, sedentarismo, obesidade, hipertensão, colesterol elevado, mulheres
que tiveram filhos com mais de 4 quilos ao nascer e pessoas que têm ou tiveram pais, irmãos e/ou outros parentes diretos com doença cardiovascular,
doença renal ou diabetes. E em seguida conduzir essas pessoas a consulta de
enfermagem os indivíduos rastreados como suspeitos de serem de risco para
doença cardiovascular.
Câncer
Câncer é nomeado como um conjunto de mais de 100 doenças que têm em
comum o crescimento descontrolado de células que invadem os tecidos e
órgãos, podendo espalhar para várias partes do corpo humano (Instituto Nacional do Câncer, 2014).
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Figura 8: Câncer.
Fonte: http://www.sobreavida.com.br/wp-content/uploads/2011/11/crianca-cancer.jpg. Acesso 25/10/2014.
Estas células se dividem muito rápido tendendo a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores que são acúmulo de células cancerosas ou neoplasias malignas. O tumor benigno é simplesmente uma
massa localizada de células que se multiplicam lentamente e são semelhantes
ao tecido original, que raramente configura um risco de vida (Instituto Nacional do Câncer, 2014).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (2014), são diversas as causas de
câncer, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando elas relacionadas. O meio ambiente e os hábitos ou costumes próprios de um ambiente
social e cultural, são denominadas causas externas. Internas são, na maioria
das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Os fatores causais interagem
de várias formas, potencializando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.
Tão importante quanto o diagnóstico adequado da doença e de outros sintomas presentes é a adesão do paciente para com o tratamento medicamentoso,
que pode ser menor nos pacientes oncológicos, principalmente deprimidos, já
que normalmente tal condição resulta em comprometimento físico e emocional, com diminuição dos comportamentos de autocuidado, piorando o prognóstico (SOUZA et al., 2011).
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Dos casos de 80% a 90% dos cânceres são associados a fatores ambientais.
Com alguns bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem
causar leucemia. Outros estão em estudo, como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda desconhecidos por completo.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, com o envelhecimento ocorrem mudanças nas células, e com isso aumenta a sua suscetibilidade à transformação e proliferação maligna. Incluído o fato de as células das pessoas
idosas serem expostas por mais tempo aos diversos fatores considerados de
risco, o que pode em parte justificar o porquê de o câncer ser mais frequente.
Os fatores de risco ambientais de câncer são classificados cancerígenos ou
carcinógenos. Esses fatores atuam transformando a estrutura genética também chamada de DNA das células.
O aparecimento do câncer está ligado com a intensidade e duração da exposição das células com os agentes causadores do mesmo. Como exemplo, o risco
de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é proporcional ao número de
cigarros fumados durante o dia e aos anos em que ela vem fumando.
Os fatores de risco relacionados à natureza ambiental podem ser encontrados
no meio ambiente ou serem herdados. Dentre a maioria desses casos de câncer, (80%) está relacionada ao meio ambiente, onde se encontra um grande
número de fatores de risco. É caracterizado por ambiente o meio em geral,
água, terra e ar. Como ambiente ocupacional temos as indústrias químicas
e afins. Ambiente de consumo refere-se aos alimentos e medicamentos. E o
ambiente social e cultural diz respeito ao estilo e hábitos de vida.
Ainda nessa classificação temos as modificações provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os hábitos e o estilo de vida adotados pelas
pessoas, que determinam diferentes tipos de câncer: tabagismo, hábitos
alimentares, alcoolismo, hábitos sexuais, medicamentos, fatores ocupacionais, radiação solar.
São infrequentes episódios de cânceres que se devem apenas a fatores
hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético desempenhar
um importante papel na oncogênese. Temos como exemplo indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos casos, expõem história familiar
deste tumor.
Alguns grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a
leucemia linfocítica é rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro
em negros.
e-Tec Brasil
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Retinoblastoma: é o tumor intraocular mais comum da infância. As células
tumorais têm origem em células primitivas da retina. Em 40% dos casos a
doença é dita hereditária, com possível histórico familiar e acometem os dois
olhos. Nos demais casos os tumores são considerados esporádicos e afetam
apenas um único olho. O tumor acomete principalmente crianças menores de
três anos de idade.
Leucemia Linfocítica: afeta células linfoides e se desenvolve lentamente. A
maior parte das pessoas diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de
55 anos. Raramente afeta crianças. Sarcoma de Ewing: são células embrionárias que migram da crista neural.
Esses tumores acometem primariamente osso e tecido mole. A causa é desconhecida. Não parece ser hereditária. São tumores extremamente raros em
negros e asiáticos.
É importante enfatizar dois pontos em relação aos fatores de risco: primeiro,
que um fator pode ser de risco para várias doenças como, o tabagismo, que é
fator de risco para diversos cânceres e doenças cardiovasculares e respiratórias; segundo, vários destes fatores podem estar envolvidos na origem de uma
mesma doença. O estudo destes, isolados ou combinados, tem permitido estabelecer relações de causa e efeito entre eles e determinados tipos de câncer.
A relação com a exposição a um ou mais fatores de risco e o desenvolvimento de uma doença não é com facilidade reconhecida, principalmente quando
se presume que a relação se dê com comportamentos sociais comuns, como
exemplo a alimentação. Nas doenças crônicas, as primeiras manifestações
estão sujeitas a se desenvolver com muitos anos de exposição única ou contínua aos fatores que expõe ao risco, um exemplo de exposição única pode ser
as radiações ionizantes, já as contínuas a radiação solar ou tabagismo. Diante
disso, considerar o conceito de período de latência é muito importante, esse
período e o tempo decorrido entre a exposição ao fator de risco e o aparecimento da doença.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer -INCA- estes fatores de risco podem
ser encontrados em distintas formas, como no ambiente físico, ser herdados
ou representar hábitos ou costumes de um determinado ambiente social e
cultural.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Tratamento do câncer segundo o INCA:
O tratamento do câncer é feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia
ou transplante de medula óssea. Na grande maioria dos casos, tem a necessidade de combinar mais de uma modalidade.
Radioterapia
Tratamento feito com radiações que visam destruir o tumor ou evitar que suas
células aumentem. Estas radiações não são visíveis, e o paciente não sente
nada, durante o procedimento. A radioterapia pode ser usada em combinação
com a quimioterapia ou outros recursos durante tratamento.
Quimioterapia
Para combater o câncer com a quimioterapia, o tratamento é com medicamentos. Que são aplicados, na maioria das vezes na veia, podendo também
ser dados por via oral, intramuscular, subcutânea, tópica e intratecal. Essa
medicação se mistura com o sangue e são levados a todas as partes do corpo,
devastando as células doentes que formam o tumor e evitando, também, que
elas se multipliquem pelo corpo. Transplante de medula óssea
O transplante é o tratamento utilizado para algumas doenças malignas que
comprometem as células do sangue. Ele se dá pela substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, objetivando a reconstituição de uma nova medula.
No site http://www.fundacaosara.org.br/. Você encontra mais informações
sobre o câncer e também conhece a fundação que atua na cidade de Montes
claros e Belo Horizonte com apoio a pacientes e suas famílias acometidas
pelo câncer.
e-Tec Brasil
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Doenças respiratórias crônicas
Doenças respiratórias crônicas são crônicas tanto das vias aéreas superiores
como das inferiores. A asma, a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva
crônica são as doenças crônicas que aparecem com maior frequência. São
caracterizados como os maiores problemas de saúde mundialmente. Em todos
os países do mundo centenas de milhões de pessoas de todas as idades sofrem
dessas doenças e de alergias respiratórias e mais de 500 milhões delas vivem
em países denominados em desenvolvimento (BRASIL, 2010).
Segundo o Ministério da Saúde (2010) as doenças respiratórias crônicas estão acrescendo em prevalência particularmente entre as crianças e os idosos.
Além de afetar a qualidade de vida das pessoas pode provocar incapacidade
nos indivíduos, originando grande impacto econômico e social. As barreiras
físicas, emocionais e intelectuais que surgem com a doença, com impactos na
vida do paciente e de seus familiares, geram sofrimento humano.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Banco Mundial julgam que
quatro milhões de pessoas com doenças respiratórias crônicas podem ter morrido prematuramente em 2005 e as projeções são de aumento considerável do
número de mortes no futuro (BRASIL, 2010).
O tratamento de doenças respiratórias conforme Brasil 2011 depende do seu
tipo, severidade e estado geral do paciente. Vacinação pode prevenir determinadas doenças respiratórias. Alguns dos tratamentos mais frequentemente
usados para doenças respiratórias são:
• Medicamentos como antibióticos, corticosteróides e broncodilatadores;
• Fisioterapia;
• Oxigênio;
• Ventilação mecânica;
• Ventilação líquida;
• Radioterapia;
• Cirurgia;
• Não fumar;
• Evitar contato com poeira;
• Umidificar o ar ambiente;
• Dentre outras.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Diabetes
Figura 9: Cirurgia bariátrica controla o diabetes tipo 2 a longo prazo.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/cirurgia-bariatrica-controla-o-diabetes-tipo-2-a-longo-prazo. Acesso
25/10/2014.
Segundo o Ministério da Saúde (2009), a diabetes é uma doença que ocorre
quando o organismo produz pouca ou nenhuma insulina que é o hormônio
responsável pela diminuição da taxa de glicose no sangue, e com isso o corpo
inteiro adoece. Temos como fatores de risco para a doença:
• Obesidade;
• História familiar;
• Sedentarismo;
• Hipertensão arterial;
• Colesterol e triglicerídeos elevados.
Sendo classificado em dois tipos mais frequentes:
Tipo I – pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmente, em
crianças e adolescentes, ou de forma lentamente progressiva, geralmente em
adultos.
Tipo II – normalmente ocorrem após os 40 anos e, usualmente, se controla
.apenas com dieta, atividade física e ou medicamento oral
e-Tec Brasil
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Os sinais e sintomas da doença, tanto do tipo I como do tipo II:
• Aumento do volume de urina;
• Sede intensa;
• Emagrecimento e fraqueza;
• Fome excessiva.
Outras queixas, como dores nas pernas, piora da visão, coceira e corrimento
vaginal. O cuidado integral às pessoas com diabetes e sua família é um desafio para a equipe de saúde, especialmente para poder ajudá-las a mudar seu
modo de viver, o que estará diretamente ligado à vida de seus familiares e
amigos. Aos poucos, elas deverão aprender a gerenciar sua rotina com diabetes em um processo que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL, 2009).
• Distúrbios mentais
Psicopatia
Uma das perturbações da personalidade mais observada é a psicopatia, atendendo ao impacto negativo que os comportamentos conexos a esta perturbação possuem na sociedade onde vive o psicopata, nomeadamente a forte
relação com o cometimento de comportamentos criminais. Nos estudos criminológicos aparecem citados, desde sempre, determinados indivíduos que
dispõem, de forma ininterrupta, de uma grande capacidade de agressão, no
sentido físico e no psicológico, e que englobam comportamentos de hostilidade e manipulação (SOEIRO e GONÇALVES, 2010).
Na realidade, a identidade de pessoas que são responsáveis por agressões sistemáticas, em muitos momentos com grave dano para as suas vítimas, e que
se individualizam por serem cruéis, irresponsáveis e por não terem vida emocional real, nem sintomas característicos de enfermidade mental, possuem
todos os indicadores para se inserirem num diagnóstico de psicopatia. De
uma maneira geral, os estudos indicam que a psicopatia se manifesta numa
série de condutas que são resultado de fatores biológicos e da personalidade,
conexos com uma série de antecedentes familiares e outros fatores ambientais
(SOEIRO e GONÇALVES, 2010).
Entretanto, o significado do conceito de psicopatia, e o impacto que esta perturbação exibe nos contextos forense e clínico, atentam o desenvolvimento de
mais investigações. Busca-se portanto, colaborar para uma sistematização deste
conceito tão importante para a compreensão do fenômeno da criminalidade, e
para a prevenção e intervenção nos contextos da criminalidade com contornos de
maiores índices de reincidência e violência (SOEIRO e GONÇALVES, 2010).
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Filme: ENTRE ELAS (Sister my sister). Direção: Nancy Meckler. Produção: Norma Heyman. Manaus: Top Tape, 1994.
Esquizofrenia
O início da doença é mais precoce no homem do que na mulher. Entretanto,
na presença de história familiar positiva a distúrbios psicóticos, a idade de
início é mais precoce para homens e para mulheres. Surgimentos de novos
casos são raros antes da puberdade e após os 50 anos. As mulheres exibem
um curso mais brando da esquizofrenia e, assim, um melhor prognóstico e
uma melhor possibilidade de adaptação com a sociedade. Informações de
estudos multicêntricos sugerem que os pacientes de países menos desenvolvidos
apresentam um prognóstico melhor na esquizofrenia (MARI e LEITAO, 2000).
De acordo com Brasil (2013), a atenção básica realiza importante papel no
diagnóstico precoce, no início imediato do tratamento, na manutenção do tratamento farmacológico dos quadros estáveis e na reabilitação psicossocial
para os quadros de psicose. Além disso, é importante afirmar que, mesmo
os pacientes acompanhados por serviços especializados da rede de atenção
psicossocial, como os centros de Atenção Psicossocial, precisam seguir sendo
acompanhados pela rede básica de Saúde, já que, além de demandas psiquiátricas e psíquicas, esse usuário precisa permanecer sendo assistido em suas
necessidades clínicas (BRASIL, 2013).
Filme: UMA MENTE BRILHANTE é um filme estadunidense de 2001,
dirigido por Ron Howard, sobre a vida do matemático John Forbes Nash.
Transtornos depressivos
A idade de começo dos transtornos depressivos situa-se entre 20 e 40 anos,
conquanto a depressão também possa ocorrer na infância. De forma igual
ao sexo, também não há porque pensar que a idade seja um fator de risco
isoladamente. Os acontecimentos sociais tendem a colocar as pessoas mais
jovens em maior risco, da mesma forma que a predisposição biológica para
e-Tec Brasil
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depressão maior pode somar com a idade. Estudos brasileiros conduzidos em
sociedade sugerem que transtornos mentais comuns, assim como ansiedade, depressão e transtornos somatoformes, somam com a idade. Diferentes
estudos populacionais sugerem que pessoas com escolaridade e renda baixa
apresentam maiores prevalência desses transtornos mentais. (LIMA, 1999).
Transtornos somatoformes: se caracterizam pela manifestação repetida de
sintomas físicos, cuja avaliação clínica não revela doença física. O paciente
se mostra preocupado, requisita a avaliação médica e fica reticente quando
lhe reasseguram que não sofre de doença física. Ainda que seja detectado
algum problema clínico, este não explica a extensão da inquietação do paciente, o qual resiste em estabelecer uma relação causal com dificuldades ou
conflitos emocionais ou eventos desagradáveis, mesmo quando há uma clara
relação temporal entre eles (PAULIM E Oliveira, 2013).
Mídias integradas
Filme: GAROTA INTERROMPIDA é um filme teuto-estadunidense de 1999,
dirigido por James Mangold. Winona Ryder interpreta Susanna Kaysen, uma
garota que vai para um hospital psiquiátrico durante os anos 60.
Delírio e delirium
Delírio
Principal causa de internação, de doentes em fase avançada, em unidades
hospitalares de agudos e de cuidados paliativos. O delírio é caracterizado
como uma síndrome que tem como particularidade uma perturbação da
consciência. Acompanhado a um quadro de doença avançada, é um condição confusional agudo que deriva de uma disfunção orgânica cerebral
difusa, provocada por múltiplos fatores, nomeadamente: químicos, eletrolíticos, psicológicos, físicos, idade, etc., e que condicionam alterações cerebrais (BERNARDO, 2006).
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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O delírio procede, normalmente, de um conjunto de fatores, e por isso a sua
abordagem completa quase nunca corresponde a uma medida, mas a um conjunto delas. A relação terapêutica que se constitui com o doente, a preocupação com o seu comportamento e o ambiente envolvente, o tratamento dos sintomas e o apoio à família constituem orientações que devem ser conduzidas
numa atuação em grupo (BERNARDO, 2006).
Segundo Bernardo (2006) os objetivos do tratamento são, necessariamente,
acalmar o doente e recuperar, sempre que possível, a sua capacidade de se
comunicar, prevenir alterações do comportamento que possam afetar a pessoa e os outros, reduzir a desorientação, diminuindo tanto quanto possível a
estimulação sensorial. Os delírios com características de reversibilidade, cujo
controle não seja possível em ambulatório, demandam internamento, sempre
que seja esse o desejo do doente, o seu estado geral e os recursos na comunidade o permitam. É importante ressaltar que este grupo que necessita de
internamento corresponde a uma minoria das situações.
Delirium
É uma alteração cognitiva caracterizada por início agudo, curso flutuante, distúrbios da consciência, atenção, orientação, memória, pensamento, percepção
e comportamento. Podendo ocorrer na forma hiperativa, hipoativa ou mista
acometendo mais de 50% de idosos hospitalizados. É considerada emergência geriátrica e se relaciona com períodos mais extensos de hospitalização,
com maiores taxas de mortalidade e com maior taxa de institucionalização. Acomete, normalmente, paciente com grau maior de fragilidade e
maior número de comorbidades. Contudo, apesar de comum é uma condição
subdiagnosticada, apesar de apresentar prevalência de 10 a 16% já na admissão (LOBÔ et al 2010).
Delirium é, usualmente, condição multifatorial, assim como outras síndromes
geriátricas. Em isolados casos pode ser desencadeado por fator isolado, sendo
mais comum a interrelação entre fatores predisponentes e fatores precipitantes. Além disso, os efeitos dos diversos fatores de risco parecem ser cumulativos. A intervenção em um ou mais desses fatores é comumente suficiente para
a resolução do quadro (LOBÔ et al 2010).
O passo mais importante para o tratamento da doença é o reconhecimento
precoce. A partir do momento em que o delirium é diagnosticado os esforços
devem se concentrar na etiologia, com o objetivo de minimizar ou até eliminar os fatores predisponentes e desencadeantes. A correção de distúrbios
metabólicos, da desidratação, o tratamento da dor e de infecções, são medidas
que podem reverter os sintomas e melhorar o funcionamento do cérebro. Os
objetivos do tratamento se dão no sentido de melhorar o estado cognitivo
do paciente e reduzir o risco de efeitos secundários, tais como a aspiração,
e-Tec Brasil
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imobilidade prolongada, aumento do tempo de tratamento e por conseguinte
a hospitalização.
Depressão pós-parto
É um importante problema de saúde pública, que afeta tanto a saúde da mãe
quanto o desenvolvimento de seu filho. O aparecimento desse quadro ocorre, na maioria dos casos, a partir das primeiras quatro semanas após o parto,
alcançando habitualmente sua maior intensidade nos seis primeiros meses.
Essa depressão tem como sintomas mais comuns o desânimo persistente, sentimento de culpa, alterações do sono, ideias suicidas, temor de machucar o filho, diminuição do apetite e da libido, diminuição do nível de funcionamento
mental e presença de ideias obsessivas ou supervalorizadas (COSTA, 2013).
Segundo Costa (2013), menor escolaridade e baixo nível socioeconômico são
os fatores mais comumente associados com essa depressão. Entre esses fatores psicossociais que mais apresentam associação aparecem o baixo suporte
social, história de doença psiquiátrica, tristeza pós- parto, depressão pré-natal, baixa autoestima, ansiedade pré-natal, stress na vida, gravidez não planejada, tentativa de interromper a gravidez, transtorno disfórico pré-menstrual e
sentimentos negativos em relação à criança.
É de extrema importância à investigação a respeito das vivências da mulher
durante a gravidez e, especialmente, como está se sentindo no pós-parto, bem
como se ela conta com uma rede de apoio social que dê sustentação as mudanças psíquicas vividas com o nascimento de um bebê. Reconhecer o estado
depressivo da mãe é essencial e, às vezes, difícil em razão das queixas psicossomáticas que podem sugerir somente problemas orgânicos (SCHIMIDT,
et al., 2005).
Imprescindível que esta experiência vivida subjetivamente pela mãe, possa
ser detectada para o auxílio no processo de reconstrução. Pode-se pensar que
a detecção precoce dos fatores de risco envolvidos nessa depressão, realizada
mediante o acompanhamento das gestantes, seja um fator importante para a
prevenção da própria depressão e das repercussões na interação mãe e filho.
Sendo assim abre a possibilidade de auxílio mulher, e a sua família, principalmente durante a gestação e o puerpério. Na perspectiva da psicologia da
saúde, considera-se que os profissionais de saúde e educação que estão envolvidos em trabalhos com gestantes desenvolvam um papel importante neste reconhecimento, diagnosticando e encaminhando as famílias para acolhimento
psicológico, podendo com este trabalho auxiliar o desenvolvimento infantil
saudável (SCHIMIDT, et al., 2005).
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Transtorno obsessivo compulsivo
A definição do transtorno baseia-se na ocorrência primária de obsessões e/
ou compulsões. Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens mentais
recorrentes, intrusivos e desagradáveis, reconhecidos como próprios e que
causam ansiedade e mal estar proeminentes ao indivíduo, tomam tempo e interferem negativamente em suas atividades e seus relacionamentos (TORRES
e SUMAIA, 2001).
Segundo Torres e Sumaia (2001), as compulsões são comportamentos ou atos
mentais repetitivos em que o indivíduo é levado a executar voluntariamente
em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras rígidas, para reduzir a
ansiedade/mal-estar ou prevenir algum evento temido.
De tal modo, enquanto as obsessões causam desconforto emocional, os rituais compulsivos sempre exagerados, irracionais ou mágicos, tendem a trazer
alívio, mas não são prazerosos. Na grande maioria dos casos, há diversas
obsessões e compulsões simultâneas e não sintomas únicos ou pares, e os pacientes mudam de tema ou tipo de sintoma com o passar do tempo (TORRES
e SUMAIA, 2001).
Trata-se em regra de um quadro crônico e repetidas vezes de início precoce,
com flutuação na intensidade dos sintomas ao longo do tempo. Enquanto na
maior parte dos casos há piora em fases de vida difíceis, alguns relatam atenuação dos sintomas na ocorrência de algum problema sério que determine
enfrentamento. Não há fundamentalmente piora progressiva, mas os rituais
tendem a ficar mais sedimentados com o tempo. Ressalte-se que a gravidade é bastante variável, havendo desde casos leves até aqueles extremamente
graves e incapacitantes, mesmo para atividades do cotidiano (TORRES e SUMAIA, 2001).
Trata-se, por conseguinte, de uma doença em geral secreta, que pode levar
anos até ser diagnosticada e tratada. Por isso, a importância de investigar inteiramente na anamnese a ocorrência de obsessões e compulsões que, mesmo
assim, podem só ser admitidas pelo paciente quando o vínculo terapêutico
estiver fortalecido. Muitos só procuram ajuda em fases de piora ou por complicações, como depressão secundária (TORRES e SUMAIA, 2001).
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
A tríade sintomatológica clássica da síndrome é caracterizada por desatenção,
hiperatividade e impulsividade. Independentemente do sistema descritivo utilizado, as crianças com TDAH são facilmente reconhecidas em clínicas, em
escolas e em casa. Essa distração pode ser identificada pelos seguintes sinto-
e-Tec Brasil
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mas: dificuldade de prestar atenção a pequenos detalhes ou errar por descuido
em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para conservar a atenção
em tarefas ou atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a
palavra; não adotar instruções e não concluir tarefas escolares, domésticas ou
obrigações profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que demandem esforço mental constante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente
distraído por estímulos alheios à tarefa e exibir esquecimentos em atividades
diárias (ROHDE et al., 2000).
Esse transtorno é uma síndrome psiquiátrica de alta prevalência em crianças e
adolescentes, exibindo critérios clínicos operacionais bem estabelecidos para
o seu diagnóstico. Modernamente, a síndrome é subdividida em três tipos
principais e apresenta uma alta taxa de comorbidades, em particular com outros transtornos destrutivos do comportamento. O procedimento de avaliação
diagnóstica é abrangente, envolvendo fundamentalmente a coleta de dados
com os pais, com a criança e com a escola. O tratamento do TDAH envolve
uma abordagem múltipla, englobando intervenções psicossociais e psicofarmacológicas, sendo o metilfenidato a medicação com maior comprovação de
eficácia neste transtorno (ROHDE et al., 2000).
Distúrbios ósseos e articulares
Artrite
A artrite reumatoide é uma doença crônica, inflamatória, que tem como principal característica a inflamação das articulações conhecidas também como
juntas, ainda que outros órgãos também possam estar comprometidos. A artrite é uma doença autoimune, ou seja, é uma condição em que o sistema
imunológico, que normalmente defende o nosso corpo de infecções vírus e
bactérias, passa a atacar o próprio organismo no caso, o tecido que envolve
as articulações, também conhecido como sinovial. A inflamação durável das
articulações, se não tratada de forma apropriada, pode levar à destruição das
juntas, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para as atividades da vida cotidiana. O tratamento apropriado e precoce pode prevenir o
acontecimento de deformidades e melhorar a qualidade de vida de quem tem
a doença. (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).
Qualquer idade pode desenvolver a doença, de crianças a idosos. Ocorrendo
com mais frequência em mulheres por volta dos 50 anos de idade. Pessoas
com história de artrite reumatoide na família têm mais risco de desenvolver a
doença (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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A doença pode iniciar com apenas uma ou poucas articulações inchadas,
quentes e dolorosas, geralmente acompanhada de rigidez para realizar os
movimentos principalmente pela manhã podendo durar horas até melhorar.
Artrite corresponde à inflamação de algum dos componentes da estrutura articular, cartilagem articular, osso subcondral ou membrana sinovial. Sinovite é
a inflamação da membrana sinovial que cobre a cápsula articular responsável
por envolver a articulação, e, geralmente, manifesta-se por vermelhidão, inchaço, calor, dificuldade de movimento e dor. O cansaço conhecido também
como fadiga é uma manifestação freq uente. O quadro clínico mais visto é
caracterizado por artrite nos dois lados do corpo, especialmente nas mãos,
nos punhos e pés, que evolui para articulações maiores e mais centrais como
cotovelos, ombros, tornozelos, joelhos e quadris. As mãos são acometidas
em praticamente todos os pacientes (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).
A evolução é crescente sem o tratamento adequado, e determinando desvios
e deformidades decorrentes do afrouxamento ou da quebradura dos tendões
e das erosões articulares. Essa doença pode levar a alterações em todas as estruturas das articulações, como ossos, cartilagens, cápsula articular, tendões,
ligamentos e músculos que são os responsáveis pelo movimento articular
(Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).
O acometimento da coluna cervical pode ocasionar quadros mais graves. Geralmente, manifesta-se por dor que “caminha” para a região atrás da cabeça
e dificuldade para mexer o pescoço. É uma doença que não atinge só as articulações, mas também pode inflamar os vasos, olhos, pulmões, o coração e
sistema nervoso chamadas de manifestações extra-articulares. Essas manifestações correlacionam-se ao pior prognóstico (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).
Assim, uma vez diagnosticada a doença, deve-se fazer o acompanhamento
continuado com o reumatologista. Os medicamentos que controlam a doença
são os que regulam essa autoimunidade exagerada, diminuindo a inflamação
e suas consequências para as juntas e outros órgãos. Sabe-se que, quanto antes
iniciado o uso desses medicamentos específicos, maior e melhor é a resposta.
Ainda o tratamento precoce seja, logicamente, mais eficaz em controlar e
prevenir as sequelas da doença, tratando em qualquer momento consegue-se
aliviar significativamente a inflamação e, assim, a qualidade de vida dos pacientes (Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).
Os medicamentos, apesar de serem extremamente eficazes, têm um início
de ação mais lenta, podendo demorar algumas semanas a meses para ter sua
melhor atuação na atividade da doença. O objetivo ideal e possível do tratamento é o de controlar completamente a doença e suas consequências como
as deformidades articulares. O reumatologista, durante as consultas regulares, irá controlar a atividade da artrite reumatoide e, ainda, precaver ou tratar
o acometimento de outros órgãos, caso venha acontecer. Os medicamentos
e-Tec Brasil
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específicos são seguros para uso em longo prazo e os possíveis efeitos colaterais devem ser prevenidos ou controlados durante as consultas (Comissão de
Artrite Reumatoide, 2011).
Em seguida o controle da doença, é imprescindível manter o tratamento específico por um tempo prolongado. Em diversos casos, é possível diminuir ou
até suspender a medicação. Essa decisão será avaliada cautelosamente pelo
médico reumatologista, mesmo no caso de suspensão das medicações, deverá
permanecer o acompanhamento, fazendo reavaliações clínicas e com exames
complementares com frequência para detectar possíveis recaídas da doença
(Comissão de Artrite Reumatoide, 2011).
Artrose
A artrose ou osteoartrite, doença articular degenerativa, é a doença reumática
mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade. Os conhecimentos alcançados atualmente no conhecimento da fisiopatogênia levaram a uma
alteração no conceito desta doença. Acreditava-se tratar de uma doença progressiva, de evolução arrastada, sem expectativas de tratamento, encarada por muitos
como natural do processo de envelhecimento (COIMBRA, et al., 2004).
No entanto hoje, é vista como uma enfermidade em que é possível modificar
o seu curso evolutivo, tanto em relação ao tratamento dos sintomas imediatos, quanto ao seu prognóstico. É uma das causas mais frequentes de dor do
sistema músculo esquelético e de inabilidade para o trabalho no Brasil e no
mundo. É uma afecção dolorosa das articulações que acontece por insuficiência da cartilagem, sendo ocasionada por um desequilíbrio entre a formação e
a destruição dos seus principais elementos, associada a uma multiplicidade de
condições como: excesso de carga mecânica, alterações bioquímicas da cartilagem e membrana sinovial e fatores genéticos (COIMBRA, et al., 2004).
A designação mais aceita internacionalmente da doença é osteoartrite. O
termo artrose ainda é muito utilizado, conhecido e associado aos aspectos
mecânicos. É uma doença crônica, multifatorial, que leva a uma inabilidade
funcional progressiva. O tratamento deve ser também com múltiplos profissionais, e buscar a melhora funcional, mecânica e clínica e, por esta razão a
realização deste consenso tornou-se indispensável. (COIMBRA, et al., 2004).
Esclarecimentos sobre a doença segundo Coimbra et al (2004):
• Salientar que a doença não é sinônimo de envelhecimento e está relacionada com a capacidade funcional, sendo que a intervenção terapêutica
trará considerável melhoria de qualidade de vida.
• Motivar e envolver o paciente no seu tratamento, pois o paciente é um
agente ativo no seu programa de reabilitação.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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• Estimular as práticas esportivas, porém, sob orientação de um profissional habilitado.
• Orientar para cuidados com relação ao uso de rampas e escadas.
• Orientar com relação à ergonomia dos trabalhos domésticos e profissionais.
Artrite reumatoide
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune, que tem como particularidade o acometimento poliarticular periférico,
simétrico e progressivo que, em casos isolados, pode ocasionar comprometimento além da articulação. O envolvimento da membrana sinovial, com
posterior erosão óssea e destruição articular, repetidas vezes leva a um quadro grave, que determina deformidades e incapacidade ativa do indivíduo
(BUENDGENS, et al., 2013).
O tratamento farmacológico é considerado o ponto mais importante na terapêutica da artrite reumatoide e sua implantação precoce e correta têm como
objetivo alcançar a remissão da doença e evitar danos irreversíveis e perda da funcionalidade. No Brasil, o Sistema Único de Saúde, por meio dos
Componentes Básico e Especializado da Assistência Farmacêutica, deixa a
disponibilidade para pacientes com artrite reumatoide medicamentos tanto
para as fases iniciais de tratamento quanto para as intermediárias e avançadas
(BUENDGENS, et al., 2013).
Ainda que a terapêutica da artrite reumatoide esteja principalmente apoiada
no tratamento farmacológico, intervenções não farmacológicas, acompanhamento multiprofissional e outros procedimentos, como consultas e exames,
são essenciais para o alcance do controle da doença e melhoria da qualidade
de vida do paciente. Nos últimos anos, apesar das estratégias adotadas para
aumentar o acesso a serviços de saúde e medicamentos, ainda permanecem
gargalos importantes de acesso aos procedimentos necessários para o gerenciamento clínico da doença (BUENDGENS, et al., 2013).
De acordo com a Portaria SAS/MS nº 865 (2002), diagnóstico depende da associação de uma série de sintomas e sinais característicos, dados laboratoriais
e achados radiológicos.
O manejo do paciente modifica de acordo com o estágio da doença, sua atividade e severidade, devendo-se ser mais agressivo no tratamento quanto mais
agressiva for a doença. Medidas não farmacológicas são de extrema importância, principalmente a educação do paciente em relação a sua doença (Portaria SAS/MS nº 865, 2002).
e-Tec Brasil
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Fibromialgia
A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta, principalmente, com
dor em todo corpo. Na maioria das vezes fica difícil definir se a dor é nos
músculos ou nas articulações. Os pacientes costumam dizer que não há nenhum lugar do corpo que não tenha dor. Junto com a dor, descrevem sintomas
como cansaço, sono não reparador (a pessoa acorda cansada, com a impressão de que não dormiu) e outras alterações como dificuldades de memória e
concentração, ansiedade, formigamentos e dormências, depressão, dores de
cabeça, tontura e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com fibromialgia é a grande sensibilidade ao toque e à compressão de pontos nos
corpos (Fibromialgia Cartilha para Pacientes, 2011).
Não tem ainda uma origem definida, mas há algumas pistas de porque as pessoas têm fibromialgia. Os estudos mostram que os pacientes apresentam uma
sensibilidade maior à dor do que pessoas sem a doença. Na verdade, é como
se o cérebro das pessoas com fibromialgia interpretasse de forma excessiva
os estímulos, ativando todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais
dor. A fibromialgia além disso pode aparecer depois de eventos graves na
vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo infecções
graves (Fibromialgia Cartilha para pacientes, 2011).
O mais comum é que o quadro inicie com uma dor localizada crônica, que
prossegue para envolver todo o corpo. A causa pela qual algumas pessoas
desenvolvem fibromialgia e outras não ainda é desconhecida. O que não se
discute é se a dor do paciente é mesmo real. Como técnicas de pesquisa que
permitem ver o cérebro em funcionamento em tempo real, descobriu-se que
pacientes com fibromialgia verdadeiramente estão sentindo a dor que dizem
sentir. É uma dor diferente, em que não há lesão pelo corpo, e, mesmo assim,
a pessoa sente essa dor. Ainda não sabendo a causa exata, sabemos que algumas situações geram piora das dores em quem tem fibromialgia, são elas:
excesso de esforço físico, estresse emocional, alguma infecção, exposição ao
frio, sono ruim ou trauma.
O principal sintoma da fibromialgia é a dor no corpo todo, percebida notadamente nos músculos. É muito comum que o paciente sinta dificuldade de
definir onde está à dor, e muitos a referem como se a dor estivesse nos ossos,
nas juntas ou nas carnes. Como os músculos estão presentes por todo o corpo,
este é o motivo da confusão. Importante notar que não só o paciente se refere
dor espontânea, mas também bastante dor ao ser tocado. Habitualmente o
paciente com fibromialgia menciona que não pode ser abraçado ou mesmo
acariciado (Fibromialgia Cartilha para pacientes, 2011).
O diagnóstico da fibromialgia é fundamentalmente clínico. O médico durante a consulta obtém algumas informações que são essenciais. Os sintomas
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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mais importantes são dor generalizada, dificuldades para dormir ou acordar
cansado e sensação de cansaço ou fadiga durante todo o dia. Alguns outros
problemas podem acompanhar a fibromialgia como depressão, ansiedade, alterações intestinais ou urinárias, dor de cabeça frequente, entre outros.
A fibromialgia é uma condição médica crônica, sendo que dura por muito
tempo, provavelmente por toda a vida. Porém, pode ser confortador saber
que, ainda que não exista cura, a fibromialgia não é uma doença progressiva.
Nunca é fatal e não causa danos às articulações, músculos, ou órgãos internos.
Embora ainda não tenha sido encontrada a cura para, em muitas pessoas ela
melhora com o tempo, e há casos nos quais os sintomas regressam quase integralmente. A doença não deve ser enfrentada como uma doença que necessita
de tratamento, mas sim como uma condição clínica que demanda controle
(Fibromialgia Cartilha para Pacientes, 2011).
Uma questão fundamental para os fibromiálgicos é a dificuldade para a desempenho de tarefas, profissionais ou do cotidiano. Os pacientes se mostram
muito inseguros quanto ao desempenho pessoal, gerando um estado crônico
de revolta em relação a sua saúde. Repetidas vezes os pacientes reclamam
da redução da qualidade do seu trabalho, com consequente influência em sua
vida profissional afetando a renda familiar. Corriqueiros também são relatos
de indiferença por parte de amigos e familiares, problemas conjugais e diminuição da frequência de atividades de lazer e mesmo religiosas (Fibromialgia
Cartilha para Pacientes, 2011).
É importante evidenciar, que a gravidade da fibromialgia pode estar também
relacionada com as outras doenças crônicas como a artrite reumatoide, lúpus
eritematoso sistêmico, artrose, tendinites, entre outras que afetam o aparelho
osteoarticular. Da mesma forma, se torna mais grave quando associada aos
distúrbios psiquiátricos como a depressão e ansiedade (Fibromialgia Cartilha
para Pacientes, 2011).
De acordo com a Portaria GM 399 – 2006 as doenças crônicas não transmissíveis resultam de fatores de risco como o tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada, sobrepeso/obesidade e alcoolismo. Medidas de prevenção e
controle destes fatores de risco podem reduzir significativamente a incidência
destas doenças e de seus impactos na saúde, essa necessidade foi efetivada
na implantação da legislação vigente no Pacto Pela Saúde (portaria GM 399
– 2006).
Prevenção e controle de agravos não transmissíveisAs Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT) são um problema de saúde global e uma ameaça à
saúde e ao desenvolvimento da humanidade. No ano de 2007, cerca de 72%
das mortes no Brasil foram atribuídas às DCNT (doenças cardiovasculares,
doenças respiratórias crônicas, diabetes, câncer e outras, inclusive renais)
(SCHMIDT et al., 2011).
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O consumo elevado de gorduras saturadas e colesterol dietético, sal, açúcar,
tabagismo, ingestão excessiva de álcool, obesidade e sedentarismo aumentam
o risco de doença coronariana, isquemia e outras doenças cardiovasculares.
Também estão associados ao aumento no risco de alguns tipos de câncer,
como os de intestino, reto, mama, endométrio e próstata (BRASIL, 2007).
O Brasil passou a focalizar mais as DCNT. Em 2006, após discussões e acordos realizados por representantes dos níveis federal, estadual e municipal,
uma ampla política de promoção à saúde foi aprovada. A política incluiu uma
série de ações em articulação intersetorial e desenvolvimento de políticas,
educação em saúde, monitoramento de doenças e de fatores de risco e fornecimento de atenção à saúde centrada em dietas saudáveis, atividade física,
redução do tabagismo e do uso prejudicial do álcool (SCHMIDT et al., 2011).
2.3 Descontrole hormonal
O descontrole hormonal é um problema de saúde que acomete algumas mulheres, está ligada à menstruação e que pode produzir sintomas como aumento do peso, acne e excesso de pelos no corpo (SILVA, 2006).
A disfunção hormonal mais comum nas mulheres é a Síndrome dos Ovários
Policísticos, uma doença genética e hereditária que leva à produção de cistos
nos ovários. Estes cistos são os responsáveis pelos sintomas citados acima,
além de aumentar o estresse na mulher e os níveis de infertilidade. Diabetes,
trombose, hipertensão e doenças cardíacas são também algumas das doenças
que atingem mais facilmente estas mulheres (SILVA, 2006).
A Síndrome dos ovários policísticos é como foi dito acima uma das desordens
endocrinológicas que mais acomete as mulheres em idade de reprodução com
ocorrência de 6 a 10%. Acredita-se que em todo mundo, mais de 100 milhões
de mulheres entre 15 e 49 anos de idade (SILVA, 2006).
Silva (2006), descreve que a síndrome dos ovários policísticos pode ser completamente neutralizada com o uso de anticoncepcionais, mas não basta a mulher
escolher uma pílula. É preciso tomar medicamentos específicos e ser acompanhada com regularidade por um médico, que a esteja sempre reavaliando.
Nos homens, a disfunção hormonal pode levar a problemas como a andropausa e a infertilidade devido à secreção inadequada de testosterona, uma alteração que pode ocorrer em qualquer idade, mas que é mais frequente após os
40 anos de idade. Muitas vezes não é necessário realizar nenhum tratamento,
pois os sintomas são sutis (MELO, 2013).
A andropausa não é considerada uma doença, mas sim uma fase onde aparecem alterações na vida do homem, na faixa etária dos 50 aos 70 anos de idade.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Se deve ao fato de uma diminuição na produção dos hormônios masculinos,
gerando alterações sexuais e físicas, como diminuição do desejo sexual e flacidez muscular. Para passar melhor por esta fase, o homem deve ter uma alimentação adequada, praticar esportes, ter um repouso adequado e, em alguns
casos, um apoio psicoterápico (MELO, 2013).
Para diminuir as alterações hormonais na andropausa e menopausa sugerese dar preferência a alimentos orgânicos e aos ricos em fitohormônios como
o Inhame e a Soja.
2.4 Hipertensão
Quando se afirmar que uma pessoa tem hipertensão crônica ou pressão alta,
significa que sua pressão arterial média é maior que o limite superior da medida que é aceita como normal. A pressão arterial média acima de 110 mmHg (o
valor normal é de cerca de 90 mmHg) é considerado hipertensiva. Na hipertensão grave, a pressão arterial média pode se elevar para 150 a 170 mmHg,
com pressão diastólica de até 130 mmHg e pressão sistólica atingindo ocasionalmente até 250 mmHg (GUYTON, 2006).
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é quando a pressão que o sangue
exerce na parede das artérias para se movimentar é muito forte, ficando acima dos valores considerados normais, um problema grave de saúde pública
no Brasil e no mundo. É dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo
responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral,
por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em combinação com o
diabete, 50% dos casos de insuficiência renal terminal (BRASIL, 2006)
Segundo Brasil (2006), geralmente a hipertensão não tem causa conhecida ou
definida, no entanto, existem fatores considerados de risco que podem favorecer o seu aparecimento, é uma doença crônica que, se não controlada, pode
ser causa de várias doenças. A principal relevância da identificação e controle
da hipertensão arterial sistêmica reside na redução das suas complicações,
tais como:
• Doença cérebro vascular;
• Doença arterial coronariana;
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• Insuficiência cardíaca;
• Doença renal crônica;
• Doença arterial periférica.
Ainda de acordo com o mesmo autor os profissionais de saúde da rede básica
têm uma importância extrema nas estratégias de controle da hipertensão arterial, quer na definição do diagnóstico clínico e da conduta terapêutica, quer
nos esforços requeridos para informar e educar o paciente hipertenso quanto
de fazê-lo seguir corretamente o tratamento (BRASIL, 2006).
É preciso ter em mente que a sustentação da motivação do paciente em não
abandonar o tratamento é talvez uma das batalhas mais árduas que profissionais de saúde enfrentam em relação ao hipertenso. Junto a esse fato ressalta-se que uma grande parte de pacientes hipertensos apresenta outras comorbidades, como diabetes, dislipidemia e obesidade, o que traz implicações
importantes no que diz respeito ao gerenciamento das ações terapêuticas necessárias para o controle de uma gama de condições crônicas, cujo tratamento
exige perseverança, motivação e educação permanente (BRASIL, 2006).
Ações para melhorar a qualidade da assistência podem ser por exemplo:
• Identificação das áreas e situações de risco individual e coletivo;
• Encaminhamento das pessoas aos serviços de saúde sempre que necessário;
• Orientações ao usuário, condizentes com as informações a serem repassadas pela equipe de saúde;
• Acompanhamento da situação de saúde dos usuários (monitoramento do
peso, aferição de pressão arterial, rastreamento de glicemia) ajudá-las a
efetivar resultados positivos;
• Reavaliação da situação de saúde.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Figura 10: Prevenção contra hipertensão arterial.
Fonte: http://www.lbv.org/lbv-e-prevencao-contra-hipertensao-arterial. Acesso em 19/10/2014.
2.5 Hipotensão
Hipotensão ou baixa pressão sanguínea acontece quando a pressão do sangue durante e depois de cada batimento cardíaco é muito mais baixa do que
o normal. Isso significa que o coração, cérebro e outras partes do corpo não
recebem sangue suficiente.
A pressão sanguínea que está no limite mais baixo para uma pessoa pode
ser normal à outra pessoa. As pressões sanguíneas mais habituais variam de
90/60 milímetros de mercúrio (mm Hg) a 130/80 mm Hg. Entretanto uma
queda significativa, mesmo de até 20 mm Hg, pode causar problemas em
algumas pessoas.
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A hipotensão, de maneira especial quando ocorre após o indivíduo se levantar, é uma condição na maioria das vezes reversível em pessoas idosas. Ela
pode causar tonteira e síncope, que são dificuldades comuns em pacientes
idosos e que podem ser provenientes de outras causas que não a hipotensão.
São três os principais tipos de hipotensão:
• Hipotensão ortostática, incluindo hipotensão ortostática pós prandial;
• Hipotensão neuralmente mediada;
• Hipotensão severa causada por perda súbita de sangue (choque), infecção
ou reação alérgica grave.
A hipotensão ortostática é causada por uma mudança súbita na posição do
corpo, frequentemente ao se levantar. Esse tipo de hipotensão na maioria das
vezes dura apenas alguns segundos ou minutos. Se esse tipo de hipotensão
ocorrer após alguma refeição, é chamada hipotensão ortostática pós-prandial.
Essa forma acomete mais frequentemente adultos mais velhos, aqueles com
alta pressão sanguínea e pessoas com doença de Parkinson.
A hipotensão neural mediada acomete com maior frequência adultos jovens e
crianças. Acontece quando uma pessoa esteve em pé por muito tempo. Crianças na maioria das vezes superam esse tipo de hipotensão quando crescem.
A pressão sanguínea baixa é frequentemente causada por drogas, como:
• Álcool;
• Medicamentos antiansiolíticos;
• Alguns antidepressivos;
• Diuréticos;
• Medicamentos para o coração, incluindo aqueles usados para tratar pressão sanguínea alta e doença cardíaca coronariana;
• Medicamentos usados para cirurgia;
• Analgésicos.
Outras causas de pressão baixa incluem:
• Diabetes em estágio avançado;
• Anafilaxia (uma resposta alérgica potencialmente fatal);
• Alterações no ritmo cardíaco (arritmias);
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• Desidratação;
• Desmaio;
• Ataque cardíaco;Insuficiência cardíaca;
• Choque (a partir de infecção grave, derrame, anafilaxia, perda de sangue
ou ataque cardíaco).
Sintomas de Hipotensão
Os sintomas podem incluir:
• Visão borrada;
• Confusão;
• Tontura;
• Desmaio;
• Sonolência;
• Fraqueza;
Papel do Agente Comunitário de Saúde:
• Escutar e acolher o usuário;
• Realizar ações de educação em saúde;
• Auxiliar na identificação de áreas e situações de risco individual e coletivo;
• Encaminhar as pessoas aos serviços de saúde sempre que necessário;
• Orientar o usuário, de acordo com as instruções da equipe de saúde;
• Acompanhar a situação de saúde dos usuários, orientando sobre os sinais
de alerta.
Síncope: é definida como uma perda transitória e autolimitada da consciência, seguida de recuperação espontânea sem intervenção terapêutica, e habitualmente acompanhada de perda do tônus postural.
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2.6 Diabetes
Ao findar a década de 1980, a prevalência de diabetes em indivíduos entre
30 e 69 anos que residiam em grandes áreas metropolitanas era de 7,6%; a
prevalência de diabetes relatada era de 4,1%. Segundo os dados mais recentes
e nacionalmente representativos referentes a brasileiros de 20 anos de idade
ou mais mostram um aumento do diabetes relatado, de 3,3% em 1998 para
5,3% em 2008. A atual epidemia de obesidade e o acesso mais fácil a testes
diagnósticos explicam grande parte desse aumento (SCHIMID, et al., 2011).
Tem como caraterísticas a diabetes por ser um grupo de doenças metabólicas com hiperglicemia e associadas a complicações,
disfunções e carência de múltiplos órgãos, principalmente olhos,
rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Podendo ter
como resultado defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, como exemplo, a
destruição das células beta do pâncreas que são as produtoras de
insulina, resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da
insulina, entre outros (BRASIL, 2006).
Segundo Schimid (2011), o pareamento de dados com o Sistema de Informações de Mortalidade mostra a carga de mortalidade atribuível ao diabetes: a
mortalidade padronizada por idade e gênero em indivíduos com diabetes foi
57% mais alta que na população em geral. Do total de mortes, 38% foram
causadas por doença cardiovascular, 6% por doença renal e 17% foram codificadas como complicações múltiplas ou outras complicações crônicas decorrentes do diabetes. Somente 2% foram causadas por complicações agudas
do diabetes.
O diabetes junto com a hipertensão arterial, no Brasil, é responsável pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações,
de amputações de membros inferiores e representa ainda 62,1%
dos diagnósticos primários em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à diálise. É importante ressaltar que já
existem informações e evidências científicas suficientes para
prevenir e/ou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicações e que as pessoas e as comunidades têm acesso a esses
cuidados (BRASIL, 2006).
Os mais frequentes tipos de diabetes são: o diabetes tipo 1, antes conhecido como diabetes juvenil, que abrange cerca de 10%
do total de casos; e o diabetes tipo 2, anteriormente conhecido
como diabetes do adulto, que compreende cerca de 90% de todos os casos. Outro tipo de diabetes encontrado com grande frequência e cuja etiologia ainda não está esclarecida é o diabetes
gestacional, que maioria das vezes é um estágio pré-clínico de
diabetes, detectado no rastreamento pré-natal (BRASIL, 2006).
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Diabetes tipo 1
Segundo Ministério da Saúde (2006), a classificação tipo 1 indica destruição
da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência integral de
insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte.
De acordo com Guyton (2006), determinadas circunstâncias, pode haver uma
tendência hereditária para a degeneração das células beta, até mesmo na falta
de infecções virais e distúrbios auto imunes. O início frequente do diabetes
tipo I ocorre por volta dos 14 anos de idade nos Estados Unidos, e por este
motivo é frequentemente conhecido de diabetes melito juvenil. O diabetes
tipo I pode se desenvolver de modo muito abrupto, num período de poucos
dias ou semanas com três principais sequelas:
• Glicose sanguínea aumentada;
• Aumento da utilização dos lipídios como fonte de energia e para formação do colesterol para o fígado;
• Depleção das proteínas do organismo.
Células beta: Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta. A
função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células
do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. Depleção: é a diminuição de um líquido num órgão.
O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente
progressiva, principalmente em crianças e adolescentes, ou de forma lentamente progressiva, geralmente em adultos, conhecida como LADA, que é
uma doença auto imune latente em adultos. Esse tipo de diabetes, mesmo que
se assemelhando clinicamente ao diabetes tipo 1 auto imune, muitas vezes é
erroneamente classificado como tipo 2 pelo seu aparecimento tardio. Estima-se que entre 5/10% dos pacientes inicialmente considerados como tendo
diabetes tipo 2 podem, de fato, ter LADA (BRASIL, 2006).
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O tratamento de Diabetes tipo I é administrar insulina suficiente, de modo que
o paciente venha exibir um metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas
tão normal quanto for possível. A insulina é disponível em diversas formulações (GUYTON, 2006).
Diabetes tipo 2
Segundo Guyton (2006), o diabetes tipo II é mais comum que o tipo I, correspondendo a cerca de 90% da totalidade dos casos de diabetes. Na maior parte
dos casos, o início do diabetes tipo II acontece depois dos 30 anos de idade,
e a evolução da doença é gradativa. Portanto, a síndrome é frequentemente
denominada como diabetes do adulto. Nos últimos anos, contudo ouve um
aumento sistemático no número de indivíduos mais jovens, alguns com idade
inferior a 20 anos, com diabetes tipo II. Essa tendência tem relação principal
ao aumento da prevalência da obesidade, que é o fator de risco mais importante para o diabetes tipo II em crianças assim como adultos.
Segundo o mesmo autor, em muitas circunstâncias o diabetes tipo II pode ser
tratado com grande eficácia, pelo menos nos estágios iniciais, com exercícios,
restrições calóricas e redução de peso, não tendo necessidade da administração exógena de insulina. No entanto, nos estágios mais avançados do diabetes tipo II, a administração de insulina é geralmente necessária para controle
da glicemia.
Características dos pacientes com diabetes tipo I e diabetes tipo II de acordo
com Guyton (2006):
Tabela: de características dos pacientes com diabetes
Características
Diabetes tipo I
Idade na apresentação Geralmente < 20 anos
Diabetes tipo II
Geralmente > 30 anos
Massa Corporal
Pequena (consumida) ou normal Obeso
Insulina Plasmática
Baixa ou ausente
Inicialmente de normal a elevada
Glucagon plasmático Elevado pode ser suprimido
Elevado resistente a supressão
Glicose plasmática
Aumentada
Aumentada
Sensibilidade
à Insulina
Normal
Reduzida
Terapia
Insulina
Perder peso, tiazolinedionas, metformina, sulfoniluréias, insulina
Fonte: Brasil (2006).
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Diabetes gestacional
É a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de variada intensidade, geralmente se resolvendo no período após o parto, podendo retornar anos depois
em grande parte dos casos. Seu diagnóstico é controverso. É recomendado
pela organização mundial da saúde detectá-lo com os mesmos procedimentos
diagnósticos empregados fora da gravidez, considerando como diabetes gestacional valores referidos fora da gravidez como referentes de diabetes ou de
tolerância à glicose diminuída (BRASIL, 2006).
De acordo com Ministério da Saúde (2006) cerca de 80% dos casos de diabetes tipo II podem ser atendidos na grande maioria na atenção básica, enquanto
que os casos de diabetes tipo I demandam maior colaboração com especialistas em função da complexidade de seu acompanhamento. Em todos os casos,
a coordenação do cuidado dentro e fora do sistema de saúde é responsabilidade da equipe de atenção básica.
Está bem demonstrado hoje, que a prevenção de indivíduos em alto risco ou
com tolerância à glicose diminuída pode prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do diabetes tipo II. Mudanças de estilo de vida, por exemplo, reduziram em 58% a incidência de diabetes em 3 anos. Essas mudanças visavam
discreta redução de peso, manutenção do peso perdido, aumento da ingestão
de fibras, restrição energética moderada, restrição de gorduras, especialmente
as saturadas, e aumento de atividade física regular (BRASIL, 2006).
As pessoas com alto risco de desenvolver diabetes, incluindo as mulheres
que tiveram diabetes gestacional, devem fazer investigação laboratorial recorrente para avaliar sua regulação glicêmica. A caracterização do risco é
feita de modo semelhante àquela feita para suspeita de diabetes assintomático
(BRASIL, 2006).
Abaixo, são descritas atribuições para os agentes comunitários de saúde sugeridas pelo Ministério da Saúde (2006), nos cuidados aos pacientes com
diabetes:
a. Esclarecer a comunidade, através, de ações individuais e ou coletivas,
sobre fatores de risco para diabetes e as doenças cardiovasculares, orientando sempre sobre as medidas de prevenção.
b. Orientar a comunidade a respeito da importância das mudanças no estilo
de vida, ligadas à alimentação e à prática de atividade física diariamente.
c. Identificar, na população, a partir dos fatores de risco, membros da comunidade com maior risco para diabetes tipo 2, orientando-os a procurar
a unidade de saúde para definição do risco pelo enfermeiro e ou médico.
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d. Historiar em sua ficha de acompanhamento o diagnóstico de diabetes de
todos os membros da família.
e. Encorajar uma relação entre paciente e equipe colaborativa com participação ativa dos pacientes e, dentro desse assunto, ajudar o paciente seguir
as orientações alimentares de atividade física e de não fumar, bem como
de tomar os medicamentos de maneira correta.
f. Estimular que a comunidade se organizem em grupos de ajuda recíproca,
como por exemplo, grupos para atividades físicas, trocas de receitas, técnicas de autocuidado, entre outros.
g. Interrogar a presença de sintomas de elevação e queda do açúcar no sangue aos pacientes acometidos com a diabetes identificado e encaminhar
para consulta extra.
h. Conferir o comparecimento dos pacientes com diabetes às consultas agendadas na unidade de saúde e procurar os pacientes faltosos.
Papel do agente comunitário de saúde:
• Identificar áreas e situações de risco individual e coletivo;
• Encaminhar as pessoas aos serviços de saúde sempre que necessário;
• Orientar as pessoas de acordo com as instruções da equipe de saúde;
• Acompanhar a situação de saúde das pessoas, para ajudá-las a conseguir
bons resultados;
• Identificar pessoas que estão com peso acima da média e vida sedentária
com ou sem uso do tabaco ou do álcool;
• Verificar se o paciente tem algum “machucado” nos membros.
Resumo
Nesta aula conceituamos os seguintes temas:
• O que são os agravos não transmissíveis;
• Quais são as principais doenças crônicas não transmissíveis;
• Câncer;
• Doenças respiratórias crônicas;
• Diabetes;
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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• Distúrbios hormonais;
• Distúrbios ósseos e articulares;
• Prevenção e controle dos agravos não transmissíveis;
• Descontrole hormonal;
• Hipertensão;
• Hipotensão;
• Diabetes.
1. Falando sobre agravos não transmissíveis, conceitue e descreva quais são
as principais doenças.
2. Pesquise qual os câncer é de maior ocorrência nos homens e qual é o da
mulher e como você no trabalho de agente de saúde pode informar e ajudar a sua comunidade.
3. Das doenças estudadas na aula, escolha duas que você mais conhece e
com suas palavras conceitue e descreva como é feita a prevenção das
mesmas.
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Aula 3 – Transmissibilidade das Doenças
3.1 Introdução
A partir de agora, vamos falar sobre as diversas formas de transmissão das
doenças, dos vetores que transmitem as doenças e as vias de penetração das
mesmas.
3.2 Conceito de transmissibilidade das doenças
O Ministério da Saúde (2012) entende transmissão como a transferência de
um agente etiológico animado de um reservatório ou fonte de infecção para
um novo hospedeiro suscetível. A transmissão pode acontecer de duas formas
direta ou indireta:
Transmissão direta é a transferência rápida do agente etiológico, sem a interferência de veículos. Ela pode ocorrer de duas formas distintas:
• Transmissão direta imediata: transmissão direta em que possui um contato físico entre o reservatório ou fonte de infecção e o novo hospedeiro
suscetível.
• Transmissão direta mediata: transmissão direta em que não há contato
físico dentre o reservatório ou fonte de infecção e o novo hospedeiro.
Transmissão indireta consiste na transferência do agente etiológico por meio
de veículos animados ou inanimados. A fim de que a transmissão indireta
possa acontecer, se torna essencial que:
• Os agentes estejam capazes de sobreviver fora do organismo durante certo tempo;
• Existam veículos que transportem os microrganismos ou parasitas de um
lugar a outro.
É caracterizado por veículo o ser animado ou inanimado que transporta um
agente etiológico. Não são consideradas como veículos as secreções e excreções da fonte de infecção, que são, na realidade, uma substância no qual os
microrganismos são eliminados.
A transmissão indireta por veículo animado ou vetor é aquela que se dá por
meio de um artrópode que transfere um agente infeccioso do reservatório ou
fonte de infecção para um hospedeiro suscetível. Este artrópode pode comportar-se como:
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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• Vetor biológico: vetor no qual se passa, obrigatoriamente, uma fase do desenvolvimento de determinado agente etiológico; erradicando-se o vetor
biológico, desaparece a doença que ele iria transmitir. Os anofelíneos que
transmitem a malária são exemplos desse tipo de vetor;
• Vetor mecânico: vetor acidental que constitui exclusivamente uma das
modalidades da transmissão de algum agente etiológico. Para sua erradicação retira apenas um dos componentes da transmissão da doença. Temos como exemplos às moscas, que podem transmitir agentes eliminados
pelas fezes, à medida que os transportam em suas patas ou asas depois de
pousarem em matéria fecal.
Artrópodes: São chamados de artrópodes todos os animais invertebrados
que têm o corpo com partes articuladas, como as patas ou pernas. Esse filo de
animais é o mais diversificado do planeta, com mais de um milhão de espécies conhecidas.
A transmissão indireta por veículo inanimado é aquela que se dá por meio de
um ser inanimado que transporta um agente etiológico. Esses veículos inanimados são:
• Água;
• Ar;
• Alimentos;
• Solo.
Entende-se por vias de penetração o movimento pelo qual o agente se introduz no novo hospedeiro. A via de penetração oferece acesso a tecidos nos
quais o agente pode multiplicar-se ou local onde a toxina, por ele produzida,
vai agir. Repetidas vezes, as vias de eliminação e de penetração não mudam.
As vias mais importantes são:
• Trato respiratório;
• Trato digestivo;
• Trato urinário;
• Pele, mucosas e secreções.
e-Tec Brasil
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Resumo
Estudamos nessa aula:
• Conceito de transmissibilidade das doenças;
• O que é transmissão direta mediata e imediata;
• Transmissão indireta;
• Vetor biológico;
• Vetor mecânico;
• Formas de transmissibilidade.
1. Diferencie as 2 formas de transmissão das doenças estudadas nesta aula.
2. Conceitue vetor biológico e vetor mecânico.
3. Quais são as formas de transmissibilidade das doenças.
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Aula 4 – Transmissão, prevenção e controle das doenças transmissíveis
4.1 Introdução
Nesta aula, veremos sobre as doenças transmissíveis, suas formas, como são
transmitidas, como é feito o controle das doenças e sobre a prevenção das
mesmas.
4.2 Doença transmissível
É uma doença causada por um agente infeccioso específico, ou seus produtos
tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos,
de uma pessoa ou animal infectado ou de um reservatório a um hospedeiro
suscetível, direta ou indiretamente mediante um hospedeiro intermediário,
de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado.
A expressão doença transmissível pode ser resumida como doença cujo agente etiológico é vivo e é transmissível. São doenças transmissíveis aquelas em
que o organismo parasitante pode migrar do parasitado para o sadio, havendo
ou não uma fase intermediária de desenvolvimento no ambiente.
Hepatite A
É um dos tipos de hepatite cuja incidência vem crescendo progressivamente,
em virtude das precárias condições de higiene e saneamento básico existentes
em muitas cidades brasileiras. A ocorrência da doença é também observada
em instituições fechadas, como quartéis, creches e escolas cuja fonte de água
é comum, como por exemplo na preparação dos alimentos. A transmissão
ocorre pelo contágio fecal oral, ou seja, pelo consumo de água e alimentos
contaminados pelas fezes de doentes. Após a entrada do vírus causador da
hepatite A, no organismo, a doença pode tornar-se visível entre 15 e 45 dias,
em média, 30 dias (BRASIL, 2002).
O diagnóstico da hepatite é feito tendo como base o exame clínico, que permite identificar o tipo e estágio da hepatite apresentada pelo indivíduo. Seu
tratamento é sintomático, prescrevendo-se repouso relativo e dieta pobre em
gorduras até a melhora do quadro e a reversão das alterações nas provas de
função hepática (BRASIL, 2002).
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Hepatite B
No Brasil, são consideradas áreas endêmicas para a hepatite B o estado do
Espírito Santo, a região oeste do estado de Santa Catarina e os estados integrantes da Amazônia Legal. O agente infeccioso da doença é o vírus HBV,
que infecta o homem, seu reserva- tório natural. A transmissão acontece por
meio de solução de continuidade da pele ou mucosas, em contato com o sangue e diversos fluidos corpóreos como sêmen, secreção vaginal e saliva dos
doentes ou portadores (BRASIL, 2002).
São muitas as situações que possibilitam a transmissão do vírus, tais como
relação sexual, uso de seringas e agulhas compartilhadas que costuma ocorrer
no caso de usuários de drogas, transfusão de sangue e seus derivados quando
fora da indicação técnica, métodos odontológicos, cirúrgicos e de hemodiálise, quando não são respeitadas as normas de biossegurança. Já a transmissão vertical se verifica, especialmente, no período perinatal, durante o parto.
(BRASIL, 2002).
Os sinais e sintomas característicos são: mal estar, dor de cabeça, febre, náuseas e vômitos, sucedendo também dor abdominal, icterícia, fezes esbranquiçadas, aumento do fígado, urina escurecida e aumento do baço. A confirmação diagnóstica é realizada laboratorialmente, através de exame de sangue
com a identificação dos marcadores sorológicos virais para a hepatite (BRASIL, 2002).
Segundo Ministério da Saúde (2002), após notificado um caso suspeito ou
confirmado, prontamente devem ser tomadas providências de acordo com o
sistema de vigilância epidemiológica.
Pelo risco do contágio da hepatite B por exposição ocupacional a sangue e
materiais potencialmente infectantes, se faz necessário que os profissionais
de saúde sejam vacinados, além de orientados para que utilizem as precauções padrão quando da execução dos procedimentos (BRASIL, 2002).
Poliomielite
Também conhecida como paralisia infantil, pode ser ocasionada por três tipos
de poliovírus: I, II e III. A transmissão ocorre, principalmente, por contato
direto de pessoa a pessoa. A principal porta de entrada dos vírus é a boca. A
transmissão oral acontece através das gotículas de muco da orofaringe que
são expulsas pela tosse, fala ou espirro. Porém, a água e os alimentos contaminados com fezes de doentes ou portadores também são considerados formas de transmissão do polivírus (BRASIL, 2002).
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O tempo de incubação é de 2 a 30 dias, mas em geral varia de 7 a 12 dias. O
doente apresenta, inesperadamente, deficiência motora, além de febre e flacidez muscular assimétrica, sendo afetados, principalmente, os membros inferiores. Contudo, a doença pode apresentar assintomática ou não aparente em
cerca de 90% a 95% dos casos, podendo ser confundida com outros distúrbios
que comprometem o sistema nervoso (BRASIL, 2002).
Não há tratamento específico após a instalação do quadro de poliomielite.
Nestes casos, é de extrema importância detectar a doença precocemente, pois
além da prática de medidas de vigilância epidemiológica se torna indispensável uma rápida intervenção para que o doente tenha o suporte indispensável
para evitar danos maiores. De uma forma geral, os acometidos pela paralisia
infantil e seus familiares precisam de acompanhamento rotineiro da equipe
de saúde, com atuação de profissionais de múltiplas áreas, possibilitando um
atendimento integral e de acordo com as reais necessidades dos acometidos
com a doença e seus familiares (BRASIL, 2002).
Tétano
O tétano é uma doença infecciosa aguda, não contagiosa, relativamente comum nos países denominados subdesenvolvidos, que normalmente possuem
cobertura vacinal baixa. Tem como agente etiológico o Clostridium tetani, um
bacilo anaeróbio cujo reservatório é o trato intestinal do homem e de animais, o
solo ou algum objeto perfuro cortante contendo os esporos (BRASIL, 2002).
O tempo de incubação modifica de acordo com a extensão, natureza e localização da ferida, levando em média de 2 a 21 dias. A transmissão acontece pela
introdução dos esporos do agente patogênico no ferimento, especialmente
do tipo perfurante, contaminado com terra, poeira e fezes de animais, podendo
também ser causado por queimaduras e ferimentos necrosados (BRASIL, 2002).
Tétano neonatal
É conhecido também como “mal de sete dias”. Seu registro é maior em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, especialmente pela precariedade ou ausência de acompanhamento pré-natal, impossibilitando o controle
vacinal da gestante, incluindo a vacina contra o tétano. Uma gestante não
vacinada não tem anticorpos maternos para transferir ao filho, tornando assim susceptível à doença depois do nascimento. Para o adequado controle da
doença é de extrema importância que as mulheres em idade fértil fiquem com
a imunização contra o tétano sempre atualizada e que o atendimento pré-natal
seja garantido a todas as gestantes.
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Coqueluche
Causa da doença se dá pela bactéria Bordetella pertussis, cujo exclusivo reservatório é o homem, não havendo portadores crônicos assintomáticos. A
Sua transmissão acontece pelo contato direto pessoa a pessoa, por meio de
secreções da nasofaringe, eliminadas pela tosse, espirro ou fala. Em seguida
a entrada da B. pertussis que acontece pelas vias aéreas superiores, a bactéria
se adere à mucosa do trato respiratório (BRASIL, 2002).
Segundo Ministério da Saúde (2002), visando o controle da doença, a vacinação deve ser realizada em todos os indivíduos susceptíveis, idêntica à rotina
da rede básica de saúde. Crianças expostas ao risco de adoecimento, especialmente as que estão com o esquema vacinal incompleto, precisam ser observadas durante 14 dias, na busca de sintomas respiratórios (BRASIL, 2002).
Difteria
Também conhecida como crupe, tem como agente causador a bactéria
Corynebacterium diphteriae. A manifestação clínica mais descrita é a presença da pseudomembrana branco acinzentada que tende surgir nas amígdalas
e invadir as estruturas vizinhas. Pode também se estender às fossas nasais,
traquéia, brônquios e em limitadas vezes na pele, conjuntiva ocular e mucosa
vaginal. Nos casos de maior gravidade, há intenso edema no pescoço, com o
crescimento dos gânglios linfáticos presentes nessa região (BRASIL, 2002).
As complicações mais aparentes após o acometimento por coqueluche são
pneumonia por B. pertussis, ativação de tuberculose latente, ruptura de diafragma, otite média e apneia. As neurológicas que aparecem com mais frequência são encefalopatia aguda, convulsões, coma, hemorragias cranianas,
estrabismo e surdez (BRASIL, 2002).
Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão se dá por contato direto com
doentes ou portadores da bactéria, através das secreções da nasofaringe, que
penetram no organismo pelas vias aéreas superiores. Para controle da transmissão, é imprescindível administrar o toxóide diftérico em toda a população
exposta ao risco, nas pessoas não vacinadas e nas inadequadamente vacinadas
ou com estado vacinal não conhecido. Precisam ser adotadas medidas de precaução respiratória para os doentes e seus comunicantes, até que duas culturas de secreção de nasofaringe e orofaringe não acuse a presença da bactéria
diftérica.
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Meningite
Tem característica de ser causada por diversos microrganismos como vírus,
fungos e bactérias, mas para a saúde coletiva as de maior evidência são as
meningites bacterianas por Haemophilus influenzae do tipo B, tuberculosa e
a meningocócica (BRASIL, 2005).
A transmissão acontece de pessoa a pessoa, por meio de gotículas e secreções
da nasofaringe. Os sintomas, inesperadamente iniciados, são: febre, dor de
cabeça intensa, náuseas, vômitos, rigidez de nuca e, algumas vezes, petéquias
(BRASIL, 2005).
O diagnóstico é realizado através de exames laboratoriais e clínicos. Seu tratamento consiste na administração de antibióticos e exige hospitalização do
doente e precaução respiratória. Como forma de prevenção, se recomenda
toda a rotina do calendário de vacinação:
– vacina BCG, que previne a acontecimento da tuberculose e de sua forma
mais grave, a meningite tuberculosa;
– vacina anti-Hib, previne a infecção pelo Haemophilus influenzae do tipo b;
– vacina antimeningocócica, utilizada exclusivamente em situações de surto,
previne a infecção por alguns tipos de meningococos, em especial os tipos A,
B e C (BRASIL, 2005).
Febre amarela
Caracterizada como uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus amarílico, encontrado especialmente em regiões de mata. Pode ocorrer sob duas
formas:
– febre amarela silvestre, cujos vetores são os mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes;
– febre amarela urbana, que tem como vetor o mosquito Aedes aegypti e o
como hospedeiro principal o homem (BRASIL, 2002).
A febre amarela urbana foi extirpada no Brasil em 1942, quando foi notificada
pela última vez no município de Serra Madureira, no Acre. Em 2000 e 2001,
registraram-se surtos de febre amarela silvestre em áreas onde a doença não
tinha registo há praticamente 50 anos. O fato levou as autoridades sanitárias a
redefinir os limites das áreas de risco para sua transmissão (BRASIL, 2002).
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A transmissão acontece pela picada do mosquito infectado pelo vírus da febre
amarela e após três ou seis dias a pessoa pode começar a apresentar sinais da
doença. O sangue do doente é descrito como infectante para o mosquito cerca
de 24 a 48 horas antes do aparecimento dos sintomas e de três a cinco dias
após o início da doença (BRASIL, 2002).
A prevenção se dá pela vacina contra a febre amarela que deve ser aplicada
em toda a população residente na área endêmica e na área de transição, além
de ser também aconselhada para os viajantes que se deslocam para essas áreas
de risco (BRASIL,2002).
Rubéola
A Rubéola foi durante anos considerada como doença de criança, de pouca
importância. Esse conceito vem mudando em vista da frequência de complicações por ela causadas, principalmente a síndrome da rubéola congênita, que
afeta recém-nascidos e cujo risco é associado ao acometimento da gestante
durante a gestação. A transmissão acontece de pessoa a pessoa, pelo contato
direto com as secreções nasofaríngeas de indivíduos infectados. O período de
incubação muda de 14 a 21 dias ou de 12 a 23 dias (BRASIL, 2002).
A rubéola manifesta-se pelo aparecimento de manchas avermelhadas na pele,
com elevação eruptiva que termina em descamação. Primeiramente, essas
manchas surgem na face, pescoço e couro cabeludo, espelhando em seguida
para o restante do corpo (BRASIL, 2002).
Figura 11: Paciente com sintomas de Rubéola.
Fonte: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/rubella.html. Acesso em 21/10/2014.
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Não há tratamento específico para a rubéola, uma vez que na maior parte
dos casos regride espontaneamente. O tratamento prescrito é sintomático, ou
significado, que as medicações, quando necessárias, visam aliviar os sintomas.
Quanto as medidas preventivas existem a vacina específica antirubéola monovalente e a vacina tríplice viral, também conhecida como MMR (BRASIL,2002).
Sarampo
Sua causa é um vírus, cuja transmissão acontece de pessoa a pessoa através
de secreções nasofaríngeas expelidas pela tosse, fala, respiração e espirro. É
no seu período de incubação, que varia de 7 a 18 dias, sendo em média de 10
dias, que o sarampo é contagioso e transmissível (BRASIL, 2002).
Em decorrência do período de incubação, o sarampo caracteriza-se por febre,
tosse seca, coriza, lacrimejamento e fotofobia. Observa-se também o aparecimento de hiperemia da mucosa oral e manchas de Koplik. Por volta do quarto
dia da doença, surge o exantema e a tosse passa a ser recorrente. A principal
forma do diagnóstico é através de exame clínico. O tratamento é para os sintomas, não havendo nada específico a ser prescrito.
Após a notificação de um caso suspeito, devem-se tomar medidas de acordo
as orientações do sistema de vigilância (BRASIL, 2002).
Caxumba
Ainda de acordo com Ministério da Saúde (2002), é uma doença viral aguda,
caracterizada pela inflamação das glândulas salivares e sua transmissão ocorre através do contato direto com secreções nasofaríngeas das pessoas infectadas. O período de incubação dura 12 a 25 dias, sendo em média de 18 dias.
A vacina é também conhecida como MMR, sua sigla inglesa, que significa
Measles, Mumps e Rubella (sarampo, caxumba e rubéola). A caxumba não é
doença de notificação compulsória, mas, ao ser diagnosticada, é de extrema
importância manter vigilância sobre o caso.
Varicela
Também conhecida como catapora, é uma doença infectocontagiosa causada
por vírus. É altamente contagiosa, com incidência maior em crianças de
2 a 10 anos. O vírus varicela zoster é transmitido por contato direto, por
inalação de gotículas de secreção respiratória ou de aerossóis nos quais
se encontram os vírus liberados das lesões cutâneas dos acometidos pela
mesma (BRASIL, 2002).
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O período de incubação tem variação de 10 a 21 dias após o contágio. A transmissão da doença para outros indivíduos susceptíveis ocorre de 1 a 2 dias antes do aparecimento das vesículas e até 6 dias depois, enquanto tiver sinais de
lesões úmidas. Como sintomas da varicela estão: febre e erupções de pele que
iniciam como máculas, evoluindo para vesículas e, posteriormente, crostas.
As lesões prevalecem na cabeça, face e tronco e são seguidas de mal-estar,
inapetência e prurido (BRASIL, 2002).
Raiva humana
A raiva humana é uma doença de extrema preocupação para os serviços de
saúde, pois é 100% letal. É ocasionada por vírus e transmitida ao homem
por intermédio da saliva, por ocasião de mordidas, arranhões ou lambeduras
de ferimentos ou mucosas por animais infectados, doentes ou não, dentre os
quais se incluem cães, gatos, macacos e outros primatas, morcegos e bovinos
(BRASIL, 2002).
O período denominado de incubação é muito modificável e imprevisível, os
sintomas podem aparecer em menos de uma semana até 1 ano ou mais no
homem; e entre 10 dias a dois meses, no cão. O acometido pela doença relata
diminuição da sensibilidade no local da lesão e queixa-se de mal estar geral,
dor, cefaléia e febre. Com o agravamento do quadro, ocorrem crises convulsivas, excitabilidade diante de estímulos luminosos ou sonoros, dilatação das
pupilas e sudorese. A forma mais eficiente de prevenir a ocorrência de agravo
tão sério é a imunoprofilaxia, realizada nos animais e nos humanos (BRASIL, 2002).
O controle da doença abrange ações para restringir o número de animais de
rua, que devem ser recolhidos para abrigos apropriados. No meio rural, estimula-se a identificação de criadouros de morcegos, para que os mesmos
possam ser destruídos. Nos locais onde é comum as pessoas conviverem em
grandes áreas verdes, as equipes de saúde precisam orientá-las quanto ao risco de serem agredidas por micos e macacos (BRASIL, 2002).
Doença de Chagas
É causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido por insetos do
gênero dos triatomídeos, especificamente o Triatoma infestans ou Triatoma
brasiliensis, também conhecido como barbeiros ou chupões, que instalam
suas tocas nas paredes das casas feitas de pau-a-pique. Infectado, o barbeiro
transmitirá o T. cruzi por toda a sua existência. No Brasil, há ampla área territorial com grande incidência de casos, envolvendo desde o Maranhão até o
Rio Grande do Sul, com maior incidência e destaque nos estados de Minas
Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Sergipe e Bahia (BRASIL, 2002).
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A transmissão também pode acontecer pelo sangue de pessoas infectadas,
por meio de injeção, transfusão de sangue ou uso compartilhado de materiais
perfurocortante. Ainda é possível ocorrer transmissão pela placenta ou leite
materno (BRASIL, 2002).
Esquistossomose mansônica
A esquistossomose mansônica é ocasionada pelo parasita Schistosoma mansoni, que tem como vetor o caramujo do gênero Biomphalaria, localizado
em todo o Brasil e presente em águas de rios, lagos e diversas fontes de água
doce. Em seguida à infecção, o indivíduo demora cerca de duas a seis semanas para manifestar os primeiros sintomas e prosseguirá a eliminar os ovos
de esquistossoma pelas fezes desde a quinta semana até anos após ter sido
infectado. O tratamento da esquistossomose é de extrema importância, pois
diminui a carga de parasitas nos indivíduos infectados e previne as complicações da doença. Por isso, quanto mais cedo for começado, melhor. Para tanto,
utiliza-se antiparasitários (BRASIL, 2002).
Os cuidados são voltados para o alívio dos sintomas, especialmente a febre
e as manifestações digestivas, mediante repouso, hidratação, observação da
aceitação da dieta e conservação de ambiente tranquilo. É importante o conhecimento e a participação da população no debate de modos de vida que diminuam a possibilidade de transmissão do parasita, tais como a construção de
fossas e sanitários longe de fontes de água doce consumível (BRASIL, 2002).
Malária
A malária humana é caracterizada doença parasitária que pode ter evolução
rápida e ser grave. Ela pode ser provocada por quatro protozoários do gênero
Plasmodium: Plasmodium vivax, P. falciparum, P. malariae e P. ovale. No
Brasil, somente os três primeiros estão presentes, sendo o P. vivax e o P. falciparum as espécies de maior predomínio (BRASIL, 2007).
A transmissão natural da doença acontece pela picada de mosquitos do gênero
Anopheles infectados com o Plasmodium. Os mosquitos também são conhecidos por anofelinos, dentre diferentes nomes. Após a picada, os parasitos
chegam ligeiramente ao fígado onde se dividem de forma intensa e veloz
(BRASIL, 2007).
A partir desse período, aparecem os primeiros sintomas da doença. A doença
ainda pode ser adquirida por meio do contato direto com o sangue de uma
pessoa infectada, por exemplo, em transfusões de sangue ou transplante de
órgãos ou ainda pelo compartilhamento de seringas entre usuários de drogas
injetáveis (BRASIL, 2007).
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Segundo o Ministério da Saúde (2007), o estabelecimento critérios rigorosos
na seleção de doadores de sangue e órgãos, para impedir que pessoas sejam
infectadas, não só pela malária, mas também por outras doenças como a hepatite e a Aids.
A principal manifestação clínica da malária na fase inicial é a febre, acompanhada ou não de calafrios, tremores, dor de cabeça e dores no corpo. Na
malária a febre, corresponde ao momento em que as hemácias estão se rompendo. A pessoa que adquiriu a doença pode ter, ao mesmo tempo, dentre
outros sintomas, vômitos, diarreia, dor abdominal, falta de apetite, tonteira e
sensação de cansaço (BRASIL, 2007).
As medidas de proteção individual são as formas mais eficazes de prevenção,
considerando-se que ainda não existe uma vacina disponível contra a malária.
O objetivo principal dessas medidas é impedir ou reduzir a possibilidade do
contato do homem com o mosquito transmissor. É importante, além disso,
diminuir ao mínimo possível a extensão das áreas descobertas do corpo com o
uso de calças e camisas de mangas longas. Além disso, as partes descobertas
do corpo devem estar sempre protegidas por repelentes que ainda devem ser
aplicados sobre as roupas (BRASIL, 2007).
Outra medida importante de proteção pessoal é o uso de: repelentes, cortinados e mosquiteiros impregnados com inseticidas sobre a cama, telas em
portas e janelas e inseticida no ambiente onde se dorme. Esses cuidados não
só protegem contra a picada dos mosquitos transmissores da malária, mas,
além disso, contra a picada de outros insetos transmissores de outras doenças
(BRASIL, 2007).
O tratamento da malária nada mais é do que o uso de medicamentos antimaláricos para uma doença que ainda não se contraiu e que não sabemos se vamos
contrair. Em situações específicas, médicos especializados no aconselhamento a viajantes podem prescrever o uso de quimioprofilaxia, que impede a multiplicação do parasito no sangue (BRASIL, 2007).
HIV
É uma DST causada por um vírus denominado HIV. Ele atua extinguindo as
células que fazem a defesa do corpo contra as doenças, os glóbulos brancos. Ao
se contaminar, a pessoa pode não demonstrar, pelo menos por determinado tempo, nenhum sinal ou sintoma. Sendo assim ela é chamada de portadora do HIV
ou soropositiva para HIV. Quando o soropositivo para HIV começa a apresentar
sintomas, se diz então que a pessoa tem Síndrome da Imuno Deficiência (Aids).
Toda e qualquer pessoa pode pegar o HIV: homem ou mulher indiferente da
opção sexual; gente casada ou solteira; criança, moço ou idoso; rico ou pobre.
E independe se a pessoa mora na cidade ou no campo (BRASIL, 2009).
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Segundo o Ministério da Saúde (2009), a transmissão o HIV ocorre de uma
pessoa infectada para outra por meio de quatro líquidos produzidos pelo nosso corpo. Esses líquidos são:
• Sangue;
• Esperma;
• Líquido da vagina;
• Leite do peito da mãe infectada para o bebê.
Figura 12: Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida.
Fonte: http://www.ioc.fiocruz.br/aids20anos/linhadotempo.html. Acesso em 28/10/2014.
A principal, transmissão do vírus se dá por meio das relações sexuais, sem
proteção, por camisinha, sendo assim a Aids também é uma doença sexualmente transmissível.
A melhor forma de proteção é a prevenção, que é feita quando se evita as situações ou comportamentos de risco. As orientações para a prevenção são: ter
relações seguras, ou seja, usar sempre e corretamente a camisinha, em todo
tipo de relação sexual, entre pessoas de sexo diferente ou do mesmo sexo;
Não dividir agulhas e seringas; em caso de suspeita procurar um serviço de
saúde, o mais rápido possível (BRASIL, 2009).
As orientações que deve ser dada para as pessoas portadoras de DST/Aids:
• Não se automedicar;
• Não interromper o tratamento prescrito pelo médico;
• Se não for possível evitar as relações sexuais, utilizar sempre camisinha;
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• Procurar conversar com o companheiro ou companheira sexual sobre a
situação e levá-lo até uma unidade básica de saúde (BRASIL, 2009).
Os soropositivos podem e devem viver normalmente, conservando as mesmas atividades físicas, profissionais e sociais de anteriores ao diagnóstico,
contanto que sejam seguidas as recomendações da equipe de saúde:
• O preservativo precisa ser usado em todas as relações sexuais, mesmo nas
relações onde ambos os parceiros estejam infectados, uma vez que existe
mais de um tipo de vírus do HIV e durante a relação sem preservativo
acontece a contaminação por outros vírus, atrapalhando o tratamento pela
resistência que pode ser obtida aos medicamentos;
• Não é recomendado compartilhar agulhas e seringas nem mesmo com
outras pessoas sabidamente infectadas pelos motivos já mencionados;
• Não doar sangue;
• Comparecer regularmente à unidade básica de saúde para avaliação;
• É importante orientar a família e a comunidade que o convívio com uma
pessoa portadora do HIV deve ser tranquila. Beijos, abraços, manifestações de amor e afeto e dividir o mesmo espaço físico são atitudes a serem
incentivadas e que não oferecem nenhum risco;
• Quanto mais respeito e afeição receber o portador que vive com HIV,
melhor será a resposta com o tratamento;
• O convívio social é de extrema importância para o aumento da autoestima. Por conseguinte, faz com que essas pessoas cuidem melhor da saúde;
• Estimular para que tenha hábitos saudáveis. Tendo necessitar de orientações nutricionais, orientar para procurar a unidade básica de saúde
(BRASIL, 2009).
Além das mesmas orientações dadas à pessoa portadora do vírus HIV, o portador da AIDS, segundo Ministério da Saúde (2009) deve:
• Estimular sempre o paciente a adesão ao tratamento e o uso correto dos
medicamentos;
• Esclarecer que o tratamento é feito com uma combinação de remédios,
denominados antirretrovirais. Esses remédios não curam, mas diminuem
a quantidade de vírus HIV no corpo;
• Informar que o tratamento pode ser feito em casa. O hospital só é indicado quando a pessoa precisa de tratamento especializado, por estar muito
debilitado.
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Seu papel como agente comunitário de saúde, primeiramente e muito importante esclarecer suas dúvidas a respeito da doença para orientar melhor
o portador de HIV ou um doente com Aids, sua família e as pessoas de sua
comunidade sem medo e sem preconceito, prestar informações de forma clara sobre como o serviço de saúde está organizado para o atendimento dos
usuários, ser um educador em saúde, norteando como as pessoas devem se
proteger e que, mesmo a Aids não tendo cura, é possível viver com qualidade;
recomendar que a solidariedade com quem está doente é a melhor arma na
luta contra a doença (BRASIL, 2009).
Figura 13: A vida é melhor sem Aids.
Fonte: http://www.onacional.com.br/geral/cidade/5069/a+vida+e+melhor+sem+aids+proteja-se. Acesso em
28/10/2014.
Se informe mais sobre essa e outras doenças sexualmente transmissíveis no
site www.aids.gov.br; cuja finalidade é conter todas as informações necessárias sobre tratamento, cuidados entre outras informações dessas doenças.
Com as informações do site você como agente pode desenvolver trabalhos
para desmitificar as crenças errôneas sobre todas as doenças sexualmente
transmissíveis.
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Dengue
A dengue se tornou um problema de saúde pública, nos últimos anos. Isso
se dá ao grande número de casos da doença, fazendo da mesma a mais frequente das arboviroses que acomete o ser humano. A morbidade causada, já
que a intensa mialgia e prostração podem levar o doente ao afastamento das
suas atividades produtivas por dias, associados a sua mortalidade podem ser
elevados dependendo da forma da doença e da precocidade e eficácia do tratamento médico instituído (DIAS et al., 2010).
É transmitida especialmente por meio da picada do mosquito Aedes aegypti,
apesar de haver outra espécie, o Aedes albopictus, que tem morfologia e capacidade proliferativas semelhantes ao anterior e também é responsável por
alguns surtos da doença em países do continente asiático (DIAS et al., 2010).
Figura 14: Dengue.
Fonte: http://www.saude.mt.gov.br/noticia/3744. Acesso em 28/10/2014.
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Segundo Dias et al., (2010), no Brasil, o Aedes albopictus foi introduzido
aproximadamente em 1980, mas até o momento não foi identificado qualquer
exemplar infectado pelo vírus da dengue. Ainda é necessário, portanto, novos
estudos sobre a repercussão maternal e fetal da infecção pela dengue durante
a gestação. É uma doença sazonal, ocorrendo com maior frequência em períodos quentes e de alta umidade, já que tais condições beneficiam a proliferação
do mosquito transmissor.
O Aedes aegypti é um mosquito de hábito diurno, especialmente no início da
manhã e no final da tarde; tem preferência por ambientes urbanos e intradomiciliares; e alimenta-se principalmente de sangue humano. A proliferação
do mosquito acontece pela postura de ovos pela fêmea em coleções de água
parada onde posteriormente eles eclodem dando origem as larvas. O tempo
decorrido entre a eclosão do ovo e o mosquito adulto leva cerca de 10 dias,
sendo influenciado por fatores como a temperatura, que antecipa esse processo. O ovo do mosquito sobrevive por até um ano fora da água, esperando
condições ambientais favoráveis para se desenvolver (DIAS et al., 2010).
Uma vacina eficaz para a dengue precisaria prover imunidade simultânea e
duradoura para os quatro sorotipos virais. Há múltiplas linhas em pesquisa,
porém nenhuma delas em fase de uso da população. De tal modo, a melhor
forma de prevenção da doença permanece sendo pelo controle do seu vetor.
Para isso, é fundamental o esclarecimento da sociedade para que ela atue
juntamente aos órgãos públicos, já que o principal local onde são achados
os mosquitos da dengue são dentro dos domicílios. Não existe tratamento
específico para dengue sendo indicados a princípio, apenas sintomáticos e
hidratação. (DIAS et al., 2010).
Febre do Chikungunya
É uma doença infecciosa febril, causada pelo vírus Chikungunya, que pode
ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Ades albopictus. Tem como
principais sintomas a febre acima de 39 graus de início repentino, e dores
intensas nas articulações de pés, mãos, dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer, também, dor na cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele.
Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas (MINISTERIO
DA SAUDE, 2014).
De acordo com o Ministério da saúde ficou definido que devem ser consideradas como casos suspeitos todas as pessoas que apresentarem febre de início
súbito maior de 38,5ºC e dor articular ou artrite intensa com início agudo e
que tenha histórico recente de viagem às áreas nas quase o vírus circula de
forma contínua. O período de incubação é de 2 a 10 dias, podendo chegar a
12 dias (MINISTERIO DA SAUDE, 2014).
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A transmissão do vírus se dá pela picada da fêmea de mosquitos infectados.
São ele o Aedes aegypti, de presença fundamentalmente urbana, em áreas tropicais e, no Brasil, associado à transmissão da dengue; e o Aedes albopictus,
presente majoritariamente em áreas rurais, existente também no Brasil e que
pode ser encontrado em áreas urbanas e periurbanas em mínima densidade
(MINISTERIO DA SAUDE, 2014).
Até o presente momento não existe um tratamento específico para Chikungunya, assim como no caso da dengue. Os sintomas são tratados com medicação para a febre e as dores articulares. Não se recomenda usar o ácido acetil
salicílico, devido ao risco de hemorragia. Aconselha‐se repouso absoluto ao
paciente, que deve beber líquidos em abundância. (MINISTERIO DA SAUDE, 2014).
Assim como a doença é transmitida por mosquitos, é fundamental que as
pessoas reforcem as medidas de eliminação dos criadouros de mosquitos nas
suas casas e na vizinhança. As medidas são exatamente as mesmas recomendadas para a prevenção da dengue (MINISTERIO DA SAUDE, 2014).
Informações mais detalhadas sobre a doença podem ser consultadas no documento do Guía de Preparación y respuesta ante la eventual introduccion
del vírus chikungunya em la Américas. Disponível em: http://www.paho.org.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Figura 15: Febre Chikungunya.
Fonte: http://www.itambeagora.com/2014/10/secretaria-municipal-de-saude-alerta.html. Acesso em 28/10/2014.
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Resumo
Nessa aula estudamos os sobre doenças crônicas não transmissíveis e sobre
as seguintes doenças:
• Hepatite A
• Hepatite B
• Poliomielite;
• Tétano;
• Coqueluche;
• Difteria;
• Meningite;
• Febre amarela;
• Rubéola;
• Sarampo;
• Caxumba;
• Varicela;
• Raiva humana;
• Doença de chagas;
• Esquistossomose mansonica;
• Malária;
• HIV;
• Dengue;
• Febre chikungunya.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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1. Conceitue doenças crônicas transmissíveis.
2. Das doenças descritas nesta aula quais as de maior ocorrência na sua comunidade e qual a forma de prevenção da mesma?
3. Diferencie as doenças Dengue e Chikungunya.
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Aula 5 – Relação Entre Educação e Saúde
5.1 Introdução
Sejam bem vindos a mais um encontro, hoje, falaremos sobre a importância
de trabalhar educação e saúde sempre juntos, uma das maiores atribuições da
atenção primária que é o nosso cenário de trabalho.
Nesta aula apresentaremos quais as funções à educação tem para preservar a saúde, visto que ações de educação em saúde são rotina na Atenção Primária a Saúde.
5.2 Educação e saúde
Educação e saúde são áreas igualmente importantes, elas se complementam
e trabalham com mecanismos interdependentes, já que mesmo com as rápidas transformações que vieram dos progressos políticos, econômicos, sociais,
ambientais e dos avanços científicos e tecnológicos, podem ser observadas,
ainda, diferenças nas condições de saúde e de vida entre países, regiões e
grupos sociais. Sem saúde não existe educação, e sem educação não há saúde. Instala-se, assim um processo de vulnerabilidade social que acomete a
população, impedindo-a de expressar suas potencialidades, comprometendo
diretamente sua saúde, e, seguramente, as crianças são as mais atingidas, considerando suas fases de crescimento e desenvolvimento.
A educação para a saúde é vista como, qualquer combinação de experiências
de aprendizagens planejadas, destinadas a facilitar as mudanças voluntárias
de comportamentos saudáveis (MANDIM, 2007).
Educação e saúde são compreendidas como práticas sociais que fazem parte
do modo de produção da existência humana, podendo ser abordados historicamente como fatos constituintes: produtores; reprodutores ou transformadores das relações sociais. Nas sociedades ocidentais, tem predominado a
compreensão da educação como um ato normativo, no qual a determinação e
a instrumentalização são as práticas predominantes (Dicionário da Educação
Profissional em Saúde, 2009).
Ato normativo: são aqueles que contêm um comando geral do executivo,
visando à correta aplicação da lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar
a norma legal e se observada pela administração e pelos administradores.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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A combinação de apoios educacionais e ambientais que visam atingir ações
e condições de vida conducentes à saúde é chamado promoção em saúde.
Combinação fazer referência à necessidade de combinar os diversos determinantes da saúde, fatores genéticos, ambiente, serviços de saúde e estilo de
vida, com múltiplas influências ou fontes de apoio. Educacional refere-se à
educação em saúde. Ambiental refere-se a situações sociais, políticas, econômicas, organizacionais e reguladoras, conexas ao comportamento humano,
assim como a todas as políticas de ação mais diretamente relacionadas à saúde (CANDEIAS, 1996).
A concepção da metodologia aprendizagem e ensino são sinais da pedagogia
como uma troca, um processo que pretende provocar discursão entre educador
e educando, que acontece em uma realidade vivida. O conhecimento acontece
da reflexão correta sobre essa realidade, acontecendo em paralelo ao tempo em
que o homem vai se formando e se posicionando como um ser histórico. Nesse
sentido, não cabem outras relações entre a pessoa que educa e educando, ou a
passagem de conhecimentos e a normatização de hábitos, que marcaram o pensamento de superioridade da educação sanitária no século passado e que ainda
hoje estão presentes nas práticas educativas sobre a saúde (FREIRE, 2000).
Naturalmente, a educação para a Saúde não cumpre o papel de suprir as mudanças estruturais da sociedade, indispensáveis para a garantia da qualidade
de vida e saúde, mas pode contribuir categoricamente para sua efetivação.
Educação e saúde estão intimamente relacionadas e, em especial, a educação
para a Saúde é resultado da confluência desses dois fenômenos. Muitas ações
locais vêm sendo tomadas para implementar a educação para a Saúde, e o desafio,
no momento, é construir referenciais que contemplem esse direito para todos.
Assista ao filme “Coach Carter – Treino para a Vida” é um filme estadunidense lançado em 2005. Direção de Thomas Carter. Esse filme ilustra bem
o papel da educação e como a educação pode ser transformadora da vida de
todos independente do local que é trabalhado.
5.3 Funções da educação na preservação da saúde segundo diferentes paradigmas
Ao falar de educação, também se fala sobre articulação de conhecimentos,
atitudes, aptidões, comportamentos e práticas pessoais que possam ser aplicados e partilhados com a sociedade em geral. Nessa perspectiva, o processo
educativo beneficia o desenvolvimento da autonomia, ao mesmo tempo em
que atende a objetivos sociais.
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Importa lembrar que Freire (1970), demostrou o ponto de vista metodológico da educação libertadora e humanista, a qual deve partir de um processo
educativo baseado no diálogo e na participação de todos. Para o autor, o importante nesse processo é que os homens se reconheçam como sujeitos de seu
pensar, buscando dialogicamente seu pensar e sua visão do mundo.
Falando sobre diferentes paradigmas para a educação veja o filme “O Sorriso
de Mona Lisa” é um filme americano de 2003 produzido pelo Revolution Studios e Columbia Pictures, o filme mostra as diferentes formas que a educação
pode ser trabalhada.
Resumo
Neste capitulo conceituamos educação e saúde. E falamos ainda sobre o papel
da educação e saúde e sua importância. Descrevemos também como ocorre o
processo educativo e seus benefícios para a saúde.
1. Descreva com suas palavras o papel do agente comunitário de saúde, na
importância do autocuidado e qual a relação tem com a educação e saúde.
2. Cite 5 situações em que você acredita que a educação e saúde podem fazer
diferença no tratamento controle e prevenção das doenças.
3. Como é vista a educação e saúde segundo MANDIM, 2007.
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Aula 6 - Contribuição do educador na formação de recursos humanos para a saúde
6.1 Introdução
Vamos estudar nesse capitulo a contribuição do educador na formação de
recursos humanos para a saúde sua importância e como trabalhar o mesmo.
Estudaremos ainda nesta aula as metodologias educacionais que podem ser
aplicadas a programas de saúde e a forma de trabalhar as mesmas.
6.2 Contribuição do agente comunitário como educador de saúde
A promoção da saúde acontece por meio da educação, da adoção de estilos de
vida saudáveis, do desenvolvimento de aptidões e capacidades individuais,
da produção de um ambiente saudável. Está completamente vinculada, portanto, à eficácia da sociedade em garantir a implantação de políticas públicas
voltadas para a qualidade de vida e ao desenvolvimento da capacidade de
considerar criticamente a realidade e promover a modificação positiva dos
fatores determinantes da condição de saúde.
Em meio a as ações de natureza eminentemente protetoras da saúde, se encontram as medidas de vigilância epidemiológica identificação, registro e
controle da ocorrência de doenças, vacinações, saneamento básico, vigilância
sanitária de alimentos, do meio ambiente e de medicamentos, adequação do
ambiente de trabalho e aconselhamentos específicos como os de cunho genético ou sexual.
Protege a saúde realizando exames médicos e odontológicos periódicos, conhecendo a todo momento o estado de saúde da comunidade e desencadeando oportunamente medidas dirigidas à prevenção e ao controle de agravos à
saúde mediante a identificação de riscos potenciais. As medidas curativas e
assistenciais, voltadas para a recuperação da saúde individual, concluem a
atenção integral à saúde.
Vigilância Epidemiológica: é um conjunto de ações que proporcionam
o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
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6.3 Metodologias Educacionais Aplicáveis a Programas de Saúde
Nas últimas décadas, as novas descobertas e mudanças de diversas áreas do
conhecimento humano abriram caminho para uma reflexão intensa sobre o
processo da criação e de transmissão dos saberes e, também, das estratégias
de ensino e aprendizagem. Aprendemos que os conhecimentos são melhores
adquiridos, recordados e usados quando ensinados, praticados e avaliados no
ambiente em que serão utilizados. Atravessamos um processo de acumulação
exponencial e de constante renovação dos conhecimentos exigidos no ambiente profissional.
O acesso ao serviço de saúde foi incentivado e ampliado e, agora é considerado um direito social de todos. Isso combinado com outros mecanismos de
propagação de conhecimentos gerou um maior acesso às informações sobre
saúde. As pessoas estão mais conscientes sobre seus diretos e do autocuidado. Dessa forma, a expectativa dos usuários desses serviços foi modificada e, principalmente, as relações deles com os profissionais que prestam
atendimentos.
Exponencial: Algo que tem queda ou ascensão rápida.
No campo da saúde coletiva, aconteceu uma mudança no perfil epidemiológico da população do nosso país, com dominação crescente das doenças
crônicas degenerativas, que envolve transformações das estratégias e ações
em saúde. As experiências têm nos mostrado que as necessidades de saúde
são complexas e que o cuidar integralmente da saúde das pessoas demanda
conhecimentos interdisciplinares e uma abordagem de vários profissionais.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Agora você vai ira praticar ao que aprendeu. Leia os textos trabalhados nesta
unidade e faça um resumo, para postar no fórum de discussão.
Saber ouvir e acolher o discurso do outro, interagindo sem colocar juízo de
valor e reconhecer as características pessoais, emocionais e culturais das pessoas ou grupo, é fundamental para o êxito do trabalho (Brasil, 2009).
Resumo
Nesta aula vimos os seguintes conceitos:
• Como acontece a promoção da saúde para a comunidade;
• As ações para promoção da saúde;
• Medidas assistências para promover as saúde individual e coletiva.
• Mudanças de diversas áreas do conhecimento humano;
• O acesso ao serviço de saúde;
• Saúde coletiva.
1. Descreva em 10 linhas algumas das ações que o agente comunitário realiza desenvolvendo o papel de educador de saúde, por exemplo, o acompanhamento do registro das famílias residentes na sua área de abrangência.
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2. Quais as mudanças você consegue identificar na sua comunidade no que
diz respeito a saúde, nos últimos tempos, por exemplo a diminuição dos
casos de dengue pelo conhecimento de como prevenir o mesmo.
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3. O acesso ao serviço de saúde foi incentivado e ampliado e, agora é considerado um direito social de todos. Isso combinado com outros mecanismos de propagação de conhecimentos gerou:
a. Um maior acesso às informações sobre saúde, as pessoas estão mais conscientes sobre seus direitos e de como se cuidar.
b. Um retrocesso nas informações sobre saúde, deixando as pessoas menos
conscientes.
c. Um maior acesso às informações sobre saúde, deixando as pessoas menos
conscientes sobre seus direitos e de como se cuidar.
d. Um avanço nas informações sobre saúde, deixando as pessoas mais dependentes dos serviços de saúde.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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Aula 7 - Dinâmicas de Ensino
7.1 Introdução
Sejam bem-vindos a nossa última unidade!
A utilização de dinâmicas de ensino funcionais são tão importantes quanto o
planejamento das mesmas, nessa unidade você fará um planejamento de uma
ação de educação em saúde.
7.2 Utilização de dinâmicas de ensino em saúde
Uma longa tradição tem marcado a utilização de grupos na área da saúde.
Na década de 1970, os grupos denominados operativos ganharam a atenção
dos profissionais de saúde pelo seu grande potencial de aplicabilidade e pela
sistematização que traziam para o processo grupal.
A organização de grupos como modalidade de atenção coletiva à população
tem sido cada vez mais frequente nos serviços de saúde, o que se pode verificar pela participação de muitos clientes em vários grupos nos centros de
saúde. Em geral, esses grupos têm como critérios organizacionais o tipo de
doença, a idade e outros. Vários privilégios existem nesse trabalho entre pares, primeiro diminui-se o número de consultas individuais com o mesmo
objetivo, otimizando o tempo de trabalho da equipe como um todo.
Em relação aos grupos operativos, são definidos como um conjunto de pessoas com um objetivo em comum. Os grupos operativos trabalham na lógica
do ensinar e aprender. O trabalho em grupo proporciona uma interação entre
as pessoas, onde elas tanto aprendem, como também são sujeitos do saber.
Ainda que, seja apenas pelo fato da sua experiência de vida, ao mesmo tempo
em que aprendem, ensinam também.
Os grupos operativos abrangem quatro campos:
• Ensino-aprendizagem: cujo trabalho essencial é o espaço para refletir sobre temas e discutir questões;
• Institucionais: são grupos formados em escolas, igrejas, sindicatos, promovendo reuniões com vistas ao debate sobre questões de seus interesses;
• Comunitários: usados em programas voltados para a Promoção da Saúde,
onde os profissionais não médicos são treinados para a tarefa de integração e incentivo a capacidades positivas;
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• Terapêuticos: tem como objetivo a melhoria da situação patológica dos
indivíduos, tanto a nível físico quanto psicológico, são os grupos de autoajuda, Alcoólicos Anônimos, entre outros.
Pode-se pensar os grupos voltados para a Promoção da Saúde, como estratégias ou espaços, onde possa se fazer uma escuta, para as necessidades
das pessoas. Os grupos devem se configurar, como espaços onde as pessoas
possam falar sobre seus problemas, e buscar soluções, conjuntamente com
os profissionais, de forma que a informação circule, da experiência técnica à
vivência prática das pessoas que adoecem. Entretanto, percebe-se a falta de referências teóricas e metodológicas que
orientem as ações dos profissionais na coordenação de grupos nos serviços
de saúde. É indispensável aos profissionais de saúde a discussão e a aprendizagem sobre os fenômenos grupais, com a finalidade de compreender os
fundamentos teóricos da dinâmica grupal e ampliar o seu olhar sobre o grupo,
otimizando e capacitando a equipe para a melhor utilização dessa ferramenta.
É nesse contexto que os serviços de saúde têm enfatizado a importância do
atendimento a comunidade, seja no âmbito da atenção individual ou coletiva,
como é o caso dos grupos operativos.
Resumo
No nosso último capítulo estudamos sobre:
• Utilização de grupos na área da saúde;
• Definição dos grupos operativos;
• O que os grupos operativos abrangem;
• Ferramentas para trabalhar a saúde na comunidade.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
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1. Faça um planejamento de um grupo de educação em saúde como se você
fosse o Agente Comunitário da área de abrangência com o tema Nutrição
Saudável, descreva todos os passos necessários para o sucesso dessa ação.
2. Qual papel dos grupos voltados para promoção da saúde.
3. Em relação aos grupos operativos, são definidos como:
a. Um grupo de pessoas com objetivo de ajudar os problemas pessoais da
comunidade em um todo.
b. Um grupo de profissionais que se reúnem para discutir os problemas da
comunidade que atuam.
c. Um grupo que visa somente o bem estar físico da população trabalhada.
d. Um conjunto de pessoas com um objetivo em comum. Os grupos operativos trabalham na lógica do ensinar e aprender.
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e-Tec Brasil
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Currículo do Professor-autor
Juliane Costa Nere Bacharel em Ciências Biológicas – Faculdades de Saúde Ibituruna - FASI.
Concluído em Julho 2011. Pós Graduada em Docência do Ensino Superior
pelas faculdade Iseib. Em Montes Claros – MG. Trabalhou como Educadora
Ambiental na OVIVE - Organização Vida Verde em Montes claros, e lecionou as matérias de Ciências e Biologia na Escola Estadual Mamede Pacifico
de Almeida em Engenheiro Navarro-MG. Atualmente está trabalhando como
professora/conteudista no IFNMG.
Joice Fernanda Costa Quadros Bacharela em Enfermagem – Faculdades de Saúde Ibituruna - FASI. Concluído em dezembro 2012. Discente da UNIMONTES no curso de especialização
em Saúde da Família; na FIOCRUZ em Vigilância do Óbito Materno, Infantil
e Fetal e Atuação em Comitês de Mortalidade; na FIOCRUZ em Vigilância
do Óbito Materno, Infantil e Fetal e Atuação em Comitês de Mortalidade;
na Faculdade Federal Fluminense no curso de Micropolítica da Gestão em
Saúde; na Universidade Federal do Rio Grande do Sul no curso de Educação Permanente em Saúde. Trabalha atualmente na Secretaria Municipal de
Saúde Enfermeira Apoiadora/supervisora- Programa Saúde da Mulher- ESFLourdes I, II e III- ESF- Morrinhos I, II e III.
Ação Educativa na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos – Enfoque nas Doenças Transmissíveis
Ministério da
Educação
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