Universidade Castelo Branco - Anatomia Humana I– Prof. Rubens Silva Material de Apoio 1 Coluna Vertebral A coluna vertebral, também chamada de espinha dorsal ou espinhaço, é composta de uma série de ossos denominados vértebras. A coluna vertebral funciona como uma haste forte e flexível que pode girar e mover-se para frente, para trás e para os lados. Ela encerra e protege a medula espinal, sustenta a cabeça e serve como ponto de fixação para as costelas, o cíngulo membro inferior e os músculos do dorso. Regiões da Coluna Vertebral O número total de ossos e de vértebras durante o início do desenvolvimento é 33. Depois, várias vértebras se fundem nas regiões sacral e coccígea. Conseqüentemente, a coluna vertebral do adulto contém tipicamente 26 ossos e 33 vértebras, que são assim distribuídas: Sete vértebras cervicais (C1-C7) (cervix = pescoço) na região do pescoço. Doze vértebras torácicas (T1-T12) (thorax = peito), posteriores à cavidade torácica. Cinco vértebras lombares (L1-L5) (lumbus = lombo), suportando a parte inferior do corpo. Um sacro (osso sagrado) (S1-S5) constituído pela fusão de cinco vértebras sacrais. Um cóccix (Co1-Co4) (do latim cient., coccyx = cuco, devido à sua forma, que se assemelha ao bico do pássaro cuco) constituído pela fusão de quatro vértebras coccígeas. Enquanto as vértebras cervicais, torácicas e lombares são móveis, o sacro e o cóccix são imóveis. Entre as vértebras adjacentes, da segunda vértebra cervical até o sacro, há discos intervertebrais. Estes discos formam articulações fortes, permitem vários movimentos da coluna vertebral e absorvem o choque vertical. Curvaturas Normais da Coluna Vertebral Quando vista de lado, a coluna vertebral mostra quatro curvaturas leves, chamadas curvaturas normais. Em relação à frente do corpo, as curvaturas cervical e lombar são convexas (lordoses), ao passo que as curvaturas torácica e sacral são côncavas (cifoses). As curvaturas da coluna vertebral aumentam sua resistência, ajudam a manter o equilíbrio na posição ereta, absorvem os choques na deambulação e na corrida e auxiliam a proteger as vértebras contra fraturas. No feto, existe uma única curvatura côncava. Por volta do terceiro mês pós-natal, quando o infante começa a firmar a sua cabeça em posição ereta, se desenvolve a curvatura cervical. Mais tarde, quando a criança fica de pé e caminha, se desenvolve a curvatura lombar. Vértebras As vértebras das diferentes regiões da coluna variam em tamanho, forma e detalhe, mas são suficientemente similares para que possamos examinar a estrutura e as funções de uma vértebra típica. O corpo vertebral é a porção anterior, espessa, em forma de disco; é a parte que sustenta o peso das vértebras; O arco vertebral estende-se para trás do corpo da vértebra. É formado por dois processos curtos e espessos, os pedículos do arco vertebral (do latim, pedículos = pequenos pés), que se projetam para trás do corpo e se unem com as lâminas do arco vertebral (do latim, laminae = camadas finas), partes planas do arco vertebral que terminam em uma projeção única, aguda e mais delgada, o processo espinhoso. O espaço entre o arco vertebral e o corpo vertebral contém a medula espinal e é conhecido como o forame vertebral. Os forames vertebrais de todas as vértebras formam, em conjunto, o canal vertebral. Quando as vértebras estão empilhadas umas sobre as outras, há uma abertura entre as vértebras adjacentes, em ambos os lados da coluna. Cada abertura, denominada forame intervertebral, permite a passagem de um único nervo espinal. Universidade Castelo Branco - Anatomia Humana I– Prof. Rubens Silva Material de Apoio 2 Características Regionais das Vértebras Típicas REGIÕES CORPO CERVICAL (C3-C6) Corpo menor Formato triangular Forame transversário Curtos e bifurcados TORÁCICA (T1-T12) Corpo volume intermediário, apresenta fóveas costais superior e inferior Formado oval Fóvea costal do processo transverso Inclinados em relação ao plano do corpo da vértebra Situam-se principalmente num plano frontal Curtos e Não apresentam quadriláteros, situafóveas costais e se no mesmo plano forame transversário horizontal dos corpos vertebrais Situadas em plano antero-posterior, de modo que se articulam quase em plano sagital. LOMBAR (L1-L5) Mais volumoso (riniforme) Formado triangular PROCESSO TRANSVERSO PROCESSO ESPINHOSO FACES ARTICULARES SUPERIOR E INFERIOR Mais horizontalizadas do que verticalmente FORAME VERETBRAL (Dangelo & Fattini, p. 417-420) Características das Vértebras Cervicais Atípicas O Atlas (C1) sustenta a cabeça e é assim denominado por analogia com o mitológico Atlas, que sustentava o mundo em seus ombros. Não tem corpo nem processos espinhosos, e, assim, é um anel losângico que circunda um grande forame vertebral.. Nos ângulos laterais do losango o osso apresenta massas laterais, interligadas pelos arcos anterior e posterior. Sua superfície superior contém as faces articulares superiores, que se articulam com o osso occipital do crânio (côndilos occipitais). O processo transverso projeta-se lateralmente e apresenta um forame transversário, para a passagem da artéria vertebral em seu trajeto para o crânio. O arco anterior fecha o anel no plano mediano e apresenta, neste local na sua face posterior, uma faceta articular para o dente do áxis, a fóvea do dente, e, na face anterior, o tubérculo anterior. O arco posterior apresenta no plano mediano o tubérculo posterior, vestígio do processo espinhoso. Finalmente, na face inferior de cada massa lateral há uma face articular para a face superior da vértebra subjacente (C2). O Áxis (C2) possui corpo e, ao contrário do Atlas, que não apresenta processos espinhoso, o do Áxis é bifurcado, como ocorre nas vértebras cervicais típicas. Um processos em forma de dente, denominado dente do áxis, projeta-se através do forame vertebral do Atlas. Esse dente constitui um pivô no qual o Atlas e a cabeça fazem rotação, como no movimento da cabeça de um lado a outro, para significar “não”. A sétima vértebra cervical (proeminente ou C7) , é um pouco diferente, pois é marcada por um único e grande processos espinhoso que pode ser visto e palpado na base da nuca. Sacro O sacro é um osso triangular formado pela fusão de cinco vértebras sacrais, indicadas como S1 a S5. Essa fusão começa entre os 16 e 18 anos de idade e geralmente está completa por volta dos 30 anos. O sacro serve como uma forte fundação para o cíngulo do membro inferior, estando posicionado na porção posterior da cavidade pélvica, entre os dois ossos do quadril. Os lados anterior e posterior do sacro contém quatro pares de forames sacrais, pelos quais passam os nervos e os vasos sangüíneos. A continuação do canal vertebral é o cana sacral, cuja abertura inferior é denominada hiato sacral (hiatus = abertura). A margem ântero-superior do sacro tem uma projeção, o promontório da base do sacro, que é usado como ponto de referência para medir a pelve, antes do parto. Cóccix Universidade Castelo Branco - Anatomia Humana I– Prof. Rubens Silva Material de Apoio 3 O cóccix, como o sacro, também tem forma triangular e é formado pelo fusão de quatro vértebras coccígeas. Essas vértebras são indicadas como Co1 a Co4. A região superior do cóccix se articula com o sacro. Tórax O termo tórax refere-se a todo o peito. A porção esquelética (esqueleto) do tórax é a caixa torácica, uma caixa óssea formada pelo esterno, cartilagem costais, costelas e corpos das vértebras torácicas. Essa caixa torácica envolve e protege os órgãos na cavidade torácica e na parte superior da cavidade abdominal, assim como sustenta os ossos do cíngulo do membro superior. Esterno O esterno é um osso plano e estreito, localizado no centro da parede torácica anterior e constituído de três partes. A parte superior é o manúbrio do esterno (do latim, manubriu = punho, manivela); a parte média e maior é o corpo do esterno; e a parte inferior e menor é o processo xifóide ( do grego, xiphos = espada). O manúbrio articula-se com as clavículas e com o primeiro e o segundo par de costelas. O corpo do esterno articula-se direta e indiretamente com o segundo ao décimo par de costelas. O processo xifóide consiste em cartilagem hialina, durante a infância, e sua ossificação só se completa em torno dos 40 anos. Não apresenta costelas ligadas a ele, mas fornece fixação para alguns músculos abdominais. Se as mãos de um socorrista estiverem mal posicionadas durante a ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Existe o risco de fraturar o processo xifóide e perfurar os órgãos internos. Costelas Doze pares de costelas compõem os lados da cavidade torácica. As costelas aumentam em comprimento da primeira à sétima, diminuindo-o, então, até a décima-segunda. Cada costela articula-se posteriormente com a sua vértebra torácica correspondente. Do primeiro ao sétimo par, a costelas possuem uma fixação anterior direta ao esterno por uma faixa de cartilagem hialina, denominada cartilagem costal (do latim, costa = costela). Essas costelas são denominadas costelas verdadeiras. Da oitava a décima costelas são denominadas de falsas, pois se articulam com o esterno através da sétima cartilagem costal. .A décima-primeira e décima-segunda costelas são denominadas flutuantes, pois a cartilagem costal de suas extremidades anteriores não se fixa, de modo algum, ao esterno; as costelas flutuantes se fixam apenas às vértebras torácicas, posteriormente. Os espaços entre as costelas, denominados espaços intercostais, são ocupados pelos músculos intercostais, vasos sangüíneos e nervos intercostais. Referência: DANGELO, J. G. FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3ª Ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2007. TORTORA, G. J. GRABOWSKU, S. R.. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.