Automatismo de Regulação de Tensão em Unidade Remota de Teleacção Mário Ferreira Vieira Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Júri Presidente: Orientador: Vogais: Prof. Paulo José da Costa Branco Prof. Pedro Alexandre Flores Correia Prof. José Manuel Dias Ferreira de Jesus Eng. João António da Silva Pissarro Maio de 2010 Automatismo de Regulação de Tensão em Unidade Remota de Teleacção Mário Ferreira Vieira Agradecimentos Este trabalho representa o culminar de vários anos de estudo, dedicação e empenho na concretização de um objectivo pessoal, pelo que, gostaria de agradecer a todas as pessoas que, directa ou indirectamente, contribuíram para este trabalho. Começo por agradecer ao coordenador de curso Prof. Leonel Sousa, pela disponibilidade e facilidade demonstradas na resolução de problemas. Ao Prof. Pedro Flores, agradeço a oportunidade de realização desta tese, ajuda e conselhos práticos dados durante a sua execução. Um agradecimento especial à empresa Siemens, nomeadamente ao grupo em que estive inserido, pelo apoio prestado e facilidade de integração que permitiram a realização deste trabalho nas melhores condições: ao Eng.º João Festas, pela ajuda no primeiro contacto com a empresa, ao Eng.º João Pissarro pelo seu acompanhamento no desenrolar do trabalho e ainda aos Eng.º Luís Santos, Joel Lopes e Jorge Peniche, pelas dúvidas esclarecidas sobre as Unidades de Automação. À minha família e amigos agradeço por tudo aquilo de bom que representam, pela força, motivação e acima de tudo por acreditarem! i Resumo A tensão é uma grandeza de carácter local cuja regulação é efectuada ao longo de todo o sistema eléctrico, através de diferentes técnicas de acordo com o ponto da rede em questão. Ao nível do transporte e distribuição são frequentemente utilizados transformadores de potência com regulação em carga que compensam variações de tensão que ocorrem ao longo da rede, alterando a relação de transformação por meio de um comutador instalado num dos enrolamentos – geralmente o de tensão mais elevada, ao qual corresponde a menor intensidade de corrente. Os comutadores de tomadas são controlados pela função de “Regulação Automática de Tensão” que emite ordens baseadas na leitura das grandezas eléctricas aos terminais do transformador, permitindo assim a colocação em serviço da tomada mais adequada em cada instante. O presente trabalho é referente ao desenvolvimento da função de “Regulação Automática de Tensão” num autómato da empresa Siemens, considerando os diversos factores que optimizam o seu resultado. Desde logo, a possibilidade de regulação de 5 transformadores em paralelo; a minimização das correntes de circulação que surgem neste tipo de exploração; a compensação da queda de tensão nas linhas ligadas ao barramento e, finalmente, a coordenação com o accionamento de baterias de condensadores. Palavras-chave: Tensão, Transformadores de Potência, Comutadores de Tomadas, Regulação Automática de Tensão. ii Abstract Voltage is a local character greatness whose regulation is performed along all the system using different techniques according to the network point. In the transportation and distribution are often used power transformers with tap changers, compensating voltage variations that occur throughout the system by changing the ratio of transformation with a switch installed in the windings - usually the higher voltage, corresponding to the lowest current intensity. Tap switches are controlled by the function "Automatic Voltage Regulation" that create orders to the motor that controls the tap position, acording to the reading values on the terminals of the transformer, and thereby placing the correct tap in service. This work is about the development of the function of "Automatic Voltage Regulation" in the Siemens automation unit, considering all the factors that optimize the output. Like the possibility of regulation 5 transformers in parallel, minimize the reactive currents that arise in this type of structure, consider the voltage drop in the lines connected to the bus and coordination with the function of capacitor batteries. Keywords: Voltage, Power Transformers, Tap changer, Automatic Voltage Regulator. iii Índice Agradecimentos ............................................................................................................................ i Resumo ......................................................................................................................................... ii Abstract ....................................................................................................................................... iii Índice ............................................................................................................................................ iv Lista de Figuras .......................................................................................................................... vi Lista de Tabelas ......................................................................................................................... vii Lista de Abreviações .................................................................................................................. ix 1. Introdução ............................................................................................................................... 1 1.1 Enquadramento ........................................................................................................................... 1 1.2 Objectivos .................................................................................................................................... 1 1.3 Estrutura da Dissertação.............................................................................................................. 2 2. Estado de arte – Regulação de Tensão ................................................................................ 3 2.1 Regulação de tensão nos Sistemas de Energia Eléctrica ............................................................ 3 2.2 Transformadores com comutação de tomadas ............................................................................ 4 2.3 Função de “Regulação Automática de Tensão” ........................................................................... 6 2.3.1 Regimes de funcionamento .................................................................................................... 7 2.3.2 Configuração da subestação .................................................................................................. 7 2.3.3 Comando de transformadores em paralelo ............................................................................ 9 2.3.4 Compensação da queda de tensão na linha ........................................................................ 14 2.3.5 Comando de baterias de condensadores ............................................................................. 16 2.3.6 Funções de deslastre ........................................................................................................... 17 2.3.7 Controlo da execução de ordens .......................................................................................... 17 2.3.8 Sinalizações ......................................................................................................................... 18 3. Unidade de Automação ........................................................................................................ 19 3.1 Apresentação ............................................................................................................................. 19 3.2 Hardware ................................................................................................................................... 19 3.3 Software ..................................................................................................................................... 21 3.3.1 Toolbox II.............................................................................................................................. 21 3.3.2 OPM II – Estrutura de um projecto ....................................................................................... 22 3.3.3 CAEx Plus ............................................................................................................................ 23 3.3.4 Norma IEC 61131-3.............................................................................................................. 23 4. Função de Regulação Automática de Tensão ................................................................... 25 4.1 Especificações ........................................................................................................................... 25 4.2 Algoritmo .................................................................................................................................... 26 4.3 Toolbox II – Configuração do projecto ....................................................................................... 29 4.3.1 Estrutura base ...................................................................................................................... 29 4.3.2 Hardware instalado............................................................................................................... 29 4.3.3 Estrutura de variáveis exteriores .......................................................................................... 30 4.3.4 Endereçamento de variáveis ................................................................................................ 38 iv 4.4 Programação da função ............................................................................................................. 39 4.4.1 Atribuição de nomes ............................................................................................................. 39 4.4.2 Instância “AVR” .................................................................................................................... 39 4.4.3 Configuração da subestação ................................................................................................ 40 4.4.4 Recepção e verificação de medidas do exterior ................................................................... 43 4.4.5 Gestão de regulação em paralelo ........................................................................................ 49 4.4.6 Transformadores – Elaboração de ordens ........................................................................... 53 4.4.7 Transformadores – Emissão e controlo de ordens ............................................................... 61 5. Testes funcionais ................................................................................................................. 65 5.1 Características da simulação ..................................................................................................... 65 5.1.1 Subestação .......................................................................................................................... 65 5.1.2 Linhas de saída .................................................................................................................... 66 5.2 Testes Offline ............................................................................................................................. 67 5.2.1 Transformadores e comutadores de tomadas ...................................................................... 67 5.2.2 Potência de carga ................................................................................................................ 68 5.2.3 Parametrização do menu de configuração ........................................................................... 68 5.2.4 Resultados ........................................................................................................................... 70 5.3 Testes Online ............................................................................................................................. 79 5.3.1 Lista de equipamento utilizado ............................................................................................. 79 5.3.2 Estrutura da montagem ........................................................................................................ 79 5.3.3 Características da rede simulada ......................................................................................... 80 5.3.4 Parametrização da mala de ensaios .................................................................................... 81 5.3.5 Parametrização do transdutor 7KG6000-8EBNN ................................................................. 82 5.3.6 Parametrização do menu de configuração ........................................................................... 83 5.3.7 Descrição de ligações da régua de bornes .......................................................................... 84 5.3.8 Descrição de ligações da protecção 7SJ63.......................................................................... 86 5.3.9 Cálculos auxiliares................................................................................................................ 86 5.3.10 Resultados ........................................................................................................................... 87 6. Conclusões............................................................................................................................ 88 6.1 Observações finais .................................................................................................................... 88 6.2 Propostas futuras ....................................................................................................................... 88 Anexos ........................................................................................................................................ 90 Anexo 1 – Cálculo de correntes reactivas de circulação ....................................................................... 90 Anexo 2 – Esquema de ligação de blocos ............................................................................................ 91 Anexo 3 – Verificação da simulação online ........................................................................................... 92 Referências ................................................................................................................................. 98 v Lista de Figuras Figura 2.1 – Regulação de tensão nos sistemas de energia ................................................................................... 3 Figura 2.2 – Comutador de tomadas para transformadores .................................................................................... 4 Figura 2.3 – Transformador com regulação de tensão ............................................................................................ 5 Figura 2.4 – Intervenientes da regulação automática de tensão.............................................................................. 6 Figura 2.5 – Ligações numa subestação de distribuição ......................................................................................... 7 Figura 2.6 – Circuito equivalente da operação de transformadores em paralelo ..................................................... 9 Figura 2.7 – Queda de tensão na linha .................................................................................................................. 14 Figura 2.8 – Esquema base do método “Centro de Carga” ................................................................................... 15 Figura 3.1 – AK 1703 ACP – Rack com 9 slots...................................................................................................... 19 Figura 3.2 – AK 1703 ACP - Instalação das cartas no rack ................................................................................... 20 Figura 3.3 – Toolbox II – Estrutura de um projecto ................................................................................................ 22 Figura 4.1 – Fluxograma do funcionamento da função “AVR” ............................................................................... 28 Figura 4.2 – ToolBox II – Estrutura de variáveis exteriores ................................................................................... 30 Figura 4.3 – Atribuição de nomes aos parâmetros ................................................................................................ 39 Figura 4.4 – Configuração máxima das subestações ............................................................................................ 40 Figura 4.5 – Bloco “BLC1.1_STN” ......................................................................................................................... 41 Figura 4.6 – Bloco “BLC2.1_PWR” ........................................................................................................................ 43 Figura 4.7 – Bloco “BLC2.2_TAP”.......................................................................................................................... 47 Figura 4.8 – Bloco “BLC4.7_CIR” .......................................................................................................................... 47 Figura 4.9 – Bloco “BLC3.1_GRP” ......................................................................................................................... 49 Figura 4.10 – Bloco “BLC3.2_PRL”........................................................................................................................ 51 Figura 4.11 – Elaboração de ordens ...................................................................................................................... 53 Figura 4.12 – Bloco “BLC_4.1_DVI”....................................................................................................................... 54 Figura 4.14 – Característica do tempo inverso ...................................................................................................... 57 Figura 4.13 – Bloco “BLC4.2_BDW” ...................................................................................................................... 57 Figura 4.15 – Bloco “BLC4.3_CPC” ....................................................................................................................... 59 Figura 4.16 – Bloco “BLC4.4_DES” ....................................................................................................................... 60 Figura 4.17 – Bloco “BLC4.5_ORD”....................................................................................................................... 61 Figura 4.18 – Bloco “BLC4.6_VRF” ....................................................................................................................... 63 Figura 4.19– Comportamento do bloco “BLC4.6_VRF” ......................................................................................... 64 Figura 5.1 – Configuração da subestação a simular .............................................................................................. 65 Figura 5.2 – Diagrama de carga simulado ............................................................................................................. 68 Figura 5.3 – Simulação do módulo base da função “AVR” .................................................................................... 70 Figura 5.4 – Resultado da simulação da sub-função “Bloqueio por mínimo de tensão” ........................................ 71 Figura 5.5 – Resultado da interacção com a função “Comando de bateria de condensadores”............................ 73 Figura 5.6 – Resultado do teste da interacção com a função de “Deslastre por reposição de tensão” ................. 74 Figura 5.7 – Resultados do teste da funcionalidade “LDC”.................................................................................... 75 Figura 5.8 – Resultados do teste de regulação em paralelo .................................................................................. 76 Figura 5.9 – Resultados do teste às sinalizações emitidas pela função ................................................................ 77 Figura 5.10 – Esquema da montagem simulada.................................................................................................... 79 Figura 5.11 – Montagem laboratorial ..................................................................................................................... 80 Figura 5.12 – Ligação do transdutor 7KG6000 ...................................................................................................... 82 Figura 6.1 – Proposta da página de gestão da função “AVR”................................................................................ 89 vi Figura 6.2 – Proposta da página de parametrização da função “AVR” .................................................................. 89 Figura 0.1 – Parametrização do ficheiro de cálculo ............................................................................................... 90 Figura 0.2 – Esquema de ligações da instância “AVR” .......................................................................................... 91 Figura 0.3 – Esquema de ligações do bloco “BLC4.0_TRF” .................................................................................. 91 Lista de Tabelas Tabela 2.1 – Regime de funcionamento na passagem para paralelo ...................................................................... 8 Tabela 2.2 – Regimes de funcionamento em paralelo ............................................................................................. 8 Tabela 2.3 – Lista de sinalizações emitidas pela função ....................................................................................... 18 Tabela 3.1 – AK 1703 ACP - Hardware ................................................................................................................. 20 Tabela 3.2 – Ferramentas da ToolBox II ................................................................................................................ 21 Tabela 3.3 – Tipo de dados na norma 61131 ........................................................................................................ 24 Tabela 4.1 – Resumo das especificações da função “AVR” .................................................................................. 25 Tabela 4.2 – Condições de arranque da função .................................................................................................... 26 Tabela 4.3 – Toolbox II – Estrutura funcional da função “AVR” ............................................................................. 29 Tabela 4.4 – Estrutura de variáveis exteriores dos estados das ligações na subestação ..................................... 31 Tabela 4.5 – Estrutura de variáveis exteriores relativas às medições nos transformadores.................................. 32 Tabela 4.6 – Estrutura de variáveis de parametrização dos transformadores ....................................................... 34 Tabela 4.7 – Lista de ordens enviadas/recebidas pelos transformadores ............................................................. 35 Tabela 4.8 – Lista de sinalizações dos transformadores ....................................................................................... 36 Tabela 4.9 – Estrutura de variáveis exteriores relativas às medições dos grupos de transformação .................... 37 Tabela 4.10 – Estrutura de variáveis de parametrização dos grupos de transformação ....................................... 37 Tabela 4.11 – Resumo do endereçamento de variáveis exteriores ....................................................................... 38 Tabela 4.12 – Codificação das configurações dos transformadores...................................................................... 41 Tabela 4.13 – Descrição de inputs do bloco “BLC1.1_STN”.................................................................................. 42 Tabela 4.14 – Descrição de outputs do bloco “BLC1.1_STN” ............................................................................... 42 Tabela 4.15 – Descrição de inputs do bloco “BLC2.1_PWR” ................................................................................ 46 Tabela 4.16 – Descrição de outputs do bloco “BLC2.1 _PWR” ............................................................................. 46 Tabela 4.17 – Descrição de inputs do bloco “BLC2.2_TAP ................................................................................... 47 Tabela 4.18 – Descrição de outputs do bloco “BLC2.2_TAP”................................................................................ 47 Tabela 4.19 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.7_CIR” ................................................................................. 48 Tabela 4.20 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.7 _CIR” .............................................................................. 48 Tabela 4.21 – Descrição de inputs do bloco “BLC3.1_GRP” ................................................................................. 50 Tabela 4.22 – Descrição de outputs do bloco “BLC3.1_GRP” ............................................................................... 50 Tabela 4.23 – Descrição de inputs do bloco “BLC3.2_PRL” .................................................................................. 52 Tabela 4.24 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.1_DVI” ................................................................................. 56 Tabela 4.25 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.1_DVI” ............................................................................... 56 Tabela 4.26 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.2_BDW” ............................................................................... 58 Tabela 4.27 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.2_BDW”............................................................................. 58 Tabela 4.28 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.3_CPC” ............................................................................... 59 vii Tabela 4.29 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.3_CPC” ............................................................................. 59 Tabela 4.30 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.4_DES”................................................................................ 60 Tabela 4.31 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.4_DES” ............................................................................. 60 Tabela 4.32 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.5_ORD” ............................................................................... 62 Tabela 4.33 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.5_ORD” ............................................................................. 63 Tabela 4.34 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.6_VRF” ................................................................................ 64 Tabela 4.35 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.6_VRF” .............................................................................. 64 Tabela 5.1 – Características das linhas simuladas ................................................................................................ 66 Tabela 5.2 – Características dos transformadores de potência ............................................................................. 67 Tabela 5.3 – Parametrização da função "AVR" na simulação offline ..................................................................... 69 Tabela 5.4 – Características dos transformadores de potência ............................................................................. 80 Tabela 5.5 – Parametrização nominal da mala de ensaios ................................................................................... 81 Tabela 5.6 – Configuração dos transdutores 7KG6000 ......................................................................................... 82 Tabela 5.7 – Configuração da função "AVR" para a simulação online .................................................................. 83 Tabela 5.8 – Ligações das cartas de entradas digitais nas réguas de bornes....................................................... 84 Tabela 5.9 – Ligações da carta de entradas analógicas na régua de bornes ........................................................ 85 Tabela 5.10 – Descrição das ligações da carta de saídas digitais na régua de bornes ......................................... 85 Tabela 5.11 – Ligações da 7SJ enquanto comutador de tomadas ........................................................................ 86 Tabela 5.12 – Valores da simulação para transformadores em paralelo ............................................................... 87 Tabela 0.1 – Resultado do cálculo das correntes reactivas de circulação ............................................................. 90 viii Lista de Abreviações – Desvio da tensão ACP - Automação, Controlo e Protecção AVR – Automatic Voltage Regulator AT – Alta Tensão AU – Automation Unit BMT – Bloqueio por mínimo de tensão IEC – International Electrotechnical Commission – Corrente complexa no secundário do transformador – Corrente complexa de circulação entre o transformador x e transformador y – Corrente complexa de carga IL – Instruction List LDC - Line-Drop Compensation. – Relação de transformação do transformador MT – Média Tensão PLC – Programmable Logic Controller QEE – Qualidade da Energia Eléctrica – Resistência de parametrização do LDC SEE – Sistema de Energia Eléctrica – Identificação do transformador x – Módulo da tensão base/ tensão referência (valor eficaz) – Tensão complexa no primário do transformador ′ – Tensão complexa à saída do transformador idealFigura 2.3 – Transformador com regulação de tensão – Tensão complexa no secundário do transformador – Reactância de parametrização do LDC - Impedância de curto circuito do transformador vista do secundário ix 1. Introdução 1.1 Enquadramento Os Sistemas de Energia Eléctrica em corrente alternada funcionam com frequência e tensão constantes. Esta característica implica a existência de métodos de controlo que permitam manter os valores nominais dentro de limites aceitáveis. A tensão é uma grandeza de carácter local e a sua regulação é efectuada ao longo de todo o sistema, sendo por isso alvo de diferentes técnicas desde a produção ao consumidor final. Ao nível do transporte e distribuição são frequentemente utilizados transformadores de potência com regulação em carga, os quais compensam variações de tensão que ocorrem ao longo do sistema, alterando a relação de transformação por meio de um comutador instalado num dos enrolamentos – geralmente o de tensão mais elevada, ao qual corresponde a menor intensidade de corrente. As ordens para o comutador de tomadas são geradas pela função de “Regulação Automática de Tensão”, presente nos autómatos na subestação. Os métodos de cálculo desta função diferem entre as diferentes marcas de autómatos disponíveis no mercado e são estudados no decorrer deste trabalho. O funcionamento base da função compara permanentemente a tensão aos terminais do transformador com um valor de referência, emitindo uma ordem aos dispositivos de comando dos comutadores de tomadas se o desvio admissível for excedido durante um tempo pré-fixado, resultando assim, o aumento ou a diminuição do valor da tensão secundária. O algoritmo da regulação automática deve considerar outros factores por forma a optimizar o seu resultado. Desde logo, a regulação em paralelo de transformadores de potência minimizando as correntes de circulação que surgem neste tipo de exploração, assim como deverá interagir com outros automatismos presentes na subestação, cuja actuação influencie o perfil da tensão a regular como o accionamento de baterias de condensadores ou funções de deslastre de carga. 1.2 Objectivos Com a realização deste trabalho pretende-se desenvolver o software de regulação automática de tensão, necessário para que a unidade remota de teleacção da Siemens AK 1703 execute a função nas subestações de distribuição de energia. As funcionalidades desenvolvidas deverão ter como base soluções de pesquisa no domínio da automação de energia apresentadas nos últimos anos, de forma a utilizar a solução mais robusta, numa perspectiva de optimização de desempenho da função. A função desenvolvida deverá ser testada e os resultados obtidos validados através de testes realizados em laboratório, sendo que numa fase final o regulador deverá ser instalado num sistema de comando e controlo de uma subestação que esteja em construção. 1 1.3 Estrutura da Dissertação A dissertação é constituída por 6 capítulos. No capítulo 1 é feito o enquadramento do trabalho e são apresentados os objectivos na realização do mesmo. No capítulo 2 é feito o estudo sobre a temática da regulação automática de tensão, onde são descritos os principais componentes: o transformador com comutação de tomadas e a automação de regulação de tensão. No capítulo 3 são apresentadas as principais características da solução de automação da Siemens – hardware e software – onde é desenvolvida a função de regulação automática, assim como o protocolo utilizado no desenvolvimento de novas funcionalidades de acordo com a norma IEC-61131-3. O capítulo 4 descreve o processo de desenvolvimento da função. Começa-se por listar as funcionalidades exigidas e posteriormente são explicados os algoritmos criados para responder às especificações. Na última parte deste capitulo é feita uma descrição funcional dos blocos criados para a função de automação. Os testes funcionais e resultados obtidos são apresentados no capítulo 5, sendo descritos os processos utilizados nos testes, através da validação de valores: em modo offline utilizando o simulador da ferramenta de desenvolvimento; e em funcionamento online com valores recebidos do exterior da função, simulados por uma estrutura de ensaios presentes no laboratório de testes. No capítulo 6 são feitas as considerações finais deste trabalho e propostas novas funcionalidades que podem contribuir para o melhoramento e aperfeiçoamento da função criada. 2 2. Estado de arte – Regulação de Tensão 2.1 Regulação de tensão nos Sistemas de Energia Eléctrica O Sistema de Energia Eléctrico é altamente dinâmico, e no espaço de um dia verificam-se alterações tanto pela inconstância da carga como, mais recentemente pela injecção de energia de forma descentralizada, proveniente de fontes eólica ou solar a horas não programadas. As perturbações referidas modificam o valor de tensão nos diferentes pontos da rede, sendo por isso necessário meios de regulação ao longo de todo o sistema energético no intuito de manter o seu valor dentro dos limites admissíveis. A tensão é uma grandeza de carácter local que depende fortemente dos trânsitos de potência reactiva, logo o controlo de tensão/potência reactiva é efectuado quer central quer localmente desde a geração até aos consumidores finais. As exigências na sua regulação não são tão severas quanto as da frequência, sendo normalmente aceite uma banda de variação de ±5% do valor nominal. Os métodos utilizados diferem de acordo com a zona da rede em questão, como representado na figura 2.1. Figura 2.1 – Regulação de tensão nos sistemas de energia A regulação de tensão na geração é feita através do controlo do sistema de excitação dos geradores síncronos, produzindo ou absorvendo potência reactiva de acordo com a corrente de excitação – quando sub-excitados, os geradores consomem potência reactiva e com o aumento da corrente de excitação aumenta a potência reactiva produzida. Outra forma de controlo de tensão representada na figura prende-se com a injecção de potência reactiva em locais estratégicos da rede, como é estudado no ponto 2.3.5 deste trabalho. No caso limite, toda a energia reactiva deveria ser produzida localmente onde é consumida, para que o perfil da tensão ao longo da rede seja aproximadamente uniforme. Em termos práticos é possível injectar potência reactiva através da instalação de: • Condensadores e bobines em paralelo; • Condensadores em série; • Compensadores síncronos; • Compensadores estáticos. Ao nível do transporte e da distribuição, a regulação de tensão é feita através de transformadores com comutação de tomadas. Estes permitem compensar variações de tensão que inevitavelmente ocorrem ao longo do sistema, através da alteração da relação de transformação 3 aumentando ou diminuindo a tensão aos seus terminais, tal como aprofundado no ponto seguinte deste trabalho. A variação da relação de transformação que o comutador de tomadas proporciona altera o fluxo de potência reactiva entre os subsistemas ligados ao transformador, o que acarreta uma modificação do perfil de tensão. Logo, numa rede malhada, é necessário coordenar o controlo dos comutadores de tomadas em todos os transformadores que interligam dois níveis de tensão. As ordens para o comutador de tomadas dos transformadores são determinadas pela função de regulação automática de tensão, presente nos autómatos na subestação e assunto deste trabalho. 2.2 Transformadores com comutação de tomadas O transformador é um dos componentes essenciais dos Sistemas de Energia Eléctrica, permitindo alterar a tensão de uma rede para o nível mais adequado à função que esta desempenha. Se este for dotado de um comutador de tomadas, como o que se encontra representado figura 2.2, pode ainda ser utilizado como regulador de tensão. Figura 2.2 – Comutador de tomadas para transformadores O comutador de tomadas permite variar a relação de transformação entre o primário e o secundário do transformador, alterando o número de espiras do enrolamento (equação 2.1 (1) ). De maneira geral, este é instalado no lado da tensão mais elevada – o qual é percorrido pela corrente mais baixa. Em subestações de distribuição isso verifica-se no enrolamento primário, onde está ligada a alta tensão logo a alteração da relação de transformação permite regular a média tensão ligada ao secundário do transformador. Onde: • m – Relação de transformação; • V1n – Tensão nominal do primário do transformador; • V2n – Tensão nominal do secundário do transformador; • ∆V1 – Desvio de tensão causado pela alteração do número de espiras. (2.1) 4 A comutação de tomadas pode ser em vazio ou em carga. Neste último caso, o comutador é accionado por um motor controlado automaticamente que mantém a tensão no barramento especificado dentro de limites definidos (uma vez que a variação da relação de transformação não é continua, não é possível regular a tensão para um valor exacto). Devido às condições a que está sujeito durante o seu funcionamento, o comutador em carga é um elemento dispendioso e do ponto de vista de fiabilidade constitui um ponto fraco do transformador. Num transformador com regulação em vazio (caso dos transformadores de distribuição), a gama de regulação ∆v é tipicamente ±5% em escalões de 2,5 %. Por sua vez, os transformadores que têm regulação em carga (caso dos transformadores de rede), a gama de regulação é em geral ±10/15%, em escalões de 1%. O transformador com regulação pode ser modelado de modo simplificado por um transformador ideal com relação de transformação m em série com a impedância de curto-circuito Zcc, resultando o esquema monofásico equivalente, tal como apresentado na figura 2.3. Figura 2.3 – Transformador com regulação de tensão a) Esquema unifilar b) Esquema monofásico equivalente Analisando o circuito da figura 2.3 b, obtêm-se as equações: ′ • V1 – Tensão complexa aos terminais do primário do transformador; • V1‘– Tensão complexa à saída do transformador “ideal”. (2.2) A tensão à saída do transformador “ideal” é calculada pela equação 2.3 ′ • V2 – Tensão complexa aos terminais do secundário do transformador; • Zcc – Impedância de curto-circuito do transformador, vista do secundário; • I2 – Corrente complexa à saída do transformador. (2.3) Combinando as equações anteriores é formulada a equação 2.4, que relaciona as tensões à entrada e saída do transformador (2.4) 5 2.3 Função de “Regulação Automática de Tensão” Os comutadores de tomadas dos transformadores de potência da subestação recebem ordens de subir ou descer da função de “Regulação Automática de Tensão” (AVR – Automatic Voltage Regulator), a qual é executada a partir dos autómatos presentes na subestação. Esta função permite calcular a tomada mais indicada em cada instante considerando os valores aos terminais do transformador que controla, assim como as funções em execução na subestação que podem alterar o perfil de tensão, tal como representado esquematicamente na figura 2.4. Figura 2.4 – Intervenientes da regulação automática de tensão A função compara permanentemente a tensão do barramento com um valor de referência prédefinido, calculando o desvio nesse instante. Se o desvio admissível for excedido durante o tempo parametrizado é emitida uma ordem de “subir” ou de “descer” aos dispositivos de comando dos comutadores de tomadas em serviço dos transformadores do barramento em questão. O módulo base de cálculo apresentado previamente deve ainda considerar outras funções em execução na subestação e detectar alterações topológicas que influenciem o perfil da tensão a regular. Para além disso, a função é complementada com funcionalidades adicionais, assim como a emissão de sinalizações de acordo com a monitorização de parâmetros, descritas de seguida. 6 2.3.1 Regimes de funcionamento A função de regulação de tensão deverá apresentar obrigatoriamente dois regimes de funcionamento distintos (2): • Manual – A acção de Regulação Automática de Tensão está inibida e é feito o comando voluntário do comutador de tomadas em serviço localmente ou remotamente. • Automático – A acção de Regulação Automática de Tensão é permitida e o comando do comutador de tomadas pelo utilizador não é permitido. Em última instância, estes regimes podem ser considerados como o interruptor desta função: permitem ligar ou desligar a emissão de ordens. Adicionalmente, a colocação da função em modo “manual” deverá atribuir ao automatismo os seus valores iniciais, funcionando desta forma como um “reset” da função. 2.3.2 Configuração da subestação As subestações são dotadas de equipamento de protecção e corte – disjuntores e seccionadores – representados esquematicamente na figura 2.5, cujo accionamento pode alterar a capacidade de entregar energia num determinado barramento. Figura 2.5 – Ligações numa subestação de distribuição Estando em serviço, a subestação é sujeita à acção destes equipamentos devido à imprevisibilidade do SEE, pois estes respondem perante a ocorrência de curto circuito, solicitações de potência adicional ou até mesmo o excesso/falta de tensão ou corrente no sistema. A função de regulação automática deve determinar continuamente a topologia da subestação a partir da base de dados representativa da posição dos diferentes órgãos dos painéis AT e MT do transformador e dos painéis MT de fecho ou paralelo de barras, reconhecendo os transformadores que estão ligados a cada um dos barramentos ou semibarramentos MT e, consequentemente, saber se estão em serviço, em funcionamento individual ou em paralelo. A actuação da função é ao nível de cada um dos barramentos ou semibarramentos de média tensão da subestação, comandando os comutadores de tomadas em serviço dos transformadores ligados a esse barramento. Esta deve actuar simultaneamente nos transformadores ligados a barramentos separados, e nos transformadores ligados em paralelo de forma completamente independente. 7 A parametrização da função em funcionamento individual pode ser diferente em cada semibarramento. No entanto, se os barramentos forem interligados, deve ser garantida a mesma parametrização em todos os transformadores do grupo. Um caso particular de parametrização é o regime de funcionamento (“Manual”/”Automático”) que pode ser diferente em cada um dos barramentos. Porém, se dois barramentos em funcionamento individual apresentarem regimes de funcionamento diferentes e se for estabelecido o paralelo entre eles, o regime “Automático” prevalece sobre o regime “Manual” e passará a abranger todos os transformadores ligados ao barramento resultante da interligação, de acordo com a tabela 2.1. Condições iniciais Condições finais (Comando individual) (Comando em paralelo) AVR 1 AVR 2 AVR 1 AVR 2 Manual Manual Manual Manual Manual Automático Automático Automático Automático Manual Automático Automático Automático Automático Automático Automático Tabela 2.1 – Regime de funcionamento na passagem para paralelo Estabelecido o paralelo dos transformadores, a mudança do regime de funcionamento num deles deverá ser simultaneamente repercutido no outro, de acordo com a tabela 2.2. Condições finais Ordem voluntária a um dos reguladores de tensão (Comando paralelo) (Comando paralelo) AVR 1 AVR 2 Manual Manual Manual Automático Automático Automático Tabela 2.2 – Regimes de funcionamento em paralelo Na rede de distribuição da EDP existem no máximo três transformadores a comandar em cada subestação e três barramentos cuja tensão deve ser regulada. Consequentemente, numa subestação com a configuração máxima prevista – três transformadores e três semi barramentos – deverá ser possível comandar três transformadores em paralelo se os semibarramentos estão todos interligados; ou o comando individual de cada um dos transformadores, caso os semibarramentos se encontrem separados. 8 2.3.3 Comando de transformadores em paralelo A operação de transformadores em paralelo é muito habitual em subestações de transporte e distribuição de energia, com mais relevância no desempenho da rede, devido à segurança, fiabilidade e robustez que introduzem no sistema, garantidas pelas seguintes características: • Fornecimento ininterrupto de energia em caso de falhas de um dos transformadores; • Divisão da potência entre transformadores, não sobrecarregando nenhum deles; • Aumento da capacidade de entregar potência naquele ponto da rede; Apesar das vantagens apresentadas, verifica-se que neste tipo de tipologia existe a formação de uma corrente de circulação entre transformadores, representada na figura 2.6 que, sob condições adversas, pode atingir valores que levam à saturação dos transformadores, diminuindo o seu rendimento. Figura 2.6 – Circuito equivalente da operação de transformadores em paralelo Correntes reactivas de circulação As correntes de circulação surgem quando se verificam diferentes tensões aos terminais dos transformadores ligados em paralelo. Assumindo que estes transformadores são alimentados pela mesma tensão (igual tensão no primário) e recorrendo à manipulação da equação 2.4, vem: (2.5) Onde Tx corresponde à identificação do transformador do grupo de T1 a Tα. Da análise da equação 2.5, concluiu-se que a diferença de tensões pode ser criada pela posição da tomada de cada transformador provocando diferentes relações de transformação ou 9 simplesmente por estes apresentarem diferentes características construtivas, ou seja, diferentes impedâncias de curto-circuito. Considerando agora as correntes de circulação, as correntes no secundário dos transformadores são calculadas pelas equações seguintes Onde: ! (2.6) ! (2.7) ! (2.8) ! ! ! Tx • I2 – Corrente total que circula no secundário do transformador Tx; • IL • Tx – Corrente no secundário do transformador Tx devido à solicitação da carga; TxTy – Icir Corrente de circulação entre os transformadores Tx e Ty. As equações 2.6, 2.7 e 2.8 demonstram que neste exemplo o transformador 1 é adicionalmente carregado com todas as correntes de circulação, enquanto que todos os outros estão aliviados pelas correntes de circulação. Por sua vez, a corrente total na carga é calculada através da equação 2.9 ! " " " (2.9) Substituindo as equações 2.6, 2.7 e 2.8 na equação da corrente da carga, resulta (2.10) Verifica-se que todas as correntes de circulação são eliminadas, sendo possível concluir que estas são independentes da corrente solicitada pela carga, obtendo-se #$ (2.11) Feita esta consideração é possível calcular a amplitude e o ângulo das correntes de circulação, assumindo que os transformadores se encontram em vazio. Conhecendo as tensões aos terminais dos transformadores “ideais” definidos no capítulo 2.2, as suas impedâncias de curto-circuito Zcc e desprezando a impedância da ligação entre eles, a corrente de circulação calcula-se através da equação 2.12. % % $ (2.12) De maneira geral as impedâncias dos transformadores são fortemente indutivas e a parte activa pode ser desprezada, logo estas correntes são frequentemente chamadas correntes reactivas de circulação. Acresce a este facto que os valores das impedâncias são habitualmente baixos, por conseguinte resultam correntes de circulação bastante consideráveis, tal como demonstrado nos resultados do programa de cálculo das correntes perante a variação das relações de transformação apresentados no anexo 1. 10 Desequilíbrio de regulação entre transformadores A exploração de transformadores em paralelo levanta outra questão em termos de regulação relacionada com o valor da tensão no barramento ser alterada parcialmente quando apenas um dos (3) transformadores altera a sua relação de transformação . Em termos práticos, se as impedâncias de curto-circuito de todos os transformadores são iguais e um dos transformadores apresenta uma diferença ∆Vx, a tensão no barramento é dada pela equação 2.13: '() &'' &'' Onde: * + (2.13) • n – Representa o número de transformadores ligados em paralelo; • ∆Vx – Diferença de tensão que o transformador x apresenta em relação aos restantes transformadores em paralelo; Esta equação demonstra que para o caso de n=3, três transformadores ligados em paralelo, com a mesma impedância, a variação de tensão de um transformador afecta a tensão no barramento em apenas um terço, logo se a tensão dos transformadores com regulação mais alta for compensada pelos transformadores com as tomadas mais baixas a tensão será ajustada, no entanto irão circular correntes reactivas. Métodos de regulação de transformadores em paralelo As dificuldades para regular transformadores em paralelo apresentadas anteriormente representam um problema para os exploradores da rede e fornecedores de dispositivos de regulação automática (3),(4) , existindo por isso vários estudos na área relativos à solução que minimize os impactos criados (5), (6) . Por forma a conhecer o actual estado da tecnologia, apresentam-se de seguida as principais metodologias utilizadas pelos fabricantes e defendidas pelos investigadores desta matéria. Procedimentos que só consideram a tensão Nestes procedimentos a regulação é feita de forma a que todos os transformadores apresentem a mesma posição de tomadas. Este tipo de regulação representa a filosofia mais simples, na qual os cálculos das ordens para o comutador consideram apenas as tensões aos terminais de um dos transformadores e todos os outros recebem essas ordens. Devido ao seu modo de funcionamento, este é indicado para transformadores com características idênticas. Caso as características sejam distintas é necessário adaptar os valores, de forma a que a posição seja equivalente à mesma tensão em circuito aberto. Em termos gerais para a obtenção de bons resultados de regulação com este método as características deverão diferir no máximo 10%. • Master/Slave (Controlo Síncrono na alteração de tomada) – Nesta técnica um dos controladores assume o papel de master, funcionando assim como controlador principal, enquanto que os outros reguladores limitam-se a seguir as ordens enviadas pelo master. O 11 master deve comparar continuamente a posição da sua tomada com a posição da tomadas dos slaves, se existir um desvio o master garante que os restantes alteram para a mesma posição que este apresenta. • Master/Follower (Automatic Synchronism) – Neste procedimento o slave é dotado de alguma inteligência e consegue ler activamente a posição da tomada do master, conseguindo posicionar-se independentemente, copiando a posição do master. A regulação com este método permite ainda a introdução de um offset na posição das tomadas para que seja possível a sua utilização em transformadores com características diferentes. Os métodos apresentados revelam-se bastantes práticos e de desenvolvimento intuitivo, mas não respondem aos problemas levantados neste capítulo relativamente às correntes de circulação. Nota-se ainda uma grande dependência na troca de informação entre transformadores, sendo por isso fundamental que estes métodos sejam dotados de sistemas de verificação e atribuição automática de um novo master, perante a avaria deste ou até uma falha de comunicação entre reguladores. Procedimentos que consideram as correntes reactivas de circulação Estes procedimentos consideram novas variáveis no sentido de minimizar as correntes reactivas de circulação através do ajustamento mais adequado de tomadas. A realização dos seus cálculos está dependente do conhecimento das correntes em dois pontos distintos: • Saída dos transformadores de potência; • Saída do barramento nos painéis de saída da subestação. A medição da corrente reactiva no transformador não é suficiente, uma vez que esta também pode ter origem numa carga indutiva. No entanto, considerando os dois pontos da subestação, a proporção de corrente reactiva solicitada pela carga é matematicamente eliminada no processo (como verificado anteriormente na equação 2.10). O valor da corrente entregue à carga pode ser determinado pela soma vectorial das correntes de todos os transformadores ou medido directamente no barramento de saída da subestação através de um transformador de corrente adicional neste ponto. O conhecimento adicional da corrente permite calcular a potência aparente entregue pelo transformador e pelo grupo, assim como as suas componentes activas e reactivas, uma vez que já é possível determinar o desfasamento entre tensão e corrente e o respectivo factor de potência. • ∆I sinδ procedure – Trata-se do procedimento mais simples no tratamento das correntes de circulação, considerando que todos os transformadores têm características semelhantes e como tal a corrente de circulação é igual para todos os ramos. O seu principio de funcionamento resulta da análise directa do circuito da figura 2.6, e dos resultados da equação 2.10, onde se verifica que as correntes de circulação são independentes da corrente solicitada pela carga. A corrente reactiva de circulação em cada transformador é calculada dividindo a corrente reactiva entregue pelo grupo pelo número de transformadores, subtraindo este valor à corrente reactiva que passa em cada transformador de acordo com a equação 2.14. 12 , , - . , Onde: / 0 + (2.14) Tx IcirQ – Corrente reactiva de circulação do transformador x; I2Q Tx Gx IQ – Corrente reactiva no secundário do transformador x; – Corrente reactiva entregue pelo grupo de transformação x; ∆I sin φ procedure – Este método é uma expansão do método anterior que considera as • diferentes características dos transformadores. O seu cálculo é baseado não só nas correntes reactivas do sistema, mas também nas potências que cada transformador entrega, permitindo assim determinar a corrente que passa em cada ramo de acordo com a equação 2.15. , , 1 . , 2 3 2. (2.15) Neste caso a corrente reactiva entregue pelo grupo é ponderada pelos diferentes transformadores de acordo com a potência que cada um entrega em cada instante e a potência entregue pelo grupo. Onde: Tx S – Potência entregue pelo transformador x; Gx S • – Potência entregue pelo grupo de transformadores. ∆I cos δ procedure – Nos procedimentos anteriores é necessário conhecer os valores instantâneos dos diferentes transformadores, para efectuar os cálculos das diferentes correntes. No entanto, o sistema de energia elétrica é passível de falhas imprevisíveis, as quais podem limitar ou destruir a comunicação desses valores. Como tal, foi desenvolvido este método de cálculo, que permite fazer ou continuar a regulação dos transformadores quando a informação da restante rede não está disponível. O procedimento é baseado na criação de um setpoint da rede onde o regulador está inserido. A criação do setpoint consiste na observação e registo da corrente reactiva no transformador e no barramento de saída quando a rede está a funcionar correctamente e em condições nominais. Em caso de falha da rede a regulação é feita pela simples comparação do valor actual da corrente no transformador com o valor definido no setpoint, ou seja: se a corrente reactiva actual for superior, o transformador deverá descer; caso contrário o comutador deverá subir a tomada. Os métodos previamente apresentados representam as principais formas de regulação utilizadas na actualidade. Verifica-se que aqueles que consideram as correntes de circulação são mais independentes e não necessitam de receber a posição de tomadas de cada comutador, efectuando os cálculos individualmente. No entanto, estes implicam a existência de mais componentes (TI’s), logo é necessário adequar o método utilizado às condições de cada instalação. 13 2.3.4 Compensação da queda de tensão na linha As redes de transporte e distribuição extensas verificam quedas de tensão significativas ao longo das linhas, devido à sua impedância característica. A existência desta queda de tensão implica que o nível de tensão no barramento secundário da subestação não seja o mesmo no ponto de entrega da energia, ou seja, mesmo que a tensão esteja regulada na saída de subestação, isso não se verificará no ponto de consumo. Em resposta a este problema, surge o LDC - Line-Drop Compensation (7) , cujo principal objectivo é manter a tensão constante no consumidor e não no barramento secundário do transformador. O seu principio de funcionamento é baseado no circuito da figura 2.7, onde estão representadas as diferentes quedas de tensão do sistema a analisar. Figura 2.7 – Queda de tensão na linha A malha formada desde o barramento secundário do transformador até à carga, é traduzida pela equação 2.16, onde se verifica a influência da queda de tensão na linha. 456789 (:' ';' (2.16) O cálculo da queda de tensão na linha pode ser efectuado pela equação 2.17, onde se verifica que esta varia com o valor da corrente I à saída da subestação e com os parâmetros RL e XL – resistência e a reatância da linha. (:' < (2.17) Combinando as duas equações anteriores, resulta a equação 2.18 que representa o principio de funcionamento deste método, no qual o regulador considera um valor de tensão na saída da subestação superior para diminuir a variação da tensão no final da linha. 9=>54'7' 456789 < (2.18) Um dos modos clássicos para ajustar os parâmetros do regulador para cada ponto de regulação denomina-se “Centro de Carga”. Este método entra em conta com os valores dos transformadores de corrente e de tensão que fornecem os valores para o regulador de acordo com a montagem típica apresentada na figura 2.8. 14 Figura 2.8 – Esquema base do método “Centro de Carga” A montagem apresentada permite que o controlador ajuste a tomada de acordo com a tensão fornecida pelo transformador de tensão (TT) somando a tensão do circuito compensador de queda de linha. Para isso, o cálculo dos parâmetros é feito de acordo com as equações 2.19 e 2.20. Onde: @A 0 @ (2.19) @A 0 @ (2.20) '?64)5 - '?64)5 - • Rajuste → Ajuste do regulador para compensação resistiva [V]; • Xajuste → Ajuste do regulador para compensação reativa [V]; • In → Valor do secundário do transformador de corrente [A]; • rTT → Relação de transformação do transformador de tensão; • rTI → Relação de transformação do transformador de corrente; • RL → Resistência da linha até ao ponto de regulação [Ω]; • XL→ Reatância da linha para o ponto de regulação [Ω]. A utilização deste método levanta alguns problemas quando: na saída de subestação estão ligadas várias linhas com diferentes características; ou a carga está distribuída ao longo linha. Como a regulação é feita para um ponto concreto da rede, toda a rede a montante “vê” uma tensão superior enquanto que a jusante se verificam tensões inferiores. Em tom conclusivo, o método de compensação da tensão na linha funciona perfeitamente para cargas distribuídas uniformemente ao longo da linha, com uma impedância também uniforme ou para uma carga no final da linha. Caso contrário, poderão surgir sobretensões nos consumidores mais próximos da subestação e subtensões para consumidores mais distantes. 15 2.3.5 Comando de baterias de condensadores As baterias de condensadores permitem cancelar o excedente de potência reactiva solicitada pelas cargas indutivas ou outras cargas com baixo factor de potência, diminuindo assim a corrente e 2 consequentemente as perdas nas linhas (PP=R*I ). Isto significa que a correcta aplicação de bancos de condensadores pode aumentar a eficiência do sistema e reduzir a queda de tensão. Porém o seu uso incorrecto pode significar maiores perdas e sobretensões. A instalação pode ser efectuada em paralelo para compensar potência reactiva, elevando a tensão naquele ponto, ou em série passando a funcionar como um regulador de tensão automático comandado pela corrente, compensando a reatância da linha. Existem dois tipos de baterias de condensadores disponíveis no mercado: • Baterias de condensadores fixas – São dimensionados de acordo com a instalação, entregando constantemente a mesma potência, sendo por isso mais baratos; • Baterias de condensadores chaveados – Apenas são colocados em serviço de acordo com a necessidade do sistema, implicando assim a existência de um software de controlo de ligação à rede. Devido à diminuição dos custos das tecnologias, muitos sistemas utilizam baterias de condensadores com controlo automático cujas principais estratégias de despacho para controlo remoto de condensadores são: • Realizado pelo operador; • Diário programado; • Mediante medições na subestação; • Combinação entre medições de variáveis na subestação e ao longo da linha; Uma vez que a ligação das baterias de condensadores altera o perfil da tensão, esta deve ser considerada pela função de regulação automática de tensão. A EDP utiliza em algumas das subestações de distribuição a função “comando de baterias de condensadores” (8) , logo deverá ser garantida uma interação entre as duas funções. A função de regulação automática deverá permitir a diminuição da tensão de base uma percentagem pré-fixada e parametrizável, por ordem da função “comando de baterias de condensadores” no instante programado de ligação de uma bateria ao barramento em questão. Perante este sinal, a função “regulação de tensão” deverá emitir ordens de descer até ao restabelecimento do equilíbrio entre a tensão medida e a nova tensão referência. Estabelecido o equilíbrio, a função “AVR” informará a função “comando de baterias de condensadores”, desencravando a emissão da ordem de fecho ao disjuntor da bateria e a tensão de base do barramento em questão deverá retomar o valor inicial. 16 2.3.6 Funções de deslastre A função de deslastre ocupa um papel primordial nas redes de energia, uma vez que permite responder a situações extremas que sujeitem a rede aos valores inadmissíveis referidos no ponto 2.1. A causa mais habitual que pode despertar esta função, prende-se com a geração insuficiente para servir a carga do sistema – saída não programada de um grupo ou central e as linhas de interligação não dispõem de capacidade de transporte suficiente – nestes casos a frequência experimenta uma redução sustentada no tempo e a partir de uma diminuição da ordem de 1 Hz, existe o risco de um apagão geral, sendo activadas as funções de deslastre. O deslastre de carga é desencadeando automaticamente por relés, os quais desligam selectivamente blocos de consumidores, de forma a repor o equilíbrio entre a geração e o consumo, em duas situações distintas: • Reposição por tensão – Para prevenir a passagem do valor máximo admissível da tensão, devido à diminuição da carga; • Reposição por frequência – Quando o consumo é superior à produção. A função de regulação automática de tensão deverá receber a informação quando os programas de deslastre são activados, para prevenir a passagem do valor máximo admissível da tensão, devido à diminuição da carga provocada pela acção dos respectivos programas de “deslastre”. Neste caso o regulador deverá dar ordem ao comutador para se colocar na tomada de referência, caso esta se encontre definida e o regulador esteja em modo “automático”. Ao regressar a tensão a um barramento, após a execução do programa de deslastre por falta de tensão, a característica de “tempo-desvio” deve ser comutada para “tempo inverso” em relação ao barramento em questão. O retorno à característica “tempo independente” verificar-se-á quando a função “deslastre/reposição por tensão” voltar ao repouso. Por sua vez, perante a acção do programa de “deslastre por mínimo de frequência” a característica de “tempo-desvio” deve ser comutada para “tempo inverso” em relação a todos os barramentos da subestação e o retorno à característica “tempo independente” verificar-se-á quando a função “deslastre/reposição por frequência” voltar ao repouso. 2.3.7 Controlo da execução de ordens Após a emissão de uma ordem de subir ou de descer ao comutador de tomadas em serviço de um transformador, a função deverá verificar se alteração foi bem sucedida. Para isso, deverá ser disponibilizada a configuração de um tempo de espera depois da ordem ao comutador, correspondente à duração da mudança de tomada. Durante o tempo de comutação não deverão ser emitidas quais queres ordens, ficando a função num estado de standby. Findo o período de espera, a função deverá verificar qual a nova posição de tomada, garantindo assim que o comutador efectivamente mudou de tomada no sentido correcto. Se a mudança de tomada não tiver sido correctamente efectuada, a função deverá ficar bloqueada para o transformador em questão, e será emitida a sinalização “avaria do dispositivo de comando do comutador de tomadas em serviço – ordem não cumprida” de acordo com a secção 2.3.8 deste documento. 17 2.3.8 Sinalizações A correcta execução da função de regulação automática está dependente de vários factores que deverão ser constantemente monitorizados. Alguns dos problemas que podem surgir durante o seu funcionamento apenas são resolvidos com a intervenção do responsável pela subestação. Logo, a função deve ser dotada de lógica que permita emitir ordens para um centro de comando, para que os operadores possam ser alertados. Na tabela 2.3 estão listadas as diferentes sinalizações que a função deverá emitir e os (8) respectivos significados dos diferentes estados . Codificação Descrição Estado 0 – Manual (Default) SNL_001 Modo de funcionamento SNL_002 Tensão de base reduzida x % [%] SNL_003 Tensão de base reduzida com vista à ligação de baterias de condensadores 0 – OFF (Default) SNL_004 Característica de tempo desvio 1 – Automático 1 – ON 0 – Tempo independente (Default) 1 – Tempo inverso SNL_005 Ordem de subir SNL_006 Ordem de descer SNL_007 Bloqueio por mínimo de tensão SNL_008 Excesso de circulação de potência reactiva entre transformadores em paralelo SNL_009 Máximo de tensão SNL_010 Topo inferior SNL_011 Topo superior SNL_012 Avaria do dispositivo de comando do comutador de tomadas em serviço - ordem não cumprida SNL_013 Alarme de corrente de circulação SNL_014 Disparo por corrente de circulação SNL_015 Tomada de referência 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – Em serviço (Default) 1 – Fora de serviço Tabela 2.3 – Lista de sinalizações emitidas pela função 18 3. Unidade de Automação 3.1 Apresentação Os sistemas de protecção, monitorização e controlo tem assistido a uma grande evolução nos últimos anos, na qual os fiáveis e robustos dispositivos electromecânicos dão lugar a dispositivos electrónicos capazes de desempenhar várias funções simultaneamente e disponibilizar novas funcionalidades com a mesma fiabilidade apresentada pelos seus antecessores. Assiste-se assim, a uma tendência de soluções integradoras que consigam representar todos os dados de um projecto na mesma plataforma, permitindo: optimização de recursos; maior organização e uma considerável redução de custos indirectos. Desta perspectiva, a função de regulação automática de tensão estudada neste trabalho é desenvolvida na solução de automação da Siemens AK 1703, da família de produtos de ACP - Automation, Control and Protection. Figura 3.1 – AK 1703 ACP – Rack com 9 slots Na figura anterior é apresentado o componente base do hardware desta solução – o rack de 9 slots - onde são montados os restantes componentes. A flexibilidade desta solução é conseguida através do projecto da estrutura interna do rack, escolhendo as cartas a instalar, de acordo com as funções que esta irá desempenhar. Para além disso, é possível criar novas funcionalidades de automação através de software – como a desenvolvida neste trabalho – na ferramenta CAExPlus e gerir a sua execução na ferramenta OPM II. 3.2 Hardware O dimensionamento do hardware do autómato AK 1703 começa na escolha do rack a utilizar, de acordo com as características da instalação e a quantidade de funcionalidades a executar. Existem 3 modelos disponíveis com 9,16 ou 17 slots para cartas e 2 ou 4 slots para alimentação, tal como representado na figura 3.2, onde ainda se representa a forma de ligação das diferentes cartas no interior do rack. 19 Figura 3.2 – AK 1703 ACP - Instalação das cartas no rack A colocação das cartas no interior do rack tem apenas uma imposição relativa ao Master Control Element, que ocupa sempre a primeira posição. Depois desta são colocados os restantes módulos de acordo com a instalação em questão. Estes podem ser de diferentes tipos e são apresentados na tabela 3.1. Elemento Posição Descrição Responsável pela gestão interna das diferentes cartas no interior do rack, constituindo a unidade de processamento central. 1 Master Control Element A carta é dotada de uma porta de comunicação série que permite a ligação com PC’s, de forma a carregar toda a informação do projecto, inclusivamente o software desenvolvido. Carta responsável pela gestão das comunicações em diferentes protocolos. Processing and Communication Element Indiferente Indicada quando o autómato deve comunicar em diferentes protocolos e/ou existem ligações a diferentes dispositivos de comunicação (routers, switchs..). Elemento que permite a ligação física com os dispositivos de comunicação. Connection Boards Indiferente Estas placas ligam-se na carta do Master Control Element ou na carta do Processing and Communication Element. Cartas que permitem a comunicação com dispositivos nas imediações do autómato. Peripheral Elements Indiferente Estas diferem pelo tipo de sinal que processam e a forma como o processam, a saber: • Entradas analógicas; • Entradas digitais; • Saídas analógicas; • Saídas digitais. Tabela 3.1 – AK 1703 ACP - Hardware 20 3.3 Software 3.3.1 Toolbox II A componente de software da solução é a ferramenta Toolbox II, a qual é composta por diferentes aplicações que permitem realizar tarefas que vão desde: a gestão de equipamentos nas diferentes instalações; monitorização de variáveis; criação de novas funcionalidades de automatismo e respectiva distribuição para os diferentes módulos. O facto de ter na sua base de dados todos os intervenientes do processo, permite criar novas funcionalidades e efectuar testes de acordo com a estrutura montada no local da instalação permitindo assim, que sejam corrigidos erros das automações antes das mesmas serem colocadas em produção. A ferramenta Toolbox II é constituída por várias aplicações que desempenham diferentes funções. No entanto, apresentam-se na tabela 3.1 apenas aquelas que foram utilizadas na execução deste trabalho. ToolBox II OPM – Object Oriented Process Data Manager Ferramenta que permite a configuração inicial do projecto (secção 3.3.2): • • • Definição do “Costumer” e “Plant”; Caracteristicas da instalação; Configuração dos recursos disponíveis. Aplicação de administração do projecto, através de: TOOLBOX II Preset Data distribution center Plant Management CAEx Plus • • • Configurações de acesso; Definição de permissões dos utilizadores; Reorganização da base de dados. Aplicação de distribuição do projecto, através de: • Depoyment de dados entre as diferentes unidades; • Criação e gestão de backups. Ferramenta de consulta directa à base de dados do ToolBox II, permitindo assim a organização dos diferentes “Costumer”, “Plant” e “AU’s””. Criação e gestão de novas funcionalidades de automação (secção 3.3.2) Tabela 3.2 – Ferramentas da ToolBox II 21 3.3.2 OPM II – Estrutura de um projecto O funcionamento interno do ToolBox II é baseado numa estrutura hierárquica, na perspectiva de gestão de projecto, de forma a obter uma imagem o mais semelhante possível da instalação em causa. Isto exige uma configuração inicial dos vários parâmetros, representados na figura 3.3, efectuada na aplicação OPM II. Figura 3.3 – Toolbox II – Estrutura de um projecto Na figura anterior é apresentada uma estrutura fictícia, dos diferentes níveis de configuração da ferramenta, onde estão presentes os parâmetros fundamentais de configuração de qualquer projecto, são eles: • Customer Project – Representa o cliente para o qual o projecto está a ser desenvolvido. È o topo da hierarquia desta estrutura e pode ter associado a ele diferentes locais de instalação. De sublinhar, que este é um dado fundamental sem o qual a aplicação não permite desenvolver qualquer funcionalidade. • Process Technical Plant – Segundo nível da hierarquia e representa uma instalação do cliente anteriormente criado. Este é definido no início do projecto, após a criação de um Costumer Project. • System Technical Plant – Representa um sistema dentro do Process Technical Plant onde é possível definir e criar unidades de automação; • Regions – Traduz as diferentes zonas presentes numa instalação como: geração; transformação; linhas de transporte com diferentes tensões. • Automation Units (AU) – Autómatos instalados em cada region. A configuração final da instalação passa por definir o hardware que cada AU tem instalado. Esta atribuição é feita de acordo com uma lista de componentes disponibilizada pela ferramenta OPMII, onde constam todos os modelos disponíveis de processadores, placas de comunicação, cartas de inputs e outputs para o modelo da AU utilizada. 22 3.3.3 CAEx Plus O desenvolvimento de novas funcionalidades de automação para toda a gama de produtos 1703 ACP é feita na ferramenta CAEx Plus. Esta permite: criar; gerir; configurar; testar e documentar software de loops abertos e fechados de acordo com a norma internacional IEC 61131-3. O funcionamento do CAEx Plus está dependente da configuração efectuada na ferramenta OPM II, uma vez que a criação de software é feita de acordo com as unidades de automação disponíveis e com lista de sinais exteriores definidos. A programação nesta aplicação é feita através da orientação por objectos de acordo com a norma IEC 61131-3. Devido a este standard é disponibilizado em todos os projectos duas bibliotecas construídas de acordo com esta norma, onde constam blocos previamente desenvolvidos com as funções mais utilizadas. Este método de desenvolvimento permite descrever unidades reais como: bombas; interruptores ou conjuntos maiores como geradores, através de blocos e utilizá-los como objectos definidos no processo de engenharia em qualquer parte do projecto. Este tipo de programação é especialmente útil quando a instalação consiste em múltiplas unidades primárias e equipamentos do mesmo tipo (transformadores, centrais hidroeléctricas, pipelines, etc.), permitindo ainda utilizar esses componentes em outros projectos através da exportação de dados. A gestão de funções de automatismo e blocos criados é feita numa estrutura em árvore de acordo com a estrutura previamente criada na aplicação OPM II. O nível mais alto representa o Process Technical Plant, apresentada no capítulo 3.3.2 e os respectivos níveis seguintes são constituídos pelos diferentes resources definidos. Em cada um dos níveis, é possível a adição de subpastas onde é possível adicionar documentações, comentários e até blocos de funções que o projectista ache adequado. 3.3.4 Norma IEC 61131-3 A norma Internacional 61131-3 corresponde à terceira parte da norma 61131, cuja primeira edição foi publicada em Dezembro de 1993 pela International Electrotechnical Commission (IEC), sendo posteriormente lançada a segunda e corrente edição em 2003. Esta introduz bases normalizadas de programação PLC (Programmable Logic Controller), resultante do crescimento de dispositivos de automação e da procura de melhoramentos do desempenho da micro-tecnologia. As linguagens clássicas de programação usadas como: listas de instruções; diagrama em escada; ou diagramas de funções de bloco atingiram os limites das suas potencialidades verificandose assim a necessidade de uma linguagem e conceitos normalizados, por forma a obter uma programação de alto nível e ferramentas de desenvolvimento uniforme. Em termos de imposições, destaca-se o tipo de dados utilizados os quais estão apresentados na tabela 3.3 e a definição de linguagens de programação de texto e gráficas, apresentadas de seguida. 23 Bit Strings Interger Real Time String Valores on/off Números inteiros Números reais Duração de processos Cadeias de caracteres BOOL SINT REAL TIME Seg, Minutos, Horas 1 bit Signed short (1 byte) 4 byte BYTE INT LREAL DATE 8 bit Signed integer (2 byte) 8 byte Data calendário WORD DINT TIME_OF_DAY 16 bit Double integer (4 byte) Hora DWORD LINT DATE_AND_TIME 32 bit Long integer (8 byte) Tempo de data Arrays Guarda múltiplos valores do mesmo tipo LWORD 64 bit Tabela 3.3 – Tipo de dados na norma 61131 Linguagens de Programação de Texto Instruction List (IL) - É uma linguagem de programação orientada pela linha (line-oriented), onde cada linha contém uma instrução, consequentemente a soma das instruções é processada sequencialmente. Este método de programação é bastante simples o que lhe confere vantagens, como a possibilidade da compilação directa na máquina onde é desenvolvido o código e a inexistência de perdas de eficiência devido a comandos abstractos durante a compilação. Structured Text (ST) - É uma linguagem de programação de alto nível semelhante ao PASCAL, onde não só são utilizados comandos machine oriented, mas também comandos abstractos que podem ser combinados em diferentes sequências de comandos. Logo, já permite uma programação mais compacta e uma visão geral do programa mais intuitiva devido à sua estrutura. Linguagens de Programação Gráficas Ladder Diagram (LD) – Este método tem a sua origem associada à área de sistemas de protecções eletromecânicas, representando o diagrama da rede no seu código e compilando a informação dos estados das diferentes ligações do circuito de forma sequencial. A execução do código neste método é feita inicialmente na vertical, varrendo posteriormente o diagrama na horizontal, advindo daí o seu nome: “diagrama em escada”. Este método foi um dos primeiros a ser implementado e é fortemente utilizado, devido à sua parecença com os robustos métodos utilizados em protecções, os quais tem provas dadas à vários anos. No entanto, com a introdução de novas funcionalidades e complexidade das aplicações, este foi ultrapassado por métodos que permitem a criação de ordens não sequenciais, despertadas por condições na execução do programa. Function Block Diagram (FBD) – A função de automação é construída com base numa rede utilizando símbolos gráficos com funções pré-definidas. O programador define a troca de dados entre os diferentes símbolos gráficos e as prioridades que estes têm durante a execução do programa. Este método introduz o método de ligação entre os símbolos - connector - que permite a ligação sem a existência de fios e entre vários blocos a partir do mesmo ponto. Sequential Function Chart (SFC) – Esta linguagem permite desmantelar tarefas complexas em unidades projectáveis para supervisionar a informação entre diferentes redes. São introduzidos dois conceitos fundamentais: Transições – que representam condições para activar determinadas Acções – que executam ordens que são repercutidas para outro nível ou para sequências parciais ligadas sequencialmente, em paralelo ou em outro modo alternativo. 24 4. Função de Regulação Automática de Tensão 4.1 Especificações O desenvolvimento do software da função de regulação automática de tensão é feito de acordo com as exigências do explorador da rede e os métodos expostos ao longo deste trabalho. Como tal, apresentam-se na tabela 4.1 as especificações que serviram de base ao projecto do seu algoritmo e à criação dos seus blocos. Característica Capítulo Descrição 2.3 A tensão do barramento é permanentemente comparada com um valor de referência e é calculado o desvio actual de tensão. Se o desvio admissível for excedido durante um tempo pré-fixado, será emitida uma ordem de “subir” ou de “descer” aos dispositivos de comando dos comutadores de tomadas em serviço dos transformadores do barramento em questão Condições Iniciais 4.2 Para que a função “regulação de tensão” possa operar sobre os mecanismos de comando dos comutadores de tomadas em serviço de cada um dos transformadores, devem verificar-se cumulativamente as condições apresentadas na tabela 4.2 Regimes de funcionamento 2.3.1 Existência de dois regimes de funcionamento distintos: • Modo “Automático” • Modo “Manual” Configuração da subestação 2.3.2 Cálculo da topologia actual a partir da base de dados representativa da subestação e das informações sobre a posição de disjuntores e seccionadores Módulo Base Controlo do funcionamento de transformadores em paralelo, mediante a minimização da circulação de potência reactiva Comando de transformadores em paralelo 2.3.3 Compensação da queda de tensão 2.3.4 Regulação da tensão no extremo a jusante do ponto onde é efectuada a medida Comando de baterias de condensadores 2.3.5 Evita a passagem do valor máximo admissível da tensão devido à subida provocada pela ligação da bateria Interacção com as funções “deslastre/reposição por tensão” 2.3.6 Garante a manutenção do valor máximo admissível da tensão, devido à diminuição da carga provocada pela acção dos respectivos programas de “deslastre”. Sinalizações 2.3.8 Emissão de sinalizações para cada painel de transformadores, de acordo com a tabela 2.3. Controlo de execução das ordens 2.3.7 Após a emissão de uma ordem de subir ou de descer ao comutador de tomadas de um transformador, a função deverá verificar se alteração foi bem sucedida Actuação com total independência entre os transformadores em paralelo. A parametrização da função em cada barramento poderá ser diferente em funcionamento individual, mas em paralelo deverá ser garantida a mesma parametrização da função nos transformadores do grupo Tabela 4.1 – Resumo das especificações da função “AVR” 25 4.2 Algoritmo De acordo com as especificações apresentadas no ponto anterior e as características da ferramenta de desenvolvimento utilizada, foi criada uma estrutura constituída por três grupos para desenvolver a função. Estes são descritos nos pontos seguintes e por sua vez serviram de base á construção do fluxograma da figura 4.1. Arranque da função No arranque do autómato o regime de funcionamento é o “manual” consequentemente a regulação automática está inibida. Apesar desta inibição a função deverá adquirir os diferentes valores do exterior e verificar o seu valor lógico, emitindo uma sinalização sempre que as condições presentes na tabela 4.2 não sejam cumpridas. Dispositivo Barramento(s) Sinalização Descrição SNL_01 O regime de funcionamento escolhido para o barramento em questão é o modo “automático” SNL_07 O encravamento por “mínimo de tensão” não está activado - A medida da tensão do barramento em questão é válida - O transformador em questão está “em serviço” (ligado aos barramentos AT e MT) - As tensões auxiliares alternada e contínua dos circuitos de comutação de tomadas em serviço estão presentes - A tensão auxiliar do dispositivo de comando do comutador de tomadas em serviço está presente Transformador(es) SNL_12 O dispositivo de comando do comutador de tomadas em serviço está operacional, ou seja, não está avariado - As medidas de potência activa e potência reactiva são válidas - A indicação de posição do comutador de tomadas em serviço é válida Tabela 4.2 – Condições de arranque da função A tabela anterior apresenta as condições que devem ser cumulativamente cumpridas para que a regulação automática possa operar em relação a cada um dos barramentos de média tensão e sobre os mecanismos de comando dos comutadores de tomadas em serviço de cada um dos transformadores. Elaboração das ordens Verificadas as condições iniciais, o desvio é calculado ciclicamente para os transformadores ligados ao barramento. O cálculo é feito de acordo com a configuração da subestação e as opções seleccionadas, estando disponíveis as seguintes funcionalidades: 26 • Módulo base - A tensão do barramento é permanentemente comparada com um valor de referência, calculando assim o desvio actual. • Comando de baterias de condensadores – O valor base é reduzido um valor pré- definido em percentagem mediante a ordem de ligação da bateria de condensadores ao barramento do transformador. • Compensação da queda de tensão em linha – O cálculo do desvio considera a queda de tensão em linha, caso esta opção seja activada pelo utilizador e o transformador não esteja a funcionar em paralelo. • Minimização da corrente reactiva de circulação – Se o transformador estiver a funcionar em paralelo e o método de regulação com minimização de corrente estiver activo, os cálculos são efectuados de forma a considerar a minimização do valor de corrente de circulação. Se a característica de “tempo-desvio” for “tempo independente”, a duração dos ciclos é sempre igual ao tempo de actuação pré-fixado, caso seja “tempo inverso”, a duração do ciclo é encurtada, ou seja, a frequência das leituras é aumentada, na dependência inversa da razão entre o primeiro desvio calculado e o desvio admissível nominal. Se o valor do desvio calculado num determinado ciclo não exceder o desvio admissível nominal não é elaborada qualquer ordem, por sua vez se o valor do desvio calculado exceder o desvio admissível nominal será elaborada uma ordem que dependerá do sinal do desvio calculado: • Desvio positivo – É elaborada uma ordem de descer ao comutador de tomadas em serviço do respectivo transformador. • Desvio negativo – É elaborada uma ordem de subir ao comutador de tomada em serviço do respectivo transformador. Emissão e controlo de ordens Uma vez elaborada uma ordem de “descer” ou de “subir” ao comutador de tomadas em serviço de um transformador, a mesma só é emitida se não estiver em curso uma manobra de mudança de tomadas; caso contrário, a emissão da ordem aguarda o fim da mudança em curso. Adicionalmente, uma ordem de “descer/subir” ao comutador de tomadas em serviço de um transformador só é emitida se o comutador não estiver na tomada extrema inferior/superior; caso isso se verifique, a ordem é cancelada sendo emitida a respectiva sinalização. Após a emissão de uma ordem de subir ou de descer ao comutador de tomadas em serviço de um transformador, a função aguarda um período de tempo pré-fixado e ajustável entre 1 s e 50 s (correspondente à duração da mudança de tomada), findo o qual verifica se o comutador efectivamente mudou de tomada no sentido correcto. Se a mudança de tomada não tiver sido correctamente efectuada, a função fica bloqueada em relação ao transformador em questão, e será emitida a sinalização “avaria do dispositivo de comando do comutador de tomadas em serviço – ordem não cumprida”. 27 Figura 4.1 – Fluxograma do funcionamento da função “AVR” 28 4.3 Toolbox II – Configuração do projecto 4.3.1 Estrutura base A criação de novas funcionalidades de automação na ferramenta Toolbox II implica a definição de uma estrutura funcional de acordo com o hardware disponível (capítulo 3.3.2). A configuração inicial deste projecto da ferramenta OPM II é feita de acordo com os parâmetros presentes na tabela 4.3, permitindo assim aceder e desenvolver a funcionalidade de regulação automática na ferramenta CAEx Plus. Nível Descrição Id Atribuição 1 Customer Project 0 SIEMENS 2 Process Technical Plant 0 Desenvolvimento SIEMENS 3 System Technical Plant 0 Indulis 4 Region 0 Laboratório 5 Automation Unit 0 AK1703ACP Tabela 4.3 – Toolbox II – Estrutura funcional da função “AVR” A criação desta estrutura permite agora definir o hardware instalado no autómato AK1703ACP (capítulo 4.3.2) e posteriormente as variáveis que a função necessita de conhecer do exterior (capítulo 4.3.3). 4.3.2 Hardware instalado Apresentam-se agora as características dos diferentes componentes instalados na unidade utilizada para desenvolver a função de regulação automática de tensão: • Rack de montagem CM-2835 – Apresenta 17 slots para cartas e 4 slots para alimentação e pode ser instalado em painéis de 19’’; • Master Control Element CP-2010; • Carta de Ligação CM-2837 Connect. Comm./Sys-I/O (CP-2010); • Network Interface Processor (NIP) SM-2556 - Ser.Interface+Ethernet 10/100FX • Peripheral Elements AI-2300 - Analogic Input 16x ±20mA + 4x opt.IOM - BA2-300 • Peripheral Elements DI-2111 - Digital Input 8x8, 110/220VDC, 1ms - BA2-111 • Peripheral Elements DO-2210 - Command Output 24-60VDC - BA2-210 • Power Supply 110-220VDC,230VAC/80W BC5-622. 29 4.3.3 Estrutura de variáveis exteriores A gestão de variáveis exteriores ao autómato onde é executada a função “AVR” é feita na ferramenta OPM II através da criação de images – imagens que representam a estrutura presente na subestação de forma hierárquica. Da análise do conjunto de variáveis utilizadas na função, que trocam informação com o exterior, resultou a estrutura da figura 4.2 constituída por 4 níveis com as seguintes características: • Nível 0 – AVR – Automatic Voltage Regulator – É o primeiro nível da estrutura, criado para englobar todas as images necessárias para a execução e configuração da função. • Nível 1 – Constituído pelas images que englobam as variáveis de acordo com o elemento que se referem: S01 – Dados relativos à subestação; T01/ T02/ T03/ T04/ T05 – Dados relativos aos transformadores; G01/ G02 – Dados dos grupos de regulação em paralelo. • Nível 2 – Images que englobam as diferentes variáveis de acordo com a sua origem: MSR – Medições provenientes do exterior do autómato; PRM – Parametrizações definidas pelos utilizadores; ORD – Ordens ou comando das diferentes funções em execução na subestação; SNL – Sinalizações que a função deve emitir. • Nível 3 – Images com o nome das variáveis e que contém os links para os diferentes periféricos. Este nível não é representado na figura 4.2 uma vez que estas diferem de acordo com o seu grupo, sendo apresentadas nas tabelas 4.4 à 4.8. Figura 4.2 – ToolBox II – Estrutura de variáveis exteriores A base da estrutura de variáveis exteriores é constituída por links para os diversos periféricos com os quais a variável deve contactar – aparelhos de medições, dispositivos de comunicações, ferramenta de programação – garantindo assim o input/output de valores de acordo com as suas características e estrutura presente na subestação. No desenvolvimento da função são utilizados os seguintes tipos de links: 30 • LNK_CAExplus – Link de comunicação com a ferramenta de desenvolvimento/ gestão de funções de automação, permitindo assim carregar a função com as variáveis exteriores. • LNK_1703_AI – Link para a carta de entradas analógicas da família de produtos 1703 – modelo do autómato utilizado. • LNK_1703_DI – Link para a carta de entradas digitais da família de produtos 1703. • LNK_1703_DO – Link para a carta de saídas digitais da família de produtos 1703. O primeiro grupo de variáveis apresentado é referente ao estado das ligações na subestação – tabela 4.4. A estrutura presente na tabela foi criada de acordo com a figura 4.5, na qual estão representadas as ligações de interesse da subestação. As variáveis listadas têm características booleanas representando a posição dos diferentes disjuntores ou seccionadores. A obtenção do valor da variável pode ser feito por leitura directa do estado do disjuntor (aberto ou fechado) ou através da comunicação com o autómato de serviços auxiliares da subestação, sendo assim atribuídos os respectivos links presentes na tabela. S01 – MSR Codificação Descrição B01_CON_T01_T02 Estado do disjuntor que permite a ligação do transformador 1 ao transformador 2 pelo barramento 1 B01_CON_T02_T03 Estado do disjuntor que permite a ligação do transformador 2 ao transformador 3 pelo barramento 1 B01_CON_T03_T04 Estado do disjuntor que permite a ligação do transformador 3 ao transformador 4 pelo barramento 1 B01_CON_T04_T05 Estado do disjuntor que permite a ligação do transformador 4 ao transformador 5 pelo barramento 1 B02_CON_T01_T02 Estado do disjuntor que permite a ligação do transformador 1 ao transformador 2 pelo barramento 2 B02_CON_T02_T03 Estado do disjuntor que permite a ligação do transformador 2 ao transformador 3 pelo barramento 2 B02_CON_T03_T04 Estado do disjuntor que permite a ligação do transformador 3 ao transformador 4 pelo barramento 2 B02_CON_T04_T05 Estado do disjuntor que permite a ligação do transformador 4 ao transformador 5 pelo barramento 2 Tipo Links BOOL LNK_CAExplus + LNK_1703_DI Tabela 4.4 – Estrutura de variáveis exteriores dos estados das ligações na subestação 31 Na tabela 4.5 são apresentadas todas as medições relativas aos transformadores. Este conjunto de valores é de extrema importância para a correcta execução da função “AVR”, uma vez que permite receber dados como a tensão aos terminais do transformador – objectivo da regulação. Os valores podem ser recebidos através das: cartas de entrada; ligação aos diferentes dispositivos (TT’s, TI’s e comutador) ou do autómato de serviços auxiliares - comunicações. T01/ T02/ T03/ T04/ T05 – MSR Codificação Descrição 001_VLT_ABS Tensão eficaz aos terminais do transformador 002_CRT_ABS Corrente medida no ramo do transformador 003_CRT_REL Componente activa da corrente medida no ramo do transformador 004_CRT_IMG Componente reactiva da corrente medida no ramo do transformador 005_PWR_ABS Potência aparente entregue pelo transformador 006_PWR_REL Componente activa da potência entregue pelo transformador 007_PWR_IMG Componente reactiva da potência entregue pelo transformador 008_PWR_AGL Ângulo de potência 010_SVR Bit que permite identificar a existência do transformador na subestação 011_CON_B01 Ligação do seccionador ao barramento 1 012_CON_B02 Ligação do seccionador ao barramento 2 020_TAP_MAX Indicação de tomada máxima enviada pelo comutador de tomadas 021_TAP_MIN Indicação de tomada mínima enviada pelo comutador de tomadas 022_TAP_ALT Indicação de alteração de tomada enviada pelo comutador de tomadas 023_TAP_P01 Bit 1 da codificação da posição da tomada 024_TAP_P02 Bit 2 da codificação da posição da tomada 025_TAP_P03 Bit 3 da codificação da posição da tomada 026_TAP_P04 Bit 4 da codificação da posição da tomada 027_TAP_P05 Bit 5 da codificação da posição da tomada 028_TAP_P06 Bit 6 da codificação da posição da tomada 029_TAP_P07 Bit 7 da codificação da posição da tomada Tipo Links REAL LNK_CAExplus + LNK_1703_AI BOOL LNK_CAExplus + LNK_1703_DI Tabela 4.5 – Estrutura de variáveis exteriores relativas às medições nos transformadores 32 Actualmente a parametrização da função é feita através da alteração dos parâmetros da tabela 4.6 na instância “AVR”, os quais apresentam por defeito os valores da última coluna. No entanto, no capítulo 6.1 deste trabalho é sugerido um menu de configuração desenhado para o efeito – executado no autómato de serviços auxiliares da subestação ou remotamente no centro de comando – que deverá comunicar com a função através da carta de comunicações, permitindo assim alterar todas as parametrizações remotamente, sendo por isso necessário a sua configuração na ferramenta OPM II. T01/T02/T03/T04/T05 – PRM Codificação Tipo Descrição Valores 0 – Manual (Default) 001_WMD BOOL Regime de funcionamento 002_VLT_UNT BOOL Definição da unidade dos valores da tensão 003_CRT_UNT BOOL Definição da unidade dos valores da corrente 0 – [A] (Default) 004_PWR_UNT BOOL Definição da unidade dos valores de potência 0 – [kVA] 1 – [MVA] (Default) 005_VLT_REF REAL Tensão de referência [V] / [kV], de acordo com 002_VLT_UNT 006_CRT_REF REAL Corrente referência [A] / [kA] de acordo com 003_CRT_UNT 007_BDW REAL Banda admissível 3 % (Default) 008_TME_MDE BOOL Tipo de delay quando o valor da tensão admissível é ultrapassado 0 – Tempo Linear (Default) 009_TME_VLE INT 010_CPC_DVI 1 – Automático 0 – [V] 1 – [kV] (Default) 1 – [kA] 1 – Tempo Inverso Tempo que a função aguarda quando o valor da tensão admissível é ultrapassado e o tipo de delay é “Tempo Linear” 10 s (Default) REAL Desvio da tensão de referência com a ligação da bateria de condensadores 10 % (Default) 011_LDC_ENB BOOL Compensação de tensão na linha 012_LDC_NTR REAL Parâmetro da compensação de tensão referente à resistência da linha [ohm] 013_LDC_NTX REAL Parâmetro da compensação de tensão referente à reatância da linha [ohm] 014_MDE BOOL Modo de recepção de valores do exterior 015_TT_PRI REAL Valor do primário do TT [kV] 016_TT_SCD REAL Valor do secundário do TT [V] 017_TI_PRI REAL Valor do primário do TI [A] 018_TI_SCD REAL Valor do secundário do TI [A] 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – Medições (Default) 1 - Comunicações 33 020_VLT_MIN_ENB BOOL Configuração da funcionalidade de “Bloqueio por Mínimo de Tensão” 0 – OFF 1 – ON (Default) 021_VLT_MIN_MDE BOOL Formato do valor minimo de tensão admissivel 0 – [%] (Default) 022_VLT_MIN_VLE REAL Valor minimo de tensão admissivel 023_VLT_MIN_TME INT Tempo que a função aguarda até activar o bloqueio por minimo de tensão 2 s (Default) 024_VLT_MIN_SNL BOOL Configuração da emissão da sinalização de “Bloqueio por Mínimo de Tensão” 0 – OFF 1 – ON (Default) 025_VLT_MAX_ENB BOOL Configuração da funcionalidade “Máximo Tensão” 0 – OFF 1 – ON (Default) 026_VLT_MAX_MDE BOOL Formato do valor máximo de tensão admissivel 0 – [%] (Default) 027_VLT_MAX_VLE REAL Valor limite para máximo de tensão admissivel 028_VLT_MIN_TME INT Tempo que a função aguarda até activar o bloqueio por máximo de tensão 2 s (Default) 029_VLT_MIN_SNL BOOL Configuração da emissão da sinalização de “Bloqueio por Máximo de Tensão” 0 – OFF 1 – ON (Default) 030_CRT_MAX_ENB BOOL Configuração da funcionalidade de “Máximo de corrente” 0 – OFF 1 – ON (Default) 031_CRT_MAX_MDE BOOL Formato do valor máximo de corrente admissivel 0 – [%] (Default) 032_CRT_MAX_VLE REAL Valor do máximo de corrente admissivel Depende do parâmetro 031_PRM_CRT_MAX_MDE 033_CRT_MAX_TME INT Tempo que a função aguarda até activar o bloqueio “Máximo de Corrente” 2 s (Default) 034_CRT_MAX_SNL BOOL Configuração da emissão da sinalização de “Máximo de Corrente” 0 – OFF 1 – ON (Default) 040_ZCC REAL Impedância de curto circuito do transformador [ohm] 1 – [V] / [kV] Depende do parâmetro 021_VLT_MIN_MDE 1 – [V] / [kV] Depende do parâmetro 026_PRM_VLT_MAX_MDE 1 – [A] / [kA] 041_TME_CMT INT Tempo de comutação 50 s (Default) 042_TME_IMP INT Tempo de duração do impulso das ordens para o comutador 5 s (Default) 043_VLT_LMT REAL Valor em relação à tensão de referência, abaixo do qual a regulação automática fica inibida 30% (Default) 044_TAP_REF_ENB BOOL Indicação da disponibilidade da tomada de referência 0 – OFF 1 – ON (Default) 045_TAP_REF_VLE INT Tomada de referência do comutador de tomadas 2 (Default) 046_TAP_MDE BOOL Tipo de codificação da posição da tomada usada pelo comutador 0 – BCD (Default) 1– Tabela 4.6 – Estrutura de variáveis de parametrização dos transformadores 34 O próximo grupo apresentado é referente às ordens associadas aos transformadores. A lista destas variáveis é fornecida na tabela 4.7, as quais podem ser de dois tipos: • Ordens emitidas pela função – Como as ordens de subir ou descer para o comutador de tomadas; • Ordens recebidas pela função – Permitindo que esta interaja com outras funções na subestação como as funções de deslastre. T01/T02/T03/T04/T05 - ORD Codificação Tipo Links Descrição 001_OUT_UPR Output Ordem de subir para o comutador de tomadas 002_OUT_DWN Output Ordem de descer para o comutador de tomadas LNK_CAExplus 003_OUT_CPC Output 004_CRT_CIR Output Ordem enviada pela função “AVR”para a função “Comando de baterias de condensadores” permitindo o fecho do disjuntor da bateria de condensadores + LNK_1703_DO Ordem de disparo do disjuntor de barras por corrente de circulação 011_IN_UPR_MAN Input Ordem manual para subir 012_IN_DWN_MAN Input Ordem manual para descer 013_IN_CPC Input Ordem recebida da função “Comando de bateria de condensadores”, com a indicação de ligação da bateria LNK_CAExplus LNK_1703_DI 014_IN_DRT Input Ordem recebida da função de “Deslastre por reposição de tensão” 015_IN_DRF Input Ordem recebida da função de “Deslastre por reposição de frequência” + Tabela 4.7 – Lista de ordens enviadas/recebidas pelos transformadores 35 O último grupo de images do nível 2, da estrutura de variáveis exteriores dos transformadores é constituído pelas sinalizações que a função deve emitir. A lista de sinalizações disponíveis é apresentada na tabela 4.8, a qual foi construída de acordo com a tabela 2.3 onde constam todas as sinalizações exigidas pelo explorador da rede. Em termos de comunicações com o exterior estas podem ser feitas de duas formas: • Carta de saídas digitais – Emite um sinal binário sempre que uma sinalização for activada e uma sinalização luminosa na respectiva carta, referente ao id da saída onde a variável está ligada; • Carta de comunicação – Emissão da sinalização por protocolo de comunicação, para o autómato de serviços centrais ou para um centro de comando. T01/ T02/ T03/ T04/ T05 - SNL Codificação Descrição Valores 0 – Manual (Default) 001_WMD Modo de funcionamento 002_VLT_REF_DVI Tensão de base reduzida x % 003_CPC Tensão de base reduzida com vista à ligação de baterias de condensadores 004_TME_MDE Tempo desvio 005_UPR Ordem de subir 006_DWN Ordem de descer 007_VLT_MIN_SNL Bloqueio por mínimo de tensão 008_CRT_CIR_SNL Excesso de circulação de potência reactiva entre transformadores em paralelo 009_VLT_MAX_SNL Máximo de tensão 010_TAP_MIN Indicação de “Topo inferior” quando o comutador se encontra na tomada inferior e a função elabora uma ordem de descer 1 – ON 011_TAP_MAX Indicação de “Topo superior” quando o comutador se encontra na tomada superior elaborauma ordem de subir 1 – ON 12_ONA Avaria do dispositivo de comando do comutador de tomadas em serviço - ordem não cumprida 13_CRT_CIR_ALR Alarme de corrente de circulação 14_CRT_CIR_ORD Ordem de disparo por corrente de circulação 15_TAP_REF Tomada de referência em serviço / fora de serviço 1 - Automático 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – Linear (Default) 1 - Inverso 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 0 – OFF (Default) 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – Em serviço (Default) 1 – Fora de serviço Tabela 4.8 – Lista de sinalizações dos transformadores 36 Relativamente aos grupos de transformação, existem dois tipos de variáveis que deverão ser consideradas. Em primeira instância as medições na subestação relativas aos valores de potência do grupo de transformação, quando existem instrumentos de medição à saída do grupo. Estes valores permitem uma obtenção mais correcta dos parâmetros aos terminais do grupo fundamental para a regulação em paralelo. Os valores considerados são apresentados na tabela 4.9. G01/ G02 – MSR Codificação Descrição 001_VLT_ABS Tensão eficaz aos terminais do grupo de transformação 002_CRT_ABS Corrente medida à saída do grupo 003_CRT_REL Componente activa da corrente medida à saída do grupo 004_CRT_IMG Componente reactiva da corrente medida à saída do grupo 005_PWR_ABS Potência aparente entregue pelo grupo de transformação 006_PWR_REL Componente activa da potência entregue pelo grupo 007_PWR_IMG Componente reactiva da potência entregue pelo grupo 008_PWR_AGL Ângulo de potência Tipo Links REAL LNK_CAExplus + LNK_1703_AI Tabela 4.9 – Estrutura de variáveis exteriores relativas às medições dos grupos de transformação O segundo grupo de valores está relacionado com as variáveis de parametrização da função que podem ser diferentes para cada grupo. O conjunto destas variáveis é em tudo semelhante às apresentadas na tabela 4.7, relativa à configuração dos transformadores, com as diferenças apresentadas na tabela 4.10. G01/ G02 – PRM Codificação Tipo Descrição Valores Todos os parâmetros apresentados relativamente aos transformadores na tabela 4.7 050_PRL_MTD BOOL Método de regulação em paralelo 0 – Minimização de correntes reactivas (Default) 1 – Master / Follower 051_PRL_MST INT Definição do master para o método: Master/ Follower 1 (Default) 052_CRT_CIR_ENB BOOL Configuração da funcionalidade de verificação da corrente de circulação 0 – OFF 1 – ON (Default) 053_CRT_CIR_MDE BOOL Formato do valor máximo de corrente admissivel 0 – [%] (Default) 054_CRT_CIR_VLE REAL Valor do máximo de corrente admissivel Depende do parâmetro 053_PRM_CRT_CIR_MDE 055_CRT_CIR_TME INT Tempo que a função aguarda até emitir a ordem de abertura do disjuntor 10 s (Default) 056_CRT_CIR_SNL BOOL Configuração da emissão da sinalização de corrente de circulação 0 – OFF 1 – ON (Default) 1 – [A] / [kA] Tabela 4.10 – Estrutura de variáveis de parametrização dos grupos de transformação 37 4.3.4 Endereçamento de variáveis As images das variáveis externas apresentadas no capítulo anterior têm associadas diferentes formas de comunicar com o exterior de acordo com o link atribuído. A possibilidade de comunicação com diferentes links implica a existência de um endereçamento único interno para cada variável. O endereçamento é constituído por 5 parâmetros obrigatórios, para os quais foram criados macros de atribuição automática de acordo com as seguintes condições: • CASDU1 - 8 bits - Atribui sempre o valor 0; • CASDU2 - 8 bits - É atribuído sempre o valor 0; • IOA1 - 8 bits - Associado ao “nível1” das images da função. A codificação é atribuída de acordo com o nome do nível em questão, através da macro: IF(LEFT(GETNAME(4),1)="S",0, IF(LEFT(GETNAME(4),1)="T",10, IF(LEFT(GETNAME(4),1)="G",20,30))) + VALUE(RIGHT(GETNAME(4),1)) • IOA2 - 8 bits – Este parâmetro é atribuído de acordo com o “nível2”, através de comparação directa, efectuada pela macro: IF((GETNAME(3))="MSR",1, IF((GETNAME(3))="PRM",2, IF((GETNAME(3))="ORD",3, IF((GETNAME(3))="SNL",4,5))) • IOA3 - 8 bits – Este parâmetro está associado ao “nível3”, no qual o número de imagens a considerar é bastante superior aos anteriores, não existindo um padrão entre elas, como tal optou-se por atribuir a codificação no próprio nome da imagem e a macro de atribuição do IOA3, apenas tem de recolher o id presente no inicio do nome do respectivo nível: LEFT(GETNAME(2),2) Verifica-se assim, que não existe uma atribuição sequencial do endereço das variáveis, mas uma distribuição de acordo com as suas características resumida na tabela 4.11. Nível Nível 1 Codificação IOA1 IOA2 IOA3 Sx 0+id - - Tx 10+id - - Gx 20+id - - MSR - 1 - PRM - 2 - ORD - 3 - SNL - 4 - Todas as variáveis - - Leitura do id presente no início do nome da variável Nível 2 Nível 3 Tabela 4.11 – Resumo do endereçamento de variáveis exteriores 38 4.4 Programação da função 4.4.1 Atribuição de nomes A dimensão e complexidade da função desenvolvida levantam problemas na gestão de variáveis e ligações entre os diferentes blocos. Consequentemente foi criado um formato standard na atribuição de nomes de acordo com a estrutura de variáveis exteriores do capítulo 4.3.3, garantindo assim organização, fácil leitura das variáveis e ligações. A estrutura criada está representada na figura 4.3, a qual resulta da concatenação dos diferentes níveis da estrutura de variáveis exteriores. Figura 4.3 – Atribuição de nomes aos parâmetros • Parâmetro_1 – Associado ao “Nível1” da estrutura de variáveis exteriores. Existe apenas no nome das variáveis, identificando o elemento a que esta se refere – transformadores, grupos de regulação em paralelo ou elementos da subestação. Este parâmetro revela-se de extrema utilidade, uma vez que permite distinguir as variáveis comuns entre os transformadores. • Parâmetro_2 – Associado ao “Nível2” da estrutura de variáveis exteriores. Este parâmetro é comum às variáveis e ligações nos blocos identificando a sua origem. As variáveis provenientes do exterior do autómato (MSR – Mesaures) são sujeitas a verificações internas, mantendo o seu valor original, isto implica a necessidade de criação de uma nova etiqueta neste nível (CAL – Calculations) em relação à estrutura de variáveis exteriores, que permite distinguir as diferentes fases das variáveis no decorrer da função; • Parâmetro_3 – Associado ao “Nível3” da estrutura de variáveis exteriores. Este parâmetro é também comum às variáveis e ligações dos blocos e os seus valores são semelhantes aos apresentados nas tabelas do capítulo anterior, sem o id inicial. 4.4.2 Instância “AVR” A função de regulação automática de tensão é desenvolvida na instância “AVR” (Automatic Voltage Regulator), que em conjunto com a estrutura de variáveis externas – capítulo 4.3.3 – permite que esta seja executada em qualquer subestação que tenha o autómato instalado. A instância “AVR” é constituída por diferentes blocos de funções os quais estão organizados por 4 zonas de funcionamento representadas no anexo 2. Estas zonas foram criadas de acordo com as fases da função apresentadas no capítulo 4.1.1, de forma a responder às exigências de maneira intuitiva e estruturada. 39 4.4.3 Configuração da subestação Alterações nos elementos de corte e seccionamento da subestação podem modificar a forma desta entregar energia colocando/retirando de serviço transformadores ou permitir/desfazer o seu paralelo. Nos capítulos 2.3.2 e 2.3.3 verificou-se como o método de cálculo usado na regulação é influenciado por estas alterações, sendo por isso necessário identificá-las antes da sua execução. A função “AVR” permite detectar alterações na configuração da subestação de acordo com as informações das posições dos diferentes seccionadores e disjuntores presentes na sua base de dados. A complexidade desta sub-função está associada ao elevado número de variáveis que devem ser consideradas para uma subestação em que estejam instalados o número máximo de 5 transformadores e duas baterias de condensadores. Na figura 4.4, está representado o esquema que serviu de base para o desenvolvimento desta funcionalidade, o qual considera todas as possibilidades de ligação numa subestação com a configuração máxima de transformadores a funcionar em paralelo. Figura 4.4 – Configuração máxima das subestações A análise de todos os parâmetros da figura 4.4 é efectuada pelo bloco “BLC1.0_STN”, que recebe a informação dos diferentes estados da base de dados da subestação e calcula em cada ciclo a sua configuração actual. Adicionalmente, o bloco também recebe a informação de ligação de baterias de condensadores e dos programas de deslastre, permitindo assim identificar quais os transformadores que deverão ser alvo destes programas. A comunicação interna da configuração da subestação é feita através da codificação desenhada para uma subestação com 5 transformadores presente na tabela 4.12. Esta foi construída de acordo com todas as combinações possíveis para cada transformador – isto significa que a codificação é atribuída ao transformador e não à subestação. Uma vez que configuração da subestação influencia o método de cálculo utilizado, este bloco ocupa a primeira posição na instancia “AVR”, o que de acordo com as características de varrimento do compilador é o primeiro a ser calculado, detectando assim uma alteração na estrutura da subestação antes dos restantes cálculos. 40 Bloco “BLC1.1_STN” O bloco “BLC1.1_STN”, representado na figura 4.5 recebe as variáveis booleanas relativas aos estados dos seccionadores e disjuntores da subestação, verificando assim se o(s) transformador(es) se encontra(m) em serviço - ligado a algum dos barramentos - e codifica internamente a configuração de cada transformador de acordo com a tabela 4.12. A posição de um disjuntor ou seccionador é codificada apenas por um bit, no qual o valor “0” representa o estado/posição aberto e o valor “1” o estado/posição fechado. Perante os valores de entrada o bloco retorna duas saídas por transformador, que representam o funcionamento do transformador e a sua configuração. Por defeito os valores das ligações do bloco têm o seu estado lógico a “0”, admitindo assim que não existe qualquer ligação antes de qualquer configuração/leitura dos valores da configuração da subestação. Esta característica permite que o bloco funcione independentemente do número de transformadores da subestação, uma vez que perante a ausência de algum dos valores o bloco retorna que os transformadores não estão em serviço. Não existe nenhuma restrição na ordem de ligação dos Figura 4.5 – Bloco “BLC1.1_STN” transformadores, sendo possível o funcionamento “individual” de um transformador em qualquer uma das 5 posições possíveis. Código Transformador 1 Transformador 2 Transformador 3 Transformador 4 Transformador 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 T1 T1//T2 T1//T3 T1//T4 T1//T5 T1//T2//T3 T1//T2//T4 T1//T2//T5 T1//T3//T4 T1//T3//T5 T1//T4//T5 T1//T2//T3//T4 T1//T2//T3//T5 T1//T2//T4//T5 T1//T3//T4//T5 T2 T2//T1 T2//T3 T2//T4 T2//T5 T2//T1//T3 T2//T1//T4 T2//T1//T5 T2//T3//T4 T2//T3//T5 T2//T4//T5 T1//T2//T3//T4 T1//T2//T3//T5 T1//T2//T4//T5 T2//T3//T4//T5 T3 T3//T1 T3//T2 T3//T4 T3//T5 T3//T1//T2 T3//T1//T4 T3//T1//T5 T3//T2//T4 T3//T2//T5 T3//T4//T5 T3//T1//T2//T4 T3//T1//T2//T5 T3//T1//T4//T5 T3//T2//T4//T5 T4 T4//T1 T4//T2 T4//T3 T4//T5 T4//T1//T2 T4//T1//T3 T4//T1//T5 T4//T2//T1 T4//T2//T3 T4//T2//T5 T4//T1//T2//T3 T4//T1//T2//T5 T4//T1//T3//T5 T4//T2//T3//T5 T5 T5//T1 T5//T2 T5//T3 T5//T4 T5//T1//T2 T5//T1//T3 T5//T1//T4 T5//T2//T3 T5//T2//T4 T5//T3//T4 T5//T1//T2//T3 T5//T1//T2//T4 T5//T1//T3//T4 T5//T2//T3//T4 15 T1//T2//T3//T4//T5 T1//T2//T3//T4//T5 T1//T2//T3//T4//T5 T1//T2//T3//T4//T5 T1//T2//T3//T4//T5 Tabela 4.12 – Codificação das configurações dos transformadores 41 O bloco é ainda dotado de lógica para reconhecer configurações em paralelo não sequenciais (por exemplo T1//T3 ou T2//T4//T5), para além desta situação não ser habitual no planeamento de funcionamento da subestação, estas podem surgir de forma não programada pela retirada de serviço de algum transformador através da abertura do disjuntor de ligação do transformador, ou seja, estando T1//T2//T3, caso o transformador T2 seja retirado de serviço, o grupo passa a operar apenas com os transformadores 1 e 3. Descrição das Ligações As tabelas 4.13 e 4.14, contém as descrições das diferentes ligações do bloco “BLC1.1_ STN” e os respectivos valores por elas assumidos. Tipo Input Descrição Tx_MSR_SRV BOOL Ligação do transformador X Tx_MSR_CON_BY BOOL S01_MSR_Bx_CON_TY_TZ BOOL Valor Estado do seccionador de ligação do transformador X ao barramento Y Seccionador do barramento X que permite a ligação do transformador Y e transformador Z Cx_MSR_SRV BOOL Ordem de ligação da bateria de condensadores X Cx_MSR_CON_BY BOOL Estado do seccionador de ligação da bateria de condensadores X ao barramento Y S01_ORD_DES_VLT BOOL Ordem de deslastre/ reposição por tensão da subestação S01_ORD_DES_VLT_BX BOOL Ordem de deslastre/ reposição por tensão do barramento X S01_ORD_DES_FRQ BOOL Ordem de deslastre/ reposição por frequência da subestação S01_ORD_DES_FRQ_BX BOOL Ordem de deslastre/ reposição por frequência do barramento X 0 – Disjuntor ou seccionador aberto (Default) 1 – Disjuntor ou seccionador fechado Tabela 4.13 – Descrição de inputs do bloco “BLC1.1_STN” Output Tx_CAL_SRV Tipo Descrição BOOL Indicação de serviço do transformador x Estado 0 – Fora de serviço (Default) 1 – Em serviço Tx_CAL_CFG INT Codificação da configuração do transformador x Tx_CAL_CPC Indicação que o transformador x deverá BOOL considerar a ligação de bateria de condensadores Tx_CAL_DRT BOOL Tx_CAL_DRF Indicação que o transformador x é alvo do BOOL programa de “Deslastre/ Reposição por frequência” Codificação de acordo com a tabela 4.12 0 – OFF (Default) 1 – Ordem de ligação 0 – OFF (Default) Indicação que o transformador x é alvo do programa de “Deslastre/ Reposição por tensão” 1 – Deslastre activo 0 – OFF (Default) 1 – Deslastre activo Tabela 4.14 – Descrição de outputs do bloco “BLC1.1_STN” 42 4.4.4 Recepção e verificação de medidas do exterior A função de regulação automática de tensão recebe os vários valores do exterior do autómato de acordo com a estrutura apresentada no capítulo 4.3.3. Uma vez que o bom funcionamento da função depende da correcta recepção destes parâmetros é necessário verificar o seu valor lógico. A segunda zona da função “AVR” – Recepção e verificação de medidas do exterior – permite receber as diferentes variáveis e verificar se os seus valores tem sentido lógico emitindo a respectiva sinalização quando estes estiverem fora dos limites admissíveis. Bloco “BLC2.1_PWR” O bloco “BLC2.0_PWR”, recebe os valores de potência referentes ao transformador ou grupo de transformação e efectua os cálculos de forma a que na sua saída todos os valores estejam em unidades SI, permitindo assim efectuar os diferentes cálculos. Devido à existência das várias fontes de informação previamente referidas, este bloco foi desenhado com dois modos de funcionamento distintos: • Medições – Recebe o valor do módulo da tensão, corrente e da potência reactiva através das entradas analógicas do autómato. Com os valores fornecidos o bloco calcula os valores da corrente activa, reactiva, potência aparente, activa e o factor de potência • Comunicações – Recebe todos os valores da unidade de serviços auxiliares, verificando apenas os seus limites. Figura 4.6 – Bloco “BLC2.1_PWR” O modo de funcionamento pode ser diferente para cada um dos transformadores ou grupo de transformação. No entanto, por defeito esta variável está definida com o modo “Medições”. A sua alteração é feita através do menu de configuração, no qual também é possível configurar a unidade de apresentação de valores das tensões e correntes (tabela 4.15). O funcionamento no modo “Medições” implica a parametrização dos valores do primário e secundário dos TT’s e TI’s, pois só desta forma o autómato pode calcular a relação de transformação destes e consequentemente o valor da tensão e corrente nas unidades definidas. Por sua vez, quando o bloco estiver parametrizado para funcionar no modo “Comunicações”, este limita-se a receber todos os valores do autómato de serviços auxiliares por comunicação interna na subestação e verifica se excedem os limites definidos. A monitorização dos valores limites da tensão e corrente é uma sub-função que permite evitar o funcionamento da regulação automática perante situações anômalas da rede. Devido à sua importância estas estão activas por defeito, sendo possível condicionar o seu funcionamento através do menu de configuração. 43 O bloco “BLC2.1_PWR” disponibiliza três verificações: Sobretensões; mínimos de tensão e máximos de corrente por excesso de carga, cujo funcionamento é independente e a configuração feita a diferentes níveis: 1. Inibição/ Activação da verificação; 2. Definição do tipo de input do valor limite (Percentagem ou valor limite); 3. Definição do valor limite; 4. Tempo de hold até emissão do bloqueio; 5. Inibição/ Activação do envio de sinalização; Bloqueio por mínimo de tensão O bloqueio por mínimo de tensão previne alterações de tomadas quando existe uma falha na rede que alimenta o transformador. A função de regulação de tensão deixa de emitir ordens e é activada a sinalização “SNL07 – Bloqueio por mínimo de tensão”, quando a tensão medida no barramento é inferior à tensão de bloqueio definida. O limite admissível que activa o bloqueio é definido pelo utilizador e pode ser de dois tipos: • Percentagem [%] – Valor em relação à tensão de referência cálulado pela equação 4.1 = (= = /BB (4.1) Limite aconselhado: 60% até 90% • Valor absoluto [V] / [kV] Função “Máximo de Tensão” A função de “Máximo de Tensão” permite detectar sobretensões. Durante a sua actuação a emissão de ordens de “Subir” é bloqueada e são elaboradas ordens de “Descer” consecutivas, por forma a colocar novamente a tensão dentro dos limites admissíveis. À semelhança do que acontece com a função de bloqueio por mínimo de tensão, o limite pode ser definido de duas formas. No caso da percentagem os cálculos são efectuados de acordo com a equação 4.2 =' (= =' /BB (4.2) Neste modo o limite aconselhado está compreendido entre os valores de 100 e 140%. Bloqueio por máximo de corrente O bloqueio por máximo de corrente previne alterações de tomadas nos casos de sobrecarga. As ordens do regulador de tensão são bloqueadas enquanto a corrente de carga for superior ao valor máximo admissível definido. 44 Descrição das ligações As tabelas 4.15 e 4.16 contém as descrições das diferentes ligações do bloco “BLC2.1_ PWR” e os respectivos valores por elas assumidos. Tipo Descrição CAL_ENB BOOL Enable do bloco. Depende se o transformador se encntra em serviço/ fora de serviço PRM_MDE BOOL Input PRM_VLT_UNT PRM_CRT_UNT PRM_PWR_UNT 0 – OFF(Default) 1 – ON Parâmetro do menu de configuração que define o 0 – Comunicações (Def.) modo de funcionamento do bloco 1 – Medições Parâmetro do menu de configuração que define a 0 – [V] BOOL unidade dos valores da tensão 1 – [kV] (Default) Parâmetro do menu de configuração que define a 0 – [A] (Default) BOOL unidade dos valores da corrente 1 – [kA] Parâmetro do menu de configuração que define a 0 – [VA], [W], [VAr] (Def.) BOOL unidade dos valores de potência 1 – [MVA], [MW], [MVAr] MSR_VLT_ABS REAL Módulo da tensão no barramento em questão PRM_TT_PRI REAL PRM_TT_SCD Valor C C em V ou kV Parâmetro do menu de configuração referente ao [kV] valor do primário do transformador de tensão Parâmetro do menu de configuração referente ao REAL [V] valor do secundário do transformador de tensão C C em A ou kA MSR_CRT_ABS REAL Módulo da corrente entregue pelo transformador MSR_CRT_REL REAL Corrente activa entregue pelo transformador MSR_CRT_IMG REAL Corrente reactiva entregue pelo transformador PRM_TI_PRI REAL Parâmetro do menu de configuração referente ao [A] valor do primário do transformador de corrente PRM_TI_SCD REAL Parâmetro do menu de configuração referente ao [A] valor do secundário do transformador de corrente MSR_PWR_ABS REAL Potência aparente entregue pelo transformador E2 E em MVA MSR_PWR_REL REAL Potência activa entregue pelo transformador FD em MW MSR_PWR_IMG REAL Potência reactiva entregue pelo transformador F, em Mvar MSR_PWR_ANG REAL Ângulo de potência aos terminais do transformador [rad] PRM_VLT_REF REAL Parâmetro do menu de configuração referente à tensão de referência para o barramento em V ou kV PRM_VLT_MIN_ENB Parâmetro do menu de configuração que enibe BOOL ou activa a funcionalidade de “Bloqueio por Mínimo de Tensão” PRM_VLT_MIN_MDE BOOL Parâmetro do menu de configuração que define o 0 – [%] (Default) formato do valor minimo de tensão admissivel 1 – [V] / [kV] PRM_VLT_MIN_VLE REAL [%] ou [V] / [kV] de acordo Parâmetro do menu de configuração que define o com o valor de valor minimo de tensão admissivel PRM_VLT_MIN_MDE PRM_VLT_MIN_TME INT PRM_VLT_MIN_SNL BOOL , D em A ou kA em A ou kA 0 – OFF 1 – ON (Default) Parâmetro do menu de configuração relativo ao tempo que a função aguarda até activar o bloqueio por minimo de tensão 2 s default Parâmetro do menu que enibe ou activa a emissão de sinalizações 0 – OFF 1 – ON (Default) 45 PRM_VLT_MAX_ENB PRM_VLT_MAX_MDE PRM_VLT_MAX_VLE PRM_VLT_MAX_TME PRM_VLT_MAX_SNL 0 – OFF 1 – ON (Default) Parâmetro do menu de configuração que define o 0 – [%] (Default) BOOL formato do valor máximo de tensão admissivel 1 – [V] / [kV] [%] ou [V] / [kV], de Parâmetro do menu de configuração que define o REAL acordo com o valor de valor do limite para máximo de tensão admissivel PRM_VLT_MAX_MDE Parâmetro do menu de configuração relativo ao 2 s Default INT tempo que a função aguarda até activar a sinalização por “Máximo de Tensão” 0 – OFF Parâmetro do menu que enibe ou activa a BOOL emissão da sinalização SNL_009 1 – ON (Default) BOOL Parâmetro do menu de configuração que enibe ou activa a funcionalidade “Máximo Tensão” 0 – OFF 1 – ON (Default) Parâmetro do menu de configuração que define o 0 – [%] (Default) PRM_CRT_MAX_MDE BOOL formato do valor máximo de corrente admissivel 1 – [A] Parâmetro do menu de configuração que define o [%] ou [mA] / [A], de PRM_CRT_MAX_VLE REAL valor do limite para máximo de corrente acordo com o valor de PRM_CRT_MAX_MDE admissivel Parâmetro do menu de configuração relativo ao 2 s Default PRM_CRT_MAX_TME INT tempo que a função aguarda até activar o bloqueio “Máximo de Corrente” 0 – OFF Parâmetro do menu que enibe ou activa a PRM_CRT_MAX_SNL BOOL emissão da sinalização 1 – ON (Default) PRM_CRT_MAX_ENB BOOL Parâmetro do menu de configuração que enibe ou activa a funcionalidade “Máximo Corrente” Tabela 4.15 – Descrição de inputs do bloco “BLC2.1_PWR” Output Tipo Descrição Valor CAL_VLT_ABS REAL Tensão actual em unidade SI CAL_CRT_ABS REAL Corrente no ramo em unidade SI CAL_CRT_REL REAL Corrente activa em unidade SI CAL_CRT_IMG REAL Corrente reactiva em unidade SI CAL_PWR_ABS REAL Potência aparente entregue pelo transformador CAL_PWR_REL REAL Potência activa entregue pelo transformador CAL_PWR_IMG REAL Potência reactiva entregue pelo transformador F, em VAr CAL_PWR_AGL REAL Ângulo de potência [rad] ORD_VLT_MIN BOOL Ordem de “Bloqueio por Mínimo de tensão” SNL_VLT_MIN BOOL Sinalização de “Bloqueio por Mínimo de tensão” ORD_VLT_MAX BOOL Atingido o “Máximo de tensão” SNL_VLT_MAX BOOL Sinalização de “Máximo de tensão” ORD_CRT_MAX BOOL Ordem de bloqueio por “Máximo de corrente” SNL_CRT_MAX BOOL Sinalização de “Máximo de corrente C C em V C C em A D , em A em A E2 E em VA FD em W 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON Tabela 4.16 – Descrição de outputs do bloco “BLC2.1 _PWR” 46 Bloco “BLC2.2_TAP” O bloco “BLC2.2_TAP” representado na figura 4.7 permite calcular a posição actual da tomada do comutador de acordo com a codificação enviada por este. A codificação é feita em Binary Coded Decimal (BCD) e como tal este bloco funciona como conversor digital/ analógico de 7 bits. Figura 4.7 – Bloco “BLC2.2_TAP” Nome Tipo MSR_TAP_P0X BOOL Descrição Valor Recepção de bits de codificação BCD da posição da tomada 0 – Bit não activo (Default) 1 – Bit activo Tabela 4.17 – Descrição de inputs do bloco “BLC2.2_TAP Nome Tipo CAL_TAP_POS INT Descrição Valor Valor da posição actual da tomada do transformador 0 a 64 Tabela 4.18 – Descrição de outputs do bloco “BLC2.2_TAP” Bloco “BLC4.7_CIR” O bloco “BLC4.7_CIR” representado na figura 4.8 é o responsável pela monitorização da corrente de circulação entre transformadores quando estes se encontram a funcionar em paralelo. Existem dois níveis distintos de actuação. O primeiro nível corresponde a um alarme por excesso de corrente de circulação e a actuação do segundo nível resultará no disparo do disjuntor do painel de seccionamento de barras de MT, desfazendo-se deste modo do paralelo de transformadores. Figura 4.8 – Bloco “BLC4.7_CIR” O método de cálculo utilizado é baseado nas filosofias de regulação apresentadas na secção 2.3.3 de acordo com o procedimento ∆I sin φ (equação 2.15), obtendo-se assim a equação 4.3. , , 1 . , F 3 F . (4.3) Tx IcirQ – Corrente reactiva de circulação do transformador x; I2Q Tx Gx IQ – Corrente reactiva no secundário do transformador x; – Corrente reactiva entregue pelo grupo de transformação x; Tx S – Módulo da potência aparente entregue pelo transformador x; Gx S – Módulo da potência aparente entregue pelo grupo de transformadores. 47 O valor da corrente de circulação calculado é posteriormente comparado com o valor limite definido pelo utilizador, resultando daí a sinalização de excesso de corrente de circulação e ainda a emissão da ordem para abertura do disjuntor. A parametrização do valor limite pode ser definido em valor absoluto ou em valor percentual. Neste último caso o valor é referente á corrente de referência definida para cada transformador e os valores aconselhados para o limite neste modo de funcionamento está compreendido entre 1 e 10%. Descrição das ligações As tabelas 4.19 e 4.20 apresentam as características das ligações do bloco “BLC4.7_CIR”. Tipo Input ENB BOOL GRP_PRM_CRT_CIR_ENB BOOL GRP_PRM_CRT_CIR_MDE BOOL GRP_PRM_CRT_CIR_VLE REAL GRP_PRM_CRT_CIR_TME INT GRP_PRM_CRT_CIR_SNL BOOL TRF_PRM_CRT_REF REAL GRP_CAL_PWR_ABS REAL GRP_CAL_CRT_IMG REAL TRF_CAL_PWR_ABS REAL TRF_CAL_CRT_IMG REAL Descrição Enable do bloco. Depende do funcionamento em paralelo do transformador Parâmetro do menu de configuração da função referente ao funcionamento da verificação de correntes reactivas de circulação Parâmetro do menu de configuração da função referente ao modo de definição do valor máximo da corrente de circulação Parâmetro do menu de configuração da função referente ao valor máximo da corrente reactiva de circulação Parâmetro do menu de configuração da função referente ao tempo que a função aguarda antes da emissão da ordem de abertura do disjuntor Parâmetro do menu de configuração da função referente à emissão de sinalização perante o excesso de corrente reactiva de circulação Parâmetro do menu de configuração da função referente à corrente nominal do transformador Potência entregue pelo grupo calculada pelo bloco “BLC3.1_GRP” Corrente reactiva entregue pelo grupo, calculada pelo bloco“BLC3.1_GRP” Potência entregue pelo transformador do grupo calculada pelo bloco “BLC2.1_PWR” Corrente reactiva entregue pelo transformador calculada pelo bloco“BLC2.1_PWR” Valor 0 – OFF (Individual) 1 – ON (Paralelo) 0 – OFF 1 – ON (Default) 0 – [%] (Default) 1 – [A] 10 % (Default) 10 s (Default) 0 – OFF 1 – ON (Default) [A] EF . E em VA . , em A , em A EF E em VA Tabela 4.19 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.7_CIR” Tipo Output Descrição Estado SNL_CRT_CIR BOOL Sinalização de excesso de corrente de circulação 0 – OFF (Default) 1 – ON ORD_CRT_CIR BOOL Ordem de disparo por corrente de circulação 0 – OFF (Default) 1 – ON TRF_CAL_CRT_CIR_VLE REAL Valor da corrente reactiva de circulação no ramo do transformador TRF_CAL_CRT_CIR_TME TIME Tempo decorrido desde que o valor da corrente [s] de circulação é superior ao admissível , em A Tabela 4.20 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.7 _CIR” 48 4.4.5 Gestão de regulação em paralelo Ao longo deste trabalho é sublinhada a complexidade envolvida na regulação de transformadores em paralelo, em resposta a essa exigência foi desenvolvida a zona de “Gestão de regulação em paralelo” que permite atribuir diferentes grupos de funcionamento em paralelo e conferir características de regulação distintas aos transformadores de cada grupo. A função “AVR” considera a configuração máxima da subestação com 5 transformadores, a qual permite a existência de 2 grupos de regulação distintos. De acordo com as exigências do explorador da rede, estes dois grupos podem apresentar parametrizações distintas e a formação/anulação em horários não programados (fecho/ abertura do seccionador de barras em resposta ao aumento/diminuição de carga). Como tal, a função atribui de forma automática o grupo aos transformadores e altera as suas parametrizações de acordo com esse grupo. Bloco “BLC3.1_GRP” O bloco “BLC3.1_GRP”, representado na figura 4.10 é o primeiro a ser executado na região da “Gestão de Regulação em Paralelo” permitindo: • Atribuir de forma automática o grupo de regulação a cada transformador; • Calcular o regime de funcionamento (manual/ automático) de cada grupo; • Calcular as componentes da potência e a corrente reactiva de cada grupo de acordo com os valores de cada transformador. Este bloco recebe a informação gerada pelo bloco “BLC1.0_STN” relativa à codificação de cada transformador e verifica se estes se encontram em paralelo, caso isso aconteça é activado a indicação que o transformador em questão está em paralelo e atribuído o grupo de regulação de forma sequencial, ou seja é atribuído o grupo de regulação 1 ao transformador com o id Figura 4.9 – Bloco “BLC3.1_GRP” mais baixo que esteja em paralelo (exemplo: se T1//T2 e T3//T4 é atribuído o grupo de regulação 1 ao primeiro e o grupo de regulação 2 ao segundo). A atribuição do modo de funcionamento do grupo é também realizada neste bloco. Para isso, este recebe o modo de funcionamento de todos os transformadores em paralelo e calcula o modo de funcionamento do grupo de acordo com a tabela 2.2, garantindo assim, que subestações exploradas com semibarramentos separados e com diferentes regimes de funcionamento distintos na sua interligação, o regime “automático” prevalece sobre o regime “manual” e passará a abranger todos os transformadores ligados ao barramento. O bloco é anda dotado de lógica que permite calcular as componentes da potência e corrente entregue pelo grupo através da soma das componentes de cada transformador. Para realizar este 49 cálculo o bloco recebe os diferentes valores do bloco “BLC2.1_PWR” e sempre que detecta a existência de um grupo em paralelo efectua a soma dos transformadores do grupo. Este cálculo revela-se útil em subestações que não estejam equipadas com transformadores de corrente à saída do grupo de transformação, uma vez que sem o valor da corrente neste ponto a única forma de cálculo da potência é através da soma das potências dos transformadores do grupo. Descrição das Ligações As tabelas 4.21 e 4.22 apresentadas de seguida contém as descrições das diferentes ligações do bloco “BLC3.1 _GRP” e os respectivos valores por elas assumidos. Input Tx_CAL_CFG Tipo INT Descrição Recepção da codificação das configurações calculadas pelo bloco “BLC1.0_STN” Valor Tabela 4.12 Tx_PRM_WMD Parametrização de cada transformardor recebida do 0 – Manual (Default) BOOL menu exterior sobre o modo de funcionamento 1 – Automático definida Tx_CAL_CRT_IMG Corrente reactiva que circula no ramo do REAL transformador x, calculada pelo bloco “BLC2.1_PWR” Tx_CAL_PWR_REL REAL Tx_CAL_PWR_IMG REAL , em A Potência activa entregue pelo transformador x, calculada pelo bloco “BLC2.1_PWR” G em W Potência reactiva entregue pelo transformador x, calculada pelo bloco “BLC2.1_PWR” H em VAr Tabela 4.21 – Descrição de inputs do bloco “BLC3.1_GRP” Output Tipo Descrição BOOL Indicação de funcionamento em paralelo do transformador x Tx_CAL_GRP INT Atribuição do grupo de transformação caso o transformador esteja a funcionar em paralelo Tx_CAL_WMD BOOL Cálculo do modo de funcionamento de acordo com a tabela 2.2. Gx_CAL_ENB BOOL Indicação de funcionamento do grupo de regulação em paralelo x Gx_CAL_CRT_IMG Corrente reactiva do grupo de transformadores REAL soma das correntes reactivas dos transformadores do grupo Tx_CAL_PRL Potência aparente entregue pelo grupo de Gx_CAL_PWR_ABS REAL transformadores - soma das potências aparentes dos transformadores do grupo Gx_CAL_PWR_REL REAL Valor 0 – Individual (Default) 1 – Paralelo 0 – Individual (Default) 1 – Grupo de regulação 1 2 – Grupo de regulação 2 Tabela 2.2 0 – OFF (Default) 1 – ON . , em A EF . E em VA Potência activa do grupo de transformadores - soma G . em W das potências activas dos transformadores do grupo Potência reactiva do grupo de transformadores Gx_CAL_PWR_IMG REAL soma das potências reactivas dos transformadores do grupo H . em VAr Tabela 4.22 – Descrição de outputs do bloco “BLC3.1_GRP” 50 Bloco “BLC3.2_PRL” O bloco “BLC3.2_PRL” representado na figura 4.10 permite atribuir a cada transformador os parâmetros de regulação, quando estes se encontram em paralelo. A atribuição dos parâmetros é feita de acordo com o grupo de regulação calculado pelo bloco “BLC3.1_GRP”, garantindo assim a mesma parametrização para todos os transformadores do grupo. O funcionamento deste bloco é bastante simples, limitandose a receber os parâmetros de configuração dos dois grupos e coloca na saída os valores do grupo correcto. Este só está activo quando é detectado o paralelo de transformadores, estando inactivo quando os transformadores funcionam individualmente. Figura 4.10 – Bloco “BLC3.2_PRL” Descrição das ligações A tabela 4.23 contêm as descrições dos diferentes inputs do bloco “BLC3.2_PRL” e os respectivos valores assumidos. Por sua vez, os outputs são em tudo semelhantes às entradas apresentadas nesta tabela, variando de acordo com a entrada TRF_CAL_GRP da seguinte forma: • 0 – Funcionamento individual, todas as saídas apresentam o valor 0; • 1 – Transformador inserido no grupo 1, logo assume a parametrização do grupo de transformação 1; • 2 – Transformador inserido no grupo 2, logo assume a parametrização do grupo de transformação 2. Perante esta característica não se justifica a criação de uma tabela com as descrições dos outputs do bloco, uma vez que correspondem às descrições dos seus inputs. Inputs Tipo Descrição Valor TRF_CAL_GRP INT Grupo de regulação em paralelo calculado pelo bloco “BLC3.1 _GRP” 0 – Funcionamento Individual 1 – Grupo de regulação 1 2 – Grupo de regulação 2 TRF_CAL_WMD BOOL Modo de funcionamento do grupo calculado pelo bloco “BLC3.1 _GRP” Tabela 2.1 Gx_CAL_CRT_IMG REAL Gx_CAL_PWR_ABS REAL Gx_CAL_PWR_REL REAL Gx_CAL_PWR_IMG REAL Valor da corrente reactiva à saída do grupo de regulação x, determinada pelo bloco “BLC3.1 _GRP” Potência aparente entregue pelo grupo de regulação x, determinada pelo bloco “BLC3.1 _GRP” Potencia activa entregue pelo grupo de regulação x, determinada pelo bloco “BLC3.1 _GRP” Potencia reactiva entregue pelo grupo de regulação x, determinada pelo bloco “BLC3.1 _GRP” . , em A EF . E em VA G . em W H . em VAr 51 Gx_PRM_WMD BOOL Parametrização do grupo x referente ao regime de funcionamento de acordo com a tabela 2.2 0 – Manual (Default) 1 – Automático Gx_PRM_VLT_REF REAL Parametrização do grupo x referente à tensão de referência do grupo de regulação em V ou kV Gx_PRM_CRT_REF REAL Parametrização do grupo x referente à corrente de referência do grupo de regulação [A] INT Parametrização do grupo x referente à banda de desvio de tensão admissivel [%] Gx_PRM_TME_MDE BOOL Parametrização do grupo x referente ao tipo de “tempo de desvio” Gx_PRM_TME_VLE INT Parametrização do grupo x referente ao tempo de hold quando o “tempo desvio” é do tipo ”tempo independente” [s] REAL Parametrização do grupo x referente ao desvio da tensão de base quando se dá a ligação da bateria de condensadores no barramento do grupo [%] Gx_PRM_LDC_ENB BOOL Parametrização do grupo x referente ao funcionamento da “Compensação de quedas de tensão na linha” para o grupo de regulação x 0 – OFF (Default) 1 – ON Gx_PRM_LDC_NTR REAL Parametrização do grupo x referente à resistência da rede ligada ao barramento em ohm Gx_PRM_LDC_NTX REAL Parametrização do grupo x referente à em ohm reactância da rede ligada ao barramento BOOL Parametrização do grupo x referente ao método de regulação em paralelo Gx_PRM_BDW Gx_PRM_CPC_VLE 0 – Tempo Linear (Default) 1 – Tempo Inverso 0 – Minimização de correntes Gx_PRM_PRL_MDE reactivas (Default) 1 – Master / Follower Gx_PRM_PRL_MST INT Parametrização do grupo x referente ao Master para a regulação “Master/Follower” do grupo - Gx_PRM_CRT_CIRT_ENB INT Parametrização do grupo x referente ao funcionamento da verificação de correntes reactivas 0 – OFF (Default) 1 – ON Parametrização do grupo x referente ao Gx_PRM _CRT_CIR_MDE BOOL formato do valor máximo de corrente de circulação admissivel Gx_PRM _CRT_CIR_VLE REAL 0 – [%] (Default) 1 – [A] Parametrização do grupo x referente ao Depende do parâmetro valor máximo de corrente admissivel PRM_CRT_CIR_MDE Parametrização do grupo x referente ao Gx_PRM_CRT_CIR_TME INT tempo que a função aguarda até emitir a 10 s (Default) ordem de abertura do disjuntor Gx_PRM_CRT_CIR_SNL BOOL Configuração da emissão da sinalização 0 – OFF de corrente de circulação 1 – ON (Default) Tabela 4.23 – Descrição de inputs do bloco “BLC3.2_PRL” 52 4.4.6 Transformadores – Elaboração de ordens O processo de elaboração de ordens é activado após a execução dos blocos apresentados anteriormente, ou seja, caso um transformador esteja em serviço – funcionamento individual ou paralelo – e os requisitos da tabela 4.1, sejam cumulativamente cumpridos, são calculadas as ordens de forma individual para cada um dos comutadores de tomadas em serviço em duas fases distintas: 1. Cálculo do desvio actual da tensão - ∆V; 2. Verificação da banda admissível; O desvio actual da tensão de cada transformador é calculado ciclicamente através da expressão matemática que considera quatro parcelas distintas: Tx • Diferença entre a tensão medida (|V2 |) e a tensão de base (V0); • Redução da tensão base por efeito da ligação de baterias de condensadores; • Compensação das quedas de tensão na linha; • Circulação de potência reactiva entre transformadores em paralelo. As parcelas referidas são consideradas no cálculo do desvio mediante a configuração do utilizador e a estrutura actual de funcionamento da subestação, evitando assim regulações sofríveis e inadequadas. Exemplo só faz sentido considerar a circulação de potência reactiva quando existem transformadores em paralelo. O valor do desvio calculado em cada ciclo é comparado com o valor máximo admissível. Caso se verifique que este valor ultrapassa a banda admissível a função aguarda um tempo definido pelo utilizador a fim de evitar ordens intempestivas em caso de ocorrência de alterações transitórias da tensão. O tempo que a função aguarda pode apresentar duas características distintas – tempo independente ou tempo inverso – configuradas pelo utilizador, durante o qual não é emitida qualquer ordem. Se o valor de tensão continuar fora da banda admissível esgotado este período é emitida a ordem de descer ou subir de acordo com o sinal do desvio calculado, como esquematizado na figura 4.11. Figura 4.11 – Elaboração de ordens 53 Bloco “BLC4.1_DVI” O bloco “BLC4.1_DVI” calcula o desvio actual da tensão de acordo com as configurações definidas e o modo de funcionamento do transformador em questão. O seu funcionamento está condicionado pela verificação das condições da tabela 4.1, ou seja, só calcula o desvio caso o transformador esteja em serviço e o regime de funcionamento seja o “automático”. Os valores para os cálculos são recebidos do bloco “BLC2.1_PWR”, garantindo assim estes estão todos em unidades SI. A parcela fundamental do cálculo efectuado resume-se à diferença entre o módulo da tensão medida Tx (|V2 |) e a tensão de Figura 4.12 – Bloco “BLC_4.1_DVI” base (V0), quando as quedas de tensão na rede não são compensadas e não existem P1 transformadores em paralelo. Neste caso o desvio da tensão (∆V) resume-se à parcela ∆V , dada pela equação 4.2. I E E (4.4) O segundo parâmetro considerado nos cálculos prende-se com a ligação de baterias de condensadores ao barramento onde está ligado o transformador. A função recebe a indicação de ligação de baterias do automatismo “Comando de Baterias de Condensadores” e a tensão base é diminuída uma percentagem configurada pelo utilizador no menu da função – equação 4.3. Esta acção pode provocar a emissão de ordens de descer e a função terá de aguardar até ao restabelecimento do equilíbrio entre a tensão medida e a nova tensão. Atingido o equilíbrio, o bloco informa a função “Comando de Baterias de Condensadores”, desencravando a emissão da ordem de fecho ao disjuntor da bateria. J I 1 I 3 /BB (4.5) Considerando a nova parcela, o cálculo do desvio é agora dado pela equação 4.4, nos momentos que antecedem a ligação das baterias de condensadores ao barramento, as quedas de tensão na rede não são compensadas e não existem transformadores em paralelo: I E E J I (4.6) A próxima parcela que este bloco considera permite compensar as quedas de tensão na rede através do conceito LDC apresentado no capítulo 0. Esta funcionalidade é activada no menu de configuração da função e permite regular a tensão no ponto de consumo em oposição à saída da subestação. O valor do desvio introduzido por esta técnica é calculado pela equação 4.5, sendo necessário configurar os parâmetros R e X de acordo com as características das linhas ligadas ao barramento em questão. G H E E (4.7) 54 A escolha do sinal a considerar no numerador da equação depende da natureza indutiva ou capacitiva da carga de acordo com as condições: • Cargas indutivas - A parcela XQ é somada à parcela RP; • Cargas capacitivas - A parcela XQ é subtraída à parcela RP. E os valores utilizados: • LDC – Resistência da rede cujas quedas de tensão devem ser compensadas [Ω]; LDC – Reactância da rede cujas quedas de tensão devem ser compensadas [Ω]; R • X • P – Potência activa total fornecida à rede em questão; • Q – Potência reactiva total fornecida à rede em questão; Como apresentado na secção 2.4.4 este método apresenta maus resultados quando é utilizado em barramentos que alimentam linhas com diferentes comprimentos. Como tal, se um transformador a funcionar individualmente tem esta característica activa, caso seja ligado a outro barramento através do fecho do seccionador de barras o LDC é desactivado. Combinando os desvios parcelares calculados mediante as fórmulas 4.3 e 4.4, o desvio ∆V é dado pela expressão 4.6, quando as quedas de tensão na rede são compensadas e não existem transformadores a funcionar em paralelo. E! E G H E! E (4.8) O desvio parcelar correspondente à circulação de potência reactiva entre transformadores em paralelo é apenas considerado quando a função detecta que o transformador em questão foi inserido num grupo em paralelo. A função disponibiliza dois modos de regulação em paralelo distintos apresentados no capítulo 2.3.3 – “Master /Follower” e “Minimização de correntes reactivas”. Quando o modo de regulação definido é o de “Minimização de correntes Reactivas” o valor do desvio é calculado pela equação 4.7, a qual é imposta pelo explorador da rede e que no fundo resulta da manipulação da equação 2.14. AK E EL H. 1H G 3 E E G. (4.9) O cálculo desta parcela implica o conhecimento dos parâmetros: Tx • |Zcc |– Módulo da impedância do transformador x vista do secundário; • Px – Potência activa fornecida pelo transformador x; • Qx – Potência reactiva fornecida pelo transformador x; Combinando as fórmulas apresentadas anteriormente, obtém-se a expressão geral do desvio para cada transformador: J E E J I E G H EL H. 1H . G! 3 E E E E G (4.10) 55 Descrição das ligações As tabelas 4.24 e 4.25 contém as descrições e características das ligações do bloco “BLC4.1_DVI”. Input Tipo Descrição Valor CAL_ENB BOOL 0 –Não efectua Enable do bloco. Recebe o resultado da verificação das cálculos (Default) condições da tabela 4.1 1 – Efectua cálculos CAL_VLT_ABS REAL Módulo do valor eficaz da tensão do barramento em questão, proveniente do bloco“BLC2.1_PWR” E E em volt PRM_VLT_REF REAL Parâmetro do menu de configuração da função referente à tensão de referência em volt ORD_CPC BOOL Indicação da ligação de baterias de condensadores 0 – OFF (Default) 1 - ON PRM_CPC_DVI REAL Parâmetro do menu de configuração da função referente ao desvio da tensão de referência perante a ligação de baterias de condensadores I em % PRM_LDC_ENB BOOL Parâmetro do menu de configuração da função referente à activação do cálculo da compensação da queda de tensão na rede 0 – OFF (Default) 1 - ON PRM_LDC_NTR REAL Parâmetro do menu de configuração da função referente á resitência da linha em ohm PRM_LDC_NTX REAL Parâmetro do menu de configuração da função referente á reactância da linha em ohm CAL_PRL BOOL Indicação de funcionamento em paralelo, calculado pelo bloco “BLC3.1_ GRP” 0 – Individual (Default) 1 - Paralelo CAL_PRL_MTD BOOL Parâmetro do menu de configuração da função referente ao método de regulação em paralelo 0 – Master / Follower 1 – Circulação (Default) TRF_PRM_ZCC REAL Parâmetro do menu de configuração da função referente à impedância de curto circuito do transformador E EL em ohm TRF_CAL_PWR_REL REAL Valor da potência activa entregue pelo transformador calculada pelo bloco“BLC2.1 _PWR” G! em watt TRF_CAL_PWR_IMG REAL Valor da potência reactiva entregue pelo transformador calculada pelo bloco“BLC2.1 _PWR” H! em VAr GRP_CAL_PWR_REL REAL Valor da potência activa entregue pelo grupo de transformação calculada pelo bloco “BLC3.1_GRP” G. em watt GRP_CAL_PWR_IMG REAL Valor da potência reactiva entregue pelo grupo de transformação calculada pelo bloco “BLC3.1_GRP” H. em VAr Tabela 4.24 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.1_DVI” Output TRF_CAL_VLT_DVI Tipo REAL Descrição Desvio actual da tensão para o transformador em questão Valor J em volt Tabela 4.25 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.1_DVI” 56 Bloco “BLC4.2_BDW” O bloco “BLC4.2_BDW” verifica se o desvio actual da tensão está dentro da banda admissível e gere o tipo de tempo de hold antes da emissão da ordem final. O bloco recebe o desvio calculado pelo bloco “BLC4.1_DVI” e a banda admissível parametrizada pelo utilizador em valor percentual em relação à tensão de referência. Estes valores permitem verificar se o desvio actual está dentro da banda admissível representada na figura 4.12, de acordo com a Figura 4.13 – Bloco “BLC4.2_BDW” expressão: -/ M M 0 N OPQ N -/ 0 /BB /BB (4.11) A violação da banda admissível activa um timer criado para evitar ordens intempestivas no caso de ocorrência de alterações transitórias da tensão. A característica do tempo desvio é parametrizada pelo utilizador. Porém, pode ser alterada pela activação das funções de deslastre, assumindo dois comportamentos distintos: • Linear – O tempo desvio é um valor fixo definido pelo utilizador, independente do valor do desvio; • Inverso – O tempo de hold depende do valor do desvio de forma inversa de acordo com a característica da figura 4.14 permitindo que a função responda mais rapidamente a maiores desvios. Figura 4.14 – Característica do tempo inverso Independentemente do tipo de tempo desvio utilizado, caso o valor da tensão continue fora da banda admissível findo o tempo é emitida a ordem final, em contrapartida se o valor da tensão voltar a apresentar valores dentro da banda admissível durante a execução do timer, este é interrompido e o seu valor reiniciado não sendo emitida qualquer ordem. 57 Descrição das ligações As descrições e características das ligações do bloco “BLC4.2_BDW” estão presentes nas tabelas 4.26 e 4.27. Input TRF_CAL_ENB Tipo BOOL Descrição Enable do bloco. Recebe o resultado da verificação das condições da tabela 4.1 Valores 0 –Não efectua cálculos (Default) 1 – Efectua cálculos CAL_VLT_DVI REAL Valor do desvio actual da tensão calculado pelo bloco “BLC4.1_DVI” J em volt PRM_VLT_REF REAL Parâmetro do menu de configuração da função referente à tensão de referência em volt PRM_BDW REAL Parâmetro do menu de configuração da função referente à banda admíssivel da tensão M em percentagem PRM_TME_MDE BOOL Parâmetro do menu de configuração da função referente ao tipo de tempo-desvio 0 – Tempo Linear (Default) PRM_TME_VLE TIME Parâmetro do menu de configuração da função referente ao tempo de hold, quando configurado com tempo linear AUX_CPC BOOL Variável interna da função calculada pelo bloco “BLC4.3_CPC” activada durante a redução da tensão base para a ligação de baterias de condensadores AUX_DES BOOL Variável interna da função calculada pelo bloco “BLC4.4_DES”, activada durante a execução das funções de deslastre AUX_SNC BOOL Variável interna da função calculada pelo bloco “BLC4.5_ORD”, activada durante a execução do sincronismo automático de tomadas 1 – Tempo Inverso 10 s (Default) 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON Tabela 4.26 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.2_BDW” Output Tipo Descrição Valores TRF_CAL_ORD BOOL Ordem final para o bloco “BLC4.5_ORD”, quando ultrapassado o tempo de hold 0 – OFF (Default) 1 - ON CAl_TME_MDE BOOL Variável interna da função que codifica o tipo de tempo desvio actual do bloco 0 – Tempo Linear (Default) 1 – Tempo Inverso CAL_VLT_DVI REAL Valor do desvio utilizado para distinguir ordens de subir ou descer J em volt CAL_CPC_DVI BOOL Variável interna da função que informa o bloco “B4.3_CPC” que a tensão volta a estar dentro do limite admissivel e pode ser dada a ordem de fecho do disjuntor para ligação da bateria CAL_TME_DVI TIME Tempo decorrido, desde que foi ultrapassado o limite admissível da tensão 0 – OFF (Default) 1 - ON [s] Tabela 4.27 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.2_BDW” 58 Bloco “BLC4.3_CPC” O bloco “BLC4.3_CPC” funciona como auxiliar na coordenação com a função “Comando de baterias de condensadores”. A interação da função “AVR” com a função previamente referida é efectuada nas seguintes Figura 4.15 – Bloco “BLC4.3_CPC” etapas: 1) Recebe ordem de ligação da função “Comando de baterias de condensadores”; 2) Activa a sinalização “SNL_03” até à emissão da ordem de fecho ao disjuntor da bateria; 3) Cálculo do desvio considerando a parcela da equação 4.4; 4) Emissão de ordens de descer enquanto o desvio está fora da banda admissível; 5) Quando a tensão volta a estar dentro da banda admissível o bloco informa a função “comando de baterias de condensadores”, desencravando a emissão da ordem de fecho ao disjuntor da bateria, através da saída “ORD_CPC_OUT”. O bloco é ainda dotado de lógica adicional que permite interromper a sub-função, a ele associada, perante possíveis falhas de algum dos elementos. A primeira medida está associada à passagem do regime de funcionamento para “manual”, como referido na secção 2.3.1, a qual provoca um reset na função. A segunda medida é imposta por uma temporização, definida pelo utilizador, finda a qual é emitida a ordem de fecho do disjuntor de ligação de bateria de condensadores, independentemente do desvio da tensão. A emissão da ordem implica que a coordenação entre funções está concluida, e como tal, a tensão de referência volta ao seu valor inicial. Descrição das ligações As descrições e características das ligações do bloco “BLC4.3_CPC” estão presentes nas tabelas 4.28 e 4.29. Tipo Descrição ORD_CPC BOOL Indicação de ligação da bateria de condensadores do bloco “BLC1.1_STN” 0 –OFF (Default) CAL_AUX_DVI BOOL Recepção da informação do bloco “BLC4.2_BDW” que a tensão voltou a estar dentro da banda 0 – OFF (Default) RST BOOL Reset da coordenação. Passagem do regime de funcionamento para “manual” 0 – Manual (Default) 1 - Automático Input Valores 1 – ON 1 - ON Tabela 4.28 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.3_CPC” Output Tipo Descrição Valores CAL_CPC_ENB BOOL Variável interna da função “AVR” activa durante a 0 –OFF (Default) redução da tensão base para a ligação de baterias 1 – ON de condensadores ORD_CPC_OUT BOOL Informação para a função “Comando de baterias de condensadores”que desencrava a emissão da ordem de fecho ao disjuntor da bateria 0 – OFF (Default) 1 - ON Tabela 4.29 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.3_CPC” 59 Bloco “BLC4.4_DES” À semelhança do que acontece com o bloco “BLC4.3_CPC”, o bloco “BLC4.4_DES” funciona como um auxiliar que permite a coordenação dos diferentes passos durante a execução das funções “Deslastre/ reposição por tensão” e “Deslastre/ Figura 4.16 – Bloco “BLC4.4_DES” reposição por frequência”. Durante a execução dos programas de deslastre este bloco informa a restante função “AVR” desta condição através das suas saídas, prevenindo assim a elaboração de ordens perante a passagem do valor máximo admissível da tensão, devido à diminuição da carga provocada pela acção dos respectivos programas. Enquanto não existe tensão no barramento o bloco “BLC4.4_DES” cria uma ordem para o bloco “BLC4.5_ORD”, face à qual são geradas ordens de subir ou descer, por forma a colocar a tomada do comutador na posição de referência, caso esta se encontre definida e o regulador esteja em modo “automático”. Ao regressar a tensão, após a execução do programa de deslastre por falta de tensão, este bloco emite uma ordem para o bloco “BLC4.2_BDW” e a característica de “tempodesvio” é comutada para “tempo inverso” em relação ao barramento em questão. O retorno à característica “tempo independente” verifica-se quando a função “deslastre/reposição por tensão” voltar ao repouso. Descrição das ligações As descrições e características das ligações do bloco “BLC4.4_DES” estão presentes nas tabelas 4.30 e 4.31. Input Tipo Descrição Valores ORD_DRT BOOL Recepão da ordem “Deslastre /reposição por tensão” do bloco “BLC1.1_STN” 0 –OFF (Default) ORD_DRF BOOL Recepão da ordem “Deslastre /reposição por frequência” do bloco “BLC1.1_STN” 0 – OFF (Default) AUX_VLT_ABS REAL Variável interna da função que informa o bloco quando a tensão retorna ao barramento 1 – ON 1 - ON [V] Tabela 4.30 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.4_DES” Output Tipo Descrição Valores AUX_DES_BLC_ORD BOOL Variável interna da função que emite ordens para o bloco “BLC4.5_ORD” para que a tomada seja colocada na posição de referência 0 –OFF (Default) AUX_DES_BLC_BDW BOOL Variável interna da função que emite ordens para o bloco “BLC4.2_BDW” para alterar o tipo de “tempo desvio” 0 – OFF (Default) 1 – ON 1 - ON Tabela 4.31 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.4_DES” 60 4.4.7 Transformadores – Emissão e controlo de ordens A última zona da função “AVR” permite considerar o estado de diferentes variáveis que condicionam a emissão da ordem final para o comutador de tomadas. Desde logo, o modo de funcionamento de regulação (Master, Slave, Minimização de correntes reactivas) que determina a origem da ordem. Posteriormente é considerada a execução de qualquer manobra de alteração de tomadas e finalmente é necessário verificar se foram atingidas as últimas posições do comutador (topos). É também nesta zona da função que se verifica se a ordem foi correctamente executada emitindo uma sinalização quando isso não acontece. Bloco “BLC4.5_ORD” O bloco “BLC4.5_ORD” apresentado na figura 4.17 é o responsável pela emissão da ordem final de subir ou descer ao comutador de tomadas em serviço de um transformador de acordo com o método de regulação definido o estado do comutador. Os regimes de funcionamento apresentados na secção 2.3.1 e os métodos de regulação em paralelo estudados na secção 2.3.3 são considerados através de quatro modos de gerar as ordens finais para o comutador: • Master – As ordens são dadas de acordo com os cálculos efectuados pelo bloco “BLC4.1_DVI”. Se o desvio calculado for positivo, será elaborada uma ordem de descer ao comutador de tomadas em serviço do transformador respectivo, por sua vez se o desvio Figura 4.17 – Bloco “BLC4.5_ORD” calculado for negativo, será elaborada uma ordem de subir; • Follower – As ordens para o transformador em questão são emitidas de acordo com as ordens do transformador a funcionar como master, implicando assim que cada transformador receba todas as ordens possíveis de todos os transformadores; • Deslastre – Durante a execução das funções de deslastre, o bloco compara a tomada actual com a tomada de referência e emite ordens de subir ou descer de forma a colocar a tomada na posição de referência; • Manual – Quando o regime de funcionamento da função é “Manual” para o transformador em questão é possível o comando voluntário do comutador de tomadas em serviço Recebida a ordem de “subir” ou de “descer”, o bloco verifica se está em curso uma manobra de mudança de tomadas no comutador, aguardando o fim da mudança caso isso se verifique. Adicionalmente só é emitida a ordem final se a tomada do comutador não estiver nas posições limites (inferior ou superior). Caso isso se verifique é emitida a sinalização “Topo Inferior” ou “Topo Superior” e cancelada a ordem elaborada. 61 Descrição das ligações As características das ligações do “BLC4.5_ORD” são apresentadas nas tabelas 4.32 e 4.33. Input TRF Tipo INT Descrição Indicação do transformador em questão Valor # R$S T $ U/#V#W#X#YZ TRF_CAL_SVR BOOL Indicação do serviço do transformdor, recebida pelo bloco “BLC1.1_STN” 0 – Fora de serviço TRF_CAL_ENB BOOL Enable do bloco. Recebe o resultado da verificação das condições da tabela 4.1 0 – Não efectua cálculos TRF_CAL_WMD BOOL Regime de funcionamento do transformador TRF_CAL_ORD BOOL Ordem elaborada pelo bloco “BLC4.2_BDW” TRF_CAL_VLT_DVI REAL Valor do desvio calculado pelo bloco “BLC4.1_DVI” ∆ em volt TRF_CAL_TAP_POS INT Valor da posição da tomada calculado pelo bloco “BLC2.2_TAP” - TRF_CAL_PRL INT Indicação de funcionamento em paralelo do transformador 1 – Em serviço 1 – Efectua cálculos 0 – Manual (Default) 1 – Automático 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON TRF_PRM_PRL_MTD BOOL Parâmetro do menu de configuração da função referente ao método de regulação em paralelo 0 – Master /Follower 1 – CREACTIVAS (Default) TRF_PRM_PRL_MST INT Parâmetro do menu de configuração da função referente ao master da regulação em paralelo 0a5 TRF_PRM_TME_IMP INT Parâmetro do menu de configuração da função referente ao tempo de duração do impulso da ordem [s] TRF_PRM_TAP_REF INT Parâmetro do menu de configuração da função referente à tomada de referência do comutador - TRF_MSR_TAP_MIN BOOL Indicação de tomada mínima recebida do comutador de tomadas 0 – OFF (Default) TRF_MSR_TAP_MAX BOOL Indicação de tomada máxima recebida do comutador de tomadas 0 – OFF (Default) TRF_MSR_TAP_ALT BOOL Indicação da actividade do comutador de tomadas 0 – OFF (Default) TRF_ORD_DES BOOL Variável interna da função calculada pelo bloco “BLC4.4_DES” que informa a actividade das funções de deslastre TRF_ORD_UPR_MAN BOOL Ordem de subir manual (Apenas activo em regime de funcionamento “Manual) 0 – OFF (Default) TRF_ORD_DWN_MAN BOOL Ordem de descer manual (Apenas activo em regime de funcionamento “Manual) 0 – OFF (Default) TRF_ORD_VLT_MAX BOOL Ordem da sub-função “Bloqueio por máximo de tensão” 0 – OFF (Default) SNL_12 BOOL Indicação da avaria do comutador 1 – ON 1 – ON 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 1 – ON 1 – ON 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON Tabela 4.32 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.5_ORD” 62 Tipo Output Descrição Estado 0 – OFF (Default) TRF_ORD_UPR BOOL Ordem de subir para o comutador TRF_ORD_DWN BOOL Ordem de descer para o comutador BOOL Sinalização de “Topo Inferior” de acordo com a tabela 2.3 activada quando é elaborada uma ordem de descer mas o comutador se encontra na última posição BOOL Sinalização “Topo Superior” de acordo com a tabela 2.3, activada quando é elaborada uma ordem de subir mas o comutador se encontra na posição mais alta TRF_SNL_TAP_MIN TRF_SNL_TAP_MAX 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON 0 – OFF (Default) 1 – ON Tabela 4.33 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.5_ORD” Bloco “BLC4.6_VRF” Na figura 4.18 ilustra-se o bloco “BLC4.6_VRF”, responsável pela verificação da correcta comutação de tomada após a emissão de uma ordem, através do algoritmo esquematizado na figura 4.19. O bloco recebe as informações das ordens de subir ou descer do respectivo transformador. A alteração destes Figura 4.18 – Bloco “BLC4.6_VRF” valores activa um timer parametrizável pelo utilizador correspondente ao tempo que a função deve aguardar devido à mudança de tomada, fornecida ao bloco através da variável “PRM_CMT_TME”. Durante a comutação o bloco activa a saída “CAL_CMT_ENB”, informando assim os restantes blocos da função que foi dada uma ordem de alteração de tomada. Por sua vez, a saída “CAL_CMT_TME” é incrementada durante o processo de comutação representando o tempo desde a emissão da ordem. Terminado o tempo definido, o bloco verifica se o comutador efectuou a alteração de tomada no sentido correcto através da comparação da posição da tomada actual - calculado pelo bloco “BLC2.2_TAP”.- com a posição antes da comutação (variável auxiliar “AUX_TAP_t-1” guardada em memória interna do bloco antes da ordem). Se a mudança de tomada não tiver sido correctamente efectuada, a função de regulação automática de tensão ficará bloqueada em relação ao transformador em questão e será emitida a sinalização “SNL_012 - Avaria do dispositivo de comando do comutador de tomadas em serviço – ordem não cumprida”, cujo desbloqueio apenas pode ser feito de forma manual, através da alteração para regime “manual” (reset da função). 63 Figura 4.19– Comportamento do bloco “BLC4.6_VRF” Descrição das ligações As descrições e características das ligações do bloco “BLC4.6_VRF” são exibidas nas tabelas 4.34 e 4.35. Input Tipo Descrição Valor TRF_ORD_UPP BOOL Recepção da ordem de subir para o transformador emitiada pelo bloco “BLC4.5_ORD” 0 – OFF (Default) TRF_ORD_DWN BOOL Recepção da ordem de descer para o transformador emitida pelo bloco “BLC4.5_ORD” 0 – OFF (Default) CAL_TAP_POS INT Posição da tomada calculada pelo bloco “BLC2.2_TAP” - PRM_TME_CMT INT Parâmetro do menu de configuração da função referente ao tempo de comutação da tomada [s] BOOL RST 1 – ON 1 – ON Reset do bloco – Permite desbloquear a saída “SNL_012” activada por não cumprimento da ordem. 0 – Manual (Default) Recebe o modo de funcionamento de função. 1 – Automático A passagem ao regime “manual” desbloqueia o bloco Tabela 4.34 – Descrição dos inputs do bloco “BLC4.6_VRF” Output CAL_CMT_ENB CAL_ CMT_TME SNL_012 Tipo BOOL TME BOOL Descrição Indicação que foi emitida uma ordem e que o comutador deverá estar em movimento Tempo decorrido desde o ínicio da comutação Sinalização 12 - Avaria do dispositivo de comando do comutador de tomadas em serviço – ordem não cumprida Valor 0 – Comutador parado (Default) 1 – Alteração em curso [s] 0 – OFF (Default) 1 – ON Tabela 4.35 – Descrição dos outputs do bloco “BLC4.6_VRF” 64 5. Testes funcionais Neste capítulo são apresentados os testes efectuados à função “AVR”, os quais foram realizados em duas fases distintas. Numa primeira fase a função é testada utilizando o modo de “offline simulation” disponibilizado pela ferramenta Toolbox II apresentada no capítulo 3.3.1. Posteriormente a função foi carregada no autómato presente no laboratório e foram simulados os valores exteriores através de uma mala de ensaios, de forma a obter um comportamento semelhante ao que se verifica numa subestação. Apesar das muitas funcionalidades que a automação apresenta, as simulações foram desenhadas considerando as situações habituais no funcionamento de uma subestação que influenciam o comportamento da função de regulação automática. Os testes são baseados na alteração de parâmetros de configuração dos transformadores e dos valores aos seus terminais, sendo posteriormente registado o comportamento das variáveis de saída da função. 5.1 Características da simulação Os testes da função foram efectuados em diferentes fases e os seus resultados comparados no final da simulação. Para isso, foram desenhados modelos standard dos principais intervenientes neste processo permitindo assim comparar os resultados nas diferentes situações. 5.1.1 Subestação De forma a testar todas as funcionalidades da função de regulação automática foi escolhida a configuração representada na figura 5.1, baseada nas topologias habituais das subestações de distribuição da EDP (2) . Esta é constituída por dois transformadores com características parametrizáveis que podem funcionar individualmente ou em paralelo através do fecho/ abertura dos disjuntores ou seccionadores correctos. Figura 5.1 – Configuração da subestação a simular 65 5.1.2 Linhas de saída As linhas de saída são ambas aéreas de liga de alumínio, as quais apresentam uma impedância característica de 0,3+j0,35 Ω/km. O valor total da sua impedância foi calculado de acordo com o comprimento da linha e é apresentado na tabela 5.2. Característica L1 L2 Comprimento [Km] 7 5 Impedância [Ω/Km] 0,3+j0,35 0,3+j0,35 Impedância total [Ω] 2,1+j2,45 1,5+j1,75 Tabela 5.1 – Características das linhas simuladas 66 5.2 Testes Offline O teste offline da função “AVR” foi realizado com recurso ao software de testes da ferramenta CAEx Plus e a dois blocos adicionais criados para o efeito: • O bloco “BLC_LOD” permite simular o comportamento da carga ligada ao barramento de saída das subestações. Este permite aumentar ou diminuir a carga variando, assim, a tensão no secundário do transformador; • O bloco “BLC_TRF” simula o comportamento de dois comutadores e dois transformadores a funcionar em paralelo. Este recebe as ordens emitidas pela função “AVR” e, consequentemente, desce ou sobe a tomada do comutador, cuja alteração se reflete na tensão e corrente de saída do transformador. 5.2.1 Transformadores e comutadores de tomadas Os transformadores de potência à entrada da subestação são equipados com um comutador de tomadas e as principais características – tabela 5.2 – são configuráveis de acordo com o teste a efectuar. Os valores presentes na tabela são dados normalizados neste tipo de instalações e utilizados no arranque da simulação. Sempre que algum dos parâmetros é alterado, é feita uma referência no inicio do descritivo da simulação. Comutador Transformador Potência Característica T01 T02 Potência Nominal [MVA] 10 20 Tensão Nominal Primária [kV] 60 60 Tensão Nominal Secundária [kV] 15 15 6,25 7,45 Instalação do comutador Primário Primário Escalões do comutador 23 23 Tomada de referência 2 2 Tomada máxima 12 12 Tomada mínima -12 -12 +/ - 1 + /- 1 Impedância de curto circuito (na tomada principal) [%] Passo de comutação [%] Tabela 5.2 – Características dos transformadores de potência Para além dos dados apresentados na tabela 5.2 é ainda calculada a corrente nominal no secundário dos transformadores através das equações 5.1 e 5.2. F [W \ F [W \ /B /B] [W /Y /B^ VB /B] [W /Y /B^ W_X#`$a (5.1) bc`#_B$a (5.2) 67 E o valor da impedância de curto-circuito vista do secundário em ohm. B#BcVY L /Y /B^ B#BcVY /#X/$d F /B /B] (5.3) L B#BbXY /Y /B^ B#BbXY B#_X$d F VB /B] (5.4) Transformadores de Tensão/ Corrente Os transformadores de tensão utilizados são do tipo magnético e a sua tensão primária tem o valor normalizado de 15/√3 kV. Por sua vez a tensão no secundário é de 100 V. Relativamente ao tipo de ligação destes, neste momento a função apenas permite considerar ligações estrela/estrela ou triangulo/ triângulo, como tal não se considera relevante para os cálculos. Os transformadores de corrente apresentam uma corrente nominal de 800 A para T1 e 1000 A para T2 no enrolamento primário, de acordo com as correntes nominais calculadas na equação 5.1 e 5.2. A corrente no enrolamento secundário é de 1 A. 5.2.2 Potência de carga A actuação da função “AVR” depende da alteração da tensão do secundário do transformador, a qual pode ser causada por uma variação na tensão do primário (alimentação) ou uma variação da potência de carga. Como tal, foi desenhado o bloco BLC_LOD que permite simular variações da potência de carga, de acordo com o diagrama apresentado na figura 5.2. Figura 5.2 – Diagrama de carga simulado A característica da potência de carga entregue por este bloco é configurável de forma a testar diferentes situações. A sua configuração é feita ao nível da duração dos intervalos e da taxa de variação da potência. 5.2.3 Parametrização do menu de configuração Os valores base usados na configuração da função durante as simulações estão presentes na tabela 5.3, os quais serão alterados de acordo com o teste a efectuar. Cada simulação testa diferentes funcionalidades sendo por isso referido qual o parâmetro alterado em cada ponto. 68 Descrição do parâmetro T01 T02 G01 Regime de funcionamento Manual Manual Manual Tensão de referência [kV] 15 15 15 Corrente referência [A] 385 770 1155 Banda admissível [%] Tipo de delay 10 10 5 Linear Linear Linear Tempo de hold [s] 20 20 15 Tensão mínima de bloqueio da função “AVR” [%] 30 30 - 6,25 7,45 - Tempo de comutação [s] 30 30 - Tempo de Impulso [s] 5 5 - Impedância de curto circuito [%] Tomada de referência 2 2 - Desvio com a ligação da bateria de condensadores [%] 30 10 20 OFF OFF OFF Compensação de tensão na linha Resistência da rede [Ω] 2,1 1,5 - Reatância da rede [Ω] 2,45 1,75 - 0 0 - 15/√3 15/√3 - Modo de recepção de valores do exterior Valor do primário do TT [kV] Valor do secundário do TT [V] 100 100 - Valor do primário do TI [A] 800 1000 - 1 1 - Sub função “Bloqueio por Mínimo de Tensão” ON ON * Formato do valor minimo de tensão admissível [%] [%] - Valor minimo de tensão admissivel 60 60 - Valor do secundário do TI [A] Tempo de hold para activar o bloqueio por minimo de tensão [s] 1 2 2 - Sinalização de “Bloqueio por Mínimo de tensão” ON ON - Sub função “Máximo Tensão” ON ON * Formato do valor máximo de tensão admissivel [%] [%] - Valor limite para máximo de tensão admissivel 140 140 - Tempo de hold para activar o bloqueio “Máximo tensão [s] 2 2 - Sinalização de “Máximo de Tensão” ON ON - Sub função “Máximo Corrente” ON ON * Formato do valor máximo de corrente admissivel [%] [%] - Llimite para máximo de corrente admissivel 140 140 - Tempo de hold para activar o bloqueio “Máximo de Corrente” [s] Sinalização de “Máximo Corrente” Sub função “Corrente reactiva de circulação” 2 2 - ON ON - - - ON Formato do valor máximo de corrente admissivel - - [%] Llimite para máximo de corrente admissivel - - 10 Tempo de hold até a emissão da ordem de abertura de disjuntor [s] - - 10 Sinalização de “Corrente reactiva de circulação” - - ON Modo de regulação em paralelo - - Min. CRT Definição do master - - 1 Sincronismo automático de tomada - - OFF Tabela 5.3 – Parametrização da função "AVR" na simulação offline 1 As funcionalidades marcadas com * não estão configuradas para analisar os valores do grupo de regulação nesta simulação, mas a função “AVR” desenvolvida permite a sua análise. 69 5.2.4 Resultados Simulação do módulo base da função “AVR” A primeira simulação realizada permite testar o comportamento da função para um transformador em funcionamento individual, perante diferentes valores de tensão. Os resultados obtidos estão representados na figura 5.3, seguida pela descrição processual da simulação. Figura 5.3 – Simulação do módulo base da função “AVR” Descrição do processo simulado 1) Definição do valor da tensão de referência (PRM_VLT_REF = 15 kV); 2) Definição da banda admissível (PRM_BDW = 10 %) efgh i# i jkl i# i im in# m$o effp q# r jkl q# r im is# m$o 3) Definição do tempo de hold da função com característica linear (PRM_DTY → 0) de valor 20s (PRM_DTI = 20); 4) Definição do tempo de comutação + tempo de segurança (PRM_TME_CMT = 25); 5) Definição do tempo de impulso das ordens (PRM_TME_IMP = 5); 6) Alteração do regime de funcionamento para automático (PRM_WMD → 1); 7) Função “AVR” activa a sinalização referente ao regime de funcionamento (SNL_001 → 1); 8) Aumento da potência de carga e consequente diminuição da tensão; 9) Quando o valor da tensão passa o valor da banda admissível a função inicia o contador CAL_TME_DVI_OUT; 10) Decorrido o tempo definido é emitida uma ordem de subir (ORD_UPP_OUT → 1); 70 11) Após a emissão da ordem inicia-se a comutação e como tal é activado o contador referente à duração deste processo; 12) No fim da comutação, a tensão volta a estar dentro da banda admissível e função “AVR”, não emite qualquer ordem; 13) Novo aumento da potencia de carga até que a tensão exceda a banda admissível e se dê a activação do contador; 14) Desta vez, diminui-se a carga e a tensão volta a estar dentro da banda admissível antes do fim do tempo de hold, verificando se o contador é interrompido não sendo emitida qualquer ordem; 15) Diminuição da potência de carga até que a tensão ultrapasse o limite superior admissível; 16) Atingido o limite, verifica-se o início do contador CAL_TME_DVI_OUT, findo o qual é dada uma ordem de descer (ORD_DWN_OUT → 1); 17) Como a tensão continua fora do limite definido são emitidas ordens até que esta esteja dentro da banda; 18) Tensão dentro da banda e função “AVR” sem qualquer ordem activa; 19) Alteração do regime de funcionamento para manual (PRM_WMD → 0), a qual é repercutida na sinalização (SNL_001 → 0); 20) Nova diminuição da potência e consequente aumento da tensão; 21) Apesar de a tensão passar o limite definido, a função não activa o contador nem emite ordem, uma vez que o regime de funcionamento é o “Manual”. Simulação da sub função “Bloqueio por mínimo de tensão” A simulação do bloqueio por mínimo de tensão foi realizada em diferentes fases de forma a testar todas as suas funcionalidades. Apesar de ser a mesma estrutura utilizada no ponto anterior, os valores neste caso foram propositadamente exagerados de forma a melhor observar o comportamento da função “AVR” na situação testada. Figura 5.4 – Resultado da simulação da sub-função “Bloqueio por mínimo de tensão” 71 Descrição do processo simulado 1) Definição do tipo de input em percentagem para o valor máximo (PRM_VLT_MIN_MDE → 0); 2) Definição do tempo que a função espera antes de activar o bloqueio (PRM_VLT_MIN_TME = 10s); 3) Definição do valor limite que activa o bloqueio (PRM_VLT_MIN_VLE = 60%) ef q# n tuv q" n im ro 4) Enable da funcionalidade de “BMT” (PRM_VLT_MIN_ENB → 1); 5) Aumento da potência de carga de forma a diminuir a tensão no barramento secundário; 6) Excedido o limite admissível é activado o timer; 7) Findo esse tempo é activado o bloqueio por mínimo de tensão (ORD_VLT_MIN → 1); 8) Diminuição da potência de carga verificando-se o aumento da tensão, reset do timer e inibição da ordem de bloqueio por mínimo de tensão (ORD_VLT_MIN → 0); 9) Enable da emissão de sinalização perante as ordens de “BMT” (PRM_VLT_MIN_SNL → 1); 10) Repetição do procedimento de aumento da potência, mas desta vez verifica-se a emissão de sinalizações quando é activada a ordem “BMT” (ORD_VLT_MIN → 1 e SNL_VLT_MIN → 1); 11) Diminuição da potência de carga e desactivação da ordem de “BMT” (ORD_VLT_MIN → 0 e SNL_VLT_MIN → 0); 12) Novo aumento da potência e consequente activação do timer, no entanto a tensão volta ao limite admissível, logo é feito o reset do timer e não é emitida ordem; 13) Alteração do modo de input do valor máximo (PRM_VLT_MIN_MDE → 1); 14) Definição do valor limite de “BMT” (PRM_VLT_MIN_VLE = 8 kV); 15) Repetição do procedimento de aumento da potência de carga de forma a verificar a emissão do bloqueio e sinalização; 16) Diminuição da potência de carga e consequente desactivação da ordem de “BMT”; 17) Disable da funcionalidade de “BMT” (PRM_VLT_MIN_ENB → 0); 18) Repetição do procedimento de aumento da potência de carga, no entanto como a funcionalidade não está activa verifica-se que o tempo definido é atingido no entanto não é emitida qualquer ordem ou sinalização. Teste da interacção com a função “Comando de baterias de condensadores” O teste da interacção com a função de comando de baterias de condensadores não traduz todo o procedimento real, uma vez que não foi construído um bloco que simule a injecção de tensão garantida pela bateria de condensadores, sendo que o comportamento da função “AVR” foi testado nas diferentes fases da ligação o qual está representado na figura 5.5. 72 Figura 5.5 – Resultado da interacção com a função “Comando de bateria de condensadores” Descrição do processo simulado Definição do valor do desvio da tensão durante a ligação das baterias (PRM_CPC_DVI =20%); 1) wxw tuv tuv *wxw im q# y im iy$o Enable da ordem de ligação de bateria de condensadores (ORD_IN_CPC → 1), verificando-se 2) que a tensão de referência diminui para os 12 kv assim como os respectivos limites máximos e mínimos; A função emite ordens de descer até à reposição da tensão dentro da nova banda admissível 3) (ORD_DWN_OUT → 1); Quando a tensão volta a estar dentro da banda admissível, é emitida a ordem de fecho do 4) disjuntor para ligação da bateria (ORD_CPC_OUT → 1) e a tensão de referência volta ao estado inicial. 2 5) Quando o funcionamento da função estabiliza, altera-se o valor do desvio da tensão durante a ligação das baterias (PRM_CPC_DVI = 10%); wxw tuv tuv *wxw im q# i im is# m$o É dada nova ordem de ligação de baterias (ORD_IN_CPC → 1), mas neste caso a tensão 6) continua dentro da nova banda admissível, logo não é emitida qualquer ordem de descer, sendo apenas emitida a ordem de fecho do disjuntor de ligação da bateria de condensadores. 2 Como neste caso não existe nenhum bloco que simule a tensão injectada pela bateria de condensadores, quando a tensão de referência volta ao valor inicial a função “AVR” verifica que a tensão está fora da tensão admissível e emite uma ordem de subir. 73 Teste da interacção com a função “Deslastre /reposição de tensão” O teste da interacção com a função “Deslastre /reposição de tensão” foi realizado de acordo com as indicações do explorador da rede de forma a responder a situações de defeito a montante do transformador (transporte e geração) nas quais não existe tensão aos terminais do transformador. Os resultados obtidos estão representados na figura 5.6 e os procedimentos mais importantes descritos de seguida. Figura 5.6 – Resultado do teste da interacção com a função de “Deslastre por reposição de tensão” Descrição do processo simulado 1) Definição da tomada de referência na segunda posição (PRM_TAP_REF =2); 2) Enable da função “AVR” alterando o regime de funcionamento (PRM_WMD → 1); 3) Enable da ordem de deslastre por reposição de tensão (ORD_DRT → 1); 4) A tensão no barramento caí para o valor zero e a função emite ordens de forma a que a tomada seja colocada na tomada de referência, neste caso ordens de subir. 5) Quando a tomada se encontra na posição de referência, a função aguarda até que volte a tensão ao barramento; 6) Quando a tensão volta ao barramento o tempo de desvio é comutado para tempo inverso até que a função de deslastre seja desactivada; 7) Disable da função de deslastre e consequente alteração para o modo de tempo linear da característica de tempo desvio. 74 Simulação da funcionalidade “Compensação da queda de tensão” Como foi referido ao longo deste trabalho, a funcionalidade de “Compensação da queda de tensão” deve ser dimensionada e activada antes da colocação do transformador em serviço de forma que o arranque da função “AVR” seja feito de forma suave evitando alterações do tomadas desnecessárias. Na simulação efectuada, foi utilizada mesma estrutura dos pontos anteriores, logo a activação da funcionalidade “LDC” gerou uma resposta da função registada na figura 5.7, de sucessivas alterações de tomadas. Figura 5.7 – Resultados do teste da funcionalidade “LDC” Descrição do processo simulado 1) Definição do valor da resistência (PRM_LDC_NTR = 2,1 Ω) e da reactância da rede (PRM_LDC_NTX =2,45 Ω); 2) Enable da funcionalidade LDC. 3) A tensão do barramento secundário continua a mesma, no entanto a tensão utilizada para o cálculo do desvio é menor, logo é necessário o ajuste inicial da tomada quando é activado esta funcionalidade. Neste caso o ajuste é realizado pela função “AVR”, através das sucessivas ordens de subir representadas até que a nova tensão se encontre dentro do limite admissível. 75 Teste de regulação em paralelo O teste da regulação em paralelo foi efectuado à semelhança do que acontece nos ensaios efectuados nas subestações com vários transformadores. A simulação é iniciada de uma situação estável, posteriormente são dadas ordens manuais consecutivas a um dos transformadores até que seja excedido o limite admissível e finalmente é activado o regime “automático” do grupo, consequentemente a função deverá dar ordens ao comutador de tomadas do transformador visado contrárias às ordens manuais. Figura 5.8 – Resultados do teste de regulação em paralelo Descrição do processo simulado 1) Definição da banda admissível do grupo (GRP_PRM_BDW = 5 %) efgh i# qm jkl i# qm im im# zm$o effp q# rm jkl q# r im i{# ym$o 2) Parametrização do método de regulação como “Minimização de correntes reactivas” (GRP_PRM_PRL_MDE → 0); 3) Formação do paralelo de transformadores através do fecho dos disjuntores correctos; 4) Perante o paralelo verifica-se que a largura de banda admissível é reduzida, uma vez que esta é modificada de 10% para 5%; 76 5) Duas ordens de descer manuais para o transformador 1, verifica-se a diminuição da tensão no barramento e o aumento do valor do desvio utilizado nos cálculo, devido à parcela da regulação em paralelo (queda de tensão provocada pela corrente reactiva de circulação); 6) Enable da função “AVR” alterando o regime de funcionamento (PRM_WMD → 1); 7) Como o valor do desvio está fora da banda admissível é inicializado o tempo de espera da função (neste caso tempo independente); 8) Decorrido o tempo é emitida ordem de subir para o transformador 1; 9) Aumento da carga aos terminais dos transformadores até que o desvio seja novamente excedido; 10) Findo o tempo de espera é emitida nova ordem de subir para o transformador 1 depois da qual ambos transformadores ficam na mesma posição de tomadas e consequentemente não existe corrente circulação entre eles. Teste das sinalizações e verificações O teste apresentado neste ponto permite verificar se a função emite as sinalizações e efectua correctamente as verificações exigidas pelo explorador da rede. De forma a melhorar a visualização dos resultados do teste e reduzir o numero de comutações da tomada, os valores limites das posições foram alterados. Desta feita o comutador passa apenas a apresentar 7 posições que variam da posição 3 à -3, como representado na figura 5.8. Figura 5.9 – Resultados do teste às sinalizações emitidas pela função 77 Descrição do processo simulado 1) Enable da função “AVR” através da alteração do regime de funcionamento (PRM_WMD → 1) e consequente alteração da sinalização 001 (SNL_001 → 1); 2) Diminuição da potência de carga aos terminais do transformador e consequente aumento da tensão aos seus terminais; 3) Excedido o limite máximo e o tempo de hold é emitida uma ordem de descer (SNL_06 → 1); 4) Após a comutação o transformador verifica que a tomada se encontra na última posição e emite a sinalização TAP_MIN recebida pela função “AVR”; 5) Como o valor da tensão continua fora da banda admissível mas o comutador já está na tomada mais baixa, a função não emite a ordem de descer, mas activa a sinalização SNL_010 → 1 referente ao topo mínimo; 6) Aumento da potência de carga, verificando-se a redução no tensão no barramento; 7) Devido à diminuição da tensão, já não existe necessidade da ordem de descer logo a sinalização SNL_010 → 0, é desactivada. 8) Quando a tensão passa o limite mínimo admissível é dada um ordem de subir ao comutador de tomadas, a sinalização SNL_06 → 1 é activada devido à ordem de subir e o transformador deixa de informar que se encontra na tomada mínima (TAP_MIN → 0); 9) A potência de carga é aumentada sucessivamente de forma a gerar sucessivas ordens de subir até que seja atingida a tomada máxima; 10) Quando esta é atingida o transformador activa a informação TAP_MAX → 1 e consequentemente a função “AVR” deixa de emitir ordens de subir, activando a sinalização SNL_011 → 1, resultado de ser atingido o topo máximo e não ser possível responder à baixa tensão verificada; 11) Nova diminuição da potência, consequente aumento da tensão no barramento e respectiva desactivação da sinalização de topo máximo (SNL_011 → 0); 12) Por fim ainda se simulou a sinalização SNL_012, quando a tomada do comutador se encontra na posição 2 e se forçou um aumento da tensão. 13) Emissão da respectiva ordem de descer devido ao aumento da tensão; 14) No fim do tempo de comutação a tomada continua na posição 2, logo é activada a sinalização SNL_012; 15) Alteração do regime de funcionamento de “automático” para “manual”, permitindo assim a desactivação da sinalização. 78 5.3 Testes Online O teste online da função “AVR” foi realizado com recurso a componentes que simulam os dispositivos numa subestação real. As características das ligações e dos diferentes elementos são apresentadas neste capitulo, assim como os resultados obtidos durante a simulação. 5.3.1 Lista de equipamento utilizado 1 x SIEMENS AK 1703 ACP (secção 4.3.2) 2 x SIEMENS Transducer 7KG6000-8EBNN 2 x SIEMENS Siprotec 7SJ642 5 x Disjuntores MVA de 4 estados 1 x Mala de ensaios 5.3.2 Estrutura da montagem A simulação é feita de acordo com a estrutura da figura 5.10, na qual é utilizada uma mala de ensaios para simular as tensões e correntes aos terminais do secundário dos transformadores. Estes valores são recebidos pelos transdutores 7KG, os quais calculam as diferentes características associadas às tensões e correntes criadas (potências, frequência e ângulo de potência). O transdutor apresenta 3 saídas analógicas de corrente com um valor máximo de 20 mA, indicadas para a ligação à carta de entradas analógicas do autómato AK1703. As 3 saídas disponíveis são configuradas de forma a conhecer: o módulo da tensão, módulo da corrente e a potência reactiva gerada pela mala de ensaios. Com estes valores, a automação calcula os restantes parâmetros (corrente activa, reactiva...) fundamentais para a regulação automática Em funcionamento, o autómato AK1703 efectua os cálculos da função “AVR” e emite as ordens de subir e descer pretendidas. Estas são recebidas pela protecção digital 7SJ642 que, devido a uma programação previamente realizada, simula um comutador de tomadas. Basicamente recebe as ordens de subir e descer do regulador e codifica a posição actual da tomada BCD. Figura 5.10 – Esquema da montagem simulada 79 Figura 5.11 – Montagem laboratorial 5.3.3 Características da rede simulada Nesta secção são apresentadas as principais características da rede simulada. T01 T02 Tensão Nominal Primária [V] 400 400 Tensão Nominal Secundária [V] 100 100 6,25 6,25 1 1 Instalação do comutador Primário Primário Escalões do comutador 17 17 Tomada de referência 2 2 Tomada máxima 8 8 Tomada mínima -8 -8 +/ - 1 + /- 1 Comutador Transformador Potência Característica Impedância de curto circuito (na tomada principal) [%] Corrente Nominal Secundário [A] Passo de comutação [%] Tabela 5.4 – Características dos transformadores de potência Potência nominal dos transformadores: F [W [W /BB / /bW#VB /bY$a (5.5) 80 Valor da impedância de curto-circuito em ohm /BB B#BcVY W#Ybd F /bY (5.6) F F /bY /bY WYB$a (5.7) L B#BcVY Potência nominal do grupo de transformadores .6>9 F Considerando que o grupo alimenta uma carga com uma potência nominal e um factor de potência de 0,9 indutivos é possível calcular agora a impedância de carga }~B#` B#XY$@ VY#_X$ ';' E E /BB V_#Yb ?# d 2 WYB ?# (5.8) (5.9) 5.3.4 Parametrização da mala de ensaios De acordo com as características dos dispositivos da figura 5.10 e da tabela 5.4 a mala de ensaios simula uma rede trifásica equilibrada com 4 condutores, cujos valores nominais das fases estão presentes na tabela 5.5. Tensões i /BB| }~V YB$$ [W /BB y | }~/VB V YB$$ [W s /BB| }~/VB V YB$$ [W i / }~V YB$a$ Correntes y / }~/VB V YB$a$ s / }~/VB V YB$a Tabela 5.5 – Parametrização nominal da mala de ensaios 81 5.3.5 Parametrização do transdutor 7KG6000-8EBNN Considerando a rede equilibrada apresentada na secção anterior, os transdutores são configurados com os valores presentes na tabela 5.6 e a sua ligação é feita de acordo com a figura 5.11. Página de configuração Measuring Device: Basic Parameters Descrição do parâmetro Parâmetro utilizado Connection Four wire balanced Nominal Frequency 50 Hz Nominal Input Voltage Nominal Input Current Output 1 Output 2 Output 3 Without transformer 0-90 V Without transformer 0 -2 A Measured Voltage Mesuring L1 - N Measuring Range 0 to 90 V Output Signal 0 to 20 mA Output Signal - Limitation -4 to 24 mA Measured Current Mesuring L1 Measuring Range 0 to 2 A Output Signal 0 to 20 mA Output Signal - Limitation -4 to 24 mA Measured Reactive Power Mesuring Sum Measuring Range -540 to 540 VAr Output Signal 0 to 20 mA Output Signal - Limitation - 4 to 24 mA Tabela 5.6 – Configuração dos transdutores 7KG6000 Figura 5.12 – Ligação do transdutor 7KG6000 82 5.3.6 Parametrização do menu de configuração A tabela 5.7 apresenta a configuração base da função “AVR” utilizada na simulação. Descrição do parâmetro T01 T02 G01 Manual 100 1 3 Linear 20 30 3,57 30 5 2 15 OFF 2,1 2,45 1 - Manual 100 1 3 Linear 20 30 3,57 30 5 2 15 OFF 2,1 2,45 1 - Manual 100 2 3 Linear 20 10 OFF 1,05 1,22 - ON [%] 60 2 ON ON [%] 60 2 ON * - ON [%] 140 2 ON ON [%] 140 2 ON * - ON [%] 140 2 ON ON [%] 140 2 ON * - Formato do valor máximo de corrente admissivel Llimite para máximo de corrente admissivel Tempo de hold até a emissão da ordem de abertura de disjuntor [s] Sinalização de “Corrente reactiva de circulação” - - ON [%] 10 10 ON Modo de regulação em paralelo Definição do master Sincronismo automático de tomada - - Min. CRT 1 OFF Regime de funcionamento Tensão de referência [V] Corrente referência [A] Banda admissível [%] Tipo de delay Tempo de hold [s] Tensão mínima de bloqueio da função “AVR” [%] Impedância de curto circuito [Ω] Tempo de comutação [s] Tempo de Impulso [s] Tomada de referência Desvio com a ligação da bateria de condensadores [%] Compensação de tensão na linha Resistência da rede [Ω] Reatância da rede [Ω] Modo de recepção de valores do exterior Valor do primário do TT [kV] Valor do secundário do TT [V] Valor do primário do TI [A] Valor do secundário do TI [A] Sub função “Bloqueio por Mínimo de Tensão” Formato do valor minimo de tensão admissível Valor minimo de tensão admissivel Tempo de hold para activar o bloqueio por minimo de tensão [s] Sinalização de “Bloqueio por Mínimo de tensão” Sub função “Máximo Tensão” Formato do valor máximo de tensão admissivel Valor limite para máximo de tensão admissivel Tempo de hold para activar o bloqueio “Máximo tensão [s] Sinalização de “Máximo de Tensão” Sub função “Máximo Corrente” Formato do valor máximo de corrente admissivel Llimite para máximo de corrente admissivel Tempo de hold para activar o bloqueio “Máximo de Corrente” [s] Sinalização de “Máximo Corrente” Sub função “Corrente reactiva de circulação” 3 Tabela 5.7 – Configuração da função "AVR" para a simulação online 3 As funcionalidades marcadas com * não estão configuradas para analisar os valores do grupo de regulação nesta simulação, mas a função “AVR” desenvolvida permite a sua análise. 83 5.3.7 Descrição de ligações da régua de bornes As tabelas desta secção apresentam as ligações efectuadas nas réguas de bornes das diferentes variáveis. Entradas digitais - DI IO Borne Carta I - Transformador 1 D00 1 Bit 1 da codificação da posição da tomada D01 2 Bit 2 da codificação da posição da tomada D02 3 Bit 3 da codificação da posição da tomada D03 4 Bit 4 da codificação da posição da tomada D04 5 Bit 5 da codificação da posição da tomada D05 6 Bit 6 da codificação da posição da tomada D06 7 Bit 7 da codificação da posição da tomada D07 8 Comutador - Indicação tomada mínima D08 9 Comutador - Indicação tomada máxima D09 10 Comutador - Indicação de alteração tomada D10 11 Reserva D11 12 Regime de funcionamento (Man/Automático) D12 13 Enable do LDC D13 14 Enable do "Bloqueio por mínimo de tensão" D14 15 Enable do "Máximo de tensão" D15 16 Enable do "Máximo de corrente" D16 17 Ordem manual de subir D17 18 Ordem manual de descer D18 19 Entrada 19 ... ... ... D52 53 - Estado “Fechado” – Disjuntor T01 D53 54 - Estado “Aberto” – Disjuntor T01 D54 55 - Ordem“Fechar” – Disjuntor T01 D55 56 - Ordem“Abrir” – Disjuntor T01 D56 57 Estado “Fechado” – Ordem DRT Estado “Fechado” – Sec. barras D57 58 Estado “Aberto” – Ordem DRF Estado “Aberto” – Sec. barras D58 59 Ordem“Fechar” Ordem“Fechar” – Sec. barras D59 60 Ordem“Abrir” - D60 61 Estado “Fechado” – Disjuntor ligação BC Estado “Fechado” – Disjuntor T02 D61 62 Estado “Aberto” – Indicação de ligação de BC Estado “Aberto” – Disjuntor T02 D62 63 - Ordem“Fechar” – Disjuntor T02 D63 64 Ordem“Abrir” Ordem“Abrir” – Disjuntor T02 PM0 65 Polaridade + 110 Vcc COM0 66 Polaridade - 110 Vcc PM1 67 Polaridade + 110 Vcc COM1 68 Polaridade - 110 Vcc ... ... ... PM7 67 Polaridade + 110 Vcc COM7 68 Polaridade - 110 Vcc Carta II - Transformador 2 Tabela 5.8 – Ligações das cartas de entradas digitais nas réguas de bornes 84 Carta de Entradas Analógicas Byte Carta AI00 AE01 AI01 AE01 AI02 AE01 AI03 AE01 AI04 AE01 AI05 AE01 AI06 AE01 ... ... AI15 AE01 ME Borne IN V00+ 1 IN V00- 2 IN V01+ 3 IN V01- 4 IN V02+ 5 IN V02- 6 IN V03+ 7 IN V03- 8 IN V04+ 9 IN V04- 10 IN V05+ 11 IN V05- 12 IN V06+ 13 IN V06- 14 ... ... DESCRIÇÃO T01 - Tensão simples T01 - Corrente de fase T01 – Potência reactiva T02 - Tensão simples T02 - Corrente de fase T02 – Potência reactiva Medida 7 ... IN V15+ 31 IN V15- 32 Medida 16 Tabela 5.9 – Ligações da carta de entradas analógicas na régua de bornes Carta de saidas digitais Byte Carta BO Borne Descrição CO00 CO01 CA00 1 T01 - Ordem de subir CO01 CO01 CA01 2 T01 - Ordem de descer CO02 CO01 CA02 3 T01 - Ordem de fecho do disjuntor da bateria de condensadores CO03 CO01 CA03 4 T01 - Ordem de abertura do disjuntor de barras CO04 CO01 CA04 5 T02 - Ordem de subir CO05 CO01 CA05 6 T02 - Ordem de descer CO06 CO01 CA06 7 T02 - Ordem de fecho do disjuntor da bateria de condensadores CO07 CO01 CA07 8 T02 - Ordem de abertura do disjuntor de barras CO08 CO01 CA08 9 Saída 9 ... ... ... ... ... CO15 CO01 CA15 16 Saída 16 CO01 COMA 17 Polaridade + 110 Vcc CO01 COMA 18 Polaridade + 110 Vcc Tabela 5.10 – Descrição das ligações da carta de saídas digitais na régua de bornes 85 5.3.8 Descrição de ligações da protecção 7SJ63 A tabela 5.11 contém as diferentes ligações da protecção 7SJ a funcionar enquanto comutador de tomadas. Posição na régua Ligação F5 U+ F6 RAT – UC31 – BCD 1 F7 U+ F8 RAT – UC32 – BCD 2 Entrada digital da AK1703 F9 RAT – UC31 – BCD 4 Entrada digital da AK1703 F10 RAT – IO4 – Raise Saída digital da AK1703 F11 RAT – IO6 – Low Saída digital da AK1703 F14 U- Ligação aos - 110 V J2 U+ Ligação aos + 110 V J3 RAT – UC30 – BCD 8 J8 U+ J9 RAT – UC30 – BCD 10 Entrada digital da AK1703 J11 RAT – UC16 – BCD 20 Entrada digital da AK1703 J12 U+ Descrição Ligação aos + 110 V Entrada digital da AK1703 Ligação aos + 110 V Entrada digital da AK1703 Ligação aos + 110 V Ligação aos + 110 V Tabela 5.11 – Ligações da 7SJ enquanto comutador de tomadas 5.3.9 Cálculos auxiliares Nesta secção são calculados os valores utilizados na regulação automática de tensão nas diferentes situações simuladas. Os valores da tensão, corrente e potência utilizados nesta secção são obtidos através da folha de cálculo “Cálculos Correntes Reactivas” apresentado no anexo 1, parametrizada com os valores presentes na secção 5.3.3 – Características da rede simulada. Compensação da queda de tensão em linha (LDC) As primeiras equações apresentadas permitem determinar as quedas de tensão na linha, quando se considera a compensação destas (LDC). Para estes cálculos considerou-se que os transformadores se encontram na tomada de referência e que a parcela XQ é somada à parcela RP, uma vez que, os transformadores entregam potência a uma carga indutiva. Assim sendo, em funcionamento individual a queda de tensão é: G H V#/ /YX#`V V#XY bX#_c Y"/W$ E E ``#/Y (5.10) G H /#BY WB`#_Y /#VV /X`#cb Y"/W$ E E ``#/Y (5.11) E em paralelo: 86 Ligação de bateria de condensadores Por sua vez, nas equações 5.12 e 5.13 são calculadas as tensões de referência durante os instantes que antecedem a ligação da bateria de condensadores. Em funcionamento individual I 5 1/ G A /Y 3 5 -/ 0 /BB _Y$ /BB /BB (5.12) E em funcionamento em paralelo I 5 1/ G A /B 3 5 -/ 0 /BB `B$ /BB /BB (5.13) Verificação de limites O limite por mínimo de tensão, quando o valor é definido em percentagem: = 5 (= = cB /BB cB$ /BB /BB (5.14) Valor da tensão que activa a sub-função “Máximo de tensão”: =' 5 (= =' /XB /BB /XB$ /BB /BB (5.15) Valor da corrente que activa a sub-função “Máximo de corrente”: =' 5 (= =' /BB / /XB /#X$a /BB (5.16) Regulação em paralelo Valores das tensões, correntes e potências, de acordo com as posições da tomada, calculados com a folha de cálculo “Cálculos Correntes Reactivas”. Posição das tomadas T01 – 2 T02 – 5 T01 – 2 T02 – 4 T01 – 2 T02 – 3 T01 – 2 T02 – 2 T01 – 2 T02 – 1 T01 – 2 T02 – 0 Transformador 1 Transformador 2 Tensão no barramento [V] Corrente no secundário [A] Potencia reactiva [VA] Corrente no secundário [A] Potência reactiva [VA] 100,610 1,113 107,917 1,154 119,247 100,124 1,074 96,779 1,099 104,304 99,638 1,037 85,744 1,048 89,501 99,152 1,002 74,861 1,002 74,837 98,666 1,121 111,810 0,960 60,312 98,180 1,266 148,393 0,925 45,927 Tabela 5.12 – Valores da simulação para transformadores em paralelo 5.3.10 Resultados Os resultados obtidos durante as simulações realizadas em laboratório foram registados no documento “Verificações funcionais da função AVR”, criado para o efeito, e devidamente validados no local. No anexo 3 estão a digitalizações deste documento após o seu devido preenchimento. 87 6. Conclusões 6.1 Observações finais Findo este trabalho conclui-se que a função de regulação automática desenvolvida permite regular múltiplos transformadores, em funcionamento individual ou em paralelo, com apenas uma unidade de automação, de acordo com os objectivos propostos e as exigências definidas pelo explorador da rede e pela empresa Siemens. A função consegue operar em subestações com uma configuração máxima de: 5 transformadores; 2 barramentos de saída; 2 escalões de bateria de condensadores e o deslastre de toda a subestação ou apenas da carga ligada a um dos barramentos. A interação com as funções de comando de baterias de condensadores e deslastres é feita através de recepção/ emissão de ordens entre funções garantindo assim, a correcta execução dos respectivos programas. Em termos da compensação da queda de tensão em linha, a função consegue realizar os cálculos para cada transformador a funcionar individualmente ou de um grupo de regulação através da correcta parametrização das características da linha(s) ligadas na saída da subestação. Por sua vez, a regulação de transformadores em paralelo pode ser feita de duas formas: Master/ follower e Minimização de correntes de circulação, cujo funcionamento depende da parametrização do utilizador, de acordo com a situação em causa. A verificação das funcionalidade da automação foi feita de acordo com as exigências do explorador da rede de distribuição (EDP) e as características adicionais sugeridas pela empresa Siemens. No entanto, concluiu-se que existem algumas características que deverão ser optimizadas, caso esta solução seja utilizada numa subestação de distribuição em serviço. A título de exemplo: a dificuldade alterar a parametrização da função após o seu arranque – secção 6.1. Em suma, a automação desenvolvida é uma solução altamente parametrizável, baseada em pesquisas na área de automação e nos actuais sistemas disponíveis, capaz de responder aos desafios implícitos na regulação automática de tensão de uma forma optimizada. 6.2 Propostas futuras Ao longo da execução deste trabalho surgiram ideias de funcionalidades úteis na utilização da função de regulação automática desenvolvida, que podem ser alvo de estudos futuros neste campo e uma mais valia nas características da função. A função “AVR” é altamente configurável e o autómato utilizado não apresenta qualquer visor ou teclas que permitam a alteração destas variáveis. Neste caso, as alterações têm de ser efectuadas directamente na instância “AVR” da função de regulação através da alteração do valor da variável. Perante esta situação propõe-se a criação de uma página de configuração dedicada a esta função, cujo “rascunho” da interface é apresentado na figura 6.1. A página web mascararia as variáveis de parametrização utilizadas na função e receberia as medições e sinalizações do autómato, permitindo desta forma apresentar os valores instantâneos envolvidos no processo e alterar os parâmetros de configuração remotamente. 88 Figura 6.1 – Proposta da página de gestão da função “AVR” O clique sobre a figura do transformador ou sobre os botões do lado direito da imagem, permitiria o acesso à página de configuração do autómato – figura 6.2. Aqui seriam apresentadas todas as variáveis passíveis de serem configuradas sobre a forma de tabela existindo uma combobox para as opções fechadas (manual /automático...) e uma value box para as opções de entrada livre (tensão de referência, banda admissível..). De destacar ainda, a existência de uma zona com um símbolo de interrogação - ? – que permitiria mostrar informação sobre cada variável e indicar quais os valores recomendados para cada uma delas. Figura 6.2 – Proposta da página de parametrização da função “AVR” 89 Anexos Anexo 1 – Cálculo de correntes reactivas de circulação As correntes reactivas de circulação constituem um desafio na regulação automática de tensão sublinhado ao longo deste trabalho. Para perceber a dimensão envolvida nesta questão, foi criado o ficheiro de Excel - “Cálculo de correntes de circulação”, que permite determinar as correntes de circulação de acordo com a equação 2.12. Nesta folha de cálculo é possível configurar diferentes parâmetros – figura 0.1 – cuja alteração se reflete nos valores presentes na tabela 0.1. Figura 0.1 – Parametrização do ficheiro de cálculo Os valores da figura e da tabela resultam de um cálculo efectuado com base num dos transformadores utilizados na simulação do capítulo 5.1. Na figura 0.1 são apresentadas as características para os cálculos, ou seja, dois transformadores e comutadores com as mesmas parametrizações. Por sua vez, a tabela 0.1 contém as respectivas correntes de circulação em amperes, de acordo com a posição da tomada de cada um dos comutadores. Analisando os valores da tabela, percebe-se que nos casos extremos (tomada máxima para um transformador e tomada mínima para o outro) as correntes de circulação atingem valores na ordem do kiloampere. Considerando uma corrente nominal de 385 A – equação 5.1 – conclui-se que as correntes de circulação constituem um verdadeiro problema que pode levar à saturação dos transformadores, aquecimentos excessivos, actuação constante das protecções, etc. Tabela 0.1 – Resultado do cálculo das correntes reactivas de circulação 90 Anexo 2 – Esquema de ligação de blocos Ao longo do capítulo 4 são apresentados os vários blocos criados para desenvolver a função “AVR”, assim como, são descritas as suas ligações. Para clarificar a forma como os diferentes blocos se ligam, são ilustradas nas figuras 0.2 e 0.3 as principais estruturas criadas. A figura 0.2 é respeitante à instância “AVR”. Esta constitui a base de funcionamento da função de regulação automática de tensão onde são instalados os principais blocos. A estrutura representada demonstra que é possível dimensionar o número de transformadores, através da colocação ou eliminação do grupo de blocos para cada transformador. Figura 0.2 – Esquema de ligações da instância “AVR” Por sua vez, a figura 0.3 ilustra as ligações do bloco “BLC4.0_TRF” o qual agrega os diferentes blocos envolvidos nos cálculos das ordens para cada transformador. Figura 0.3 – Esquema de ligações do bloco “BLC4.0_TRF” 91 Anexo 3 – Verificação da simulação online Neste anexo são apresentados os registos elaborados durante os testes realizados em laboratório. 92 93 94 95 96 97 Referências 1. Sucena Paiva, José Pedro. Redes de Energia eléctrica- Uma análise sistémica. : IST Pres, Abril 2005, pp. 129-131. 2. Guia técnico de subestações de distribuição. [Online] http://paginas.fe.up.pt/~ee97153/. 3. Haussel, Werner e Offergeld, Peter. REGSys - Parallel Regulation. Nürnberg : a-eberle, 2002. I505D201-00. 4. Gmbh, Maschinenfabrik Reinhausen. TAPCON260 - Operating Instructions. Germany : Maschinenfabrik Reinhausen Gmbh. BA 261-029/01. 5. Computer dedicated voltage regulation metohd for distributions substations. Groding, Robert. s.l. : IEEE Transactions on Power Apparatus and Systems, 1981, Vols. PAS-100, No. 5. 6. Automatic voltage control relays and embedded generation. Thomson, Murray. s.l. : Power Engineering Journal, June 2000. 7. Usida, Wesley Fernando. Controle Fuzzy para Melhoria do Perfil de Tensão em Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica. Dissertação de Mestrado. São Paulo : Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, 2007. 8. Instalações AT e MT. Subestações de Distribuição - Função de automatismo: “regulação de tensão”. INTS, ICTS, ISTS, DNT. Coimbra : EDP Distribuição – Energia, S.A., Fevereiro 2007. DEFC13-555/N. 9. Sucena Paiva, José Pedro. Redes de Energia eléctrica- Uma análise sistémica. Lisboa : IST Press, Abril 2005, pp. 414-417. 10. Usida, Wesley Fernando. Estratégias para Regulação de Tensão em Transformadores com Comutação de TAP. [Online] 26 de Agosto de 2008. http://143.107.235.69/index.php?option=com_content&view=article&id=10:estrategias-para-regulacaode-tensao-em-transformadores-com-comutacao-de-tap&catid=7:qualidade-da-energiaeletrica&Itemid=19. 11. BCU500 - Unidade de controlo de painel. Efacec. Maia : s.n. 98