DEUS OU AS RIQUEZAS 13.10

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DEUS OU AS RIQUEZAS
A aversão à pobreza e o fascínio pelas riquezas parece está no coração de todos nós. O Senhor Jesus no
sermão do Monte abordou esta questão começando com sua orientação quanto a acumular tesouros (Mt 6:19).
Sem entendermos bem como este processo funciona, dificilmente compreenderemos o porquê de não ser
possível servir a Deus e às riquezas simultaneamente (Mt 6:24). Considerando que o possuir bens materiais em
si mesmo, não se constitui um pecado, não é difícil descobrimos que o problema reside na nossa atitude para
com as riquezas, e que nem sempre os nossos tesouros (reais ou desejáveis) são bens materiais. O texto de
Mateus 6:19-34 nos revela, pelo menos, três áreas onde precisamos tomar uma verdadeira decisão: O coração;
a mente e a vontade. Analise comigo o ensino de Jesus.
1. O Coração nos Tesouros que se Desgastam.
Na Bíblia, o termos “coração” significa muito mais do que um órgão sede das emoções. A ele é atribuído o
engano e a corrupção do ser humano (Jr 17:9); a fonte de muitos desejos e pecados (Mt 15:18-19) e ao mesmo
tempo é dito que ele é o ator da fé salvadora (Rm 10:10); a origem da verdadeira adoração (Ef 5:19) e do amor
(I Tm 1:5). Falar em “coração” diz respeito ao centro de nossa vida, o nosso verdadeiro interior. Colocar o
coração em algo significa moldar e dirigir a vida toda em função de tal coisa. Assim, ao decidirmos onde está o
nosso tesouro, também descobriremos que os nossos alvos, projetos e a própria razão de existir, estarão ali,
junto com o coração. É por isto que Jesus ordenou “acumular tesouros nos céus”, pois os tesouros acumulados
na terra são temporários, podem se desgastar, corroer e serem desvalorizados pelo tempo. Ora, valores
instáveis não podem ser o foco do nosso coração. O cristão necessita sempre se avaliar qual o é tesouro, onde
está colocando o seu coração, quem o guarda, e qual a sua durabilidade (Leia Rom 8:31-39 e I Tm 4:6-8).
2. O Perigo da Mente com Percepção Sombria
A figura que o Senhor Jesus utilizou para simbolizar a nossa compreensão da vida foram “olhos bons” e “olhos
maus”. Cada pessoa traz dentro de si conceitos e paradigmas (uma espécie de “informante da mente” que nos
orienta – certo ou errado – no que fazer). Tais percepções foram formadas pela nossa própria história de vida, e
se Cristo ainda não faz parte dela tudo continua com um sabor de impureza. Paulo disse ao seu amigo Tito:
“Para os impuros e descrentes nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas”
(Tt 1:15). Note bem que a renovação da mente é dita ser uma ação do Espírito Santo o qual nos orienta a não
moldar os nossos pensamentos com as coisas do nosso século (Leia Rom 12:1-2). Na prática isto só é possível
quando o Espírito de Deus renova o nosso entendimento (Ef 4:23-24). Isto produz uma verdadeira mudança
(corpo luminoso nas palavras de Jesus – Mt 6:22) que é resultado do arrependimento (palavra que significa
mudança de mente). Como fazer isto? A Bíblia responde: (1) Permita apenas que bons motivos ocupem a sua
mente (Fil 4:8); (2) Decida memorizar as Escrituras Sagradas (Salmo 119:9-10); (3) Estabeleça alvos pessoais
de santidade (E. 4:25-5:1); (4) Fuja de situações onde você é fraco ou se encontra frágil (I Cor 6:18; I Tm 6:11;
II Tm 2:22); (5) Exercite-se em dizer não ao reino de trevas e ele fugirá de você (Tg 4:7).
3. A Vontade de Servir as Riquezas
Estamos agora diante de um dos mais terríveis tiranos. Trata-se das nossas emoções que determinam a nossa
vontade. Diariamente temos que tomar decisões quanto ao que sentimos, e é justamente aí que ficará evidente
a quem servimos. As palavras de Jesus claramente apontam para um totalitarismo exclusivista e não
reconciliável, sem meio termo: O governo de Deus ou riquezas. No sermão do monte o Senhor falava dos
pedidos mais profundos do nosso ser. Seria como se perguntássemos: o que realmente gostaríamos de ter? O
que mais desejamos que venha a acontecer? Quanto esses sentimentos nos governam? Eles servem a quem? O
impacto das emoções sobre nós é um problema real, pois se fomos sinceros, teremos que confessar o quanto
agimos servindo nossos desejos e emoções egoístas. Pense e responda: Para que você estuda e trabalha? O que
você faz com a maioria do seu tempo? Com que propósito buscamos dinheiro? O que realmente lhe dá alegria
e satisfação? A quem realmente nossa vontade serve?
Ao juntarmos um coração enganoso a uma mente que abraça o padrão da moda (I Jo 2:15-16) e a uma
vontade submissa às emoções, descobriremos que sem a interferência restauradora de Jesus, na verdade, não
passamos de falsos adoradores, pseudo-cristãos, “pessoas boas”, egoístas e ambiciosas. A nossa boca pode
professar que somos servos de Deus, contudo é o coração – o centro da vida – quem realmente expõe a quem
servimos (Is 58), e é a mente quem decide as nossas atitudes. Cada um precisa a cada dia colocar sua vida em
um exame sincero diante de Deus. É preciso sempre nos perguntar: A quem estou servido? O que estou
fazendo? Como o que estou fazendo serve a Jesus, o meu Deus? Ao descobrir alguma rota errada, confesse seu
pecado, se arrependa de fato e mude. Sirva a Deus com alegria (Leia o Salmo 100).
Rev. Sérgio Lyra
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