ATIVIDADE COMPLEMENTAR DATA: Março/2010 Professor(a): Gonçalo Turma: 3ºSérie Disciplina: Sociologia AUGUSTE COMTE a) Uma filosofia da história, com objetivo de demonstrar as razões pelas quais uma certa maneira de pensar (filosofia positiva) deveria imperar entre os homens. Isidore-Auguste-Marie-François-Xavier Comte nasceu em Montpellier, França, em 19 de janeiro de 1798 e morreu em Paris, em 05 de setembro de 1857. b) Uma fundamentação e classificação das ciências baseadas na filosofia positiva. Foi discípulo de Claude-Henri de Rouvroy, conde de Saint-Simon. Este, um dos teóricos franceses do socialismo utópico, orientou-o para o estudo das ciências sociais e transmitiu-lhe duas idéias básicas, que orientaram seu pensamento daí por diante: a de que os fenômenos sociais, como os de caráter físico, também obedecem a leis; e a de que todo conhecimento científico e filosófico deve ter por finalidade o aperfeiçoamento moral e político do homem. A obra de Comte, de certa forma, reflete a tentativa de ordenar as relações sociais existente na sociedade, já que a sua vida pessoal familiar, freqüentemente estava envolvida em situações tempestuosas. Filho de um fiscal de impostos, Comte acusava seus familiares Auguste Comte (1798/1857) de avareza, culpando-os por sua precária situação econômica. A mãe apegou-se a ele de forma extremada e sua irmã, de saúde frágil, reclamava maior participação do irmão em seus problemas. c) Uma sociologia, que determinando a estrutura e os processos de modificação da sociedade, permitindo a reforma prática das instituições. Ou seja, para Comte, seria necessária uma reforma intelectual do homem, fornecendo aos homens novos hábitos de pensar, de acordo com o estado das ciências de seu tempo. A filosofia da história estaria sintetizada, de certa forma, no olhar evolucionista da sua teoria; “A Lei dos Três Estados”, inequívoca à todas as sociedades. O pensamento positivo permitiria a classificação e a fundamentação das ciências, pela subordinação da imaginação e da argumentação à observação e a experiência. A filosofia positiva, ao contrário do estado teológico e metafísico, considerava impossível a redução dos fenômenos naturais a um só princípio (Deus, natureza ou outra experiência equivalente). Para Comte, a experiência nunca demonstra mais que uma limitada interconexão entre determinados fenômenos. Cada ciência demonstra apenas um certo grupo de fenômenos, circunscrito uns aos outros, mas uma idêntica metodologia produz convergência e homogeneidade de teorias. Esses complexos laços familiares foram rompidos por Comte, mas, deixaram-lhe marcas profundas. A filosofia positiva, para Comte, seria o fundamento intelectual da fraternidade entre os homens, possibilitando a vida prática em comum, pois a união entre teoria e prática seria muito mais íntima no estado positivo do que nos anteriores, e o conhecimento das relações constantes entre os fenômenos torna possível determinar o seu futuro desenvolvimento. A obra de Comte é influenciada pelos acontecimentos históricos, políticos e sociais de seu tempo, onde a derrota de Napoleão e da Santa Aliança e a tentativa de restaurar a Casa Real dos Bourbon, levaram a França a convulsões sociais e políticas e a sofreu, também, influências de sua formação em Matemática, uma ciência exata. O estado positivo, segundo Comte, coloca a ciência como investigação do real, do certo, do indubitável, do precisamente determinado e do útil, sendo o estágio positivo do espírito humano o marcador da passagem do poder espiritual para as mãos dos sábios e cientistas e do poder material para o controle dos industriais. Aos 19 anos, torna-se secretário de Saint-Simon (1760/1825), que influenciaria em muito sua obra, pois a convivência intelectual, com esse que seria um dos socialistas utópicos, possibilitou o seu acesso e o conhecimento das ciências políticas e da filosofia política. Diferentemente de outros pensadores de seu tempo, Comte fundamenta o centro de sua filosofia em três temas centrais: Assim, a classificação das ciências, para Comte, se daria de acordo com a maior ou a menor simplicidade de seus objetos respectivos. 1 Valério – Atividade Complementar – Sociologia – 3º/Ext. e Semis – 04/2009 naturalmente alcançaria o progresso, pois esse garantiria a ordem. Comte estabeleceu, segundo sua visão, uma seqüência de importância e evolução das ciências, como: a matemática, a astronomia, a física, a química, a biologia e a sociologia. A segunda característica que devemos entender na obra de Comte é a sua contribuição na sistematização da Física social (Sociologia) como ciência através de ma metodologia científica, emprestada inicialmente das Ciências Naturais, o que possibilitou o reconhecimento da possibilidade do comportamento humano fosse analisado através das experiências empíricas das ciências naturais. A Sociologia foi entendida por Comte como o fim essencial de toda filosofia positiva e o seu aspecto fundamental é a distinção entre a estática social (condições constantes da sociedade) e a dinâmica social (progressivo desenvolvimento), sendo a idéia fundamental da estática social é a ordem; e a da dinâmica, o progresso. Em sua obra Comte explica a sociedade como se fosse um “organismo vivo”, com funções interligadas, onde os seres vivos se unem por laços interdependentes de suas instituições e que para funcionar de uma forma harmônica era necessária a coesão social. Para Comte, a dinâmica social subordina-se à estática, pois o progresso se origina da ordem e aperfeiçoa as instituições sociais. Sendo assim a reforma das instituições seria possível através da sociologia concebida por Comte, conduzindo à política e o seu poder, reorganizando toda a sociedade. A terceira grande característica da obra de Comte é sua teoria a “A Lei dos Três Estados”, que seria para ele uma lei de evolução inequívoca a qualquer sociedade humana que se desenvolvem em três fases distintas: a teológica, a metafísica e a positiva.. A instauração do espírito positivo na estrutura social e política seriam efetivadas por uma nova elite científico-industrial, desenvolvendo as atividades técnicas correspondente a cada uma das ciências, tornando-as bem comum, moralizando os capitalistas, e uma nova moral humanitária poderia abolir os conflitos de classes, através do desenvolvimento de uma religião da Humanidade, substituindo o Deus cristão. Estado Teológico: na forma mais primitiva da evolução e do espírito humano, o homem satisfaz-se com explicações sobrenaturais de sua realidade que se torna compreensível através das idéias de deuses e espíritos, que desempenha nesse estado importante papel de coesão social e obedece a períodos sucessivos chamados por Comte de fetichismo, politeísmo e monoteísmo. É claro que, atualmente, ficam evidentes as limitações no conteúdo da obra de Comte, mas, no momento histórico que foram propostas, exerceram fortes influencias nas ideologias sociais e políticas européias e também em países periféricos como o Brasil. Estado Metafísico: O monoteísmo ou a especulação filosófica ou a força política, é o momento em que o homem se livra do concreto e coloca o abstrato, a argumentação no lugar da imaginação para explicar a origem e os destinos de suas angústias e de suas curiosidades, substituindo a vontade divina por “idéias “ ou por “forças”. Características da obra de Comte: A primeira grande característica que devemos entender na obra de Comte é sua corrente filosófica o Positivismo que influenciou uma grande parte da intelectualidade de sua época e tem ecos ainda hoje em algumas sociedades como o Brasil. Estado Positivo: Seria para Comte o auge da evolução humana, pois o pensamento positivo instauraria as ciências como investigação do real, do certo, do indubitável, do útil e do precisamente determinado e colocaria fim as angústias do homem na sua origem ou no seu destino, pois os homens só se preocupariam com aquilo em que a ciência conseguisse explicar e comprovar. Dentro dessa sua corrente filosófica Comte defende a necessidade de reimplantar uma ordem social, uma coesão social, que havia se rompido com o final do antigo regime feudal, pois se os órfãos desse antigo regime feudal se preocupavam com a ordem social não tinham compromisso com o progresso que se apresentava com o novo regime ( o capitalismo) e a sociedade burguesa tinha o compromisso com o progresso mas não com a ordem. A quarta grande característica que devemos entender na obra de Comte era sua ideologia em que a Física Social através de sua metodologia teria a utilidade de “ver para prever”, “conhecer para interferir”, observando e estudando as leis que regem os fenômenos sociais, a sociologia poderia pela previsão, fornecer à sociedade os instrumentos para preparar-se das tormentas sociais e atenuar seus efeitos. Suas principais obras são Curso de Filosofia Positiva (1830), Système de politique positive (18511854; Sistema de política positiva) e Catéchisme positiviste (1852; Catecismo positivista). Para Comte era necessário reconciliar a ordem com o progresso e isso seria possível através do auxílio da ciência e de sua prática, pois uma sociedade que estivesse coesa em ordem social, amparada no pensamento científico (positivo) 2 Valério – Atividade Complementar – Sociologia – 3º/Ext. e Semis – 04/2009 Exercícios sobre as características da obra de Comte: Estão corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) 01) (UEL/03) O lema da bandeira do Brasil, “Ordem e Progresso”, indica a forte influência do positivismo na formação política do Estado brasileiro. Assinale a alternativa que apresenta idéias contidas nesse lema. I e III. I e IV. II e IV. I, II e III. II, III e IV. 03) (UEM / 08) Podemos conceituar mudança social como toda inovação ocorrida na sociedade de forma geral ou em um grupo específico. Sobre esse tema, assinale o que for correto. a) Crença na resolução dos conflitos sociais por meio do estímulo à coesão social e à evolução natural da nação. b) Ideais de movimentos juvenis, que visam superar os valores das gerações adultas. c) Denúncia dos laços de funcionalidade que unem as instituições sociais e garantem os privilégios dos ricos. d) Ideal de superação da sociedade burguesa através da revolução das classes populares. e) Negação da instituição estatal e da harmonia coletiva baseada na hierarquia social. 01) O filósofo Auguste Comte era favorável à Revolução Francesa, visto que apoiava as mudanças que ela continha. Afirmava, entretanto, que as transformações da sociedade deveriam ser condicionadas pela manutenção da ordem social. 02) No processo histórico de desenvolvimento das sociedades humanas, as mudanças são inevitáveis. É consenso na sociologia que elas ocorrem em todas as instituições sociais de modo natural, em circunstâncias semelhantes à evolução pela qual passam os animais e os vegetais. 04) Com a ampliação das suas bases industriais na década de 1950, o Brasil passou por uma grande transformação: sua população, que era rural, tornou-se majoritariamente urbana. Essa mudança foi provocada pelas condições favoráveis oferecidas nas cidades, isto é, oferta de emprego, de moradia, serviços de saúde e educação suficientes para todos aqueles que imigraram para o espaço urbano. 08) Vê-se, em nossa sociedade urbana industrial, que as famílias passaram por mudanças. O outrora preponderante tipo familiar patriarcal sofreu modificações. Hoje há outras formas de organização familiar, como a família conjugal (com a diluição do poder entre mulheres e homens), a família chefiada por mulheres e a conjugalidade homossexual. 16) Com base nas conseqüências produzidas pela Lei Áurea de 1888, no Brasil, podemos concluir que, dependendo do contexto, mudanças legislativas não são suficientes para alterar prontamente padrões cristalizados de relações sociais. 02) (UEL/05) “A falta de coesão em nossa vida social não representa, assim, um fenômeno moderno. E é por isso que erram profundamente aqueles que imaginam na volta à tradição, a certa tradição, a única defesa possível contra nossa desordem. Os mandamentos e as ordenações que elaboraram esses eruditos são, em verdade, criações engenhosas de espírito, destacadas do mundo e contrárias a ele. Nossa anarquia, nossa incapacidade de organização sólida não representam, a seu ver, mais do que uma ausência da única ordem que lhes parece necessária e eficaz. Se a considerarmos bem, a hierarquia que exaltam é que precisa de tal anarquia para se justificar e ganhar prestígio”. (HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 33.) Caio Prado Junior, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda são intelectuais da chamada “Geração de 30”, primeiro momento da sociologia no Brasil como atividade autônoma, voltada para o conhecimento sistemático e metódico da sociedade. Sobre as preocupações características dessa geração, considere as afirmativas a seguir. I. Critica o processo de modernização e defende a preservação das raízes rurais como o caminho mais desejável para a ordem e o progresso da sociedade brasileira. II. Promove a desmistificação da retórica liberal vigente e a denúncia da visão hierárquica e autoritária das elites brasileiras. III. Exalta a produção intelectual erudita e escolástica dos bacharéis como instrumento de transformação social. IV. Faz a defesa do cientificismo como instrumento de compreensão e explicação da sociedade brasileira. Gabarito: 01-) A 02-) C 03-) 25 (01+08+16) 3 Valério – Atividade Complementar – Sociologia – 3º/Ext. e Semis – 04/2009