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UFPB-PRAC_______________________________________________________________ XI Encontro de Extensão
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WEB RÁDIO INTERCAMPUS UFPB E UM NOVO RUMO DAS PRÁTICAS ACADÊMICAS
Luiz Cláudio Moreira do Santos (1); Cybele Catarina Santos do Couto Soares (2) ;Thalyta
Thassia Pereira da Costa (2); Norma Maria Meireles Macêdo Mafaldo(3)
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes/Departamento de Comunicação e
Turismo/PROBEX
RESUMO:
Este trabalho discorre acerca da interação rádio e internet, mas especificamente sobre web
rádio. É uma rápida reflexão sobre a temática e um relato de experiência no âmbito da
Universidade Federal da Paraíba, com o projeto de extensão Web Rádio Intercampus.
Idealizado por alunos do Curso de Comunicação Social habilitação Rádio e TV da UFPB, o
projeto foi institucionalmente aprovado em 2009 pelo PROBEX (Programa de Bolsas de
Extensão) e conta com o apoio de GEDIC (Grupo de Estudos de Divulgação Cientifica).
Triangulando ensino, pesquisa e extensão, a Web Rádio Intercampus tem oportunizado a
estudantes de comunicação produzir e veicular programas de áudio para muito além da sala de
aula.
Palavras-Chave: Web rádio, produção radiofônica, ensino-aprendizagem.
O RÁDIO EM TEMPOS DE INTERNET
Embora cerca de um século separe o surgimento do rádio ao da internet, ambas as
tecnologia mostraram, logo de início, cada uma no seu contexto, enorme potencial no campo
da comunicação. Porém, enquanto uma é totalmente dedicada ao áudio, a outra possui
milhões de recursos que abrangem não apenas a audição, mas todos os outros sentidos.
Enquanto uma surge imponente, projetando-se para o futuro e englobando todas as
mídias que lhe antecederam, a outra passa por transformações e adaptações para sobreviver
com sua experiência no novo cenário proposto pela cultura do digital. O rádio, por certo, não é
mais o mesmo desde a explosão da internet, entretanto a nova fase do mundo radiofônico
determina novas possibilidades de expansão e evolução desse meio, não a sua extinção. Afinal
a internet vem alterando os princípios do rádio sem deixar de lado a sua mais preciosa
característica, o áudio. Referindo-se ao rádio, Barbeiro e Lima (2001, p. 39) chamam a atenção
para a força da web “(...) fora dela pouca comunicação vai existir no mundo”.
É notório que a internet é, atualmente, o principal ícone da era dainformática e do
conhecimento tecnológico, a popularização da rede mundial de computadores
progride
conforme são reduzidos no mercado de bens de consumo os custos dos computadores e dos
serviços de conexão.
Em meados da década de 1990, surgiram as primeiras transmissões de rádio pela
internet. Nesse momento o vinculo “rádio-internet” era primitivo, afinal um programa de
computador
transportava os sinais das ondas hertzianas para a web, que acabava por
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(1) Bolsista, (2) Voluntário/colaborador, (3) Orientador/Coordenador, (4) Prof.
colaborador, (5) Técnico colaborador.
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funcionar como um novo aparelho de rádio, só que capaz de levar essas transmissões muito
além das ondas convencionais. Trigo-de-Souza (2004) fala do sucesso da união entre rádio e
internet. No contexto brasileiro, a autora relata que: Acredita-se que a primeira experiência de
rádio criada exclusivamente para a rede tenha sido empreendida por integrantes do movimento
Mangue Beat. O programa, intitulado Manguetronic, estreou em abril de 1996 com a proposta
de incorporar elementos da internet (como a hipertextualidade) à programação radiofônica. (...)
A primeira rádio brasileira 100% virtual, 24 horas por dia no ar, só foi aparecer em 1998. A
Rádio Totem surgiu com a proposta de ser um portal de rádio, oferecendo várias emissoras
musicais, segmentadas em ritmo (TRIGO-DE-SOUZA, 2004, p.290).
E foi no ano de 1996 também que as primeiras “emissoras com existência no dial (...)
começaram a migrar para a rede” (TRIGO-DE-SOUZA, 2004, p.291). Muitas emissoras de
rádio passaram então a construir páginas próprias na internet, páginas que além da
transmissão da programação normal da rádio, possuíam conteúdos visuais, elementos de
comunicação mais reais e precisos. Em pouco tempo as páginas de rádios na internet
evoluíram, ganhando um caráter mais desprendido e menos massivo, as web rádios,
emissoras de rádio com existência apenas na internet, vieram para mudar ainda mais os
conceitos radiofônicos.
Buscando uma definição de rádio como mídia no atual contexto Meditsch (2001) diz
que radio é: meio de comunicação que transmite informação sonora, invisível, em tempo real.
Se não for feito de som não é rádio, se tiver imagem junto não é mais rádio, se não emitir em
tempo real (o tempo da vida real do ouvinte e da sociedade em que está inserido) é fonografia,
também não é rádio. Entretanto, levando-se em conta que a internet é um espaço onde as
praticas comunicacionais se reconfiguram, fica claro que o rádio sofre algumas transformações
ao se aliar ao meio web.
O MEIO WEB RÁDIO
“Tecnicamente, web rádio é um sistema de transmissão de arquivos em tempo real,
usando uma rede (a Internet) através de pacotes de informações (streaming)” (NEGOCIAÇÃO,
2007). Seu conteúdo e sua formulação são bem específicas o que lhe confere outras
particularidades que lhe distanciam da rádio convencional, como por exemplo, a questão das
concessões. Os poderes políticos e editoriais não influenciam essas produções auditivas, afinal
no mundo da internet não há a necessidade dos demorados tramites legais para a obtenção de
concessões, e nem há a necessidade de ser político para ganha-las.
Quanto à conduta editorial, esta pode ser qualquer uma, já que a fundação de uma web
rádio é um recurso aberto a qualquer pessoa e o potencial da sua programação segmentada
em responder aos interesses de grupos menores de ouvintes, que não podem ser atendidos
pelos meios massivos que precisam de audiências para que sejam viáveis. Partindo desse
ponto de vista, a disseminação da web rádio pode mudar a relação que existe hoje entre poder
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e radiofonia, além de contribuir para a criação e a montagem de uma programação específica
para a Internet, considerando todas as características da rede e as individualidades de seus
usuários.
O meio web rádio alia as características de aproximação do ouvinte, sonoridade e
praticidade do rádio com a interatividade, instantaneidade e multimidialidade da internet,
fatores que proporcionam ao “webouvinte” a recepção com vários recursos de interação de
acordo com sua disponibilidade de técnica e tempo. Do mesmo modo, a web rádio oferece um
serviço diferenciado e direcionado, o que aumenta qualitativamente a informação, com a oferta
de programas especializados.
O efeito colateral do rádio na internet é a audiência resumida, quando a comparamos
com número de ouvintes da radiodifusão analógica. Para Bufarah (2003, p. 04), a web rádio é a
transformação tecnológica do rádio, é a multiplicação de seu modelo dentro do ciberespaço.
Para o autor, “as rádios virtuais se estabeleceram na internet como sites integrando áudio,
vídeo, textos [...] a uma programação [...] que tenta privilegiar a possível interatividade entre os
ouvintes e a emissora”. Trigo-de-Souza (2004, p.303-304) atribui o sucesso da união entre
rádio e internet a uma junção de fatores: Assim, resumidamente, podemos entender o sucesso
do casamento entre rádio e internet como o resultado da somatória de uma variedade de
fatores, como o desenvolvimento tecnológico; a possibilidade de ampliação de audiências com
agregação de públicos segmentados em áreas geográficas diversas; o regionalismo,
característica do rádio em comparação com o globalismo da internet; a democratização do
acesso ao ‘fazer rádio’; a interatividade com o elo entre os dois meios, e a possibilidade de
captação sem interromper a execução de atividades paralelas, inclusive o processo
navegacional, bem como a possibilidade de programação da audição a partir da conveniência
do ouvinte
Deste modo, podemos concluir que a web rádio veio para ficar e trouxe junto à
evolução tecnológica dos diversos setores do áudio, podendo tornar-se um meio promissor de
divulgação e armazenamento de informações e conteúdos digitais. Com o meio web rádio os
usuários tem a possibilidade de não apenas ouvir o rádio na internet, mas de procurar ao
mesmo tempo os conteúdos relacionados, o que amplia e aprofunda as informações oferecidas
e traz mais conhecimento para o público. Há um potencial crescente como meio de
comunicação pública e pode ser um instrumento cada dia mais apropriado para o
ensinoaprendizagem, inclusive, e especialmente, de alunos de comunicação nos cursos de
graduação.
PROJETO INTERCAMPUS UFPB: SURGIMENTO
O Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba, conta,
desde 2008, com um laboratório de extensão universitária para ensino-aprendizado, pesquisa
em linguagens, gêneros e formatos para os alunos de comunicação, o projeto Intercampus, a
web rádio da UFPB. Ela começou suas produções no estúdio do Laboratório de Rádio do curso
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de comunicação com recursos departamentais. A “emissora” está em fase de experiência,
difundindo conteúdos via streming, tecnologia que permite o envio de informações multimídias
(imagens, textos, áudio e vídeo) através de arquivos de fluxo continuo enviados por redes de
computadores e pela internet, principal e universal sistema de hipermídia.
Em abril de 2008, uma equipe de alunos de Rádio e TV, com a ajuda do jornalista e
professor substituto Laerte Cerqueira, deu início ao projeto, inicialmente chamado de “webPB”
(posteriormente, o projeto passou a ser orientado pela professora Olga Tavares e a partir de
fevereiro de 2009, pela professora Norma Meireles). Na fase inicial, a equipe se dedicou à
pesquisa dos recursos necessários ao funcionamento de uma web rádio, bem como de
programas que poderiam ser utilizados, seguindo de uma pesquisa de campo para analise da
real necessidade de criação de um novo meio de comunicação acadêmico (ler sondagem de
interesses no próximo tópico).
A Web Rádio Intercampus foi criada na perspectiva de despertar, desde o inicio do
curso, o interesse dos alunos pela pesquisa e pela produção em comunicação, cultura e
tecnologia. É também uma oportunidade de inserção no ambiente profissional da atual
cibercultura, tendo como uma de suas principais finalidades pedagógicas assegurar mais
tempo e melhor condição para a formação profissional e conceitual em comunicação digital.
Além disso, a Web Rádio Intercampus busca proporcionar ao aluno práticas que não estão
presentes no currículo do curso.
Como um projeto universitário, os participantes da Web Rádio Intercampus têm
liberdade para experimentar, aprender e desenvolver novos formatos, gêneros e linguagens.
Bem como aprimorar técnicas de criação, entrevistas, interatividades em produções
“webradiofônicas”. Tudo isso como possibilidades de melhorar seu desempenho acadêmico e
profissional em relação à utilização da informática e da internet, a partir de um processo de
aprendizagem, de construção de conhecimento com enfoque construtivista.
SONDAGEM DE INTERESSES PARA A WEB RÁDIO UNIVERSITÁRIA
Foram entrevistadas 125 pessoas de diversos cursos, em áreas estratégicas de trânsito de
estudantes. O questionário continha quatro perguntas: 1. Qual a sua freqüência de acesso ao
portal da UFPB?; 2. Como você vê os atuais veículos de comunicação existentes na UFPB
direcionados ao público acadêmico?; 3- Qual sua preferência musical?; 4- Você escutaria uma
Web Rádio universitária com uma linguagem totalmente jovem voltada para o aluno UFPB?. O
resultado está disposto a seguir em valores absolutos e em percentual.
1. Qual a sua freqüência de acesso ao portal da UFPB?
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2. Como você vê os atuais veículos de comunicação existentes na UFPB
direcionados ao público acadêmico?
3- Qual sua preferência musical?
4- Você escutaria uma Web Rádio universitária com uma linguagem totalmente jovem voltada
para o aluno UFPB?
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METODOLOGIA
Os participantes do projeto trazem para a Web Rádio Intercampus a teoria que aprendem em
sala de aula, com os professores de radialismo e jornalismo. É na sala de aula que os alunos =
aprendem como elaborar roteiros e pautas, realizar entrevistas, editar textos e áudios para a
produção de um programa. Entretanto, a prática na web rádio proporciona aos participantes um
contato maior com softwares e hardwares usados para a transmissão do conteúdo, além, é
claro, das rotinas de elaboração de programas.
Entre os softwares mais utilizados estão o winamp, para elaboração de playlists e
veiculação, o Soud Forge e o Magic Samplitude, para captação e edição de áudios. No
entanto, todos os programas são gravados pelo fato do projeto ainda não possuir
equipamentos específicos para transmissões de programas ao vivo.
A divisão de tarefas é semelhante a uma emissora de rádio convencional, com
subdivisões por diretorias e setores (núcleos). Essas divisões são importantes para o
aprendizado do aluno e na evolução da web rádio como um todo; assim, temos as direções
executiva e técnica e as direções de núcleos (jornalismo, cultura, esporte, entretenimento),
sempre com orientação da coordenação geral e com auxilio do Grupo de Estudos de
Divulgação Científica (GEDIC). Os núcleos são compostos por repórteres, editores, técnicos,
locutores, apresentadores e produtores de programas, que tem pauta definida e executada
semanalmente. Cada integrante tem a oportunidade de praticar entrevistas, edições de texto e
áudio, entrando em contato com softwares de edição e práticas não experimentadas no
decorrer do curso. A figura abaixo mostra a estrutura organizacional da Web Rádio
Intercampus.
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A equipe de cada programa é responsável por se reunir, elaborar pautas, roteiros,
gravação e edição inicial. A edição final é conferida pela diretoria técnica. Os diretores de
núcleo avaliam o conteúdo produzido e zelam pela qualidade da programação dos seus
núcleos. Eles também acompanham cada programa semanalmente, e são responsáveis por
análises e relatórios que contém críticas e sugestões para um próximo programa.
Cada programa tem seu dia de reunião de pauta, dinâmica de produção, elaboração de
roteiro e dia de gravação. As equipes são formadas com funções bem definidas e todos os
participantes dos núcleos têm a oportunidade de realizar entrevistas, editar de texto e áudio;
ampliando o contato com softwares de edição e práticas iniciadas em disciplinas ou ainda não
experimentadas no decorrer do curso.
O DESEJO DE PRODUZIR E A NECESSIDADE DE APRENDER
É preciso ousar, aprender a ousar, para dizer não a burocratização da mente a que nos
expomos diariamente. É preciso ousar para jamais dicotomizar o cognitivo do emocional. Não
deixe que o medo do difícil paralise você.
Paulo Freire.
Podemos dizer que até agora houve a participação de todos no que se refere às
produções desenvolvidas, seja com programas piloto ou em material a ser veiculado na grade
de programação definitiva. Neste percurso, aqueles com maior facilidade e melhores idéias
para executar determinadas ações são os que ficam à frente das produções, sempre
possibilitando o rodízio de funções, vale salientar.
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Muitas pesquisas também são feitas na hora de formatar programas. Os envolvidos
com o projeto não imaginavam uma web rádio apenas como vitrolão. O desejo era produzir
informação, estimular a produção acadêmica através da divulgação de seus próprios trabalhos
fazendo com que ela, a web rádio, fluísse no meio acadêmico como o próprio nome sugere:
Intercampus, a partir da idéia de “interligar os campi e o campus de João Pessoa”. O grupo é
crítico quanto às produções radiofônicas feitas no próprio curso e se mostra preocupado com o
futuro acadêmico e profissional de cada aluno. A partir desta preocupação, a equipe já
elaborou sondagens de interesse, com a citada acima; promove eventos de divulgação
voltados para o público universitário, oferece também oficinas e workshops de produção de
áudio e criação de conteúdos.
A produção de conteúdo da Web Rádio Intercampus é diferenciada, volta-se,
inicialmente, para o público universitário. Claro que a UFPB está inserida na sociedade, no
local e no global, daí o que temos é conteúdo feito por alunos da UFPB, nela e para ela,
observando-se as interconexões que nos envolvem. Nesse contexto, também, os participantes
do projeto aprendem uns com os outros, com as experiências vivenciadas e compartilhadas no
cotidiano da Intercampus.
Se é possível que os alunos exerçam diariamente a complexa divisão de funções,
tarefas e responsabilidades necessárias para manter uma emissora em operação, é necessário
que todos aprendam a planejar a grade de programação da “emissora”; por exemplo. Cada um
no seu tempo, à medida que avança, inclusive, no próprio Curso de Comunicação, com suas
possibilidades, mas incentivados e apoiados pelo coletivo. Um aspecto muito interessante de
aprendizado para os alunos que “trabalham” na web rádio é a apresentação de programas em
um meio multilateral, fator que possibilita a interação constante com público. Esse fator é
animador para os estudantes.
PROGRAMAÇÃO E INTERATIVIDADE NA WEB RÁDIO INTERCAMPUS UFPB
A “rádio” conta com uma programação musical eclética e com diversos programas de
entretenimento que busca a interatividade digital, a grade procura manter uma relação lógica
entre os tipos de programa, os horários mais adequados e respeita a disponibilidade de tempo
dos alunos. Grande parte do tempo de difusão da web rádio será preenchido com programas
organizados pelos integrantes dos Núcleos de Produção. Há uma equipe responsável que se
encarrega de arquivar os dados de cada produção que servem para controlar cada programa,
os conteúdos veiculados irão permanecer disponíveis para os “webouvintes” da Intercampus
através de arquivos de áudio e podcasts.
Como a web é um ambiente heterogêneo, que permite mais manipulação que o rádio
hertziano, as web rádios disponibilizam a seus usuários várias ferramentas interativas com o
objetivo de atrair e fidelizar o seu público. A principal delas, com certeza, é o próprio site
(intercampus.tv.ufpb.br) marcado por vozes não apenas sonoras, como na radiodifusão, mas
também estruturalmente formado por imagens.
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Para manter a interatividade, a web rádio conta com duas ferramentas primordiais: o
Msn-Messenger, e o orkut. O Msn é um sistema de mensagens instantâneas, sem muitos
segredos de utilização. Com a rede social orkut o “webouvinte” tem a possibilidade de
companhar por imagens os making offs da rádio e interagir com a equipe através de recados
(scraps).
Outras formas de interatividade são enquetes, blogs, chats e fóruns no site
Intercampus. No fórum, que é uma ferramenta que funciona um pouco mais off-line, é possível
ter uma discussão e, ao mesmo tempo, fazer um arquivamento de conteúdos. É um local onde
as mensagens são postadas para a comunicação entre os membros inseridos em uma
perspectiva que envolve ensino, pesquisa e extensão. O projeto Intercampus também se
propõe a ser um portal de internet, um portal que funcionará através do servidor geral da
Universidade Federal da Paraíba desde o planejamento até a divulgação com atividades
contínuas, dinâmicas e interativas.
Ao falarmos de webdifusão na UFPB é importante lembrar o pioneirismo do trabalho do
professor Carmélio Reynaldo, ainda no final da década de 1990, com o Comuninet (projeto
encerrado)
e
atualmente
com
o
Sonora
UFPB,
disponível
em
http://www.agencia.ufpb.br/sonora/index.html. Ambos com a disponibilização do Espaço
Experimental (programa produzido pela disciplina laboratório de radiojornalismo e exibido pela
Rádio Tabajara AM), fracionado em blocos, na Web.
O diferencial da Webradio Intercampus é que ela nasce e se mantêm na Web, com
conteúdo exclusivamente produzido para a internet, com pesquisa sobre adequação e/ou
criação de gêneros e formatos específicos para tal; contribuindo para a atualização de
conteúdos que ainda não estão nos livros, mas que se “metamorfoseiam” na internet
constantemente e que merecem atenção de discentes e docentes, em especial, de
comunicação social.
ALGUMAS VOZES E EXPERIÊNCIAS
“Sabe aquela oportunidade que todo mundo sempre espera em sua trajetória
acadêmica para que possa aprender e mostrar seu potencial dentro do seu curso de
graduação? Eu encontrei na Intercampus”. Depoimentos como esse, do aluno Rômulo Felipe
Ferreira Assumpção, do quarto período de rádio e TV, dão idéia da importância do projeto para
o corpo discente do curso de comunicação social. E ele acrescenta: Durante um ano de
participação no projeto passei a entender o verdadeiro sentido do que é ser um comunicador,
aprendi a trabalhar em equipe e desenvolver tarefas especificas de um núcleo de produção
dessa forma estou sem dúvidas me preparando ser um bom e conceituado profissional do
mercado de comunicação (Rômulo Assumpção em depoimento às autoras). Ana Paula Pereira,
também do quarto período de radialismo, enfatiza as possibilidades de fortalecimento de
vínculos interpessoais, importantes na academia e no mercado de trabalho:
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Considero a Intercampus como um grande presente no qual me fez descobrir
habilidades que até aquele momento do curso não sabia que possuía, o projeto me ajudou a
construir um grande vinculo com pessoas muito interessantes e dispostas ao compartilhar de
idéias e experiências vividas no campo de comunicação (Ana Paula Pereira, em depoimento às
autoras). A união de teoria e prática é um valioso aspecto do projeto para a formação dos
estudantes, como podemos perceber no depoimento a seguir:
O projeto Intercampus surgiu na minha vida acadêmica de forma revolucionária ele me
deu a oportunidade de vivenciar a prática de um curso que até certo momento era totalmente
teórico e foi com as experiências vividas nesse quase um ano de projeto que me senti
preparado para o mercado de trabalho e isso bem antes da conclusão do meu curso (Carlos
Eduardo Pereira de Lima Oliveira, estudante do quinto período de rádio e TV, em depoimento
às autoras).
Vale registrar que o projeto Web Rádio Intercampus já ultrapassou os limites da UFPB.
Em 2008, dois participantes foram selecionados pela Cidade do Conhecimento -. Núcleo de
pesquisa vinculado ao departamento de Cinema Rádio e TV da Escola de Comunicações e
Artes da USP e ao Instituto de Estudos Avançados da USP- para participar do programa GeMA
(Programa de Gestão de Mídias Audiovisuais para o Digital). Esse tipo de experiência fortalece
a formação acadêmica dos estudantes de comunicação social da UFPB e incentiva o projeto
Web Rádio Intercampus a seguir adiante triangulando ensino, pesquisa e extensão, da sala de
aula para o mundo e vice-versa.
REFERÊNCIAS:
BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Roberto de. Manual de radiojornalismo. Rio de Janeiro:
Editora Campus, 2001.
BUFARAH JÚNIOR, Álvaro. O pioneirismo do rádio levado à Internet brasileira. In: HAUSSEN,
Dóris Fagundes e CUNHA, Mágda. Rádio brasileiro: episódios e personagens. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2003.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho
d'água 1997.
NEGOCIAÇÃO, Grupo de Pesquisa. O que é uma rádio web segundo a wikipedia. 2007.
Disponível
em:<
http://negociacaolactea.blogspot.com/
2007/03/o-que-uma-radio-web
segundowikipedia.html>. Acesso em: 23 de jun. de 2009.
TRIGO-DE-SOUZA. Lígia Maria. Rádio & internet: o porquê do sucesso desse casamento. In:
BARBOSA FILHO, A; PIOVESAN, A; BENTON, R (orgs). Rádio Sintonia do futuro. São
Paulo: Paulinas, 2004.
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