1 RESUMO EXPANDIDO DINÂMICA E ARTICULAÇÃO TERRITORIAL DO MUNICÍPIO DE NAVIRAÍ-MS NO CONTEXTO DA GEOGRAFIA REGIONAL SUL-MATO-GROSSENSE Fernando Figueiredo Aguillera1 Lucas Gauto Bueno2 Walter Guedes da Silva3 Introdução O objetivo deste trabalho é compreender a dinâmica e a articulação territorial de Naviraí no contexto da geografia regional sul-mato-grossense, além da relação do município com a economia nacional e internacional. A partir disso, pretendemos construir um mapa regional que enfatize as relações econômicas apresentadas entre este município e as demais cidades com que se articula. O município de Naviraí, bem como as demais cidades caracterizadas como Micropolo Geográfico de Ligação (MGL) – como Três Lagoas, Corumbá, Ponta Porã, Coxim, Jardim e Naviraí –, possuem uma população inferior a cem mil habitantes (exceção: Corumbá e Três Lagoas) e estabelecem relações econômicas únicas quanto a dinâmica e a articulação territorial estadual. Sendo assim, este trabalho se apoia em estudos que colocam a análise da Região centrada na cidade, que segundo Silva e Junior (2016) é através da “circulação de produtos e concentração de serviços, essas cidades acabam despertando interesse do capital por sua melhor condição de integração”. Tal concepção teórica é expressa em estudos que se utilizam da Cidade-Região e Teoria dos Lugares Centrais. Surge, assim, a necessidade de pensar a regionalização para as especificidades do estado, isso porque segundo Getis e Getis (1966) “Alguns lugares centrais são mais importantes que outros: suas funções centrais se estendem por regiões em que existem outros lugares centrais de menor importância”. Assim, este trabalho tem a intenção de propor uma regionalização de Naviraí através da circulação de produtos e da concentração de serviços que ele possuí, levando em consideração a análise centrada na cidade, ou seja, a Região que polarizada e privilegia a cidade despertando interesse do capital por sua condição de integração. Segundo Silva e Junior (2016) “Esta visão de ‘nós espaciais’ contribui para que algumas regiões ganhem destaque nas econômicas nacional e internacional”. 1 Acadêmico do Curso de Licenciatura em Geografia da UEMS. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). E-mail: [email protected] 2 Acadêmico do Curso de Licenciatura em Geografia da UEMS. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). E-mail: [email protected] 3 Doutor em geografia pela Universidade de São Paulo. Professor e orientador do Curso de Geografia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) de Campo Grande. E-mail: [email protected] VI Seminário Internacional AMÉRICA PLATINA (VI SIAP) e I Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços TEMA: “América Platina: alargando passagens e desvendando os labirintos da integração” Campo Grande, 16,17 e 18 de novembro de 2016 UEMS (Unidade Universitária de Campo Grande) ISBN: 978-85-99540-21-3 2 Enquanto procedimento metodológico, será conduzido um levantamento de dados e informações no período de 2013 a 2015 realizado por entidades como IBGE, IPEA, Tesouro Nacional, FIRJAN, Banco do Brasil e Secretaria da Fazendo do Mato Grosso do Sul, além dos dados disponibilizados pelo orientador contendo os valores das notas fiscais eletrônicas do comércio no estado. A partir dos dados coletados, realizar-se-á o levantamento de indicadores como: 1) de capacidade de autogestão do município – estabelece qual administração é mais estável economicamente, de 2) sustentação territorial – indicador referente a estrutura social produtiva e improdutiva do território (crianças, idosos, trabalhador ativo e inativo), e da 3) articulação regional, nacional e internacional. Tais indicadores tiveram como base o trabalho “Estabilidade e articulação dos municípios do Mato Grosso do Sul – proposições para uma sugestão metodológica”, ainda em prelo, de autoria de Tito Carlos Machado de Oliveira e Carlos Martins Junior, como parte do projeto de pesquisa “Polos Geográficos de Ligação”, financiado pela Fundect e CNPq. Dessa forma, é atribuída uma classificação conforme o levante dos índices que resulta em três situações: 1. satisfatória – Municípios com bom nível de estabilidade administrativa e territorial e com alta ou mediana capacidade de articulação; 2. incômoda – Municípios com estabilidade administrativa e territorial, mas com baixa capacidade de articulação, ou são inconstantes, mas possuem uma articulação mediana, ou ainda aqueles instáveis, mas que, por algum bom motivo, possuem uma alta capacidade de articulação; 3. delicada – municípios inconstantes com baixa capacidade de articulação e os instáveis que não consolidam uma alta articulação. Fica clara a intenção da produção de uma nova regionalização a partir dos MGL seguindo os índices mencionados acima, que avaliam as articulações econômicas e a dinâmica estabelecida no território sul-mato-grossense. Como aponta o ZEEMS (2011), a economia do estado é tão pequena na construção da riqueza nacional que qualquer movimento em suas estruturas, ou mesmo o avanço da agricultura, alteraria a econômica geral do estado. A cidade de Naviraí possuí forte relação econômica (quanto a quantidade de dinheiro) com Campo Grande, Dourados, Itaquirai, Amambai, Caarapó e Nova Andradina. Mas, estabelece um maior número de relações a partir de notas ficais eletrônicas com Amambai, Campo Grande, Iguatemi, Dourados e Caarapó. No processo de regionalização, a partir de micropolos geográficos de ligação, a maior dificuldade é a veracidade das informações obtidas através dos vários órgãos governamentais. Mas, é na organização através destes critérios que resulta uma visão de um todo mais claro e passível de uma intervenção mais precisa por parte do governo do estado, do gerente municipal e, também, de novos investimentos privados. Referências ARRAIS, Tadeu Alencar. A cidade e a região/a cidade-região: reconhecer processos, construir políticas. Cadernos Metrópoles. N. 20, 2008, p. 81-89. Disponível em: www.revistas.pucsp.br/index.php/metropole/article /download/8637/6424. Acesso em: 10/04/2016. BRASIL. IBGE Cidades. Informações sobre os municípios brasileiros. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php. Acesso em: 27/03/2016. CORRÊA, Roberto Lobato. Região e organização espacial. São Paulo: Ática, 1986. VI Seminário Internacional AMÉRICA PLATINA (VI SIAP) e I Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços TEMA: “América Platina: alargando passagens e desvendando os labirintos da integração” Campo Grande, 16,17 e 18 de novembro de 2016 UEMS (Unidade Universitária de Campo Grande) ISBN: 978-85-99540-21-3 3 FIRJAN. Índice Firjan de Desenvolvimento http://www.firjan.com.br/ifdm/. Acesso em: 21/04/2016. Municipal. Disponível em: GETIS, Arthur; GETIS, Judith. Christaller´s Central Place Theory. UFRÁSIO, Mario Antônio. (trad.) The Jornal of Geography. Vo. 65, no. 5, 1996, pp. 220-226. GOVERNO DE MATO GROSSO DO SUL. Zoneamento-ecológico econômico de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, 2011. LENCIONI, Sandra. Região e geografia. São Paulo: Edusp, 2002. OLIVEIRA, Tito C. M. de; MARTINS JR., Carlos. Estabilidade e articulação dos municípios do Mato Grosso do Sul – proposições para uma sugestão metodológica. 2015 (no prelo). SANTOS, Diego Roberto Lelis; SILVA, Walter Guedes da; JUNIOR, Orlando Moreira. Ponta Porã: um Micropolo Geográfico de Ligação na fronteira brasileira. Revista Geofronter. V. 1, N. 1. 2015. Disponível em: http://periodicosonline.uems.br/index.php/GEOF/article/view /827. Acesso em: 07/04/2016. SILVA, Walter G. da; JÚNIOR, Orlando M. A região como categoria para o planejamento estatal: entre e velhas e novas possibilidades. In: ABRITA, Mateus B. et. al. Economia brasileira: desafios macroeconômicos e regionais. Campo Grande: Paco editorial, 2016, p. 155-172. VI Seminário Internacional AMÉRICA PLATINA (VI SIAP) e I Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços TEMA: “América Platina: alargando passagens e desvendando os labirintos da integração” Campo Grande, 16,17 e 18 de novembro de 2016 UEMS (Unidade Universitária de Campo Grande) ISBN: 978-85-99540-21-3