1 SÍNTESE DE APOIO CÓDIGOS DE ÉTICA ( 1965 E 1975 ) Déc. 60 – contexto ► ► ► ► ► ► Ruptura ideológica com instituições e papéis sociais; Participação cívica e mobilização política; constatações anticapitalistas e caráter revolucionárias; Recusa radical do poder, autoridade e dogmas, hierarquia, ordem , tradição, etc ; Superação do espontaneísmo (reprodução do preconceito e moralismo ); Enfrentamento de conflitos e instituição de novos papéis e referenciais éticos. Serviço Social ► ► ► ► Questionamento coletivo à moral tradicional conservadora ; Intenção de ruptura político-ideológica com a ordem burguesa; Liberdade como projeto ético e político; Revisão crítica no campo das ciências sociais e apropriação de correntes filosóficas vinculadas ao pensamento cristão progressista Teologia da Libertação ► Interlocução com a tradição marxista –Teoria Social Marx proposta pela Reconceituação. Mov. de Reconceituação do Serviço Social - Brasil ► ► ► ► Erosão das bases do SS Tradicional e busca de um novo padrão teórico; Interlocução com outras profissões e mov. sociais organizados de cunho democrático-popular ; Processo de laicização e militância política de setores profissionais; “Erosão” do “ethos tradicional” e busca de um “ethos revolucionário”, de ruptura e construção de uma nova moralidade abre um campo de alternativas críticas à profissão. A Ética Tradicional expressa uma das perspectivas morais da sociedade burguesa: a moral conservadora em sua articulação com a cristã e a positivista. Correspondendo a um ethos rigidamente fundado na defesa da autoridade, da ordem e da tradição, o CONSERVADORISMO MORAL é a forma de ALIENAÇÃO MORAL : reproduz o preconceito e se opõe a liberdade” . ( Barroco, 2001 ) AUTOCRACIA BURGUESA - Projeto de MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA ► Reatualização do ethos profissional conservador; ► Publicação pela ABESS do “Código Moral de SS”- 1962 de origem européia com pressupostos de “um conservadorismo medieval”; ► Fundamentação tomista, reproduz perspectiva cristã tradicional. Defesa da ordem moral, autoridade e tradição ► O conservadorismo moral aponta para uma ação profissional radicalmente contrária a qq transformação que possa pôr em perigo a instituição familiar nos moldes tradicionais, defendendo a ordem e autoridade, com conseqüente obediência às leis morais; 2 ► Os Códigos de 1965 e 1975 reproduzem a base filosófica humanista cristã e a perspectiva despolitizante e acrítica em face das relações sociais que dão suporte à prática profissional; ► Prescrevem a “colaboração pessoal e técnica para o “desenvolvimento solidário e harmônico do país”; ► O Código de Ética1975 aprovação do 3º Código de Ética Profissional brasileiro com eliminação dos princípios relativos a “luta pelo estabelecimento de uma ordem social justa e respeito a posições filosóficas, políticas e religiosas daqueles a quem se destina sua atividade” – negando o pluralismo; ► Em sua perspectiva doutrinária, prevê que os AS devem “evitar as faltas graves contra os bons costumes... participar de atividades antisociais...se deixar imbuir por uma falsa e perigosa concepção de liberdade “ ( Heyler, 1962) “ um modelo de polidez e cortesia por seu espírito serviçal espontâneo, se bom humor e amabilidade, sua linguagem correta e simples, seu trajar alinhado, rejeitando todo o apuro, seus modos e atitudes distintas, livres de toda afetação... levará uma vida metódica, tanto quanto possível sem excesso de fadiga...” “defenderá sempre a noção exata de família... opor-se-á a tds as leis, regulamentos, organizações ou serviços que preconizem uma falsa noção de família, favoreçam sua instabilidade pelo divórcio, tolerem a infidelidade, imperem sobre a autoridade paterna... Será inimigo de toda prática contrária ao respeito à família e à vida conjugal: o amor livre, o concubinato, o adultério, a limitação ilícita dos nascimentos, a inseminação artificial, o aborto direto , o divórcio, etc... Combaterá, por tds os meios legítimos, os fatores nocivos à família; licenciosidade das ruas, dos espetáculos, da má imprensa, o alcoolismo, a tuberculose e outras doenças sociais destruidoras da família, o regime dos casebres, a propaganda imoral, a desorganização do trabalho...” O AS deve evitar” as paixões e desejos imoderados de riqueza, gozo, poder, a preguiça e falta de vontade...Fora do serviço, as relações selecionadas e cultivadas num nível moral digno de sua profissão... Cumpre evitar a solidão, flertes e companhias suspeitas, o excesso de bebidas fortes, diversões licenciosas, tb a falta de interesse pela atualização e progresso na própria formação... Os AS solteiros não receberão no domicílio privado a visita particular de agentes casados não acompanhados e, de agentes solteiros....” “ O AS abster-se-á de td ação política, feita em seu pp nome ou de seu empregador...” 3 CÓDIGOS DE ÉTICA ( 1986 ) Contexto : Déc. 80 O processo de redemocratização da sociedade brasileira, fornece as bases objetivas para a explicitação das conquistas efetuadas no início do processo de renovação ( Mov. Reconceituação ) pela vertente de intenção de ruptura e, para a superação, ou seja, para sua reposição em novos patamares. O Código de Ética de 1986 representa um avanço ao expor a possibilidade de emergência de uma vertente crítica, negando concepções éticas imutáveis e abstratas como “bem comum” e “pessoa humana”. Se insere no âmbito das discussões éticas contemporâneas, principalmente, ao se posicionar ética e politicamente, elegendo os valores presentes nos movimentos progressistas da sociedade : liberdade, democracia, igualdade, justiça, solidariedade, cidadania. Há nele, três dimensões de mudanças : negação da base filosófica tradicional, conservadora, que norteava a neutralidade profissional por um compromisso político frente à sociedade, dos pressupostos metafísicos e idealistas e do papel do profissional tradicional . O compromisso ético-político buscava novas bases de legitimação para o Serviço Social, a vertente de “ intenção de ruptura”, ancorada na aproximação entre o SS e o marxismo. Entretanto, apesar do avanço, apresenta resquícios de uma visão estática e unilateral ao explicitar uma vinculação profissional a determinada classe social classe trabalhadora. Entretanto, partindo do pressuposto que o um código de ética deva ser representativo da categoria, tal vinculação negava o pluralismo, o Código de 1986 mostrava-se insuficiente, impondo sua urgente revisão. Contexto : Déc. 90 A lógica excludente do capitalismo, aprofundada no processo de globalização neoliberal, ao ser implantada no Brasil, faz o país ingressar no “mundo global”,levou a reatualização das velhas estratégias de equacionamento moral da “ questão social ”. Ao mesmo tempo que ocorrem privatizações e desresponsabilização do Estado com as políticas públicas, surgem propostas e programas pautados em apelos éticos. 4 A sociedade civil era envolvida por apelos éticos em nome da “ solidariedade ” e da “ responsabilidade social ” no enfrentamento das sequelas da “ questão social ” . Todavia, a questão ética sensibiliza a sociedade civil, expressa no conjunto de mobilizações que reivindicam a ética na política e na vida pública, levando , inclusive, ao impeachment do presidente (1992). Nos fóruns profissionais, com destaque para: Seminário Nacional de Ética (1991); Encontros Estaduais ; 7º CBAS (1992 ); XII ENESS (1992 ); XX Encontro Nacional CFESS / CRESS (1992), o amadurecimento intelectual – teórico-político, gerado pelo debate nacional acerca dos equívocos expressos no Código de 1986, levou à incorporação pela categoria e pelas entidades representativas– CFESS, ABESS, ANAS e SESSUNE das bases objetivas para a superação das fragilidades do Código de 1986 e sua consequente reelaboração, sem perder suas conquistas. A revisão teve por pressuposto a consolidação do projeto profissional, por direção a efetiva articulação entre as exigências da normatização– específicas de um Código de Ética e a prática do AS, bem como na de um redimensionamento da capacidade e do direito de opção e decisão dos profissionais, nos marcos de uma ação crítica e democrática. Segundo Barroco (2001) é a partir de 1993, que o Código de Ética passa a ser uma referência dos encaminhamentos práticos e do posicionamento político dos AS em face da política neoliberal e de seus desdobramentos para o conjunto dos trabalhadores. É nesse contexto que o projeto profissional de ruptura começa a ser definido como projeto ético-político referendado nas conquistas dos dois Códigos ( 1986 e 1993 ), nas revisões curriculares de 1992 e 1996 e no conjunto de seus avanços teóricopráticos construídos no processo de renovação profissional, a partir da década de 60”. O novo Código de Ética – 1993, pôs em movimento a necessidade de renovação / atualização, da Lei de Regulamentação da Profissão do Assistente Social que, dentre outras modificações, assegurou objetivamente competências e atribuições privativas do AS e alterou a denominação dos órgãos de fiscalização do exercício profissional – Conselho federal de Serviço Social – CFESS e Conselhos Regionais de Serviço Social – CRESS ‘s, constituindo-os, em seu conjunto, uma entidade com personalidade jurídica e forma federativa, com o objetivo básico de disciplinar e defender o exercício da profissão de Assistente Social. Bibliografia BARROCO, M . L . Ética e serviço Social. São Paulo, Cortez, 2001 BONETTI, D. Serviço Social e Ética. São Paulo, Cortez, 1996 Assistente Social: Ética e Direitos. Coletânea de textos CRESS / RJ, 2002 e resoluções. 4ª edição,